Com notas explicativas e referências cruzadas das obras-padrão de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Publicada por
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Salt Lake City, Utah, EUA
© 2013 by Intellectual Reserve, Inc. All rights reserved. Source: 2015/03/24
Cristo nasce de Maria — Ela concebe pelo poder do Espírito Santo — Nosso Senhor é chamado de Jesus.
Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
2 Abraão gerou Isaque; e Isaque gerou Jacó; e Jacó gerou Judá e seus irmãos;
3 E Judá gerou, de Tamar, Perez e Zerá; e Perez gerou Esrom; e Esrom gerou Arão;
4 E Arão gerou Aminadabe; e Aminadabe gerou Naassom; e Naassom gerou Salmom;
5 E Salmom gerou, de Raabe, Boaz, e Boaz gerou, de Rute, Obede; e Obede gerou Jessé;
6 E Jessé gerou o rei Davi; e o rei Davi gerou Salomão, da que foi mulher de Urias;
7 E Salomão gerou Roboão; e Roboão gerou Abias; e Abias gerou Asa;
8 E Asa gerou Josafá; e Josafá gerou Jorão; e Jorão gerou Uzias;
9 E Uzias gerou Jotão; e Jotão gerou Acaz; e Acaz gerou Ezequias;
E Ezequias gerou Manassés; e Manassés gerou Amom; e Amom gerou Josias;
11 E Josias gerou Jeconias e seus irmãos no tempo do exílio para Babilônia.
12 E depois do exílio para Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; e Salatiel gerou Zorobabel;
13 E Zorobabel gerou Abiúde; e Abiúde gerou Eliaquim; e Eliaquim gerou Azor;
14 E Azor gerou Sadoque; e Sadoque gerou Aquim; e Aquim gerou Eliúde;
15 E Eliúde gerou Eleazar; e Eleazar gerou Matã; e Matã gerou Jacó;
16 E Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são quatorze gerações; e desde Davi até o exílio para Babilônia, quatorze gerações; e desde o exílio para Babilônia até o Cristo, quatorze gerações.
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se unirem, achou-se grávida do Espírito Santo.
19 Então José, seu marido, como era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
E projetando ele isso, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu num sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;
21 E dará à luz um filho e tu chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco.
24 E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher;
25 E não a conheceu até que ela deu à luz o seu filho, o primogênito; e chamou-o pelo nome de Jesus.
Os magos são guiados por uma estrela até Jesus — José leva a criança para o Egito — Herodes mata as crianças em Belém — Jesus é levado para morar em Nazaré.
E tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,
2 Dizendo: Onde está aquele que é nascido Rei dos Judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo.
3 E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
4 E congregados todos os principais dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde haveria de nascer o Cristo.
5 E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia; porque assim está escrito pelo profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.
7 Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
8 E enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
9 E tendo eles ouvido o rei, foram-se; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande alegria.
11 E entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.
12 E sendo por divina revelação avisados em sonho para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
13 E tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
14 E levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito,
15 E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.
16 Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de idade de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
17 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz:
18 Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; Raquel chorando por seus filhos, e não quis ser consolada, porque já não existem.
19 Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu num sonho a José no Egito,
Dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino.
21 Então ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.
22 E ouvindo que Arquelau reinava na Judeia em lugar de Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, foi para as partes da Galileia.
23 E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
João Batista prega na Judeia — Jesus é batizado, e o Pai O proclama como Seu Filho Amado.
E naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia,
2 E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus;
3 Porque é este o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto; preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4 E esse João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
5 Então iam ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão,
6 E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7 E vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9 E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.
11 E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.
12 Em sua mão tem a pá, e limpará completamente a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.
13 Então veio Jesus da Galileia a João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 João opunha-se-lhe, porém, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.
16 E sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Jesus jejua por quarenta dias e é tentado — Ele inicia Seu ministério, chama discípulos e cura os enfermos.
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3 E chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se façam pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
5 Então o diabo o levou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Ele aos seus anjos ordenará a respeito de ti; e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
8 Novamente, o diabo o levou a um monte muito alto, e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
11 Então o diabo o deixou; e eis que chegaram os anjos, e o serviram.
12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia;
13 E deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali;
14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:
15 A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações;
16 O povo, assentado em trevas, viu uma grande luz; e para os que estavam assentados na região e sombra da morte raiou a luz.
17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
18 E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.
21 E adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e chamou-os;
22 Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.
23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoniados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.
25 E seguiam-no grandes multidões da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia, e de além do Jordão.
Jesus prega o Sermão da Montanha — Seus ensinamentos substituem e transcendem alguns aspectos da lei de Moisés — É dado o mandamento de que todos sejam perfeitos como o Pai Celestial.
E Jesus, vendo as multidões, subiu a um monte, e assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 E abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus;
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem todo mal contra vós por minha causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
13 Vós sois o sal da terra; e se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte,
15 Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruir, mas para cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um só til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.
19 Qualquer, pois, que violar um destes mínimos mandamentos, e assim ensinar os homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22 Eu vos digo, porém, que qualquer que se encolerizar contra seu irmão, sem motivo, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do Sinédrio; qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.
23 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai, reconcilia-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta.
25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao guarda, e te encerrem na prisão.
26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
27 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 Eu vos digo, porém, que qualquer que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
29 Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
E se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, sem ser por causa de fornicação, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
33 Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.
34 Eu vos digo, porém, que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35 Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disso é de procedência maligna.
38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39 Eu vos digo, porém, que não resistais ao homem mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
E ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;
41 E se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
44 Eu vos digo, porém: Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem;
45 Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre os maus e os bons, e a chuva desça sobre os justos e os injustos.
46 Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
Jesus continua o Sermão da Montanha — Ele ensina aos discípulos a oração do Pai Nosso — Eles recebem o mandamento de buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça.
Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra forma, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
4 Para que a tua esmola seja dada em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente.
5 E quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente.
7 E orando, não useis vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
13 E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós;
15 Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.
16 E quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
17 Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
18 Para não parecer aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente.
19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão as trevas!
24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
25 Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que o vestuário?
26 Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27 E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
28 E quanto ao vestuário, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32 (Porque todas essas coisas os gentios procuram). Pois vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;
33 Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Jesus conclui o Sermão da Montanha — Ele ordena: Não julgueis; pedi a Deus; acautelai-vos dos falsos profetas — Ele promete salvação àqueles que fazem a vontade do Pai.
Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido hão de medir a vós.
3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; e eis uma trave no teu olho?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés, e voltando-se, vos despedacem.
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Porque todo aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, se abre.
9 E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
E pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem?
12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas.
13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ele;
14 Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que o encontrem.
15 Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm a vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16 Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.
18 Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons.
19 Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
E assim, pelos seus frutos os conhecereis.
21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23 E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
24 Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 E desceu a chuva, e correram os rios, e sopraram os ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26 E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as pratica, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27 E desceu a chuva, e correram os rios, e sopraram os ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28 E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29 Porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.
Jesus sara um leproso, cura o criado do centurião e outros, acalma a tempestade e expulsa demônios — Os demônios entram em uma manada de porcos.
E descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão.
2 E eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se tu queres, podes tornar-me limpo.
3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou limpo da lepra.
4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
5 E entrando Jesus em Cafarnaum, veio a ele um centurião, rogando-lhe,
6 E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado.
7 E Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.
8 E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar;
9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz.
E maravilhou-se Jesus, ouvindo isso, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem em Israel encontrei tanta fé.
11 Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus;
12 E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
13 Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
14 E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre.
15 E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os.
16 E chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoniados, e com a palavra expulsou deles os espíritos malignos, e curou todos os que estavam enfermos;
17 Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.
18 E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para o outro lado;
19 E aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei.
E disse Jesus: As raposas têm seus covis, e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiro vá sepultar meu pai.
22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus mortos.
23 E entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram;
24 E eis que no mar se levantou uma tempestade tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
25 E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos!
26 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.
27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
28 E tendo chegado ao outro lado, à província dos gergesenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoniados, vindos dos sepulcros, tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho.
29 E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui para atormentar-nos antes do tempo?
E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos.
31 E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos.
32 E ele lhes disse: Ide. E saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.
33 E os que os apascentavam fugiram, e chegando à cidade, divulgaram todas aquelas coisas, e o que acontecera aos endemoniados.
34 E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus, e vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.
Jesus perdoa pecados, cura um paralítico e chama Mateus — Jesus come com os pecadores, cura uma mulher que toca as Suas vestes e revive a filha de Jairo — Ele abre os olhos dos cegos, expulsa um demônio e prega o evangelho.
E entrando no barco, passou para o outro lado, e chegou à sua cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.
2 E Jesus, vendo a sua fé, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.
3 E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Ele blasfema.
4 Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Por que pensais mal em vossos corações?
5 Pois qual é mais fácil, dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?
6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.
7 E levantando-se, foi para sua casa.
8 E a multidão, vendo isso, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal autoridade aos homens.
9 E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
E aconteceu que, estando ele em casa assentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e assentaram-se juntamente à mesa com Jesus e seus discípulos.
11 E os fariseus, vendo isso, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.
13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
14 Então chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam?
15 E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o noivo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o noivo, e então jejuarão.
16 E ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura;
17 Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam.
18 Dizendo-lhes ele essas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.
19 E Jesus, levantando-se, seguiu-o, ele e os seus discípulos.
E eis que uma mulher que por doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla da sua veste;
21 Porque dizia consigo: Se eu tão somente tocar a sua veste, ficarei sã.
22 E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.
23 E Jesus, chegando à casa daquele chefe, e vendo os flautistas, e o povo em alvoroço,
24 Disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.
25 E logo que o povo foi posto para fora, ele entrou, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se.
26 E espalhou-se aquela notícia por toda aquela terra.
27 E partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi.
28 E quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
29 Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
E os olhos se lhes abriram. E Jesus advertiu-os severamente, dizendo: Vede que não o saiba ninguém.
31 Mas, tendo ele saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra.
32 E havendo-se eles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoniado.
33 E expulso o demônio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.
34 Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios.
35 E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
36 E vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam fatigados e desgarrados, como ovelhas que não têm pastor.
37 Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.
38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara.
Jesus instrui os Doze Apóstolos, concede-lhes poder e envia-os para pregar, ministrar e curar os enfermos — Aqueles que recebem os Doze recebem o Senhor.
E chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e curarem toda enfermidade e todo mal.
2 Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu;
4 Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, o mesmo que o traiu.
5 Jesus enviou esses doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;
6 Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;
7 E indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.
8 Curai os enfermos, purificai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.
9 Não possuais ouro, nem prata, nem cobre em vossos cintos,
Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento.
11 E em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.
12 E quando entrardes em alguma casa, saudai-a;
13 E se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; porém, se não for digna, torne para vós a vossa paz.
14 E se ninguém vos receber, nem escutar vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15 Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
16 Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inocentes como as pombas.
17 Acautelai-vos, porém, dos homens, porque eles vos entregarão aos Sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18 E sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios.
19 Mas, quando vos entregarem, não estejais cuidadosos de como, ou do que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai, que fala em vós.
21 E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22 E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
23 Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem.
24 Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.
25 Baste ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor; se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?
26 Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.
27 O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
28 E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer a alma e o corpo no inferno.
29 Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.
E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
31 Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
32 Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.
34 Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada;
35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
36 E serão os inimigos do homem os que são seus familiares.
37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
38 E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39 Quem achar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á.
Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.
41 Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo em qualidade de justo, receberá galardão de justo.
