Ensinar à Maneira do Salvador: Para Todos os Que Ensinam em Casa e na Igreja

Ensinar à Maneira do Salvador: Para Todos os Que Ensinam em Casa e na Igreja

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Ensinar à Maneira do Salvador

Estudar, testificar e ensinar o evangelho de Jesus Cristo

Ensinar à Maneira do Salvador

Ensinar à Maneira do Salvador

Publicado por
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Salt Lake City, Utah, EUA

Sumário

Mensagem da Primeira Presidência

Queridos irmãos e irmãs,

Que gloriosa oportunidade vocês têm de ensinar o evangelho de Jesus Cristo! Quer vocês tenham ou não um chamado específico para ensinar, vocês são professores. Como discípulos do Mestre dos Mestres, Jesus Cristo, vocês têm oportunidades de compartilhar Sua luz onde quer que estejam — em casa, na Igreja, ao ministrar às pessoas e entre seus amigos. Pregar o evangelho é um encargo sagrado. É uma parte essencial da obra do Senhor e funciona melhor quando o fazemos à Sua maneira.

Convidamos vocês a aprender mais sobre Jesus Cristo e como Ele ensinou o evangelho. Em espírito de oração, estudem Suas palavras, Suas ações e Seus atributos e se esforcem para segui-Lo mais de perto. Ensinar à Maneira do Salvador pode ser seu guia.

A Primeira Presidência

Propósito do manual Ensinar à Maneira do Salvador

Os princípios descritos neste material podem ajudar cada professor do evangelho a ensinar à maneira do Salvador. Isso inclui pais, ministradores e ministradoras, missionários, professores do seminário e instituto, e qualquer pessoa cujo chamado na Igreja lhe dê oportunidades de ensinar.

Você pode estudar este recurso sozinho ou usá-lo para orientar debates com outras pessoas sobre como se tornar um professor melhor. Por exemplo, este recurso pode ser usado nas noites no lar, nas reuniões de presidência, nas reuniões de conselho da ala ou da estaca, nas reuniões de serviço do seminário e do instituto e nas reuniões de conselho dos professores (ver “Para líderes: Ajudar os professores a ter sucesso”).

Como este recurso é organizado

A parte 1 enfatiza a importância de nos concentrarmos em Jesus Cristo sempre que ensinamos os princípios de Seu evangelho. Essa seção descreve o que ensinamos.

A parte 2 enfatiza os princípios do ensino cristão. Essa seção descreve como ensinamos.

A parte 3 fornece sugestões práticas para ajudar os professores a aplicar os princípios do ensino cristão.

Visão geral do ensino cristão

Os gráficos a seguir fornecem uma visão geral dos princípios ensinados neste recurso.

Modelo de esboço de planejamento de aula

Parte 1: Concentrar-se em Jesus Cristo

Jesus Cristo ressurreto aparece aos nefitas

Ensinar sobre Jesus Cristo, não importa o que estiver ensinando

Jesus Cristo e Seus discípulos na Última Ceia

Deixo-vos a Paz, de Walter Rane

Há muitas coisas a ensinar no evangelho restaurado de Jesus Cristo: princípios, mandamentos, profecias e histórias das escrituras. Mas todos esses são ramos da mesma árvore, porque todos têm um propósito: ajudar todas as pessoas a se achegarem a Cristo e serem aperfeiçoadas Nele (ver Jarom 1:11; Morôni 10:32). Portanto, não importa o que você está ensinando, lembre-se de que está realmente ensinando sobre Jesus Cristo e como se tornar semelhante a Ele. O Espírito Santo pode ajudá-lo a aprender a reconhecer as verdades sobre o Salvador e Seu poder redentor em cada princípio, mandamento e ensino profético (ver Jacó 7:10–11).

Você está ensinando sobre sacrifício? Você pode explorar com os alunos como os sacrifícios que fazemos apontam nossa alma para o “grande e último sacrifício” do Salvador (Alma 34:10). Você está ensinando sobre união? Você pode conversar sobre a união que Jesus Cristo alcançou com Seu Pai e Seu convite para que sejamos um com Eles (ver João 17). Veja cada tópico do evangelho como uma oportunidade de ensinar e aprender sobre Jesus Cristo.

Cada mandamento também nos proporciona essa oportunidade. Não se concentre apenas nas leis do evangelho — aprenda também sobre o Legislador. Se vocês debaterem sobre a Palavra de Sabedoria e pararem nos prós e contras de ter uma vida saudável, perderão a oportunidade de ponderar sobre o quanto Jesus Cristo deve Se importar profundamente conosco — tanto nosso bem-estar espiritual quanto físico — para nos dar essa lei. Concentre-se em como o Salvador está disposto e ansioso a fim de nos abençoar com Seu poder para nos ajudar a viver Suas leis. Todo mandamento que Ele nos dá revela algo sobre Sua mente, Sua vontade e Seu coração — encontrem alegria ao descobrir isso juntos!

Enfatizar o exemplo de Jesus Cristo

Podemos colocar Jesus Cristo no centro do ensino e do aprendizado enfatizando como Ele é o exemplo perfeito de todos os princípios do evangelho. Como discípulos, não seguimos apenas os princípios — seguimos a Jesus Cristo. Quando nos concentramos no exemplo perfeito do Salvador, o Espírito Santo testifica sobre Ele e nos inspira a segui-Lo.

Imagine por um momento que você está ensinando o princípio de perseverar até o fim. Um debate sobre como o Salvador é um exemplo de perseverar até o fim pode gerar sentimentos de doce reverência por Ele. O que as pessoas a quem você ensina podem aprender e sentir com Seu exemplo?

O Salvador curando um homem deitado no chão

Ensinar sobre os títulos, os papéis e os atributos de Jesus Cristo

Jesus Cristo tem muitos títulos nas escrituras. Cada um reflete um de Seus papéis no plano de Deus e nos ensina sobre Seus atributos divinos. Você pode explorar com os alunos como os títulos Cordeiro de Deus, Advogado, Consumador de Nossa Fé e Luz do Mundo nos ensinam sobre Jesus Cristo. Além disso, ao ajudar os alunos a aprender mais sobre o Salvador, vá além do que Ele disse e fez e fale também sobre quem Ele é e que papel Ele deseja desempenhar em nossa vida. Ao aprenderem juntos sobre o caráter e os atributos do Salvador, o Espírito Santo aprofundará sua compreensão Dele e seu amor por Ele.

Procurar símbolos que testifiquem de Jesus Cristo

“Todas as coisas”, declarou o Senhor, “são criadas e feitas para prestar testemunho de mim” (Moisés 6:63; ver também 2 Néfi 11:4). Com essa verdade em mente, podemos aprender a ver uma variedade de símbolos nas escrituras que testificam do Salvador. Esses símbolos incluem coisas como pão, água e luz. Assim que entendermos como esses objetos se relacionam com o Salvador, eles podem nos ensinar sobre Seu poder e Seus atributos. Você pode até encontrar paralelos com a vida do Salvador na vida dos profetas e de outros homens e outras mulheres fiéis nas escrituras. Procurar símbolos revela verdades sobre o Salvador em lugares que talvez você não prestaria muita atenção.

Ajudar os alunos a se achegar a Jesus Cristo

Jesus sentado com crianças

Nada que você faça como professor abençoará mais os alunos do que ajudá-los a conhecer o Pai Celestial e Jesus Cristo e a sentir o amor Deles (ver João 17:3). Pense em experiências que o ajudaram a conhecer e amar o Pai Celestial e Jesus Cristo. O que você tem feito para aprender sobre os atributos, o poder e o amor Deles? Como seu amor pelo Pai Celestial e por Jesus Cristo lhe trouxe alegria? Depois, pense no que o amor e o poder Deles podem fazer por cada pessoa a quem você ensina (ver Alma 26:16; Moisés 5:11).

Nossa meta principal nesta vida é nos tornar mais semelhantes ao Pai Celestial e retornar a Ele. A maneira como alcançamos essa meta é nos achegando a Jesus Cristo (ver João 14:6). É por isso que, conforme o profeta Néfi ensinou, “falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo” (2 Néfi 25:26).

Todo filho de Deus precisa da luz e da verdade que vêm do Salvador e pode escolher segui-las. Ser professor do evangelho de Jesus Cristo significa ajudar as pessoas a compreender Seus ensinamentos, Seu poder redentor e Seu perfeito amor, e confiar neles. Pense em como as ideias a seguir podem ajudá-lo a inspirar outras pessoas a conhecer melhor Jesus Cristo e segui-Lo.

Ajudar os alunos a reconhecer o amor, o poder e a misericórdia do Senhor na vida deles

É bom aprender sobre o amor, o poder e a misericórdia do Salvador, mas também precisamos vivenciá-los. Ver como Ele abençoou e curou as pessoas nas escrituras nos ajuda a desenvolver mais fé de que Ele pode nos abençoar e curar. Por exemplo, aprender sobre as experiências de Daniel não é suficiente se não nos inspirar a confiar no Senhor quando nos depararmos com nossa própria cova figurativa de leões.

Ao ajudar seus alunos a reconhecer as “ternas misericórdias” do Senhor (1 Néfi 1:20) nas escrituras e em suas próprias experiências, eles sentirão e saberão que o Senhor está com eles e que ficará ao lado deles (ver Doutrina e Convênios 68:6). Eles verão e sentirão a realidade do amor e da misericórdia do Senhor em suas próprias necessidades e circunstâncias pessoais.

Jesus pregando o Sermão da Montanha

Ajudar os alunos a fortalecer seu relacionamento com o Pai Celestial e Jesus Cristo

O propósito de ensinar e aprender sobre Jesus Cristo é ajudar cada pessoa a se achegar a Ele e a nosso Pai Celestial. Ajude as pessoas a quem você ensina a nunca perderem esse propósito de vista. Incentive-as a fortalecer o relacionamento delas com o Pai Celestial e Jesus Cristo ao estudar as escrituras, arrepender-se continuamente, falar com o Pai em oração e testificar do Pai e do Filho. Ensine os alunos por palavra e exemplo que fazer e guardar convênios nos une a Eles. Ajude-os a saber o quanto somos preciosos e amados por Eles. Fortaleça a fé deles de que Jesus Cristo, em virtude de Sua Expiação perfeita, é o único caminho de volta a nosso Pai. Proporcione oportunidades para que os alunos recebam um testemunho do Espírito Santo, “que presta testemunho do Pai e do Filho” (Moisés 5:9).

Ajudar os alunos a se esforçar intencionalmente para serem mais semelhantes a Jesus Cristo

Por fim, aprender sobre Jesus Cristo nos inspira a nos tornarmos mais semelhantes a Ele. Mas nos tornar semelhantes a Ele só acontece quando agimos com fé, dentro e fora da sala de aula, fazendo escolhas intencionais para seguir Seu exemplo e receber Sua graça. Peça aos alunos que busquem a ajuda do Espírito Santo para identificar maneiras pelas quais podem se tornar mais semelhantes ao Salvador. Ofereça orientação e apoio à medida que os alunos se esforçarem para ser como Ele e decidirem ter isso como objetivo para a vida toda.

Jacó ensinou que “todas as coisas que foram dadas por Deus aos homens, desde o começo do mundo”, nos ensinam sobre Jesus Cristo (2 Néfi 11:4). Seu ensino pode ser uma dessas coisas. Coloque Jesus Cristo no centro de cada experiência de ensino e aprendizado. Quando você e os alunos “[falam] de Cristo, [regozijam-se] em Cristo, [pregam] a Cristo” (2 Néfi 25:26), o Espírito Santo pode plantar um testemunho do Salvador profundamente na mente e no coração de cada pessoa. Ao ajudar seus alunos a conhecerem o Pai Celestial e Jesus Cristo por si mesmos, é mais provável que se acheguem a Eles em busca de ajuda, esperança e cura por toda a vida.

Parte 2: Princípios do ensino cristão

Maria sentada e ouvindo Jesus

Maria Deu Ouvidos à Sua Palavra, de Walter Rane

Amar as pessoas a quem você ensina

Jesus Cristo conversando com uma mulher junto ao poço

Tudo o que o Salvador fez durante Seu ministério terreno foi motivado pelo amor. Ao nos esforçarmos para ser verdadeiros seguidores de Cristo, podemos nos encher desse mesmo amor (ver João 13:34–35; Morôni 7:47–48; 8:26). Quando o amor do Salvador está em nosso coração, procuramos todas as maneiras possíveis de ajudar outras pessoas a aprender sobre Cristo e vir a Ele. O amor se torna a motivação para nosso ensino.

Amar aqueles a quem você ensina

  • Veja os alunos da maneira como Deus os vê.

  • Procure conhecê-los — entender suas circunstâncias, suas necessidades e seus pontos fortes.

  • Ore pelos alunos, lembrando-os pelo nome.

  • Crie um ambiente seguro em que todos são respeitados e sabem que suas contribuições são valorizadas.

  • Encontre maneiras simples e apropriadas de expressar seu amor.

O Salvador viu o potencial divino em todos a quem ensinou

A maioria das pessoas em Jericó achava que sabia tudo o que precisava saber sobre Zaqueu. Ele era publicano e coletor de impostos — o principal dos publicanos, na verdade —, e era rico. Claramente, pensavam, ele deve ser desonesto e corrupto. Mas Jesus olhou para o coração de Zaqueu e viu um honrado “filho de Abraão” (ver Lucas 19:1–10). O Salvador via as pessoas não apenas como pareciam ser, mas como realmente eram — e o que poderiam se tornar. Em pescadores inexperientes como Simão, André, Tiago e João; Ele viu os futuros líderes de Sua Igreja. No temido perseguidor Saulo, Ele viu um “vaso escolhido”, que pregaria Seu evangelho perante reis e nações (ver Atos 9:10–15). E em você e em cada pessoa a quem você ensina, o Salvador vê um filho ou uma filha de Deus com potencial ilimitado.

Entre as pessoas a quem você ensina, é provável que você tenha alguns que parecem fiéis e convertidos e outros que parecem desinteressados ou até rebeldes. Tenha cuidado para não fazer suposições com base apenas no que você vê. O Espírito Santo pode ajudá-lo a ver em cada pessoa um pouco do que o Salvador vê — e ajudá-lo a começar a amá-las da maneira que Ele as ama.

Perguntas para refletir: Pense em cada pessoa a quem você ensina e pondere como o Pai Celestial e Jesus Se sentem a respeito de cada uma delas. O que Eles veem nessa pessoa? Como esses pensamentos afetarão a maneira como você ensina essa pessoa?

Escrituras: 1 Samuel 16:7; Salmos 8:4–5; Romanos 8:16–17; Doutrina e Convênios 18:10–14

O Salvador nos conhece e compreende nossas circunstâncias, nossas necessidades e nossos pontos fortes

A mulher samaritana não foi ao poço para ouvir uma mensagem do evangelho. Ela foi buscar água. Mas o Salvador percebeu que sua sede era mais do que física. Ele sabia que a mulher tinha um passado conturbado com relacionamentos instáveis. Então, Jesus pegou a necessidade física que era o interesse dela naquele momento — a água que sustentava a vida — e a conectou com suas necessidades espirituais mais profundas de “água viva” e “vida eterna”. Ao final da conversa, a mulher adquiriu um testemunho pessoal de que Jesus era o Cristo, inspirado em parte pelo quanto Ele a conhecia bem. “[Ele] me disse tudo quanto tenho feito”, disse ela. “Não é este o Cristo?” (Ver João 4:6–29.)

Ser um professor semelhante a Cristo inclui conhecer as pessoas a quem você ensina e se esforçar para compreender o que está no coração delas. Você pode se interessar pela vida delas e demonstrar compaixão. Você pode procurar maneiras de entender suas experiências de vida, seus talentos, seus interesses e suas necessidades. Você pode descobrir como aprendem melhor. Você pode fazer perguntas, ouvir atentamente e observar. Mas, principalmente, você pode orar pelo entendimento que só o Espírito pode dar. Quanto mais você conhecer uma pessoa, mais capaz você será de ajudá-la a encontrar significado e poder pessoais no evangelho de Jesus Cristo. Quando você compreender a sede de uma pessoa, o Espírito pode ensiná-lo a oferecer a essa pessoa a água viva do Salvador.

Perguntas para refletir: O que você já sabe sobre as pessoas a quem ensina? O que é importante para elas? Quais são seus pontos fortes? Quais são suas dificuldades? O que você pode fazer para compreendê-las melhor?

Escrituras: Salmos 139:1–5; Mateus 6:25–32; Marcos 10:17–21; João 10:14; 3 Néfi 17:1–9

O Salvador orou por aqueles a quem ensinou

Imagine como Simão Pedro deve ter se sentido quando ouviu o Salvador dizer: “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu (…); mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lucas 22:31–32). De que maneira saber que Jesus Cristo orou ao Pai por você o teria influenciado? O povo da América antiga teve uma experiência como essa e a descreveu desta maneira: “Ninguém pode calcular a extraordinária alegria que nos encheu a alma na ocasião em que (…) vimos [Jesus] orar por nós ao Pai” (3 Néfi 17:17).

Você também pode pensar no que acontece dentro de você quando você ora por alguém — consistentemente, pelo nome. Como essas orações afetam a maneira como você se sente a respeito dessa pessoa? Como elas afetam suas ações? Certamente nosso Pai Celestial ouve e responde às orações sinceras de um professor que deseja ajudar um aluno. E, em muitos casos, uma maneira pela qual Ele responde a essas orações é tocando o coração do professor e inspirando-o a fazer ou dizer algo que ajude o aluno a sentir Seu amor.

Perguntas para refletir: Ao pensar nas pessoas a quem você ensina, há alguém que você sente que tem uma necessidade especial de suas orações? Pelo que você se sente inspirado a orar em favor dele ou dela? Que bênçãos você pode receber ao convidar os alunos a orarem uns pelos outros?

Escrituras: João 17; Alma 31:24–36; 3 Néfi 18:15–24; 19:19–23, 27–34

O Salvador garantiu que todos se sentissem respeitados e valorizados

A atitude geral entre os líderes religiosos na época de Jesus era a de que os pecadores deveriam ser evitados. Por causa disso, quando esses líderes viram Jesus interagindo com os pecadores, ficaram horrorizados. Como alguém que se associava a essas pessoas poderia ser um professor espiritual?

Jesus, é claro, tinha uma abordagem diferente. Ele procurou curar aqueles que estavam espiritualmente doentes (ver Marcos 2:15–17; Lucas 4:17–18). Ele constantemente estendeu a mão para aqueles que eram diferentes dos que estavam ao seu redor ou que tinham um passado conturbado e interagia com aqueles que haviam pecado. Ele elogiou a fé de um soldado romano (ver Mateus 8:5–13). Ele chamou um coletor de impostos desconfiado para ser um de Seus discípulos de confiança (ver Marcos 2:14). Quando uma mulher foi acusada de adultério, Ele a fez se sentir segura e a inspirou a se arrepender e viver uma vida melhor (ver João 8:1–11).

Mas Jesus fez mais do que isso. Ele promoveu essa mesma atitude de aceitação e amor entre Seus seguidores. Seu exemplo certamente estava no coração de Seus apóstolos quando chegou a hora de eles levarem o evangelho a todas as pessoas. Isso se reflete nas palavras de Pedro: “Reconheço, em verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34).

É possível que quase todos os que você foi chamado para ensinar estejam lutando de alguma forma para se sentirem respeitados e valorizados. Pela maneira como você os ama e os respeita, você transmite que eles não são apenas bem-vindos, mas necessários. Você pode entrar em contato com aqueles que não estão indo à igreja, que têm dificuldades ou que não parecem interessados, e ser paciente se o progresso parecer lento. Você pode ajudar todos a se sentirem seguros e à vontade para compartilhar suas preocupações com os outros alunos. E você pode fazer mais do que isso. Você pode inspirar todos os alunos a ajudá-lo a criar um ambiente em que a doutrina seja ensinada em espírito de respeito, inclusão e amor.

Perguntas para refletir: O que ajuda uma pessoa a se sentir respeitada e valorizada? O que inspira uma pessoa a respeitar e valorizar as pessoas? Ao pensar em espírito de oração sobre as pessoas a quem você ensina, o que você é inspirado a fazer para que todos se sintam bem-vindos e necessários?

Escrituras: João 4; 2 Néfi 26:27–28, 33; Alma 1:26; 3 Néfi 18:22–25

pai ensinando os filhos

O Salvador expressou Seu amor por aqueles a quem ensinou

Ao final de um dia maravilhoso e edificante de ensino e ministração entre os nefitas, Jesus observou que era hora de Ele ir. Ele tinha outras pessoas para visitar. “Ide para vossas casas”, disse Ele, “e preparai a mente para amanhã”. Mas as pessoas ficaram ali “em lágrimas” (…) “[olhando-o] fixamente, como se quisessem pedir-lhe que permanecesse um pouco mais com [elas]”. Percebendo sua necessidade silenciosa e “[cheio] de compaixão”, Jesus ficou um pouco mais (3 Néfi 17:3, 5–6). Ele abençoou os doentes e aflitos. Ajoelhou-Se e orou com eles. Chorou com eles e regozijou-Se com eles.

Estude, em espírito de oração, as palavras e ações do Salvador em 3 Néfi 17. Reflita sobre o amor que Ele expressou por aqueles a quem ensinou. Procure expressões de Seu amor em outros lugares das escrituras. Então pense nas pessoas a quem você ensina. Como você pode expressar amor por elas de maneira adequada? Deixe o Espírito guiá-lo. Se você achar difícil sentir ou expressar amor por aqueles a quem ensina, comece testificando do amor de Deus. Então “rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios [do puro amor de Cristo] que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo” (Morôni 7:48). E lembre-se de que sua preocupação em ensinar uma lição nunca deve distraí-lo de expressar amor por meio de suas palavras e ações. Com frequência, a maneira como você trata as pessoas é tão importante quanto o que ensina a elas.

Perguntas para refletir: Como o Salvador o ajudou a saber de Seu amor por você? Como seu pai ou sua mãe ou outro professor o ajudou a sentir Seu amor? As pessoas a quem você ensina sabem que você as ama? Elas sabem que o Salvador as ama?