42 E qualquer que tiver dado ainda que seja um copo de água fria a um destes pequeninos, em qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo nenhum perderá o seu galardão.
Jesus declara que João é mais do que um profeta — As cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum são repreendidas por sua incredulidade — O Filho revela o Pai — O jugo de Cristo é suave, e o Seu fardo é leve.
E aconteceu que, acabando Jesus de instruir seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.
2 E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,
3 Dizendo-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes:
5 Os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e o evangelho é anunciado aos pobres.
6 E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim.
7 E partindo eles, começou Jesus a dizer às multidões, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?
8 Ou que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que se vestem ricamente estão nas casas dos reis.
9 Ou então que fostes ver? um profeta? sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta.
Porque é este de quem está escrito: Eis que adiante da tua face envio o meu mensageiro, que preparará adiante de ti o teu caminho.
11 Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu ninguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
12 E desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e os violentos se apoderam dele.
13 Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
14 E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.
15 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
16 Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros,
17 E dizem: Tocamos-vos flauta, e não dançastes; cantamos-vos lamentações, e não chorastes.
18 Pois veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio.
19 Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
Então começou ele a repreender as cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios por não se haverem arrependido, dizendo:
21 Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com pano de saco e com cinza.
22 Porém eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós.
23 E tu, Cafarnaum, que te ergues até os céus, serás abatida até o inferno; porque, se entre os de Sodoma fossem feitos os prodígios que em ti se fizeram, teriam permanecido até hoje.
24 Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.
25 Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.
26 Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a vossa alma.
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Jesus proclama-Se o Senhor do Sábado e cura no dia do Sábado — Ele é acusado de expulsar demônios pelo poder de Belzebu — Ele fala da blasfêmia contra o Espírito Santo e diz que uma geração má e adúltera pede sinais.
Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos tinham fome, e começaram a colher espigas, e a comer.
2 E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado.
3 Ele, porém, lhes disse: Não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4 Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes?
5 Ou não lestes na lei que, nos sábados, os sacerdotes violam o sábado no templo, e ficam sem culpa?
6 Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.
7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
8 Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor.
9 E partindo dali, chegou à sinagoga deles.
E estava ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
11 E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tenha uma ovelha, e se num sábado a tal ovelha cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?
12 Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer o bem nos sábados.
13 Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.
14 E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem,
15 Mas, sabendo-o, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele os curou a todos.
16 E recomendava-lhes rigorosamente que não o dessem a conhecer,
17 Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:
18 Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu Espírito, e anunciará aos gentios o juízo.
19 Não contenderá, nem clamará, nem ninguém ouvirá pelas ruas a sua voz;
Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo;
21 E no seu nome os gentios esperarão.
22 Trouxeram-lhe então um endemoniado cego e mudo; e o curou, de tal modo que o cego e mudo falava e via.
23 E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?
24 Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios.
25 Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
26 E se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino?
27 E se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes.
28 Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então é chegado a vós o reino de Deus.
29 Ou como pode alguém entrar na casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não manietar o valente, saqueando então a sua casa?
Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
31 Portanto, eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; porém a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens.
32 E se qualquer falar alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no futuro.
33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
34 Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
35 O homem bom tira boas coisas do tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.
37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
38 Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal.
39 Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará senão o sinal do profeta Jonas;
Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra.
41 Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas.
42 A rainha do sul se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão.
43 E quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
44 Então diz: Voltarei para a minha casa de onde saí. E voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada.
45 Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta má geração.
46 E falando ele ainda à multidão, eis que estavam ali fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe.
47 E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te.
48 Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos?
49 E estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos;
Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.
Jesus explica por que Ele ensina com parábolas — Ele conta a parábola do semeador, a do trigo e do joio, a do grão de mostarda, a do fermento, a do tesouro escondido no campo, a da pérola de grande valor e a da rede lançada ao mar — Um profeta não é honrado por seu próprio povo.
E Jesus, tendo saído da casa naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2 E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um grão produziu cem, outro sessenta e outro trinta.
9 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
E acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
11 Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado;
12 Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
13 Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e ouvindo, não ouvem nem compreendem.
14 E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e vendo, vereis, mas não percebereis.
15 Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
16 Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17 Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram,
18 Escutai vós, pois, a parábola do semeador.
19 Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho;
Porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;
21 Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende;
22 E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;
23 Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.
24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
25 Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26 E quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
27 E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então joio?
28 E ele lhes disse: Um inimigo é que fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?
29 Porém ele lhes disse: Não; para que ao arrancar o joio não arranqueis também o trigo com ele.
Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro.
31 Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando-o, semeou no seu campo;
32 O qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.
33 Outra parábola lhes propôs: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher, pegando-o, introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.
34 Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão, e não lhes falava sem parábolas;
35 Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.
36 Então Jesus, despedindo a multidão, foi para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do Homem;
38 O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;
39 O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.
42 E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
43 Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
44 Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e na sua alegria, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
45 Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;
46 E encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.
47 Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda qualidade de peixes.
48 E estando cheia, os pescadores a puxam para a praia; e assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.
49 Assim será no fim do mundo: os anjos virão, e separarão os maus dentre os justos.
E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
51 E disse-lhes Jesus: Entendestes todas essas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
52 E ele disse-lhes: Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira dos seus tesouros coisas novas e velhas.
53 E aconteceu que Jesus, concluindo essas parábolas, se retirou dali.
54 E chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?
56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isso?
57 E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua pátria e na sua casa.
58 E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.
João Batista é decapitado — Jesus alimenta cinco mil e anda sobre o mar — Aqueles que tocam na orla das Suas vestes são curados.
Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus,
2 E disse aos seus criados: Este é João Batista; ressuscitou dos mortos, e por isso as maravilhas operam nele.
3 Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o manietado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe;
4 Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la.
5 E querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.
6 Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes.
7 Pelo que prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse;
8 E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.
9 E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam com ele, mandou que se lhe desse.
E mandou decapitar João no cárcere,
11 E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe.
12 E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.
13 E Jesus, ouvindo isso, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e sabendo-o o povo, seguiu-o a pé desde as cidades.
14 E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e foi movido de íntima compaixão para com ela, e curou os seus enfermos.
15 E caindo a tarde, os seus discípulos aproximaram-se-lhe, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si.
16 Jesus, porém, lhes disse: Não é necessário que vão; dai-lhes vós de comer.
17 Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
18 E ele disse: Trazei-mos aqui.
19 E mandando que a multidão se assentasse sobre a relva, e tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão.
E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze cestos cheios.
21 E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.
22 E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto despedia a multidão.
23 E despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E chegando já o entardecer, estava ali só.
24 E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário;
25 Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar.
26 E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo.
27 Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não tenhais medo.
28 E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e começando a afundar, clamou, dizendo: Senhor, salva-me.
31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?
32 E quando subiram para o barco, o vento acalmou.
33 Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.
34 E tendo passado para o outro lado, chegaram à terra de Genezaré.
35 E quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram avisar por todas aquelas terras em redor, e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.
36 E rogavam-lhe para que ao menos eles tocassem a orla das suas vestes; e todos os que as tocavam ficavam sãos.
Os escribas e fariseus contendem com Jesus — Ele cura a filha de uma mulher gentia — Ele alimenta quatro mil.
Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:
2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão.
3 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?
4 Porque Deus ordenou, dizendo: Honra teu pai e tua mãe; e: Quem maldisser o pai ou a mãe, certamente morrerá.
5 Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; desobrigado fica. Esse não honrará de modo algum nem a seu pai nem a sua mãe,
6 E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.
7 Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
8 Este povo aproxima-se de mim com a sua boca, e honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9 Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
E chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:
11 O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.
12 Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
13 Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta, que meu Pai Celestial não plantou, será arrancada.
14 Deixai-os; são cegos condutores de cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
15 E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.
16 Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender?
17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado na latrina?
18 Mas o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.
19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicações, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
São essas coisas que contaminam o homem; comer, porém, sem lavar as mãos não contamina o homem.
21 E partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom.
22 E eis que uma mulher cananeia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoniada.
23 Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando após nós.
24 E ele, respondendo, disse: Eu não sou enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25 Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me.
26 Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
27 E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
28 Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como tu desejas. E desde aquela mesma hora a sua filha ficou sã.
29 E Jesus, partindo dali, chegou ao pé do mar da Galileia, e subindo a um monte, assentou-se ali.
E vieram ter com ele grandes multidões, que traziam coxos, cegos, mudos, aleijados, e outros muitos; e os puseram aos pés de Jesus, e ele os sarou;
31 De tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificavam o Deus de Israel.
32 E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho íntima compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho.
33 E os seus discípulos disseram-lhe: De onde nos viriam no deserto tantos pães, para saciar tal multidão?
34 E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete, e uns poucos peixinhos.
35 E mandou à multidão que se assentasse no chão.
36 E tomando os sete pães e os peixes, e dando graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos, à multidão.
37 E todos comeram e se saciaram; e levantaram, do que sobejou dos pedaços, sete cestos cheios.
38 Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças.
39 E tendo despedido a multidão, entrou no barco, e dirigiu-se ao território de Magdala.
Jesus adverte contra a doutrina dos fariseus e saduceus — Pedro testifica que Jesus é o Cristo, sendo-lhe prometidas as chaves do reino — Jesus prediz Sua morte e ressurreição.
E chegando-se os fariseus e os saduceus, e tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.
2 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando chega o entardecer, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
3 E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não sabeis discernir os sinais dos tempos?
4 Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E deixando-os, retirou-se.
5 E passando seus discípulos para o outro lado, tinham-se esquecido de levar pão.
6 E Jesus disse-lhes: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus.
7 E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão.
8 E Jesus, percebendo-o, disse: Por que arrazoais entre vós, homens de pouca fé, sobre o não terdes pão?
9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantos cestos levantastes?
Nem dos sete pães para quatro mil, e de quantos cestos levantastes?
11 Como não entendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?
12 Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus.
13 E chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?
14 E eles disseram: Uns, João Batista, outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas.
15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis vós que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18 E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.
21 Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.
22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te aconteça isso.
23 Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim, achá-la-á.
26 Pois que aproveita ao homem, se ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma? ou que dará o homem em troca da sua alma?
27 Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.
28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.
Jesus se transfigura diante de Pedro, Tiago e João no monte — Jesus cura um lunático, fala de Sua morte que se aproxima e paga os tributos de uma forma milagrosa.
Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, e Tiago, e João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
5 E estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E eis que uma voz da nuvem disse: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.
6 E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto, e tiveram grande medo.
7 E Jesus, aproximando-se, tocou-os, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.
8 E erguendo eles os olhos, a ninguém viram senão unicamente a Jesus.
9 E descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos.
E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
11 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade, Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;
12 Mas digo-vos que Elias já veio, e não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim padecerá também nas mãos deles o Filho do Homem.
13 Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.
14 E quando chegaram à multidão, aproximou-se dele um homem, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:
15 Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes, na água;
16 E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo.
17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.
18 E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou.
19 Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo?
E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a este monte: Passa daqui para acolá; e haveria de passar; e nada vos seria impossível.
21 Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e por jejum.
22 Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens;
23 E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.
24 E chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as duas dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as duas dracmas?
25 Disse ele: Sim. E entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o imposto? Dos seus filhos, ou dos estranhos?
26 Disse-lhe Pedro: Dos estranhos. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos.
27 Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.
Jesus explica como devemos tratar nossos irmãos que nos ofendem — O Filho do Homem veio salvar o que estava perdido — Todos os Doze recebem as chaves do reino — Jesus explica por que devemos perdoar.
Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?