Escrituras: Marcos 6:31–42; João 13:3–16, 34–35; 15:12–13; 1 Coríntios 13:1–7; 1 João 4:7–11

Algumas maneiras de aplicar o que você está aprendendo

  • Se estiver ensinando uma classe, aprenda o nome dos alunos e use-os quando ensinar.

  • Expresse sua gratidão quando os alunos contribuírem.

  • Interaja com os alunos antes e depois de ensinar.

  • Ajude os alunos a desenvolver uma atmosfera de amor e respeito uns pelos outros.

  • Ouça atentamente — quando estiver ensinando e em outras ocasiões.

  • Realize atos de serviço por aqueles a quem você ensina.

  • Esteja disposto a alterar seus planos de ensino para despender mais tempo em princípios que sejam significativos para as pessoas a quem você ensina.

Ensinar pelo Espírito

O Salvador no deserto da Judeia

Quando o Salvador ordenou a Joseph Smith e Sidney Rigdon que pregassem Seu evangelho, Ele lhes prometeu: “Derramar-se-á o Espírito Santo testificando todas as coisas que disserdes” (Doutrina e Convênios 100:8; ver também Doutrina e Convênios 42:15–17; 50:17–22). A mesma promessa se aplica a todos os que ensinam o evangelho, inclusive você. Ao ensinar o evangelho de Jesus Cristo, você pode ter o Espírito Santo com você para guiá-lo e testificar da verdade à mente e ao coração daqueles a quem ensina (ver Doutrina e Convênios 8:2). Vocês não estão sozinhos quando ensinam, porque “não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo” (Marcos 13:11).

O Espírito Santo é o verdadeiro professor. Nenhum professor mortal, por mais hábil ou experiente que seja, pode substituir Seu papel de testemunhar a verdade, testificar de Cristo e mudar corações. Mas todos os professores podem ser instrumentos para ajudar os filhos de Deus a aprender pelo Espírito.

Ensinar pelo Espírito

  • Prepare-se espiritualmente.

  • Esteja sempre atento aos sussurros do Espírito sobre as necessidades dos alunos.

  • Crie ambientes e oportunidades para que os alunos sejam ensinados pelo Espírito Santo.

  • Ajude os alunos a buscar, reconhecer e agir de acordo com a revelação pessoal.

  • Preste seu testemunho com frequência e convide os alunos a falar de seus sentimentos, suas experiências e seu testemunho.

O Salvador preparou-Se espiritualmente para ensinar

Em preparação para Seu ministério, Jesus foi ao deserto “para estar com Deus” (Tradução de Joseph Smith, Mateus 4:1, em Mateus 4:1, nota de rodapé a). Mas Sua preparação espiritual havia começado muito antes. Quando Satanás O tentou, Ele recorreu às “palavras de vida” que entesourara para a “hora precisa” em que precisaria delas (Doutrina e Convênios 84:85). Pense em seus próprios esforços a fim de se preparar espiritualmente para ensinar. O que você aprendeu em Mateus 4:1–11 sobre como você pode seguir o exemplo do Salvador em sua preparação espiritual?

O Espírito é o verdadeiro professor e a verdadeira fonte de conversão. O ensino poderoso do evangelho exige não apenas preparar uma lição, mas se preparar espiritualmente bem antes de começar a ensinar. Se estiver espiritualmente preparado, será mais capaz de ouvir e seguir a orientação do Espírito ao ensinar. A maneira de convidar o Espírito Santo para seu ensino é convidá-Lo para sua vida. Isso inclui se esforçar diligentemente para seguir o exemplo do Salvador e viver Seu evangelho de todo o coração. E como nenhum de nós faz isso perfeitamente, também significa nos arrepender a cada dia.

Perguntas para refletir: O que significa para você se preparar espiritualmente a fim de ensinar? O que você se sente inspirado a fazer para melhorar a maneira como se prepara espiritualmente? Como você acha que a preparação espiritual pode fazer diferença em seu ensino?

Escrituras: Esdras 7:10; Lucas 6:12; Alma 17:2–3, 9; Doutrina e Convênios 11:21; 42:13–14

O Salvador estava sempre pronto para atender às necessidades das pessoas

Jairo, o principal da sinagoga, prostrou-se aos pés de Jesus, implorando-Lhe que ajudasse sua filha que estava morrendo. Jesus e Seus discípulos estavam caminhando pelas ruas lotadas em direção à casa de Jairo quando, de repente, Jesus parou. “Quem é que me tocou?”, perguntou Ele. Parecia uma pergunta estranha — no meio da multidão de pessoas, quem não estava tocando Nele? Mas o Salvador percebeu que, naquela multidão, alguém se aproximara Dele com uma necessidade específica e com fé para receber a cura que Ele oferecia. Ainda haveria tempo para visitar a filha de Jairo. Mas primeiro Ele disse à mulher que tocara Suas vestes: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (ver Lucas 8:41–48).

Como professor, às vezes você pode ter pressa de cobrir algo que havia preparado para ensinar. Embora isso seja importante, certifique-se de não acontecer que, em sua pressa, você, sem querer, não perceba uma necessidade urgente de alguém a quem você está ensinando. Além da orientação espiritual que você buscou ao se preparar para ensinar, busque também a orientação do Espírito enquanto estiver ensinando. Procure estar atento às necessidades, às perguntas e aos interesses dos alunos. O Espírito Santo pode ajudá-lo a discernir como um aluno está recebendo ou compreendendo algo que você ensinou. Ele pode inspirá-lo, às vezes, a alterar seus planos. Por exemplo, você pode ser inspirado a passar mais tempo do que pretendia em um tópico ou a deixar alguns debates para mais tarde e fazer algo mais importante para os alunos naquele momento.

Perguntas para refletir: Em que ocasiões você sentiu que um de seus pais ou outro professor estava atento às suas necessidades como aluno? As pessoas a quem você ensina sabem que você está mais interessado no aprendizado delas do que em concluir uma lição? Como você pode comunicar melhor seu interesse?

Escrituras: 1 Pedro 3:15; Alma 32:1–9; 40:1; 41:1; 42:1

O Salvador deu oportunidades para que as pessoas fossem ensinadas pelo Espírito Santo

Foi difícil para muitos na época de Jesus entender quem Ele realmente era, mas havia muitas opiniões. “Uns, João Batista, outros, Elias, e outros, Jeremias, ou um dos profetas.” Mas, então, Jesus fez uma pergunta que fez com que Seus discípulos deixassem as opiniões das pessoas de lado e olhassem dentro de seu próprio coração: “Quem dizeis vós que eu sou?” Ele queria que eles achassem sua resposta não da “carne e [do] sangue”, mas do “meu Pai, que está nos céus”. Foi esse tipo de testemunho — revelação pessoal do Espírito Santo — que permitiu que Pedro declarasse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (ver Mateus 16:13–17).

Para sobreviver espiritualmente nos últimos dias, as pessoas a quem você ensina precisarão de um testemunho espiritual da verdade. Você não pode dar um testemunho a elas, mas pode convidá-las, incentivar, inspirar e ensiná-las a buscá-lo. Você pode deixar claro — por meio de suas palavras e ações — como o Espírito Santo é essencial para o aprendizado do evangelho. Pense, por exemplo, no ambiente de aprendizado que você cria e incentiva. Algo tão simples quanto o arranjo das cadeiras em uma sala ou a maneira como você cumprimenta e interage com os alunos estabelece um tom espiritual para a experiência que os alunos terão. Você também pode convidar os alunos a se prepararem espiritualmente a fim de aprender, assim como você se prepara espiritualmente para ensinar. Peça-lhes que assumam a responsabilidade pelo espírito que trazem. E você pode proporcionar oportunidades para que eles sintam o Espírito testificar de Jesus Cristo e de Seu evangelho. Esse testemunho se tornará uma “pedra” para eles, “e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18).

Perguntas para refletir: O que você observou que contribui para um ambiente espiritual para o aprendizado do evangelho? O que não contribui? O que ajuda as pessoas a quem você ensina a aprender pelo Espírito? Pense no ambiente em que você ensina com mais frequência. Como se sente quando está lá? Como você pode, de maneira mais eficaz, convidar o Espírito a estar presente ali?

Escrituras: Lucas 24:31–32; João 14:26; 16:13–15; Morôni 10:4–5; Doutrina e Convênios 42:16–17; 50:13–24

missionários ensinando uma família

O Salvador ajudou outras pessoas a buscar e reconhecer a revelação pessoal e agir de acordo com ela

O Senhor quer Se comunicar conosco — e quer que saibamos que Ele está Se comunicando conosco. Em 1829, um professor de 22 anos chamado Oliver Cowdery estava aprendendo sobre a doutrina ousada e emocionante de que qualquer pessoa pode receber revelação pessoal. Mas ele tinha perguntas semelhantes às que muitos de nós têm feito: “O Senhor está realmente falando comigo? E como posso saber o que Ele está dizendo?” Para responder a essas perguntas, Jesus Cristo pediu que Oliver pensasse em um momento particular de busca espiritual. “Não dei paz a tua mente?”, perguntou Ele (ver Doutrina e Convênios 6:21–24). Posteriormente, Ele ensinou Oliver sobre outras maneiras pelas quais o Espírito poderia falar com ele (ver Doutrina e Convênios 8:2–3; 9:7–9; ver também Doutrina e Convênios 11:12–14).

Viver em um mundo que muitas vezes não está ciente das coisas espirituais faz com que todos precisemos de ajuda para reconhecer a voz do Espírito. Podemos ter sentido o Espírito sem nos dar conta disso. E todos podemos aprender mais sobre como buscar o Espírito, reconhecer Sua influência e agir de acordo com os sussurros que Ele nos dá. Ao ensinar, ajude os alunos a descobrir as maneiras pelas quais o Espírito pode Se comunicar — e como Ele Se comunica com eles. Uma das maiores dádivas que você pode oferecer como professor é ajudar as pessoas a quem ensina a progredir nessa busca de revelação pessoal por toda a vida.

Perguntas para refletir: Por que é importante aprender a receber revelação pessoal? Alguém já o ajudou a entender como buscar e reconhecer revelação? Como você pode incentivar aqueles a quem ensina a buscar e reconhecer a revelação do Espírito Santo e agir de acordo com ela?

Escrituras: Gálatas 5:22–23; Alma 5:45–47; Doutrina e Convênios 42:61; 121:33; Joseph Smith—História 1:8–20

O Salvador prestou testemunho àqueles a quem ensinou

Durante um momento particularmente terno de ensino e ministração, Jesus procurou consolar Sua amiga Marta, cujo irmão havia morrido. Ele compartilhou com ela um simples testemunho de uma verdade eterna: “Teu irmão há de ressuscitar” (João 11:23). Seu testemunho inspirou Marta a prestar seu próprio testemunho: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia” (João 11:24). Observe como esse padrão se repete em João 11:25–27. O que o impressiona no exemplo do Salvador? Por que prestar testemunho das verdades do evangelho é uma parte tão importante do ensino?