2 E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles,
3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
5 E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.
6 Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.
7 Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é necessário que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!
8 Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno.
9 E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno.
Vede que não desprezeis nenhum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.
11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido.
12 Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?
13 E se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior alegria tem por aquela do que pelas noventa e nove que não se desgarraram.
14 Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
15 Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;
16 Se não te ouvir, porém, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.
17 E se não os escutar, dize-o à igreja; e se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.
18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
19 Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.
Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
21 Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? até sete?
22 Jesus lhe disse: Não te digo: Até sete; mas, até setenta vezes sete.
23 Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis ajustar contas com os seus servos;
24 E começando a ajustar contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;
25 E não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e a sua mulher, e filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida fosse paga.
26 Então aquele servo, prostrando-se, o adorava, dizendo: Senhor, sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
27 Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários, e lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
29 Então o seu conservo, prostrando-se aos seus pés rogava-lhe, dizendo: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
Ele, porém, não quis, antes foi e lançou-o na prisão, até que pagasse a dívida.
31 Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.
32 Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste;
33 Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
34 E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
35 Assim vos fará também meu Pai Celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
Jesus ensina sobre casamento e divórcio — A vida eterna é para aqueles que guardam os mandamentos — Os Doze Apóstolos julgarão a casa de Israel.
E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galileia, e dirigiu-se aos confins da Judeia, de além do Jordão;
2 E seguiram-no grandes multidões, e curou-as ali.
3 Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não lestes que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne?
6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7 Disseram-lhe eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.
11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.
13 Trouxeram-lhe então alguns pequeninos, para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam.
14 Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.
15 E tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.
16 E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
17 E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
18 Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
19 Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
22 E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
23 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que dificilmente entrará um rico no reino dos céus.
24 E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
25 Os seus discípulos, ouvindo isso, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois, salvar-se?
26 E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível.
27 Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; qual será então o nosso galardão?
28 E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, na regeneração, quando o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.
29 E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
Porém muitos primeiros serão os últimos, e muitos últimos serão os primeiros.
Jesus conta a parábola dos trabalhadores na vinha — Ele prediz Sua crucificação e ressurreição — Ele veio para dar a Sua vida em resgate por muitos.
Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha.
2 E ajustando com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a sua vinha.
3 E saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça,
4 E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.
5 Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.
6 E saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e disse-lhes: Por que estais ociosos o dia todo?
7 Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.
8 E aproximando-se a noite, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros.
9 E chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um denário cada um.
Chegando, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; e também receberam um denário cada um;
11 E recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,
12 Dizendo: Estes últimos trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e o calor do dia.
13 Ele, porém, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo por um denário?
14 Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este último tanto quanto a ti.
15 Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?
16 Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros os últimos; porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.
17 E Jesus, subindo a Jerusalém, chamou à parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes:
18 Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.
19 E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e o crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará.
Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e pedindo-lhe alguma coisa.
21 E ele disse-lhe: Que queres? Disse-lhe ela: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.
22 Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Disseram-lhe eles: Podemos.
23 E disse-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, mas assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence concedê-lo, mas será para aqueles para quem meu Pai o preparou.
24 E quando os dez ouviram isso, indignaram-se contra os dois irmãos.
25 Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que os príncipes dos gentios os dominam, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
26 Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso servo;
27 E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo;
28 Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos.
29 E saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão,
E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.
31 E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.
32 E Jesus, parando, chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça?
33 Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.
34 Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e o seguiram.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém — Ele purifica o templo, amaldiçoa a figueira e fala sobre autoridade — Ele conta a parábola dos dois filhos e a dos lavradores maus.
E quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou então Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2 Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.
3 E se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará.
4 Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
5 Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal sujeito ao jugo.
6 E indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara,
7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e ele sentou-se em cima.
8 E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9 E a multidão que ia adiante, e a que o seguia, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor; Hosana nas alturas!
E entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
11 E a multidão dizia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia.
12 E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
13 E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.
14 E foram ter com ele no templo cegos e coxos, e curou-os.
15 Vendo então os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e as crianças clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi; indignaram-se,
16 E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos pequeninos e das criancinhas de peito aperfeiçoaste o louvor?
17 E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.
18 E de manhã, voltando para a cidade, teve fome;
19 E avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.
E os discípulos, vendo isso, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?
21 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis isto à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito;
22 E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.
23 E chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os principais dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? e quem te deu essa autoridade?
24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso.
25 O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu; ele nos dirá: Então por que não crestes nele?
26 E se dissermos: Dos homens; tememos o povo, porque todos consideram João como profeta.
27 E respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isso.
28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
E dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes nele, mas os publicanos e as meretrizes creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para nele crer.
33 Ouvi ainda outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe;
34 E chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receberem os seus frutos.
35 E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.
36 Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo.
37 E por último enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho.
38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.
39 E lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.
Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
41 Disseram-lhe eles: Fará perecer horrivelmente os maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu devido tempo lhe deem os frutos.
42 Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça da esquina; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?
43 Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos.
44 E quem cair sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e sobre quem ela cair, esmagá-lo-á.
45 E os principais dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo suas parábolas, entenderam que falava deles.
46 E pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.
Jesus conta a parábola do casamento do filho do rei — Pagai tributos a César e a Deus — Os casamentos deste mundo só perduram nesta vida — O primeiro mandamento é amar ao Senhor — Jesus pergunta: Que pensais vós do Cristo?
Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
2 O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
3 E enviou os seus servos para chamar os convidados para as bodas; e não quiseram vir.
4 Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados, já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
5 Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
6 E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
7 E o rei, tendo notícia disso, encolerizou-se; e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
8 Então disse aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
9 Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas todos os que encontrardes.
E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e as bodas encheram-se de convidados.
11 E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de bodas,
12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste de bodas? E ele emudeceu.
13 Disse então o rei aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.
15 Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra;
16 E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te importares com ninguém, porque não olhas a aparência dos homens.
17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
18 Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.
E ele disse-lhes: De quem são esta efígie e esta inscrição?
21 Disseram-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus.
22 E eles, ouvindo isso, maravilharam-se, e deixando-o, se retiraram.
23 No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram,
24 Dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão.
25 Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu, e não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão.
26 Da mesma forma o segundo, e o terceiro, até o sétimo;
27 Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela, visto que todos a tiveram por mulher?
29 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus;
Porque na ressurreição nem casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.
31 E acerca da ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos declarou, dizendo:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
33 E as multidões, ouvindo isso, ficaram maravilhadas da sua doutrina.
34 E os fariseus, ouvindo que fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos;
35 E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
37 E Jesus disse-lhe: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 Este é o primeiro e grande mandamento.
39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
41 E estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus,
42 Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi.
43 Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho?
46 E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.
Jesus profere desgraças que sobrevirão aos escribas e fariseus — Eles serão considerados responsáveis por terem matado os profetas — Eles não escaparão da condenação do inferno.
Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos,
2 Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.
3 Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam;
4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;
5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e estendem as franjas das suas vestes,
6 E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens: Rabi, Rabi.
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
9 E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
11 Porém o maior dentre vós será vosso servo.
12 E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; porque nem vós entrais nem deixais entrar os que estão entrando.
14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas, e isso com pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.
15 Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.
16 Ai de vós, condutores cegos! porque dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo é devedor.
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo que santifica o ouro?
18 E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar é devedor.
19 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?
Portanto, o que jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está;
21 E o que jurar pelo templo jura por ele e por aquele que nele habita;
22 E o que jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
24 Condutores cegos! que coais o mosquito e engolis o camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e iniquidade.
26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundície.
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e iniquidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos.
E dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas.
31 Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?
34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade;
35 Para que sobre vós caia todo o sangue justo que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o templo e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.
37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e vós não quisestes!
38 Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;
39 Porque eu vos digo que desde agora não me vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Jesus prediz a ruína de Jerusalém e a destruição do templo — Grandes calamidades precederão Sua Segunda Vinda — Ele conta a parábola da figueira.
E quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
2 Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.
3 E estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão muitos.
6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; vede que não vos assusteis, porque é necessário que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
7 Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
8 Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
9 Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados por todas as nações por causa do meu nome.
Então muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão,
11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão muitos.
12 E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.
13 Mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;
16 Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes;
17 E quem estiver sobre o telhado não desça para tirar alguma coisa da sua casa;
18 E quem estiver no campo não volte atrás para buscar as suas vestes.
19 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;
21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.
22 E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos eleitos serão abreviados aqueles dias.
23 Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não deis crédito;
24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível, enganariam até os eleitos.
25 Eis que eu vo-lo tenho predito.
26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.
27 Porque, como o relâmpago sai do oriente e aparece até o ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem.
28 Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.
29 E logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará o seu resplendor, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.
31 E enviará os seus anjos com grande clamor de trombeta, e ajuntarão os seus eleitos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
32 Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão.
33 Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que está próximo, às portas.
34 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam.
35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
36 Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.
37 E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem.
38 Porque assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,
39 E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
Então, dois estarão no campo; será levado um, e deixado o outro.
41 Duas estarão moendo no moinho; será levada uma, e deixada a outra.
42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor;
43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite haveria de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
44 Por isso, estai vós preparados também; porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não pensais.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre os seus servos, para lhes dar o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar fazendo assim.
47 Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.
48 Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu senhor tarda em vir;
49 E começar a espancar os seus conservos, e a comer e beber com os ébrios,
Virá o senhor daquele servo num dia em que não o espera, e à hora em que ele não sabe,
51 E separá-lo-á, e porá a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Jesus conta a parábola das dez virgens, a dos talentos e a das ovelhas e bodes.
Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo.
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco, insensatas.
3 As insensatas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo,
4 Mas as prudentes levaram azeite nos seus vasos, com as suas lâmpadas.
5 E tardando o noivo, tosquenejaram todas, e adormeceram,
6 Mas à meia noite ouviu-se um clamor: Aí vem o noivo, saí-lhe ao encontro.
7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.
8 E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.
9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.
E tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
11 E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
12 E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que não vos conheço.
13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir.
14 Porque será também como um homem que, partindo para fora da sua terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens;
15 E a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 E tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma forma, o que recebera dois granjeou também outros dois;
18 Mas o que recebera um foi enterrá-lo no chão, e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e ajustou contas com eles.
Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 E atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei;
27 Por isso te cumpria dar o meu dinheiro aos banqueiros, e quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
28 Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem será tirado.
Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
31 E quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas,
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes, à esquerda.
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
E respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o fizestes a mim.
46 E estes irão para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.
Jesus é ungido — Ele celebra a Páscoa e institui o sacramento — Ele sofre no Getsêmani, é traído por Judas e é levado perante Caifás — Pedro nega que conhece Jesus.
E aconteceu que, quando Jesus concluiu todos esses discursos, disse aos seus discípulos:
2 Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.
3 Então os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás,
4 E consultaram-se juntamente para prenderem Jesus com ardil e o matarem.
5 Porém diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo.
6 E estando Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso,
7 Aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, estando ele assentado à mesa.
8 E os seus discípulos, vendo isso, indignaram-se, dizendo: Por que se faz este desperdício?
9 Pois este unguento podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres.
Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo.
11 Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre.
12 Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento.
13 Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será dito o que ela fez, para memória sua.
14 Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais dos sacerdotes,
15 E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe arbitraram trinta moedas de prata,
16 E desde então buscava oportunidade para o entregar.
17 E no primeiro dia da festa dos pães ázimos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que te preparemos o necessário para comer a páscoa?
18 E ele disse: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos.
19 E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.
E quando chegou o entardecer, assentou-se à mesa com os doze.