Seu testemunho pode ter um impacto duradouro nas pessoas a quem você ensina. Seu testemunho não precisa ser eloquente nem longo. E não precisa começar com “Gostaria de prestar meu testemunho”. Simplesmente compartilhe o que sabe pelo poder do Espírito Santo. O testemunho da verdade é mais vigoroso quando é direto e sincero. Com frequência, preste testemunho do Salvador, de Seu evangelho e de Seu poder em sua vida, e incentive aqueles a quem você ensina a fazer o mesmo. E lembre-se de que, às vezes, o testemunho mais poderoso não é prestado pelo professor, mas por um aluno.

Perguntas para refletir: Procure exemplos nas escrituras que ilustrem a vigorosa influência de alguém que presta testemunho. O que você pode aprender com esses exemplos? Em que ocasião você foi abençoado pelo testemunho de alguém? Como compartilhar seu testemunho influenciou as pessoas a quem você ensina? Que impacto isso teve em você?

Escrituras: Atos 2:32–38; Mosias 5:1–3; Alma 5:45–48; 18:24–42; 22:12–18; Doutrina e Convênios 46:13–14; 62:3

Algumas maneiras de aplicar o que você está aprendendo

  • Peça aos alunos que relatem o que o Espírito Santo lhes ensinou ao estudarem a palavra de Deus.

  • Prepare-se com antecedência para receber inspiração espiritual durante o ensino.

  • Anote as impressões espirituais que receber ao se preparar.

  • Dê oportunidades ocasionais para que os alunos ponderem silenciosamente o que o Espírito está ensinando a eles.

  • Use músicas e gravuras da Igreja para convidar a influência do Espírito.

  • Ouça os sussurros ao planejar e ensinar e esteja disposto a ajustar seus planos.

  • Dê oportunidades para que todos os alunos prestem testemunho do que estão aprendendo.

  • Ajude os alunos a reconhecer quando o Espírito está presente.

  • Viva as verdades que está ensinando para prestar testemunho delas.

  • Siga os sussurros para ensinar em momentos espontâneos e informais.

Ensinar a doutrina

Jesus Cristo ensinando no templo aos 12 anos de idade

Cristo no Templo, de Heinrich Hofmann

Embora Jesus tenha adquirido sabedoria e conhecimento ao longo de Sua vida, Ele não foi formalmente instruído como outros líderes religiosos de Sua época. E, ainda assim, quando Ele ensinou, o povo se maravilhou, dizendo: “Como sabe este letras, não as tendo aprendido?” Por que Seus ensinamentos eram tão poderosos? “A minha doutrina não é minha”, explicou o Salvador, “mas daquele que me enviou” (João 7:15–16). A doutrina é a verdade eterna — encontrada nas escrituras e nas palavras dos profetas modernos —, que nos mostra o caminho para nos tornarmos como nosso Pai Celestial e retornarmos a Ele. Seja qual for sua experiência como professor, você pode ensinar com poder, como o Salvador fez, ao ensinar a doutrina do Pai. Você e seus alunos vão se maravilhar com as bênçãos que Deus envia quando seu ensino e aprendizado estão alicerçados em Sua palavra.

Para ensinar a doutrina

  • Aprenda a doutrina de Jesus Cristo por si mesmo.

  • Ensine usando as escrituras e as palavras dos profetas vivos.

  • Ajude os alunos a buscar, reconhecer e compreender as verdades contidas nas escrituras.

  • Concentre-se nas verdades que levam à conversão e edificam a fé em Jesus Cristo.

  • Ajude os alunos a encontrar relevância pessoal na doutrina de Jesus Cristo.

O Salvador aprendeu a doutrina

Parece claro que o Salvador aprendeu com as escrituras em Sua juventude à medida que crescia “em sabedoria (…) e em graça para com Deus” (Lucas 2:52). Sua profunda compreensão da doutrina do Pai ficou evidente quando Seus pais O encontraram no templo ainda jovem, ensinando os professores judeus e respondendo a suas perguntas (ver Tradução de Joseph Smith, Lucas 2:46, em Lucas 2:46, nota de rodapé a). Mais tarde, quando Satanás se manifestou com extrema tentação no deserto, o conhecimento que Jesus tinha da doutrina contida nas escrituras O ajudou a resistir à tentação (ver Lucas 4:3–12).

Você também pode aprender a doutrina verdadeira mais profundamente antes de ensiná-la. Ao se preparar para ensinar e aprender com outras pessoas, identifique cuidadosamente o que o Senhor disse sobre as verdades que você está ensinando. Busque nas escrituras e nas palavras dos profetas vivos obter explicação e conselho. Viver e aplicar as verdades que você estuda vai convidar o Espírito a lhe ensinar a doutrina de maneiras ainda mais profundas e confirmar a veracidade da doutrina no coração daqueles a quem você ensina.

Perguntas para refletir: Por que é importante entender as verdades do evangelho por si mesmo? Como você adquiriu uma compreensão mais profunda das verdades do evangelho? O que você se sente inspirado a fazer para melhorar seu estudo das escrituras e das palavras dos profetas vivos?

Escrituras: Provérbios 7:1–3; 2 Néfi 4:15–16; Doutrina e Convênios 11:21; 88:118

O Salvador ensinou usando as escrituras

Depois da morte do Salvador, dois de Seus discípulos estavam caminhando e conversando com sentimentos de tristeza e espanto no coração. Como eles poderiam compreender o que tinha acabado de acontecer? Jesus, o Nazareno, o homem em Quem confiavam ser seu Redentor, estava morto havia três dias. E também ouviram relatos de que Seu sepulcro estava vazio, com anjos declarando que Ele estava vivo! Nesse ponto crucial da fé desses discípulos, um estranho se juntou a sua jornada. Ele os consolou e “explicava-lhes em todas as escrituras o que [do Salvador] estava escrito”. Por fim, os viajantes perceberam que seu professor era o próprio Jesus Cristo e que Ele realmente havia ressuscitado. Como eles O reconheceram? “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho nos falava, e quando nos abria as escrituras?” (Lucas 24:27, 32.)

O élder D. Todd Christofferson ensinou: “O propósito central de toda escritura é encher nossa alma de fé em Deus, o Pai, e em Seu Filho Jesus Cristo” (“A bênção das escrituras”, A Liahona, maio de 2010, p. 34). Durante Seu ministério, Jesus usou as escrituras para ensinar, corrigir e inspirar outras pessoas. Certifique-se de que seu ensino não se desvie das escrituras e das palavras dos profetas. Ao confiar fielmente na palavra de Deus em seu ensino, você pode fazer por outras pessoas o que o Salvador fez. Você pode ajudá-los a conhecê-Lo, pois todos precisamos que nossa fé no Salvador seja fortalecida regularmente. Seu amor pelas escrituras ficará evidente para aqueles a quem você ensina, e seu ensino vai convidar o Espírito a fazer com que seu coração arda com um testemunho do Pai e do Filho.

Perguntas para refletir: Como você foi influenciado por um professor que usou as escrituras para ajudá-lo a conhecer melhor o Salvador? O que você pode fazer para confiar mais nas escrituras e nas palavras dos profetas ao ensinar? Como você pode ajudar seus alunos a conhecer e amar a palavra de Deus?

Escrituras: Lucas 4:14–21; Alma 31:5; Helamã 3:29–30; 3 Néfi 23

O Salvador ajudou as pessoas a buscar, reconhecer e compreender a verdade

Um certo doutor da lei perguntou ao Salvador: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Em resposta, o Salvador guiou o questionador para as escrituras: “Que está escrito na lei? Como lês?” Isso levou o homem não apenas a sua resposta — “Amarás ao Senhor teu Deus (…) e ao teu próximo” — mas também para uma pergunta de acompanhamento: “E quem é o meu próximo?” O Salvador respondeu a essa pergunta com uma parábola sobre três homens que viram um companheiro de viagem em necessidade. Apenas um dos três, um samaritano, que era odiado pelos judeus por causa de sua origem, parou para ajudar. Jesus então convidou o doutor da lei a responder sua própria pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele?” (Ver Lucas 10:25–37.)

Por que você acha que o Salvador ensinou dessa maneira — respondendo a perguntas com convites para pesquisar, ponderar e descobrir? Parte da resposta é que o Senhor valoriza o esforço de buscar a verdade. “Buscai, e encontrareis”, Ele aconselhou repetidas vezes (ver, por exemplo, Mateus 7:7; Lucas 11:9; Doutrina e Convênios 4:7). Ele recompensa os atos de fé e a paciência daquele que busca.

Assim como o Salvador, você pode ajudar aqueles a quem ensina a reconhecer e entender a verdade. As escrituras, por exemplo, estão repletas de verdades do evangelho, mas às vezes é preciso esforço consciente para encontrá-las. Ao aprenderem juntos com as escrituras, pare e pergunte às pessoas a quem você ensina que verdades do evangelho elas encontraram. Ajude-as a ver como essas verdades se relacionam com o plano de salvação estabelecido pelo Pai Celestial. Às vezes, as verdades eternas são declaradas nas escrituras e, às vezes, são ilustradas nas histórias e na vida das pessoas sobre as quais lemos. Também pode ser útil explorar juntos o contexto histórico dos versículos que você está lendo, bem como o significado dos versículos e como eles se aplicam a nós hoje.

Perguntas para refletir: Como você identifica as verdades eternas nas escrituras ou nas palavras dos profetas? Como essas verdades abençoam sua vida? Quais são algumas maneiras pelas quais você pode ajudar os alunos a reconhecer e entender verdades que serão significativas para eles e trazê-los para mais perto de Deus?

Escrituras: João 5:39; 1 Néfi 15:14; Doutrina e Convênios 42:12

alunos estudando

O Salvador ensinou verdades que levam à conversão e edificam a fé

Certo Dia do Senhor, o Salvador e Seus discípulos, sentindo fome, passaram por um campo e começaram a comer os grãos. Os fariseus, sempre ansiosos para enfatizar os pontos mais refinados da lei de Moisés, salientaram que a colheita de grãos era tecnicamente uma forma de trabalho, que era proibida no Dia do Senhor (ver Marcos 2:23–24). Para usar a frase do profeta Jacó, do Livro de Mórmon, os fariseus estavam “[olhando] para além do marco” (Jacó 4:14). Em outras palavras, eles estavam tão concentrados nas interpretações tradicionais dos mandamentos que perderam o propósito divino desses mandamentos — aproximar-nos de Deus. Na verdade, os fariseus nem se deram conta de que aquele que deu o mandamento de honrar o Dia do Senhor estava diante deles.

O Salvador aproveitou essa oportunidade para testificar de Sua identidade divina e ensinar por que o Dia do Senhor é importante. Foi criado para nós como um dia de adoração ao Senhor do Sábado, o próprio Jesus Cristo (ver Marcos 2:27–28). Essas verdades nos ajudam a compreender que os mandamentos de Deus são mais do que apenas nosso comportamento exterior. Elas têm o propósito de nos ajudar a mudar nosso coração e a nos tornar mais plenamente convertidos.

Pondere cuidadosamente a doutrina e os princípios nos quais você decide se concentrar. Embora haja muitas verdades nas escrituras que podem ser debatidas, é melhor se concentrar nas verdades do evangelho que levam à conversão e edificam a fé em Jesus Cristo. As verdades simples e básicas que o Salvador ensinou e exemplificou têm o maior poder para mudar nossa vida — verdades sobre Sua Expiação, o plano de salvação, os mandamentos de amar a Deus e amar nosso próximo, etc. Convide o Espírito a prestar testemunho dessas verdades para que toquem profundamente no coração daqueles a quem você ensina.

Perguntas para refletir: Quais são algumas verdades do evangelho que o ajudaram a se tornar mais convertido a Jesus Cristo e a ter mais fé Nele? Como um professor o ajudou a se concentrar nas verdades mais essenciais do evangelho? O que você pode ensinar que vai ajudar outras pessoas a se tornarem mais profundamente convertidas a Jesus Cristo?

Escrituras: 2 Néfi 25:26; 3 Néfi 11:34–41; Doutrina e Convênios 19:31–32; 68:25–28; 133:57; Moisés 6:57–62

O Salvador ajudou as pessoas a encontrar relevância pessoal em Sua doutrina

“Este recebe pecadores, e come com eles”, reclamaram os fariseus sobre Jesus — dando a entender que esse não era o comportamento adequado para um mestre espiritual (Lucas 15:2). Jesus viu que essa era uma oportunidade de lhes ensinar algumas verdades espirituais profundas. Como Ele faria isso? Como Ele ajudaria os fariseus a ver que era o coração deles — não o Dele — que era impuro e precisava ser curado? Como Ele usaria Sua doutrina para mostrar-lhes que o pensamento e o comportamento deles precisavam mudar?

Ele fez isso contando a eles sobre uma ovelha que se desviou do rebanho e uma moeda que desapareceu. Ele falou de um filho rebelde que buscou perdão e de um irmão mais velho que se recusou a recebê-lo ou comer com ele. Cada uma dessas parábolas continha verdades relevantes para a maneira como os fariseus viam outras pessoas, ensinando-lhes que toda alma tem grande valor (ver Lucas 15). O Salvador não disse aos fariseus — ou a nenhum de nós — com quem se identificar em Suas parábolas. Às vezes, somos o pai ansioso. Às vezes, somos o irmão invejoso. Muitas vezes somos a ovelha perdida ou o filho tolo. Mas, seja qual for nossa situação, por meio de Suas parábolas, o Salvador nos convida a encontrar relevância em Seus ensinamentos — para descobrir o que Ele quer que aprendamos e o que talvez precisemos mudar em nosso próprio pensamento e comportamento.

Você pode notar que alguns alunos não compreendem por que algumas verdades importam para eles. Ao refletir sobre as necessidades das pessoas a quem você ensina, pense em como as verdades contidas nas escrituras podem ser significativas e úteis em suas circunstâncias. Uma maneira de ajudar os alunos a ver a relevância das verdades que estão descobrindo é fazendo perguntas como: “Como isso pode ajudá-lo com algo que você está vivenciando agora?” “Por que é importante que você saiba disso?” “Que diferença isso pode fazer em sua vida?” Ouça as pessoas a quem você ensina. Permita que façam perguntas. Incentive-as a fazer conexões entre os ensinamentos do Salvador e sua própria vida. Você também pode falar de como encontrou relevância para sua própria vida no que está ensinando. Isso pode convidar o Espírito a ensinar individualmente aos alunos como a doutrina pode fazer a diferença na vida deles.

Perguntas para refletir: O que torna as verdades do evangelho significativas e úteis para você? O que o ajuda a encontrar relevância pessoal ao estudar o evangelho? O que você está fazendo para se concentrar nas verdades que são relevantes para as pessoas a quem você ensina?

Escrituras: 1 Néfi 19:23; 2 Néfi 32:3; Doutrina e Convênios 43:7–9

Algumas maneiras de aplicar o que você está aprendendo

  • Avalie o que está ensinando para ter certeza de que está ensinando a doutrina verdadeira. Estas perguntas podem ajudar:

    • O que estou planejando ensinar está fundamentado nas escrituras e nas palavras dos profetas modernos?

    • Vários profetas ensinaram isso? O que os líderes atuais da Igreja estão ensinando sobre isso?

    • Como isso ajudará outras pessoas a edificar a fé em Jesus Cristo, arrepender-se e progredir ao longo do caminho do convênio?

    • Isso está de acordo com os sussurros do Espírito Santo ou me sinto espiritualmente instável a esse respeito?

  • Estude diariamente a palavra de Deus para aprender a doutrina verdadeira por si mesmo.

  • Peça aos alunos que leiam as escrituras e as palavras dos profetas modernos enquanto você ensina.

  • Ensine os alunos a usar as notas de rodapé, o Guia para Estudo das Escrituras e outros recursos ao estudarem as escrituras.

  • Peça aos alunos que encontrem verdades em uma passagem de escritura ou em uma história.

  • Preste testemunho de como você soube por si mesmo que uma doutrina é verdadeira.

  • Use histórias ou metáforas para ajudar os alunos a adquirir uma compreensão mais profunda das verdades do evangelho.

Incentive o aprendizado diligente

Jesus tira Pedro das águas turbulentas

O Consumador da Fé, de J. Alan Barrett

Sem dúvida foi inspirador ver o Salvador caminhando sobre as águas. Mas isso não foi suficiente para Pedro. Ele queria fazer o que o Salvador fez, estar onde Ele estava e ter a mesma experiência. “Manda-me ir ter contigo por cima das águas”, disse ele. O Salvador respondeu com um simples convite: “Vem”. Com isso, Pedro saltou da segurança do barco e nos mostrou que o discipulado não é uma experiência passiva (ver Mateus 14:24–33). Exige fé em Cristo e esforço diligente. Mas também traz a rica recompensa de andar com o Salvador.

“Vem.” “Vinde, e vede.” “Vem, segue-me.” “Vai, e faze da mesma maneira” (Mateus 14:29; João 1:39; Lucas 18:22; 10:37). Desde o início de Seu ministério, o Salvador convidou Seus seguidores a vivenciar por si mesmos as verdades, o poder e o amor que Ele ofereceu. Ele assim o fez porque o aprendizado é exatamente isso. Não é apenas ouvir ou ler; é também mudar, arrepender-se e progredir. Nas palavras do Salvador, o aprendizado vem “pelo estudo e também pela fé” (Doutrina e Convênios 88:118; grifo do autor). E a fé inclui agir por nós mesmos, não apenas receber a ação (ver 2 Néfi 2:26).

Quando seguimos o exemplo do Salvador, convidamos aqueles a quem ensinamos a pedir, buscar e bater — e depois encontrar (ver Mateus 7:7–8). E nós mesmos aceitamos esse convite. Juntos, por meio de nossa própria fé em Cristo e nosso esforço diligente, saberemos por nós mesmos o que significa andar com Ele.

Incentivar o aprendizado diligente

  • Ajude os alunos a assumir a responsabilidade por seu próprio aprendizado.

  • Incentive os alunos a conhecer o Salvador estudando o evangelho diariamente.

  • Convide os alunos a se preparar para aprender.

  • Incentive os alunos a falar das verdades que estão aprendendo.

  • Convide os alunos a viver o que estão aprendendo.

O Salvador ajudou as pessoas a assumir a responsabilidade por seu aprendizado

Construir barcos que atravessariam os oceanos com segurança seria uma tarefa difícil para qualquer pessoa. O irmão de Jarede foi “continuamente [dirigido] pela mão do Senhor” (Éter 2:6), recebendo instruções sobre o formato dos barcos e como seriam ventilados. Mas o que você percebe sobre como o Senhor respondeu quando o irmão de Jarede perguntou sobre ter luz nos barcos? (Ver Éter 2:22–25.) Como o irmão de Jarede foi abençoado pelo convite para exercer fé dessa maneira? (Ver Éter 3:1–16.)

Pode parecer mais fácil dizer aos alunos todas as coisas que você acha que devem saber. No entanto, o élder David A. Bednar aconselhou: “Nossa intenção não deve ser: ‘O que vou dizer a eles?’ Em vez disso, as perguntas que fazemos a nós mesmos são ‘O que posso convidá-los a fazer? Que perguntas inspiradas posso fazer, as quais, se eles estiverem dispostos a responder, começarão a convidar o Espírito Santo para a vida deles?’” (Uma Autoridade Geral Fala a Nós, 7 de fevereiro de 2020, broadcasts.ChurchofJesusChrist.org.)

Pense em como você pode convidar os alunos a assumir a responsabilidade por seu aprendizado. Por exemplo, você pode convidá-los a fazer as próprias perguntas, procurar respostas, ponderar e compartilhar ou registrar seus pensamentos e sentimentos. Ao fazê-lo, fortalecerão sua fé, descobrirão verdades na palavra de Deus e terão as próprias experiências com essas verdades. Ao assumir a responsabilidade por nosso próprio aprendizado, podemos dizer, como Joseph Smith: “Aprendi por mim mesmo” (Joseph Smith—História 1:20).

Perguntas para refletir: Por que é importante que os alunos sejam ativos em vez de passivos em seu aprendizado? Como você pode ajudá-los a assumir a responsabilidade pelo aprendizado deles? Como os professores o ajudaram a fazer isso? Que exemplos das escrituras você consegue lembrar em que as pessoas foram convidadas a aprender por si mesmas? Como esses exemplos afetam o modo como você ensina?

Escrituras: 1 Néfi 11; Doutrina e Convênios 9:7–8; 58:26–28; 88:118–125; Joseph Smith—História 1:11–20

O Salvador incentivou as pessoas a conhecê-Lo estudando Sua palavra

Quando chegou a hora de o Salvador organizar oficialmente Sua Igreja nos últimos dias, Ele disse a Seus servos: “Confies nas coisas que estão escritas” (Doutrina e Convênios 18:3). De fato, o Livro de Mórmon, que eles tinham quase terminado de traduzir, continha instruções úteis para a tarefa, inclusive como batizar, como administrar o sacramento e outros detalhes valiosos. Mas o Salvador também queria que Seus servos vissem Suas revelações como uma oportunidade de ouvi-Lo e de conhecê-Lo mais profundamente. Nessa mesma revelação, Ele lhes disse: “É a minha voz que [vos] diz [estas palavras]; (…) portanto, podeis testificar que ouvistes a minha voz e conheceis as minhas palavras” (Doutrina e Convênios 18:35–36).

Pense nas pessoas a quem você ensina. Como elas veem o estudo das escrituras? E você, como vê? É mais do que uma obrigação diária? Ao estudar as escrituras, você sente o Salvador falando diretamente a você? O presidente Russell M. Nelson ensinou: “Onde podemos ir a fim de ouvir o Senhor? Podemos abrir as escrituras. (…) Mergulhar diariamente na palavra de Deus é essencial para a sobrevivência espiritual, especialmente nestes dias de crescente agitação. Ao nos banquetearmos com as palavras de Cristo diariamente, as palavras de Cristo nos dirão como podemos reagir às dificuldades que nunca imaginamos que enfrentaríamos” (“Ouvir o Senhor”, Liahona, maio de 2020, p. 89). Ao ensinar, incentive os alunos a estudar as escrituras com o propósito de encontrar o Salvador — não apenas encontrar versículos ou fatos sobre Ele, mas encontrá-Lo. Ouvir a voz do Senhor todos os dias nas escrituras é fundamental para uma vida inteira de aprendizado diligente e independente do evangelho.