21 E enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair.
22 E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor?
23 E ele, respondendo, disse: O que põe a mão no prato comigo, esse me há de trair.
24 Em verdade o Filho do Homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! bom seria a esse homem se não houvesse nascido.
25 E respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.
26 E quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
27 E tomando o cálice, e dando graças, deu-o a eles, dizendo: Bebei dele todos;
28 Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para a remissão dos pecados.
29 E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele dia em que o beba, novo, convosco no reino de meu Pai.
E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.
31 Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.
32 Mas depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galileia.
33 Pedro, porém, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.
34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.
36 Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou ali orar.
37 E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38 Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.
39 E indo um pouco mais para adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; porém, não seja como eu quero, mas como tu queres.
E voltou para os seus discípulos, e achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?
41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
42 E indo uma segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
43 E voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.
44 E deixando-os, voltou, e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
45 Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores.
46 Levantai-vos, partamos; eis que se aproxima o que me trai.
47 E estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos principais dos sacerdotes e pelos anciãos do povo.
48 E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é ele; prendei-o.
49 E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi. E beijou-o.
Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e prenderam-no.
51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.
52 Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
53 Ou pensas tu que não poderia eu agora orar a meu Pai, e ele me daria mais de doze legiões de anjos?
54 Como, pois, se cumpririam as escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?
55 Então disse Jesus à multidão: Saístes com espadas e varapaus para me prender como a um salteador? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes.
56 Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o, fugiram.
57 E os que prenderam Jesus o conduziram ao sumo sacerdote, Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.
58 E Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote; e entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim.
59 E os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o Sinédrio buscavam falso testemunho contra Jesus, para o poderem matar,
Mas não o achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas; mas por fim chegaram duas falsas testemunhas,
61 E disseram: Este disse: Eu posso derrubar o templo de Deus, e reedificá-lo em três dias.
62 E levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti?
63 Jesus, porém, guardava silêncio. E insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
64 Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que de agora em diante vereis o Filho do Homem assentado à direita da majestade divina, e vindo sobre as nuvens do céu.
65 Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.
66 Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte.
67 Então cuspiram-lhe no rosto; e uns lhe davam socos, e outros o esbofeteavam,
68 Dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?
69 E Pedro estava assentado fora, no pátio, e aproximou-se dele uma criada, dizendo: Tu também estavas com Jesus, o galileu.
Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
71 E saindo para o vestíbulo, viu-o outra criada, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.
72 E ele negou outra vez com juramento, dizendo: Não conheço tal homem.
73 E daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és um deles, pois a tua fala te denuncia.
74 Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.
75 E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E saindo dali, chorou amargamente.
Jesus é acusado e condenado diante de Pilatos — Barrabás é libertado — Jesus é escarnecido, crucificado e enterrado no sepulcro de José de Arimateia.
E chegando a manhã, todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos do povo formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem;
2 E levaram-no manietado, e entregaram-no ao governador Pôncio Pilatos.
3 Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, devolveu, arrependido, as trinta moedas de prata aos principais dos sacerdotes e aos anciãos,
4 Dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.
5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.
6 E os principais dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue.
7 E tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para sepultura dos estrangeiros.
8 Por isso foi chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.
9 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que os filhos de Israel avaliaram,
E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que me ordenou o Senhor.
11 E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos Judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes.
12 E sendo acusado pelos principais dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
13 Disse-lhe então Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti?
14 E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado.
15 Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse.
16 E tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás.
17 Portanto, reunindo-se eles, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?
18 Porque sabia que por inveja o haviam entregado.
19 E estando ele assentado no tribunal, mandou sua mulher dizer-lhe: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.
Mas os principais dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus.
21 E respondendo o governador, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: Barrabás.
22 Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado.
23 O governador, porém, disse: Pois que mal fez ele? E eles clamavam ainda mais, dizendo: Seja crucificado.
24 Então Pilatos, vendo que nada conseguia, antes o tumulto crescia, pegando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; isso é convosco.
25 E respondendo todo o povo, disse: O seu sangue seja sobre nós e sobre nossos filhos.
26 Então soltou-lhes Barrabás, e tendo mandado açoitar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
27 E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram junto dele toda a coorte.
28 E despindo-o, o cobriram com uma capa escarlate;
29 E tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mão direita, uma cana; e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!
E cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça.
31 E depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado.
32 E quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz.
33 E chegando ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer: Lugar da Caveira,
34 Deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas, provando-o, não quis beber.
35 E havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes.
36 E assentados, o guardavam ali.
37 E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: Este É Jesus, o Rei dos Judeus.
38 E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.
39 E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça,
E dizendo: Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.
41 E da mesma maneira também os principais dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam:
42 Salvou outros, a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele.
43 Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus.
44 E do mesmo modo o injuriaram também os salteadores que estavam crucificados com ele.
45 E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.
46 E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias.
48 E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e encheu-a de vinagre, e pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.
49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.
E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito.
51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.
52 E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados,
53 E saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.
54 E o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus.
55 E estavam ali olhando de longe muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, servindo-o,
56 Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
57 E caindo já a tarde, chegou um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era discípulo de Jesus.
58 Este chegou a Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado.
59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,
E o pôs no seu sepulcro novo, que havia lavrado numa rocha; e revolvendo uma grande pedra para a porta do sepulcro, foi-se.
61 E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro.
62 E no dia seguinte, que é depois da preparação, reuniram-se os principais dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos,
63 Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei.
64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, não seja caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro.
65 E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes.
66 E indo eles, tornaram seguro o sepulcro com a guarda, selando a pedra.
Cristo, o Senhor, ressuscita — Ele aparece a muitos — Ele tem todo o poder no céu e na Terra — Ele envia os Apóstolos para ensinar e batizar todas as nações.
E no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro;
2 E eis que houvera um grande terremoto, porque o anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, e revolveu a pedra da porta, e estava assentado sobre ela.
3 Seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes, brancas como a neve.
4 E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e tornaram-se como mortos.
5 Mas o anjo, falando, disse às mulheres: Vós não tenhais medo; pois eu sei que buscais Jesus, que foi crucificado.
6 Não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.
7 E ide imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo disse.
8 E saindo elas apressadamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos;
9 E indo elas anunciá-lo aos seus discípulos, eis que Jesus lhes saiu ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram.
Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide, e dizei a meus irmãos que se dirijam à Galileia, e lá me verão.
11 E indo elas, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos principais dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido.
12 E congregados eles com os anciãos, e aconselhando-se entre si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo:
13 Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, enquanto dormíamos, o furtaram;
14 E se isso chegar a ser ouvido pelo governador, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança.
15 E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E foi divulgado esse dito entre os judeus, até o dia de hoje.
16 E os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
17 E quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
18 E chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Jesus é batizado por João — Ele prega o evangelho, chama discípulos, expulsa demônios, cura os enfermos e purifica um leproso.
Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus;
2 Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti.
3 Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4 Estava João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.
5 E toda a província da Judeia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6 E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.
7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, ao qual não sou digno de, encurvando-me, desatar a correia das suas sandálias.
8 Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.
9 E aconteceu naqueles dias que Jesus veio de Nazaré, da Galileia, e foi batizado por João, no Jordão.
E logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele.
11 E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo.
12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto,
13 E esteve ali no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E estava com as feras, e os anjos o serviam.
14 E depois que João foi entregue à prisão, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do reino de Deus,
15 E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
16 E andando junto do mar da Galileia, viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.
17 E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.
18 E deixando logo as suas redes, o seguiram.
19 E passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes,
E logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram após ele.
21 E entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, entrando na sinagoga, ensinava.
22 E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.
23 E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, e exclamou, dizendo:
24 Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
25 E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.
26 Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele.
27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? que nova doutrina é esta? pois com autoridade ordena até aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
28 E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.
29 E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João.
E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela.
31 Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e logo a febre a deixou, e servia-os.
32 E ao entardecer, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos, e os endemoniados.
33 E toda a cidade se ajuntou à porta.
34 E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam.
35 E levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36 E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.
37 E achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.
38 E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39 E pregava nas sinagogas deles por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
E aproximou-se dele um leproso, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo-lhe: Se queres, podes tornar-me limpo.
41 E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero; sê limpo.
42 E tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43 E advertindo-o severamente, logo o despediu,
44 E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
45 Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
Jesus perdoa pecados, cura um paralítico, come com coletores de impostos e pecadores, e anuncia que Ele é o Senhor do Sábado.
E alguns dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e ouviu-se que estava em casa.
2 E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra.
3 Então foram ter com ele uns que conduziam um paralítico, trazido por quatro,
4 E não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde ele estava, e fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
5 E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, estão perdoados os teus pecados.
6 E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seu coração, dizendo:
7 Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
8 E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
9 Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
Pois para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
11 A ti te digo: Levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tua casa.
12 E levantou-se, e tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.
13 E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.
14 E passando, viu Levi, filho de Alfeu, assentado na alfândega, e disse-lhe: Segue-me. E levantando-se, o seguiu.
15 E aconteceu que, estando ele sentado à mesa em casa dele, também estavam assentados à mesa com Jesus e seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque eram muitos, e o tinham seguido.
16 E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?
17 E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
18 Ora, os discípulos de João e os dos fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos?
19 E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o noivo? Enquanto têm consigo o noivo, não podem jejuar;
Mas dias virão em que lhes será tirado o noivo, e então jejuarão naqueles dias.
21 Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha; de outra sorte o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior;
22 E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra sorte, o vinho novo rompe os odres, o vinho entorna-se, e os odres estragam-se; porém o vinho novo deve ser posto em odres novos.
23 E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas.
24 E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito?
25 Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam?
26 Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer, senão aos sacerdotes, e também deu aos que com ele estavam?
27 E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.
28 Assim, o Filho do Homem é Senhor até do sábado.
Jesus cura no dia do Sábado — Ele escolhe e ordena os Doze Apóstolos — Ele pergunta: Pode Satanás expulsar Satanás? — Jesus fala da blasfêmia contra o Espírito Santo e identifica os que creem como sendo de Sua família.
E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos ressequida.
2 E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem.
3 E disse ao homem que tinha a mão ressequida: Levanta-te e vem para o meio.
4 E disse-lhes: É lícito no sábado fazer o bem, ou fazer o mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se.
5 E olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restaurada a sua mão, sã como a outra.
6 E tendo saído os fariseus, aconselharam-se logo com os herodianos contra ele, sobre como o matariam.
7 E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galileia e da Judeia,
8 E de Jerusalém, e da Idumeia, e de além do Jordão; e de perto de Tiro e Sidom uma grande multidão, ouvindo quão grandes coisas fazia, veio ter com ele.
9 E disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que não o oprimisse,
Porque tinha curado muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para o tocarem.
11 E os espíritos imundos, vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus.
12 E ele os advertia muito, para que não o dessem a conhecer.
13 E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele.
14 E designou doze para que estivessem com ele, para os enviar a pregar,
15 E para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios:
16 Simão, a quem pôs o nome de Pedro,
17 E Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;
18 E André, e Filipe, e Bartolomeu, e Mateus, e Tomé, e Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu, e Simão, o Zelote,
19 E Judas Iscariotes, o que o entregou.
E foram para casa. E ajuntou-se outra vez a multidão, de tal maneira que nem sequer podiam comer pão.
21 E quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.
22 E os escribas, que tinham descido de Jerusalém, diziam: Tem Belzebu, e pelo príncipe dos demônios expulsa os demônios.
23 E chamando-os a si, disse-lhes por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás?
24 E se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir.
25 E se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir.
26 E se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir; antes, tem fim.
27 Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e então roubará a sua casa.
28 Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem;
29 Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo.
(Porque diziam: Tem espírito imundo.)
31 Chegaram então seus irmãos e sua mãe, e estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32 E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te buscam lá fora.
33 E ele lhes respondeu, dizendo: Quem são minha mãe e meus irmãos?
34 E olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
35 Porque qualquer que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.
Jesus conta a parábola do semeador, a da candeia debaixo do alqueire, a da semente que cresce secretamente e a do grão de mostarda — Ele acalma a tempestade.
E outra vez começou a ensinar junto do mar, e juntou-se a ele uma grande multidão, de sorte que ele, entrando em um barco, se assentou dentro, no mar; e toda a multidão estava em terra junto do mar.
2 E ensinava-lhes muitas coisas por parábolas, e lhes dizia na sua doutrina:
3 Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear;
4 E aconteceu que, semeando ele, uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram;
5 E outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda;
6 Mas, saindo o sol, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se.
7 E outra caiu entre espinhos; e crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto.
8 E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem.
9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
E quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola.
11 E ele disse-lhes: A vós é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas,
12 Para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os seus pecados.
13 E disse-lhes: Não sabeis esta parábola? como, pois, entendereis todas as parábolas?
14 O que semeia, semeia a palavra;
15 E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no seu coração.
16 E da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais, os quais, ouvindo a palavra, logo com alegria a recebem,
17 Mas não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
18 E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra,
19 Mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera.
E os que recebem a semente em boa terra, são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um, trinta, outro, sessenta, outro, cem.
21 E disse-lhes: Traz-se porventura a candeia para se colocar debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não se traz antes para se colocar no velador?
22 Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
24 E disse-lhes: Atentai ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes ser-vos-á medido, e ser-vos-á acrescentado.
25 Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
26 E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra,
27 E dormisse, e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.
28 Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga.
29 E quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque é chegada a ceifa.
E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o compararemos?
31 É como um grão de mostarda que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra;
32 Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra.
33 E com muitas parábolas como essas lhes anunciava a palavra, segundo o que podiam ouvir.
34 E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.
35 E naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.
36 E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos.
37 E levantou-se uma grande tempestade de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia.
38 E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, e disseram-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?
39 E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Por que não tendes fé?
41 E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
Jesus expulsa uma legião de demônios, que entram em porcos — Uma mulher é curada ao tocar nas vestes de Jesus — Ele levanta dos mortos a filha de Jairo.
E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos.
2 E saindo ele do barco, lhe saiu ao seu encontro logo, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;
3 O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender;
4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar.
5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.
6 E quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
7 E clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.
8 (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.)
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora daquela província.
11 E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
12 E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
13 E Jesus logo lho permitiu. E saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.
14 E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram para ver o que era aquilo que tinha acontecido.
15 E foram ter com Jesus, e viram o endemoniado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.
16 E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoniado; e acerca dos porcos.
17 E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos.
18 E entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.
E foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam.
21 E passando Jesus outra vez num barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar.
22 E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e vendo-o, prostrou-se aos seus pés,
23 E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está morrendo; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.
24 E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava.
25 E uma certa mulher, que por doze anos tinha um fluxo de sangue,
26 E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando, antes indo a pior;
27 Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou a sua veste.
28 Porque dizia: Se tão somente tocar as suas vestes, sararei.
29 E logo se lhe secou a fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.
E logo Jesus, percebendo que saíra de si poder, voltando-se para a multidão, disse: Quem tocou as minhas vestes?
31 E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou?
32 E ele olhava em redor, para ver aquela que isso fizera.
33 Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade.
34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.
35 Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, dizendo: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre?
36 E Jesus, tendo ouvido essa palavra que se dizia, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente.
37 E não permitiu que ninguém o seguisse, senão Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.
38 E tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam.
39 E entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme.
E riam-se dele; porém ele, tendo-os posto todos para fora, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada.
41 E tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi; que traduzido é: Menina, a ti te digo, levanta-te.
42 E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto.
43 E ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.
Jesus envia os Doze — João Batista é decapitado por Herodes — Nosso Senhor alimenta cinco mil, caminha sobre as águas e cura multidões.
E partiu dali, e chegou à sua pátria, e os seus discípulos o seguiram.
2 E chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde vêm a este estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e tais maravilhas, que por suas mãos se fazem?
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
4 E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.
5 E não podia fazer ali maravilha alguma; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
6 E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.
7 Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois em dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos;
8 E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão somente um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto;
9 Mas que calçassem sandálias, e que não vestissem duas túnicas.
E dizia-lhes: Quando entrardes nalguma casa, ficai nela até sairdes dali.
11 E se nalgum lugar não vos receberem, nem vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância no dia do juízo para Sodoma e Gomorra do que para os daquela cidade.
12 E saindo eles, pregavam que se arrependessem.
13 E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com azeite, e os curavam.
14 E ouviu isso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório), e disse: João, o que batizava, ressuscitou dos mortos, e por isso essas maravilhas operam nele.
15 Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta, ou como um dos profetas.
16 Herodes, porém, ouvindo isso, disse: Este é João, que mandei decapitar; ressuscitou dos mortos.
17 Porque o mesmo Herodes mandara prender João, e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela.
18 Porque dizia João a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
19 E Herodias o detestava, e queria matá-lo, mas não podia,
Porque Herodes temia João, sabendo que era homem justo e santo; e estimava-o, e fazia muitas coisas, escutando-o, e de bom grado o ouvia.
21 E chegando um dia oportuno em que Herodes, no dia do seu aniversário dava uma ceia aos grandes, e tribunos, e príncipes da Galileia,
22 E tendo entrado a filha da mesma Herodias, e dançando, e agradando a Herodes e aos que estavam com ele à mesa, o rei disse à moça: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
23 E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino.
24 E saindo ela, disse à sua mãe: Que pedirei? E ela disse: A cabeça de João Batista.
25 E entrando logo apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João Batista.
26 E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar.
27 E enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi, e decapitou-o na prisão;
28 E trouxe a cabeça num prato, e deu-a à moça, e a moça a deu a sua mãe.
29 E os seus discípulos, tendo ouvido isso, foram, tomaram o seu corpo, e o puseram num sepulcro.
E os apóstolos reuniram-se com Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado.
31 E ele disse-lhes: Vinde vós aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer.
32 E foram num barco para um lugar deserto, em particular.
33 E a multidão viu-os partir, e muitos o reconheceram; e correram para lá a pé, de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles, e aproximavam-se dele.
34 E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas.
35 E como o dia fosse já muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele, e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está já muito adiantado;
36 Despede-os, para que vão aos lugares e aldeias circunvizinhas, e comprem pão para si; porque não têm o que comer.
37 Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós, e compraremos duzentos denários de pão para lhes darmos de comer?
38 E ele disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. E sabendo-o eles, disseram: Cinco, e dois peixes.
39 E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em grupos, sobre a relva verde.
E assentaram-se repartidos de cem em cem, e de cinquenta em cinquenta.
41 E tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por todos;
42 E todos comeram, e se saciaram.
43 E levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixes.
44 E os que comeram os pães eram quase cinco mil homens.
45 E logo obrigou os seus discípulos a subir no barco, e ir adiante, para o outro lado, defronte de Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
46 E tendo-os despedido, foi ao monte para orar.
47 E chegando o entardecer, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho, em terra.
48 E viu que se fatigavam remando muito, porque o vento lhes era contrário; e perto da quarta vigília da noite aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar adiante deles.
49 Mas, quando o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma, e deram grandes gritos.
Porque todos o viam, e perturbaram-se; mas logo falou com eles, e disse-lhes: Tende bom ânimo; sou eu, não temais.
51 E subiu no barco para estar com eles, e o vento se aquietou; e entre si ficaram muito assombrados e maravilhados;
52 Pois ainda não tinham compreendido o milagre dos pães; porque o seu coração estava endurecido.
53 E quando já estavam no outro lado, dirigiram-se à terra de Genezaré, e ali aportaram.
54 E saindo eles do barco, logo o reconheceram;
55 E percorrendo toda a terra em redor, começaram a trazer-lhe em leitos, aonde quer que sabiam que estava, os que se achavam enfermos.
56 E aonde quer que entrava, em cidades, ou aldeias, ou campos, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que ao menos os deixasse tocar a orla da sua veste; e todos os que lhe tocavam saravam.
Jesus repreende os fariseus por suas falsas tradições e cerimônias — Ele expulsa um demônio da filha de uma mulher grega — Ele abre os ouvidos e solta a língua de um homem com deficiência.
E reuniram-se com ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém,
2 E vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, sem lavá-las, os repreendiam.
3 Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
4 E quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que se encarregaram de observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas.
5 Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?
6 E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim;
7 Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
9 E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
Porque Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.
11 Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor;
12 E nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
13 Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós transmitistes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
14 E chamando a si toda a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e compreendei.
15 Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem.
16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
17 Depois, quando deixou a multidão, e entrou em casa, os seus discípulos o interrogavam acerca dessa parábola.
18 E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar;
19 Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e vai depois para a latrina, purificando todos os alimentos?
E dizia: O que sai do homem, isso contamina o homem.
21 Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios,
22 Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
23 Todos esses males procedem de dentro e contaminam o homem.
24 E levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. E entrando numa casa, não queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se,
25 Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi, e lançou-se aos seus pés;
26 E essa mulher era grega, de origem sirofenícia, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.
27 Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
28 Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.
29 Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.
E indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e o demônio já tinha saído.
31 E ele, tornando a sair dos termos de Tiro e de Sidom, foi para o mar da Galileia, pelos confins de Decápolis.
32 E trouxeram-lhe um surdo, que falava com dificuldade; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele.
33 E tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos; e cuspindo, tocou-lhe a língua.
34 E levantando os olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te.
35 E logo se abriram os seus ouvidos, e a língua se lhe desprendeu, e falava perfeitamente.
36 E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lhos proibia, tanto mais o divulgavam.
37 E admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo ele faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.
Jesus alimenta quatro mil — Ele aconselha: Guardai-vos do fermento dos fariseus — Ele cura um homem cego em Betsaida — Pedro testifica que Jesus é o Cristo.
Naqueles dias, havendo outra vez uma grande multidão, e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes:
2 Tenho compaixão da multidão, porque já há três dias que estão comigo, e não têm o que comer.
3 E se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.
4 E os seus discípulos responderam-lhe: De onde poderá alguém saciar estes de pão aqui no deserto?
5 E perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E disseram-lhe: Sete.
6 E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, e tendo dado graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles, e puseram-nos diante da multidão.
7 Tinham também uns poucos peixinhos; e tendo dado graças, ordenou que também os pusessem diante deles.
8 E comeram, e saciaram-se; e dos pedaços que sobejaram levantaram sete cestos.
9 E os que comeram eram quase quatro mil; e despediu-os.
E entrando logo no barco com os seus discípulos, foi para as partes de Dalmanuta.
11 E saíram os fariseus, e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do céu.
12 E suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal.
13 E deixando-os, tornou a entrar no barco, e foi para o outro lado.
14 E os seus discípulos se esqueceram de levar pão, e no barco não tinham consigo senão um pão.
15 E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.
16 E arrazoavam entre si, dizendo: É porque não temos pão.
17 E Jesus, percebendo isso, disse-lhes: Por que arrazoais que não tendes pão? Não considerastes, nem compreendestes ainda? Tendes ainda o vosso coração endurecido?