Perguntas para refletir: Pense em seus próprios hábitos de estudo das escrituras. Como o estudo da palavra de Deus fortaleceu seu relacionamento com Ele? O que você pode fazer para melhorar seu estudo? Como você vai inspirar outras pessoas a estudar a palavra de Deus diligente e regularmente? Que bênçãos elas receberão ao fazê-lo?

Escrituras: Josué 1:8; 2 Timóteo 3:15–17; 2 Néfi 32:3; Jacó 2:8; 4:6; Doutrina e Convênios 33:16

O Salvador convidou as pessoas a se preparar para aprender

Mesmo as melhores sementes não podem crescer em solo duro, pedregoso ou espinhoso. Da mesma forma, mesmo a doutrina mais preciosa e que promove a fé é improvável de mudar um coração despreparado para recebê-la. Isso faz parte da mensagem da parábola do Salvador sobre um semeador, sementes e solo em várias condições. É na “boa terra” — o coração que foi abrandado e limpo de pedras e espinhos espirituais — que a palavra de Deus dá frutos que dão vida (ver Mateus 13:1–9, 18–23).

A preparação espiritual é importante — para você e para as pessoas a quem você ensina. Então, como podemos ajudar a preparar nosso coração a fim de que seja uma “boa terra” para a palavra de Deus? Pense nos seguintes princípios de preparação, que você pode aplicar em sua vida e incentivar na vida daqueles a quem ensina. Ore para descobrir o que o Senhor quer que você aprenda. Procure viver de modo a sentir a presença Dele em sua vida. Arrependa-se diariamente. Nutra seu desejo de aprender fazendo perguntas sinceras. Estude a palavra de Deus com fé que Ele o conduzirá a respostas. Abra seu coração para tudo o que Ele lhe ensinar.

À medida que os alunos se preparam para aprender dessa maneira, eles terão olhos espirituais para ver e ouvidos para ouvir o que o Senhor deseja que saibam (ver Mateus 13:16).

Perguntas para refletir: O que você faz a fim de se preparar para aprender? Como sua preparação afeta a maneira como você vê, ouve e compreende a palavra de Deus? Como você pode inspirar outras pessoas a se prepararem para aprender? Que diferença isso poderia fazer na maneira como recebem as verdades do evangelho?

Escrituras: Enos 1:1–8; Alma 16:16–17; 32:6, 27–43; 3 Néfi 17:3

criança lendo as escrituras na sala de aula

O Salvador incentivou as pessoas a falar das verdades que estavam aprendendo

“Sou lento no falar”, lamentou Enoque quando o Senhor o chamou para pregar o evangelho. Mas a eloquência nunca foi um requisito para um servo do Senhor. Em vez disso, o Senhor prometeu a Enoque que, se ele tivesse fé suficiente para abrir a boca, as palavras viriam. “Dar-te-ei palavras”, disse Ele (Moisés 6:31–32). Enoque exerceu sua fé, e o Senhor realmente falou por meio dele, com palavras tão poderosas que fizeram com que o povo tremesse (ver Moisés 6:47). Na verdade, fizeram com que a própria terra tremesse. Montanhas fugiram, rios mudaram seu curso e as nações temeram o povo de Deus, “tão poderosa era a palavra de Enoque e tão grande era o poder da linguagem que Deus lhe dera” (Moisés 7:13).

O Senhor quer que todos nós — não apenas Seus profetas — tenhamos o poder de falar de Sua palavra. Ele quer isso para todos nós, inclusive para as pessoas a quem você ensina (ver Doutrina e Convênios 1:20–21). Nossas palavras podem não mover montanhas ou redirecionar rios, mas podem ajudar a mudar o coração das pessoas. É por isso que é tão importante proporcionar aos alunos oportunidades de falar uns com os outros o que estão aprendendo sobre o Salvador e Seu evangelho. Isso vai ajudá-los a internalizar as verdades que lhes são ensinadas e expressá-las. Também vai ajudá-los a ganhar confiança em sua capacidade de compartilhar verdades em outras situações.

Perguntas para refletir: Pense em uma ocasião em que você falou sobre uma verdade do evangelho com alguém. O que você aprendeu com essa experiência? Quando você se sentiu grato por uma pessoa ter tido a coragem de falar dos pensamentos e das crenças dela? Como as pessoas a quem você ensina se beneficiarão com as oportunidades de falar sobre as coisas que estão aprendendo? Que oportunidades você pode criar para elas?

Escrituras: Alma 17:2–3; Morôni 6:4–6; Doutrina e Convênios 84:85; 88:122; 100:5–8

O Salvador convidou as pessoas a viver o que Ele ensinou

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” “Amai vossos inimigos.” “Pedi, e dar-se-vos-á.” “Entrai pela porta estreita.” (Mateus 5:16, 44; 7:7, 13.) Alguns dos convites mais vívidos e memoráveis de todo o ministério terreno do Salvador foram proferidos ao ensinar Seus discípulos em uma montanha com vista para o mar da Galileia. O propósito do Salvador era mudar vidas, como ficou claro em Seu último convite: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mateus 7:24; grifo do autor).

A chuva desce, as inundações vêm e os ventos sopram na vida de todos. Aprender o evangelho não é suficiente para que os alunos resistam a todas as provações que enfrentarão. É por isso que não devemos hesitar em convidar os alunos a pensar em como podem viver o que estão aprendendo. Por respeito ao arbítrio das pessoas, muitos de nossos convites serão gerais: “O que você se sente inspirado a fazer?” Ocasionalmente, nossos convites precisam ser mais específicos: “Você vai escolher um atributo do Salvador no qual gostaria de melhorar?” Ao proporcionar oportunidades para que os alunos ouçam, reconheçam e compartilhem inspirações vindas do Espírito Santo, Ele lhes ensinará quais ações pessoais precisam tomar. Ajude os alunos a pensar nas bênçãos que receberão ao agir de acordo com o que aprenderam e os incentive a persistir mesmo quando as coisas se tornarem difíceis. Viver a verdade é o caminho mais rápido para aumentar a fé, o testemunho e a conversão. Como disse o Salvador, viver a doutrina do Pai é a maneira de todos sabermos que a doutrina é verdadeira (ver João 7:17).

Perguntas para refletir: Quando você foi inspirado a agir devido a um convite feito por alguém? Como sua vida mudou com isso? Observe os convites que foram dados nas escrituras e pelos líderes da Igreja. O que você aprendeu que pode ajudá-lo a convidar outras pessoas a agir? De que maneiras você pode acompanhar seus convites?

Escrituras: Lucas 10:36–37; João 7:17; Tiago 1:22; Mosias 4:9–10; Doutrina e Convênios 43:8–10; 82:10

Algumas maneiras de aplicar o que você está aprendendo

  • Peça a outras pessoas que venham preparadas para contar algo que o Espírito Santo lhes ensinou, como uma impressão de uma passagem significativa das escrituras.

  • Dê aos alunos oportunidades de ensinar uma parte de uma lição.

  • Incentive os alunos a rever um vídeo, uma escritura ou uma mensagem antes de se reunirem.

  • Resista à tendência de responder a todas as perguntas. Envolva outras pessoas na busca de respostas.

  • Antes de falar de suas percepções sobre uma escritura, peça aos alunos que citem suas próprias ideias.

  • Faça perguntas que exijam que os alunos encontrem respostas na palavra de Deus.

  • Convide os alunos a fazer suas próprias perguntas sobre o que estão aprendendo.

  • Dê tempo para que todos os alunos ponderem uma pergunta antes de pedir-lhes que respondam.

  • Você pode dividir os alunos em pequenos grupos de debate conforme apropriado.

  • Expresse expectativas claras para ajudar os alunos a crescer.

  • Faça convites que inspirem os alunos a melhorar, mas que não sejam tão desafiadores. Acompanhe e convide os alunos a compartilhar suas experiências.

  • Ajude os alunos a aprender com as escrituras, incentivando-os a:

    • Marcar passagens significativas se desejarem.

    • Convidar a revelação por meio da reflexão e da oração.

    • Anotar impressões espirituais.

    • Fazer um diário de estudo.

    • Estabelecer metas e agir de acordo com o que aprenderam.

Parte 3: Auxílios e sugestões práticas

Jesus ensinando um grupo de pessoas

Sugestões para uma variedade de ambientes de ensino e alunos

homem ensinando a família

Os princípios de ensinar à maneira do Salvador podem ser aplicados a qualquer oportunidade de ensino: em casa, na igreja e em outros lugares. No entanto, cada oportunidade vem com suas próprias circunstâncias únicas. Esta seção fornece sugestões adicionais específicas para vários alunos e ambientes de ensino.

Lar e família

A própria casa é o melhor lugar para ensinar e aprender o evangelho

O presidente Russell M. Nelson ensinou que nossa casa deve ser o “centro de aprendizado do evangelho” (“Tornar-nos santos dos últimos dias exemplares”, Liahona, novembro de 2018, p. 113). O ensino que acontece na igreja ou no seminário é valioso e necessário, mas tem como objetivo apoiar o ensino que acontece em casa. O ambiente principal — e o melhor ambiente — para o aprendizado do evangelho, tanto para nós quanto para nossa família, é nossa casa.

Mas isso não significa que o bom aprendizado do evangelho acontece automaticamente em casa; isso exige esforço consciente. O presidente Nelson sugeriu que talvez você precise “transformar” ou “remodelar seu lar”— não necessariamente derrubando paredes ou acrescentando novos pisos, mas talvez avaliando o espírito geral em sua casa, inclusive sua contribuição para esse espírito (“Tornar-nos santos dos últimos dias exemplares”, p. 113). Por exemplo, pense na música, nos vídeos e em outras mídias em sua casa; nas gravuras nas paredes; e na maneira como os membros de sua família falam e tratam uns aos outros. Essas coisas convidam a influência do Espírito Santo? Você reserva tempo para aprender o evangelho individualmente e em família? Os membros da família se sentem amados, seguros e próximos de Deus quando estão em casa?

Talvez você não sinta que tem controle sobre o ambiente espiritual em sua casa. Se for esse o caso, seja a melhor influência que puder e peça ajuda ao Senhor. Ele honrará seus esforços justos. Quando você procura ensinar e aprender o evangelho, mesmo que não veja os resultados desejados de imediato, você está progredindo.

Aprender em casa é fundamentado nos relacionamentos

“Amar as pessoas a quem você ensina” aplica-se a todos os ambientes de ensino do evangelho, mas, em casa, o amor deve vir mais naturalmente e ser sentido mais profundamente. Mesmo que sua casa seja menos do que o ideal, ela deve ser o centro de ensino do evangelho, porque é onde nossos relacionamentos mais duradouros são construídos. Os professores que não fazem parte da família talvez tenham mais experiência ou treinamento como professores, mas nunca podem reproduzir o potencial dos relacionamentos amorosos e eternos que existem em casa. Portanto, nutra esses relacionamentos. Dedique o tempo e os esforços necessários para ouvir seus familiares e edificar a confiança e a compreensão com eles. Isso vai ajudar a criar um firme alicerce para seus esforços de ensinar e aprender o evangelho em casa.