18 Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais?
19 Quando parti os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Disseram-lhe: Doze.
E quando reparti os sete entre os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? E disseram-lhe: Sete.
21 E ele lhes disse: Como não entendeis ainda?
22 E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse.
23 E tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.
24 E levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam.
25 Depois tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e levantando ele os olhos, ficou restabelecido, e viu distintamente a todos.
26 E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia.
27 E saíram Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?
28 E eles responderam: João Batista; e outros: Elias; e outros: Um dos profetas.
29 E ele lhes disse: Porém vós, quem dizeis que eu sou? E respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo.
E admoestou-os de que a ninguém dissessem aquilo dele.
31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muito, e fosse rejeitado pelos anciãos e principais dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, e depois de três dias ressuscitasse.
32 E dizia abertamente essas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo.
33 Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens.
34 E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
35 Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará.
36 Pois que aproveitaria ao homem, se ganhasse todo o mundo e perdesse a sua alma?
37 Ou que dará o homem pelo resgate da sua alma?
38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.
Jesus é transfigurado na montanha — Ele expulsa um espírito imundo — Ele ensina sobre Sua morte e ressurreição, sobre quem será o maior e sobre a condenação de quem ofender Seus pequeninos.
Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus chegando com poder.
2 E seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago, e João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles;
3 E as suas vestes tornaram-se resplandecentes, muito brancas como a neve, tais como nenhum lavandeiro sobre a terra as poderia branquear.
4 E apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus.
5 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas, uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias.
6 Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados.
7 E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi.
8 E tendo olhado em redor, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles.
9 E descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos.
E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros o que seria aquilo: ressuscitar dos mortos.
11 E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
12 E respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e como está escrito do Filho do Homem, convém que padeça muito e seja aviltado.
13 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito.
14 E quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles.
15 E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada, e correndo para ele, o saudaram.
16 E perguntou aos escribas: Que questionais com eles?
17 E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
18 E onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai-se enrijecendo; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
19 E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
E trouxeram-lho; e quando o viu, logo o espírito o agitou com violência, e caindo por terra, revolvia-se, espumando.
21 E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância;
22 E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
23 E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
24 E logo o pai do menino, clamando com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
25 E Jesus, vendo que a multidão afluía, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
26 E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
28 E quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que não o pudemos nós expulsar?
29 E disse-lhes: Esta casta não pode sair por coisa alguma, senão pela oração e jejum.
E tendo partido dali, caminharam pela Galileia, e não queria que ninguém o soubesse;
31 Porque ensinava os seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.
32 Mas eles não entendiam essa palavra, e temiam interrogá-lo.
33 E chegou a Cafarnaum, e entrando em casa, perguntou-lhes: Que arrazoáveis entre vós pelo caminho?
34 Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual deles havia de ser o maior.
35 E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos.
36 E lançando mão de uma criança, colocou-a no meio deles, e tomando-a nos seus braços, disse-lhes:
37 Qualquer que receber um destes pequeninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, recebe não a mim, mas ao que me enviou.
38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue.
39 Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim.
Porque quem não é contra nós, é por nós.
41 Porque qualquer que vos der de beber um copo de água em meu nome, porque sois discípulos de Cristo, em verdade vos digo que não perderá o seu galardão.
42 E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse lançado no mar.
43 E se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor te é entrar na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga;
44 Onde o seu verme não morre, e o fogo nunca se apaga.
45 E se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor te é entrar coxo na vida do que, tendo dois pés, ser lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga;
46 Onde o seu verme não morre, e o fogo nunca se apaga.
47 E se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor te é entrar no reino de Deus com um olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno;
48 Onde o seu verme não morre, e o fogo nunca se apaga.
49 Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal.
Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.
Jesus ensina a lei maior do casamento — Ele abençoa as criancinhas — Jesus aconselha o jovem rico, prediz Sua própria morte e cura o cego Bartimeu.
E levantando-se dali, foi para os termos da Judeia, além do Jordão, e a multidão se reuniu em torno dele; e tornou a ensiná-los, como tinha por costume.
2 E aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés?
4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever-lhe carta de divórcio, e repudiá-la.
5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza do vosso coração vos escreveu ele esse mandamento;
6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
7 Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e unir-se-á a sua mulher,
8 E serão os dois uma só carne; assim já não serão dois, mas uma só carne.
9 Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disso mesmo.
11 E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela.
12 E se a mulher deixar seu marido, e casar com outro, adultera.
13 E traziam-lhe pequeninos para que os tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam.
14 Jesus, porém, vendo isso, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.
15 Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.
16 E tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou.
17 E saindo para o caminho, correu para ele um homem, e pondo-se de joelhos diante dele, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
18 E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.
19 Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás ninguém; honra teu pai e tua mãe.
Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade.
21 E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
22 Mas ele, pesaroso com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
23 Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
24 E os discípulos se admiraram com suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!
25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.
26 E eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, pois, salvar-se?
27 Jesus, porém, olhando para eles disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis.
28 E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e te seguimos.
29 E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho,
Que não receba cem vezes tanto, agora neste tempo, casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro, a vida eterna.
31 Porém muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros.
32 E iam no caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles. E eles maravilhavam-se, e seguiam-no atemorizados. E tornando a tomar consigo os doze, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir,
33 Dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais dos sacerdotes, e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios.
34 E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.
35 E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos.
36 E ele lhes disse: Que quereis que vos faça?
37 E eles lhe disseram: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro, à tua esquerda.
38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?
39 E eles lhe disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade, vós bebereis o cálice que eu beber, e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado;
Mas o assentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim concedê-lo, senão àqueles para quem está preparado.
41 E os dez, tendo ouvido isso, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
42 Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre eles;
43 Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso servo;
44 E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.
45 Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
46 Depois foram para Jericó. E saindo ele de Jericó com seus discípulos, e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando.
47 E ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
49 E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama.
E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.
51 E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que recupere a vista.
52 E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.
Jesus entra em Jerusalém em meio a brados de hosana — Ele amaldiçoa uma figueira, expulsa os cambistas do templo e confunde os escribas no tocante à questão da autoridade.
E logo que se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos,
2 E disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o, e trazei-mo.
3 E se alguém vos disser: Por que fazeis isso? dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará trazer para aqui.
4 E foram, e encontraram o jumentinho preso fora da porta, entre dois caminhos, e o soltaram.
5 E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho?
6 Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado, e deixaram-nos ir.
7 E levaram o jumentinho a Jesus, e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele;
8 E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9 E aqueles que iam adiante e os que seguiam clamavam, dizendo: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor;
Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!
11 E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e tendo visto tudo em redor, e sendo já tarde, saiu para Betânia com os doze.
12 E no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome,
13 E vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.
14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais ninguém coma fruto de ti, para sempre. E os seus discípulos ouviram isso.
15 E foram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16 E não consentia que ninguém levasse qualquer vaso pelo templo.
17 E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.
18 E os escribas e principais dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina.
19 E sendo já tarde, saiu para fora da cidade.
E eles, passando pela manhã, viram que a figueira tinha secado desde as raízes.
21 E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, secou.
22 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus;
23 Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.
24 Portanto, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis;
25 E quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas;
26 Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará as vossas ofensas.
27 E retornaram a Jerusalém, e andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos se aproximaram dele,
28 E lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? e quem te deu esta autoridade para fazer estas coisas?
29 Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me, e vos direi com que autoridade faço estas coisas:
O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me.
31 E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu; ele nos dirá: Então, por que não crestes nele?
32 Se, porém, dissermos: Dos homens; tememos o povo. Porque todos sustentavam que João verdadeiramente era profeta.
33 E respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus, respondendo, lhes disse: Também eu não vos direi com que autoridade faço estas coisas.
Jesus conta a parábola dos lavradores maus — Ele fala do pagamento de impostos, do casamento celestial, dos dois grandes mandamentos, da filiação divina de Cristo e das moedas da viúva.
E começou a falar-lhes por parábolas: Um homem plantou uma vinha, e cercou-a de um valado, e fundou nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra;
2 E chegado o tempo, mandou um servo aos lavradores para que recebesse, dos lavradores, do fruto da vinha.
3 Mas eles, apoderando-se dele, o feriram e o mandaram embora de mãos vazias.
4 E tornou a enviar-lhes outro servo; e eles, apedrejando-o, o feriram na cabeça, e o mandaram embora, tendo-o afrontado.
5 E tornou a enviar-lhes outro, e a este mataram, e outros muitos, e feriram uns, e mataram outros.
6 Tendo ele, pois, ainda um, seu filho amado, enviou-o também a estes por último, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho.
7 Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo, e a herança será nossa.
8 E agarrando-o, o mataram, e o lançaram fora da vinha.
9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá, e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros.
Ainda não lestes esta escritura: A pedra, que os edificadores rejeitaram, esta foi posta por cabeça da esquina;
11 Isto foi feito pelo Senhor, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos?
12 E buscavam prendê-lo, mas temiam a multidão, porque entendiam que contra eles contava essa parábola; e deixando-o, foram-se.
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra.
14 E chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e não te importas com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens; antes, com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?
15 Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? trazei-me uma moeda, para que a veja.
16 E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César.
17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus. E maravilharam-se dele.
18 Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse semente a seu irmão.
Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem deixar semente;
21 E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou semente; e o terceiro, da mesma maneira;
22 E tomaram-na todos os sete, sem, contudo, deixarem semente. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós, por não conhecerdes as escrituras nem o poder de Deus?
25 Porquanto, quando ressuscitarem dos mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
26 E acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não lestes no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
27 Ora, Deus não é dos mortos, mas sim Deus dos vivos. Por isso vós errais muito.
28 E aproximando-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29 E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
35 E falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 Porque o mesmo Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como, pois, é seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.
38 E ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39 E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de longas orações. Estes receberão mais grave condenação.
41 E estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos lançavam muito.
42 E chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
43 E chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva lançou mais do que todos os que lançaram na arca do tesouro,
44 Porque todos ali lançaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, lançou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
Jesus prediz as calamidades e sinais que precederão a Segunda Vinda — Haverá falsos cristos e falsos profetas — Ele conta a parábola da figueira.
E saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!
2 E respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
3 E assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:
4 Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas essas coisas se houverem de cumprir.
5 E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Vede que ninguém vos engane;
6 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão muitos.
7 E quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.
8 Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e alvoroços. Essas coisas serão o princípio das dores.
9 Mas estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; sereis açoitados, e sereis apresentados ante governadores e reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho.
Mas é necessário primeiro que o evangelho seja pregado entre todas as nações.
11 Quando, pois, vos conduzirem para vos entregarem, não estejais ansiosos de antemão pelo que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
12 E o irmão entregará à morte o irmão; e o pai, o filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os matarão.
13 E sereis odiados por todos por causa do meu nome; mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.
14 Ora, quando vós virdes a abominação da desolação, que foi predita pelo profeta Daniel, estando onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judeia fujam para os montes.
15 E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre para pegar coisa alguma de sua casa;
16 E o que estiver no campo não volte atrás, para pegar as suas vestes.
17 Mas ai das grávidas, e das que amamentarem naqueles dias!
18 Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno;
19 Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem tampouco haverá.
E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
21 E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis nele.
22 Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os eleitos.
23 Mas estai vós de sobreaviso; eis que eu vos predisse tudo.
24 Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará o seu resplendor,
25 E as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus serão abalados.
26 E então verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.
27 E então enviará os seus anjos, e ajuntará os seus eleitos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que está próximo o verão.
29 Assim também vós, quando virdes sucederem essas coisas, sabei que já está próximo, às portas.
Na verdade vos digo que não passará esta geração, até que todas essas coisas aconteçam.
31 Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
32 Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo.
34 Como o homem que, partindo para fora da terra, deixou a sua casa, e deu autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandou ao porteiro que vigiasse.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã,
36 Para que não venha inesperadamente, e vos ache dormindo.
37 E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.
Jesus é ungido com óleo — Ele come a Páscoa, institui o sacramento, sofre no Getsêmani e é traído por Judas — Jesus é acusado falsamente, e Pedro nega que O conhece.
E dali a dois dias era a páscoa, e a festa dos pães ázimos, e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo, e o matariam.
2 Mas eles diziam: Não na festa, para que porventura não se faça alvoroço entre o povo.
3 E estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça.
4 E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento?
5 Porque podia vender-se isso por mais de trezentos denários, e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela.
6 Jesus, porém, disse: Deixai-a, por que a molestais? Ela fez-me uma boa ação.
7 Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes; porém a mim nem sempre me tendes.
8 Esta fez o que podia; ela antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura.
9 Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.
E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar.
11 E eles, ouvindo-o, alegraram-se, e prometeram dar-lhe dinheiro; e ele buscava como o entregaria em ocasião oportuna.
12 E no primeiro dia dos pães ázimos, quando se sacrificava a páscoa, disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos preparar-te o necessário para comer a páscoa?
13 E enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos encontrará; segui-o;
14 E onde quer que ele entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?
15 E ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado e preparado; ali a preparai.
16 E saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como ele lhes tinha dito, e prepararam a páscoa.
17 E ao entardecer, foi com os doze,
18 E quando estavam assentados à mesa, e comendo, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me.
19 E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após o outro: Porventura sou eu? e outro: Porventura sou eu?
Porém ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze que põe comigo a mão no prato.
21 Na verdade, o Filho do Homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria ao tal homem não haver nascido.
22 E comendo eles, tomou Jesus pão, e abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
23 E tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele.
24 E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado.
25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo no reino de Deus.
26 E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.
27 E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque escrito está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão.
28 Mas, depois que eu houver ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia.
29 E disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás.
31 Mas ele dizia cada vez mais: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também.
32 E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro.
33 E tomou consigo Pedro, e Tiago, e João, e começou a afligir-se, e a angustiar-se.
34 E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai.
35 E tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
36 E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; porém não seja o que eu quero, mas o que tu queres.
37 E chegando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não podes vigiar uma hora?
38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
39 E tornando a ir, orou, dizendo as mesmas palavras.
E retornando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam carregados, e não sabiam o que responder-lhe.
41 E voltou uma terceira vez, e disse-lhes: Dormi agora, e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
42 Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai.
43 E logo, falando ele ainda, veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas e dos anciãos, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus.
44 Ora, o que o traía, tinha-lhes dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o, e levai-o com segurança.
45 E logo que chegou, aproximou-se dele, e disse-lhe: Rabi, Rabi. E beijou-o.
46 E lançaram-lhe as mãos, e o prenderam.
47 E um dos que ali estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha.
48 E respondendo Jesus, disse-lhes: Saístes com espadas e varapaus para prender-me, como a um salteador?
49 Todos os dias estive convosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas assim se faz para que as escrituras se cumpram.
Então, deixando-o, todos fugiram.
51 E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E os jovens o prenderam;
52 E ele, largando o lençol, fugiu nu dentre eles.
53 E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se a ele todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas.
54 E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote, e estava assentado com os servidores, e aquentando-se ao fogo.
55 E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam.
56 Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes.
57 E levantando-se alguns, testificavam falsamente contra ele, dizendo:
58 Nós o ouvimos dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos.
59 E nem assim o seu testemunho era coerente.
E levantando-se o sumo sacerdote no meio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti?
61 Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?
62 E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu.
63 E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas?
64 Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o condenaram como culpado de morte.
65 E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe socos, e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas.
66 E estando Pedro embaixo, no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote;
67 E vendo Pedro, que se estava aquentando, olhou para ele, e disse: Tu também estavas com Jesus Nazareno.
68 Mas ele negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu para fora ao alpendre, e o galo cantou.
69 E a criada, vendo-o outra vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um deles.
Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e a tua fala é semelhante.
71 E ele começou a praguejar, e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem de quem falais.
72 E o galo cantou uma segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás tu. E retirando-se dali, chorou.
Pilatos decreta a morte de Jesus — Jesus é escarnecido e crucificado entre dois ladrões — Ele morre e é sepultado no sepulcro de José de Arimateia.
E logo ao amanhecer os principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio, tiveram conselho; e amarrando Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos.
2 E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.
3 E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas; porém ele nada respondia.
4 E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti.
5 Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava.
6 Ora, no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem.
7 E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte.
8 E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito.
9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?
Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.
11 Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que, em vez dele, lhes soltasse Barrabás.
12 E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos Judeus?
13 E eles tornaram a clamar: Crucifica-o!
14 Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o!
15 Porém Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás e, tendo açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado.
16 E os soldados o levaram para dentro do palácio, que é o Pretório, e convocaram toda a coorte;
17 E vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.
18 E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!
19 E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele e, postos de joelhos, o adoraram.
E havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes, e o levaram para fora a fim de o crucificarem.
21 E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.
22 E levaram-no ao lugar do Gólgota, que é, traduzido, Lugar da Caveira.
23 E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.
24 E havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes sobre elas, para saber o que cada um levaria.
25 E era a hora terceira, e o crucificaram.
26 E por cima dele estava escrita a sua acusação: O Rei dos Judeus.
27 E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.
28 E cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.
29 E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça, e dizendo: Ah! tu que derrubas o templo, e em três dias o edificas,
Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz.
31 E da mesma maneira também os principais dos sacerdotes, com os escribas, diziam uns para os outros, zombando: Salvou os outros, e não pode salvar-se a si mesmo;
32 O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos. Também os que com ele estavam crucificados o injuriavam.
33 E chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
34 E à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
35 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias.
36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo.
37 E Jesus, dando um grande brado, expirou.
38 E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.
39 E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.
E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais estavam também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;
41 As quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia; e muitas outras, que tinham subido com ele a Jerusalém.
42 E ao entardecer, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
43 Chegou José de Arimateia, honrado membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus.
44 E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido.
45 E tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José,
46 O qual comprou um lençol fino e, tirando-o da cruz, o envolveu no lençol, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha; e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro.
47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, olhavam onde o punham.
Cristo ressuscita — Ele aparece a Maria Madalena, depois a outros — Ele envia os Apóstolos para pregar e promete que sinais seguirão a fé — Ele ascende aos céus.
E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem ungi-lo.
2 E no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol;
3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?
4 E olhando, viram que já a pedra estava revolvida; porque era muito grande.
5 E entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas.
6 Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram.
7 Porém ide, dizei aos seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse.
8 E saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam tomadas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém, porque temiam.
9 E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.
E partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando.
11 E ouvindo eles que ele vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram.
12 E depois manifestou-se em outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo.
13 E indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda neles creram.
14 Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e repreendeu-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura;
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 E estes sinais seguirão os que crerem: Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 Pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os sararão.
19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido acima no céu, e assentou-se à direita de Deus.
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.
Gabriel promete a Zacarias que Isabel terá um filho, a quem se dará o nome de João — Ele também diz a Maria que ela será a mãe do Filho de Deus — Maria visita Isabel e profere um salmo de louvor — Nasce João Batista — Zacarias profetiza a respeito da missão de João.
Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração das coisas que entre nós se cumpriram,
2 Segundo nos transmitiram os mesmos que as viram desde o princípio, e foram ministros da palavra,
3 Pareceu-me também a mim conveniente escrevê-las a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;
4 Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
5 Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Aarão; e o seu nome era Isabel.
6 E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7 E não tinham filhos, porquanto Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.
8 E aconteceu que, exercendo ele o ofício de sacerdote diante de Deus, na ordem do seu turno,
9 Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso.
E toda a multidão do povo estava fora, orando à hora do incenso.
11 E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.
12 E Zacarias, vendo-o, perturbou-se, e caiu temor sobre ele.
13 Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João;
14 E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento;
15 Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe;
16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus;
17 E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, e os rebeldes, à prudência dos justos; para habilitar ao Senhor um povo preparado.
18 Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isso? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade.
19 E respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e dar-te estas alegres novas;
E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até o dia em que essas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.
21 E o povo estava esperando Zacarias, e maravilhavam-se de que tanto se demorasse no templo.
22 E saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera uma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo.
23 E sucedeu que, terminados os dias do seu ministério, voltou para sua casa.
24 E depois daqueles dias Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo:
25 Porque isto me fez o Senhor, nos dias em que atentou para mim, para tirar o meu opróbrio entre os homens.
26 E no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27 A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28 E entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
29 E vendo-o ela, perturbou-se muito com suas palavras, e considerava que saudação seria aquela.
Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus;
31 E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32 Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33 E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem algum?
35 E respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
36 E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril;
37 Porque para Deus nada será impossível.
38 Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
39 E naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
E entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel.
41 E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo,
42 E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito, o fruto do teu ventre.
43 E de onde me provém isto a mim, que a mãe do meu Senhor venha a mim?
44 Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre;
45 E bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
46 Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47 E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador;
48 Porque atentou para a humildade de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada;
49 Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é o seu nome.
E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem.
51 Com o seu braço agiu valorosamente; dispersou os que tinham pensamentos soberbos no coração.
52 Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
53 Encheu de bens os famintos, e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Auxiliou Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia;
55 Como falou a nossos pais, a Abraão e à sua posteridade, para sempre.
56 E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.
57 E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho.
58 E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.
59 E aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
E respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João.
61 E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por esse nome.
62 E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
63 E pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
64 E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus.
65 E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judeia foram divulgadas todas essas coisas.
66 E todos os que as ouviam as conservavam em seu coração, dizendo: Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
67 E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:
68 Bendito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,
69 E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi, seu servo,
Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo;
71 Que nos livraria dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam;
72 Para manifestar misericórdia a nossos pais, e lembrar-se do seu santo convênio,
73 E do juramento que fez a Abraão, nosso pai,
74 De conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor,
75 Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.
76 E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir adiante da face do Senhor, para preparar os seus caminhos;
77 Para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados;
78 Pela terna misericórdia do nosso Deus, com que do alto nos visitará a aurora;
79 Para alumiar os que estão assentados em trevas e na sombra da morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel.
Mensageiros celestes anunciam o nascimento de Jesus em Belém — Ele é circuncidado, e Simeão e Ana profetizam a respeito de Sua missão — Aos doze anos de idade, Ele cuida dos negócios de Seu Pai.
E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse
2 (Este primeiro alistamento foi feito quando Quirino era governador da Síria),
3 E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4 E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi),
5 Para alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
6 E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
7 E deu à luz seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
8 Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho.
9 E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo.
11 Pois hoje, na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12 E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.
13 E no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
14 Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!
15 E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.
16 E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura.
17 E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita;
18 E todos os que os ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
19 Mas Maria guardava todas essas coisas, meditando-as em seu coração.
E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.