O aprendizado em casa pode ser planejado, mas também espontâneo

A maioria das aulas da Igreja acontece uma vez por semana, com início e fim programados, mas nem sempre é o caso em casa. Você pode ter uma aula marcada para a noite no lar ou o estudo das escrituras em família, mas as oportunidades de ensino na família frequentemente ocorrem em momentos informais e diários — enquanto comem uma refeição, fazem tarefas domésticas, participam de um jogo, no caminho para o trabalho ou para a escola, leem um livro ou assistem a um filme juntos. Um temporal pode ser uma oportunidade de falar sobre como o Salvador nos protege de muitas tempestades espirituais. Um adolescente que precisa tomar uma decisão difícil pode estar pronto para aprender sobre revelação pessoal. Uma criança com medo pode ser abençoada por seu testemunho sobre o Consolador. As crianças que se comportam mal ou maltratam umas às outras podem ser ensinadas sobre o arrependimento e o perdão.

Como esses momentos não são planejados, você não consegue se preparar para eles como se prepararia para uma aula. No entanto, você pode se preparar estando sensível ao Espírito e se esforçando para “[estar] sempre [preparado]” (1 Pedro 3:15). Qualquer momento pode se tornar um momento de ensino ou de aprendizado.

O aprendizado em casa consiste em esforços pequenos, simples e constantes

Os pais às vezes ficam desanimados quando suas tentativas de ensinar o evangelho em casa parecem não ter sucesso. Consideradas individualmente, uma única noite no lar, uma sessão de estudo das escrituras ou uma conversa sobre o evangelho pode não parecer que está fazendo alguma diferença. Mas o acúmulo de esforços pequenos e simples, repetidos consistentemente ao longo do tempo, pode ser mais poderoso e fortalecedor do que um momento monumental ocasional ou uma lição marcante. “Todas as coisas, porém, deverão realizar-se a seu tempo”, disse o Senhor. “Portanto, não vos canseis de fazer o bem, porque estais lançando o alicerce de uma grande obra. E de pequenas coisas provém aquilo que é grande” (Doutrina e Convênios 64:32–33; ver também Alma 37:6–7). Portanto, não desista e não se preocupe em realizar algo grandioso todas as vezes. Seja consistente em seus esforços.

Em casa, aprender e viver são inseparáveis

O evangelho assume relevância imediata em casa. Ali, as pessoas com quem você está aprendendo o evangelho são as pessoas com quem você o viverá — todos os dias. Na verdade, na maior parte do tempo, viver o evangelho é como aprendemos o evangelho. Assim, ao aprender e ensinar o evangelho em casa, procure maneiras de conectar o que está aprendendo com o que está fazendo. Em sua casa, deixe o evangelho ser algo que você se esforça para viver, não apenas algo sobre o qual você fala.

uma mulher ensinando crianças

Ensinar crianças

As crianças precisam de variedade

Todas as crianças são diferentes e, à medida que se desenvolvem, suas necessidades vão mudar. Variar seus métodos de ensino vai ajudá-lo a atender às diversas necessidades delas. Por exemplo, você pode fazer o seguinte:

  • Histórias. As histórias ajudam as crianças a ver como o evangelho se aplica à vida delas. Use histórias das escrituras, de sua própria vida, de sua história da família ou de revistas da Igreja, especialmente histórias sobre o Salvador. Planeje maneiras de envolver as crianças na história — segurando gravuras, repetindo frases ou encenando partes.

  • Auxílios visuais. Gravuras, vídeos e objetos podem ajudar as crianças a compreender e lembrar os princípios do evangelho. Muitas gravuras e muitos vídeos podem ser encontrados na Biblioteca de Mídia, no site ChurchofJesusChrist.org.

  • Música. Os hinos e as músicas da Igreja podem ajudar as crianças a sentir o amor de Deus, sentir o Espírito e aprender as verdades do evangelho. As melodias, os ritmos e as rimas simples podem ajudar as crianças a se lembrar das verdades do evangelho por muitos anos. Ao cantar com as crianças, ajude-as a descobrir e entender os princípios ensinados nas canções.

A maioria das crianças aprende melhor quando vários sentidos estão sendo usados. Encontre maneiras de ajudar as crianças a usar os sentidos da visão, da audição e do tato enquanto aprendem. Em algumas situações, você pode até encontrar maneiras de incluir os sentidos do olfato e do paladar!

As crianças são criativas

Quando você convida as crianças a desenhar, construir, colorir ou escrever algo relacionado a um princípio do evangelho, você está ajudando-as a entender melhor o princípio e dando a elas um lembrete tangível do que aprenderam. Elas também podem usar o que criaram para mostrar o que aprenderam a outras pessoas. Todas as edições da revista Meu Amigo incluem atividades criativas para as crianças.

As crianças são curiosas

Quando as crianças fazem perguntas, veja-as como oportunidades, não como distrações. As perguntas das crianças são uma indicação de que elas estão prontas para aprender, e suas perguntas lhe dão ideias valiosas sobre o que estão pensando e sentindo. Ajude-as a ver que as respostas às perguntas espirituais delas podem ser encontradas nas escrituras e nas palavras dos profetas vivos.

As crianças precisam de amor mesmo quando interrompem

Às vezes, a maneira como uma criança age interrompe o aprendizado de outras. A maioria das interrupções comportamentais acontece devido a uma necessidade não atendida. Quando isso acontecer, seja paciente, amoroso e compreensivo com os desafios que a criança possa estar enfrentando. Ela pode apenas precisar de mais oportunidades para participar da aula de maneira positiva — por exemplo, segurar uma gravura, desenhar algo ou ler uma escritura.

Se a criança continua a interromper, talvez ajude falar com ela em particular. Em espírito de amor e paciência, explique-lhe suas expectativas e sua confiança de que ela pode alcançá-las. Elogie a criança quando ela fizer escolhas melhores.

As crianças têm muito a compartilhar

Quando as crianças aprendem algo novo, elas naturalmente querem contar para outras pessoas. Incentive esse desejo dando a elas oportunidades de ensinar os princípios do evangelho umas às outras, à família e aos amigos. Peça-lhes que compartilhem com você os pensamentos, os sentimentos e as experiências relacionados aos princípios que você está ensinando. Você vai descobrir que elas têm ideias que são simples, puras e poderosas.

As crianças podem sentir o Espírito, mas podem precisar de ajuda para reconhecer Sua influência

Mesmo as crianças que ainda não receberam o dom do Espírito Santo podem sentir Sua influência, especialmente quando estão aprendendo sobre Jesus Cristo e Seu evangelho. Quando elas fazem escolhas corretas, podem sentir a aprovação do Salvador por meio do Espírito. Ensine as crianças sobre as diferentes maneiras pelas quais o Espírito Se comunica conosco. Ajude-as a reconhecer Sua voz quando Ele falar com elas. Isso vai ajudá-las a desenvolver o hábito de buscar e agir de acordo com a revelação pessoal ao longo da vida.

Ensinar jovens

Os jovens têm um grande potencial

Os jovens têm o potencial de fazer coisas notáveis a serviço do Senhor. Muitas experiências registradas nas escrituras mostram que Deus confia na habilidade espiritual dos jovens. Se os jovens percebem que você confia neles, a confiança deles em seu potencial divino aumentará, e eles vão surpreendê-lo com o que podem realizar. Com amor, ajude-os a ver o que o Pai Celestial sabe que podem se tornar. Siga o exemplo do Salvador, continuando a amá-los e a incentivá-los, trabalhando pacientemente com eles e nunca desistindo deles.

Os jovens estão aprendendo sobre si mesmos

Os jovens estão construindo o alicerce de seu testemunho. Eles estão no processo de descobrir suas crenças e convicções. Estão tomando decisões que afetarão o curso de sua vida. Para sobreviver espiritualmente nestes tempos perigosos e para cumprir a missão que o Senhor tem para eles, os jovens a quem você ensina precisarão saber como encontrar forças durante as provações, respostas a suas perguntas e coragem para “servir de testemunhas de Deus” (Mosias 18:9).

Os jovens têm um desejo cada vez maior de aprender as coisas por meio de raciocínio e experiência, em vez de simplesmente serem ensinados. Isso significa que ensinar os jovens exigirá boa capacidade de ouvir. Quando os jovens se sentirem compreendidos, eles se sentirão mais abertos a conselhos e orientação. Assegure-lhes que o Senhor os conhece e vai ajudá-los quando tiverem perguntas e passarem por provações. Eles podem exercer sua fé Nele desenvolvendo o hábito diário de orar, estudar as escrituras e servir ao próximo. Incentivar os jovens a participar das aulas da Igreja e a estudar por conta própria pode ajudá-los a ter experiências pessoais que edificarão seu testemunho de sua herança divina.

Muitos jovens têm facilidade em usar a tecnologia

Se os jovens de sua classe tiverem seus próprios dispositivos eletrônicos, lembre-se de que esses dispositivos são ferramentas para melhorar o aprendizado. Ensine-os a usar as escrituras eletrônicas e outros recursos encontrados na Biblioteca do Evangelho. Você também pode enviar mensagens e links para os jovens a fim de ajudá-los a se prepararem para as próximas lições.

Classe da Escola Dominical

Ensinar adultos

Os adultos podem assumir a responsabilidade por seu aprendizado

Os alunos adultos são capazes de agir por si mesmos em ambientes de aprendizado do evangelho (ver 2 Néfi 2:26). Peça-lhes que se preparem para os debates sobre o evangelho estudando algo com antecedência e os incentive a compartilhar o que estão aprendendo pelo Espírito. Você também pode perguntar-lhes quais princípios do evangelho eles gostariam de aprender juntos.

Os adultos se baseiam em suas experiências ao aprender

Jó declarou: “Com os idosos está a sabedoria, e na longevidade, o entendimento” (Jó 12:12). Geralmente, a sabedoria e o entendimento espiritual vêm após anos de experiência. Ao ensinar os adultos, convide-os a compartilhar experiências que edificaram sua fé no Pai Celestial e em Jesus Cristo. Isso lhes dará oportunidades de testificar sobre como eles souberam que os princípios do evangelho que estão estudando são verdadeiros. Compartilhar experiências também edificará relacionamentos entre as pessoas a quem você ensina, ajudando “todos [a ser] edificados por todos” (Doutrina e Convênios 88:122).

Os adultos buscam a aplicação prática

Os adultos a quem você ensina talvez tenham muitos papéis e muitas responsabilidades no trabalho, na comunidade, nos chamados na Igreja e na família. Quando estudam o evangelho, geralmente pensam em como o que estão aprendendo pode ajudá-los nesses papéis. Peça-lhes que pensem sobre como a palavra de Deus é relevante para suas circunstâncias únicas. Você pode fazer isso perguntando-lhes como os princípios do evangelho são significativos e aplicáveis à vida deles.

Os adultos podem pensar de maneiras complexas

Devido a sua experiência e seu conhecimento, os adultos sabem que nem sempre há respostas fáceis para as perguntas do evangelho. Eles apreciam que uma passagem de escritura tenha múltiplos significados e podem aplicar um princípio do evangelho a uma variedade de situações da vida. Peça-lhes que reflitam sobre como os princípios do evangelho se relacionam uns com os outros e com o que está acontecendo na vida deles. Incentive a participação e o debate para que possam aprender com as perspectivas únicas de cada um.

mulher dando uma aula

Ensinar pessoas com deficiências

Ajude cada pessoa a crescer e progredir

O profeta Joseph Smith ensinou: “Todas as mentes e espíritos que Deus enviou ao mundo são capazes de progredir” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 219). Presuma que todos os filhos de Deus são capazes de crescer em conhecimento e progredir. Peça ao Senhor que o ajude a saber como ajudar cada pessoa.

Saiba mais sobre necessidades específicas

Converse com os alunos, seus pais ou cuidadores. Descubra como cada pessoa aprende melhor e quais estratégias são mais úteis. Você também pode se aconselhar com outros líderes e professores que tenham experiência e ideias para compartilhar. Para estratégias de ensino úteis, consulte disabilities.ChurchofJesusChrist.org.

Crie uma atmosfera positiva

Crie uma atmosfera positiva em que todos se sintam seguros e amados. Não presuma que todos os alunos com deficiências são iguais e trate cada pessoa com amor e respeito. Incentive as pessoas a serem gentis e receptivas.

Certifique-se de que todos participem

Pequenas mudanças podem ser feitas nas atividades para garantir que todos os alunos possam aprender, inclusive aqueles com limitações físicas ou dificuldades de aprendizagem. Por exemplo, se uma atividade sugere a exibição de uma gravura, como alternativa você pode cantar uma música relacionada para incluir os alunos com deficiência visual.

Estabeleça rotinas e estruturas consistentes

Uma maneira de estabelecer uma rotina é criar um cartaz com uma programação. Sua programação pode incluir orações, tempo para o ensino e tempo para as atividades. Seguir uma programação pode ajudar a reduzir os sentimentos de incerteza e ansiedade de alguns alunos.

Entenda por que comportamentos desafiadores acontecem

Aprenda sobre deficiências ou circunstâncias que podem influenciar uma pessoa a agir de maneira inadequada. Preste muita atenção ao que está acontecendo quando surgem comportamentos desafiadores. Em espírito de oração, pense em como modificar a situação para amparar melhor os alunos.

Para mais informações sobre como ensinar pessoas com deficiências, consulte disabilities.ChurchofJesusChrist.org.

Classe das Moças

Ensinar on-line

Familiarize-se com a tecnologia

Antes da aula ou da reunião, passe algum tempo conhecendo a tecnologia que você vai usar. Explore alguns dos recursos, tal como compartilhar vídeos ou fotos. Pense na possibilidade de fazer uma reunião “teste” com sua família ou seus amigos.

A maioria das alas e estacas tem um especialista em tecnologia. Você talvez conheça outras pessoas que têm experiência com reuniões virtuais. Peça-lhes conselhos e orientação.

Elimine possíveis distrações

Se possível, faça sua reunião em um local silencioso. O barulho ao fundo pode distrair a atenção das pessoas. Peça aos participantes que façam o mesmo ou que mantenham seu microfone no mudo se não estiverem falando.

Use a câmera

Se possível, mantenha sua câmera ligada para que os participantes vejam seu rosto. Sugira aos participantes que também liguem suas respectivas câmeras, mas isso não é obrigatório. Isso pode ajudar a criar um espírito de união e apoio mútuo.

Use o recurso de chat virtual

Muitos programas de reuniões on-line permitem que os participantes façam perguntas ou comentários numa janela de chat. Alguns também permitem que os participantes levantem a mão virtualmente. Ensine esses recursos aos participantes. Se desejar, peça a alguém que fique encarregado de observar se alguém levantar a mão ou fizer um comentário no chat para que você possa se concentrar no debate.

Encontre maneiras de envolver os alunos

A configuração do aprendizado on-line às vezes pode dificultar que as pessoas sejam vistas e ouvidas. Faça um esforço consciente para envolver aqueles que querem estar envolvidos. Às vezes isso significa criar grupos menores (por exemplo, separando uma classe grande da Escola Dominical em grupos). Às vezes, significa pedir previamente aos alunos que participem de uma maneira específica. Não deixe que as limitações da tecnologia façam com que você esqueça ou não veja as pessoas que estão ansiosas e dispostas a aprender.

Modelo de esboço de planejamento de aula

Este gráfico pode ajudá-lo a pensar em quais escrituras, perguntas e outros recursos você vai usar para ajudar os alunos a compreender melhor cada princípio ou doutrina que você ensinar. Anote cada princípio ou doutrina e os recursos que vai usar.

Modelo de esboço de planejamento de aula

Como me tornar um professor mais semelhante a Cristo: Avaliação pessoal

formulário de avaliação pessoal

Para líderes — Ajudar os professores a ter sucesso

Classe da Escola Dominical

Interações individuais

Com frequência, a melhor maneira de atender às necessidades exclusivas dos professores é por meio de interações individuais. Por exemplo, como líder, você pode ter uma breve conversa com um professor antes ou depois da aula para debater os princípios contidos em Ensinar à Maneira do Salvador. Você pode se preparar para esse debate observando o professor ensinar. Procure compreender melhor os pontos fortes do professor e descobrir maneiras pelas quais você pode oferecer apoio.

Edificar os pontos fortes de um professor é tão importante quanto identificar oportunidades de aperfeiçoamento. É útil começar a conversar com os professores pedindo-lhes que ponderem por si mesmos o que está indo bem e o que acham que deve melhorar.

Ao se reunir com os professores, pense em maneiras de fortalecê-los e incentivá-los com bondade e gratidão pelo serviço que prestam.

Reuniões de conselho dos professores

Cada ala deve realizar trimestralmente uma reunião de conselho em que os professores possam se aconselhar sobre os princípios do ensino à maneira do Salvador. As reuniões de conselho dos professores também podem ser realizadas para os pais (ver Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 13.5, ChurchofJesusChrist.org).

Quando essas reuniões devem acontecer?

Essas reuniões são realizadas durante o horário das aulas de 50 minutos no domingo.

  • Os professores do sacerdócio, da Sociedade de Socorro e das Moças podem participar no primeiro ou no terceiro domingo conforme determinado pelos líderes locais.

  • Os professores da Escola Dominical podem participar no segundo ou no quarto domingo conforme determinado pelos líderes locais.

  • Os professores da Primária podem participar em qualquer domingo conforme determinado pela presidência da Primária e da Escola Dominical. Se necessário, os professores da Primária podem se reunir separadamente para se aconselharem a respeito dos aspectos específicos relacionados ao ensino de crianças. Isso pode acontecer durante o tempo de cantar de 20 minutos, antes ou depois das reuniões dominicais regulares, ou em outro dia da semana. Mais de uma reunião de conselho dos professores pode ser realizada durante o trimestre para os professores da Primária para que não se ausentem de todas as aulas da Primária na mesma semana. (Observação: Se for necessário, a presidência da Primária designa professores substitutos, junta as classes ou faz outros ajustes para permitir que os professores da Primária participem das reuniões de conselho.)

  • As reuniões de conselho dos professores para os pais podem ser realizadas em qualquer domingo conforme determinado pelo conselho da ala.

Quem deve participar?

Todos os que ensinam em um quórum ou uma classe na ala devem participar, com pelo menos um dos líderes do sacerdócio ou de organizações que seja responsável por esses quóruns ou essas classes. Se necessário, os participantes podem ser divididos em grupos de acordo com as necessidades de seus alunos. Por exemplo, os professores dos jovens ou das crianças podem achar útil se reunir separadamente em algumas ocasiões para debaterem questões específicas relacionadas ao ensino dos jovens e das crianças.

Para as reuniões de conselho dos professores para os pais, o conselho da ala determina se deve convidar pais específicos ou se será aberto para todos os que queiram participar.

Quem lidera essas reuniões?

O conselho da ala, com o auxílio da presidência da Escola Dominical, supervisiona as reuniões de conselho dos professores. Eles se aconselham sobre as necessidades dos professores e dos alunos com base no que observaram nas aulas e nas reuniões. Eles trabalham juntos para determinar quais princípios e práticas do manual Ensinar à Maneira do Salvador atenderão melhor às necessidades que identificaram.

Geralmente, o presidente da Escola Dominical lidera as reuniões de conselho dos professores. Outros membros da ala também podem ser designados para liderar essas reuniões ocasionalmente. As presidências de quórum e de organização reforçam com seus professores os princípios e as práticas debatidos na reunião.

O que deve acontecer em uma reunião de conselho dos professores?

A reunião de conselho dos professores deve seguir este formato:

  • Compartilhar e aconselhar-se. Convide os professores a contar experiências recentes de ensino, fazer perguntas relacionadas ao ensino e sugerir ideias para enfrentar os desafios. Essa parte da reunião pode incluir uma análise dos princípios debatidos nas reuniões anteriores.

  • Aprender juntos. Peça aos professores que debatam um dos seguintes princípios apresentados neste recurso: concentrar-se em Jesus Cristo, amar as pessoas a quem você ensina, ensinar pelo Espírito, ensinar a doutrina e incentivar o aprendizado diligente. Os princípios podem ser apresentados em qualquer ordem e, a menos que seja orientado pelo conselho da ala, os participantes da reunião devem escolher o próximo princípio a ser debatido. Vocês podem usar mais de uma reunião para debater sobre um princípio se necessário.

  • Planejar e convidar. Ajude os professores a planejar como aplicarão o princípio que debateram. Se for adequado, vocês também podem praticar juntos uma habilidade que debateram. Convide-os a registrar e agir conforme as impressões que recebem sobre como aplicar o princípio em seu ensino, inclusive em seu empenho de ensinar em casa. Incentive-os a começar a estudar o próximo princípio a ser debatido.

Na medida do possível, as reuniões de conselho dos professores devem servir como exemplo dos princípios sendo debatidos.

moças se abraçando

Como orientar os professores recém-chamados

Como líder, você tem a responsabilidade de “[reunir-se] com os professores recém-chamados” em sua organização e “[ajudar] a prepará-los para seu chamado” (Manual Geral, item 17.3, ChurchofJesusChrist.org). Essas reuniões são uma oportunidade para você apresentar os professores novos ao chamado sagrado deles e inspirá-los com uma visão do que significa ensinar à maneira do Salvador. Como líder, você pode ajudar os novos professores a se preparar para servir, fazendo o seguinte:

  • Expresse confiança de que o Salvador vai ajudá-los em seu chamado (ver Doutrina e Convênios 88:78).

  • Dê aos novos professores um exemplar deste recurso e os incentive a procurar maneiras de aplicar seus princípios ao ensinar.

  • Fale com os novos professores qualquer coisa sobre sua organização que seria útil para eles saberem.

  • Conforme necessário, diga aos novos professores que sala vão usar e por qual lição começar. Forneça quaisquer informações que precisem saber sobre a classe e os membros da classe.

  • Explique aos novos professores que você pode ajudá-los com o chamado deles. Ofereça apoio na sala de aula e acesso aos recursos de ensino se necessário.

  • Ofereça-se para assistir às aulas dos professores ocasionalmente e dar feedback conforme inspirado pelo Espírito.

  • Convide os professores a participar das reuniões trimestrais de conselho dos professores.