21 E quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22 E cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor,
23 Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo macho primogênito será consagrado ao Senhor;
24 E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos.
25 E eis que havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26 E fora-lhe divinamente revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27 E pelo Espírito foi ao templo, e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28 Ele então o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29 Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra.
Pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31 A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
32 Luz para alumiar as nações, e para glória de teu povo Israel.
33 E José e sua mãe se maravilharam das coisas que dele se diziam.
34 E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que será contradito;
35 E uma espada transpassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36 E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade,
37 E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus com jejuns e orações, de noite e de dia.
38 E esta, sobrevindo na mesma hora, dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
39 E quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41 Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém, à festa da páscoa;
42 E tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43 E regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44 Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e buscavam-no entre os parentes e conhecidos;
45 E como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46 E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos mestres, ouvindo-os, e interrogando-os.
47 E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48 E eles, vendo-o, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te buscávamos.
49 E ele lhes disse: Por que é que me buscáveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51 E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas essas coisas.
52 E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
João Batista prega e batiza — Jesus é batizado, e Deus O proclama como Seu Filho — Declara-se a genealogia de Jesus desde Adão.
E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
2 Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.
3 E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;
4 Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas.
5 Todo vale se encherá, e todo monte e outeiro se abaixarão; e os caminhos tortos se endireitarão, e os caminhos acidentados se aplanarão;
6 E toda a carne verá a salvação de Deus.
7 Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
8 Dai, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.
9 E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.
E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois?
11 E respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira.
12 E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
13 E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.
14 E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: Não trateis mal nem defraudeis ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo.
15 E estando o povo em expectativa, e pensando todos de João, em seu coração, se porventura seria o Cristo,
16 Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas vem um mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias; esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
17 E a sua pá está em sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, porém queimará a palha com fogo que nunca se apaga.
18 E assim, admoestando, muitas outras coisas também anunciava ao povo.
19 Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito,
Acrescentou a todas as outras ainda esta, de encerrar João num cárcere.
21 E aconteceu que, como todo o povo fosse batizado, e sendo batizado também Jesus, e orando, abriu-se o céu,
22 E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo.
23 E o mesmo Jesus, ao começar, tinha cerca de trinta anos, sendo (como se supunha) filho de José, e José, de Eli,
24 E Eli de Matate, e Matate de Levi, e Levi de Melqui, e Melqui de Janai, e Janai de José,
25 E José de Matatias, e Matatias de Amós, e Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagai,
26 E Nagai de Maate, e Maate de Matatias, e Matatias de Semei, e Semei de José, e José de Jodá,
27 E Jodá de Joanã, e Joanã de Resa, e Resa de Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri,
28 E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de Cosã, e Cosã de Elmadã, e Elmadã de Er,
29 E Er de José, e José de Eliézer, e Eliézer de Jorim, e Jorim de Matate, e Matate de Levi,
E Levi de Simeão, e Simeão de Judá, e Judá de José, e José de Jonã, e Jonã de Eliaquim,
31 E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e Mená de Matatá, e Matatá de Natã, e Natã de Davi,
32 E Davi de Jessé, e Jessé de Obede, e Obede de Boaz, e Boaz de Salmom, e Salmom de Naassom,
33 E Naassom de Aminadabe, e Aminadabe de Arão, e Arão de Esrom, e Esrom de Perez, e Perez de Judá,
34 E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque de Abraão, e Abraão de Terá, e Terá de Nacor,
35 E Nacor de Seruque, e Seruque de Ragaú, e Ragaú de Faleque, e Faleque de Éber, e Éber de Salá,
36 E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque,
37 E Lameque de Matusalém, e Matusalém de Enoque, e Enoque de Jarede, e Jarede de Maleleel, e Maleleel de Cainã,
38 E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus.
Jesus jejua por quarenta dias e é tentado pelo diabo — Jesus anuncia Sua filiação divina em Nazaré e é rejeitado — Ele expulsa um demônio em Cafarnaum, cura a sogra de Pedro, prega e cura por toda a Galileia.
E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto;
2 E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e terminados eles, teve fome.
3 E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.
4 E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.
5 E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento todos os reinos do mundo.
6 E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade, e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-a a quem quero;
7 Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
8 E Jesus, respondendo, disse-lhe. Vai-te, Satanás; porque está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.
9 Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,
11 E que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
12 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.
13 E acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
14 Então, pelo poder do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15 E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
16 E chegando a Nazaré, onde fora criado, num dia do sábado, segundo o seu costume, entrou na sinagoga, e levantou-se para ler.
17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para pregar o evangelho aos pobres, enviou-me para curar os quebrantados de coração; para apregoar liberdade aos cativos e dar vista aos cegos; para pôr em liberdade os oprimidos;
19 E para anunciar o ano aceitável do Senhor.
E fechando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21 Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.
22 E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
23 E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas essas coisas que ouvimos terem sido feitas em Cafarnaum faze também aqui na tua pátria.
24 E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria;
25 Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
26 E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.
27 E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio.
28 E todos na sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de ira.
29 E levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até o cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem.
Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.
31 E desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali os ensinava nos sábados.
32 E admiravam a sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.
33 E estava na sinagoga um homem que tinha um espírito de um demônio imundo, e exclamou em alta voz,
34 Dizendo: Ah! que temos nós contigo, Jesus Nazareno? vieste para destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
35 E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele! E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
36 E veio espanto sobre todos, e falavam entre si, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?
37 E a sua fama divulgava-se por todos os lugares, em redor daquela comarca.
38 Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre, e rogaram-lhe por ela.
39 E inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E levantando-se logo, servia-os.
E ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e impondo as mãos sobre cada um deles, os curava.
41 E também de muitos saíam demônios, clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E ele, repreendendo-os, não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Cristo.
42 E sendo já dia, saiu, e foi para um lugar deserto; e a multidão o buscava, e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles.
43 Porém ele lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso sou enviado.
44 E pregava nas sinagogas da Galileia.
Pedro, o pescador, é chamado para pescar homens — Jesus cura um leproso — Ele perdoa pecados e cura um paralítico — Mateus é chamado — Os enfermos precisam de um médico — O vinho novo precisa ser colocado em odres novos.
E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré;
2 E viu dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes.
3 E entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e assentando-se, ensinava do barco a multidão.
4 E quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
5 E respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, por causa da tua palavra, lançarei a rede.
6 E fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.
7 E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique.
8 E Simão Pedro, vendo isso, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador.
9 Porque o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito;
E de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens.
11 E levando os barcos para terra, deixando tudo, o seguiram.
12 E aconteceu que, estando numa das cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes tornar-me limpo.
13 E ele, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
14 E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Porém vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.
15 Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntavam-se grandes multidões para o ouvirem e para serem por ele curados das suas enfermidades.
16 Porém ele retirava-se para os lugares desertos, e ali orava.
17 E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e mestres da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém, e o poder do Senhor estava com ele para os curar.
18 E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam introduzi-lo, e pô-lo diante dele;
19 E não achando por onde pudessem introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao telhado, e pelas telhas o baixaram com a cama, até o meio, diante de Jesus.
E vendo-lhes ele a fé, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados.
21 E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
22 Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração?
23 Qual é mais fácil? dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te, e anda?
24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar os pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa.
25 E levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.
26 E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus; e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje vimos prodígios.
27 E depois dessas coisas, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me.
28 E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.
29 E ofereceu-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa.
E os escribas deles e os fariseus murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?
31 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos;
32 Eu não vim para chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
33 Disseram-lhe então eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os discípulos dos fariseus, porém os teus comem e bebem?
34 Mas ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o noivo está com eles?
35 Dias virão, porém, em que o noivo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão.
36 E contou-lhes também uma parábola: Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; de outra maneira o novo romperá o velho, e o remendo novo não condiz com o velho.
37 E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra maneira o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão;
38 Mas o vinho novo deve ser posto em odres novos, e ambos juntamente se conservarão.
39 E ninguém que beber o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.
Jesus cura no Sábado — Ele escolhe os Doze Apóstolos — Ele profere bênçãos sobre os obedientes e desgraças, sobre os ímpios.
E aconteceu que, num sábado, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam.
2 E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados?
3 E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4 Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?
5 E dizia-lhes: O Filho do Homem é Senhor até do sábado.
6 E aconteceu também noutro sábado que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e estava ali um homem que tinha a mão direita ressequida.
7 E os escribas e fariseus observavam-no, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar.
8 Mas ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão ressequida: Levanta-te, e põe-te em pé no meio. E levantando-se ele, pôs-se em pé.
9 Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer o bem, ou fazer o mal? salvar a vida, ou matar?
E olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.
11 E ficaram cheios de furor, e discutiam uns com os outros sobre o que fariam a Jesus.
12 E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte para orar, e passou a noite orando a Deus.
13 E quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também nomeou apóstolos, a saber:
14 Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
15 E Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote;
16 E Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
17 E descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão do povo de toda a Judeia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom,
18 Que tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados.
19 E toda a multidão procurava tocá-lo; porque saía dele poder, e curava todos.
E levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
21 Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, e quando vos excluírem, e injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem.
23 Regozijai-vos naquele dia, exultai; porque, eis que é grande o vosso galardão no céu, porque assim faziam os seus pais aos profetas.
24 Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação.
25 Ai de vós, que estais fartos! porque tereis fome. Ai de vós, que agora rides! porque lamentareis e chorareis.
26 Ai de vós quando todos os homens de vós falarem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.
27 Mas a vós, que ouvis isso, digo: Amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam;
28 Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
29 Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;
E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
31 E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também.
32 E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Porque também os pecadores amam aos que os amam.
33 E se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Porque também os pecadores fazem o mesmo.
34 E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Porque também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
35 Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
36 Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37 Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.
38 Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos porão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes vos tornarão a medir.
39 E contou-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? não cairão ambos na cova?
O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
41 E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42 Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho; não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho do teu irmão.
43 Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.
44 Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
45 O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
46 E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante:
48 É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha, e vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre a terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a queda daquela casa.
Jesus cura o servo do centurião — Jesus levanta da morte o filho da viúva de Naim — Ele louva João Batista como mais do que um profeta — Uma mulher unge os pés de Jesus, e Ele perdoa seus pecados.
E depois de concluir todas essas palavras aos ouvidos do povo, entrou em Cafarnaum.
2 E o servo de um certo centurião, a quem muito estimava, estava doente, e quase à morte.
3 E quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse e curasse o seu servo.
4 E chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: Ele é digno de que lhe concedas isso,
5 Porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.
6 E foi Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado;
7 Pelo que nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado será curado.
8 Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vai; e ele vai; e a outro: Vem; e ele vem; e ao meu servo: Faze isto; e ele o faz.
9 E Jesus, ouvindo isto, maravilhou-se dele, e voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel achei tanta fé.
E voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo.
11 E aconteceu, no dia seguinte, que Jesus ia a uma cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão;
12 E quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um morto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
13 E vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.
14 E chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te.
15 E o que estava morto assentou-se, e começou a falar; e ele entregou-o à sua mãe.
16 E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.
17 E correu dele esta fama por toda a Judeia e por toda a terra circunvizinha.
18 E os discípulos de João anunciaram-lhe todas essas coisas.
19 E João, chamando dois dos seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
E quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos para dizer-te: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
21 E na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus, e deu vista a muitos cegos.
22 Respondendo então Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que vistes e ouvistes: que os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia o evangelho.
23 E bem-aventurado aquele que em mim não se escandalizar.
24 E tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?
25 Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestes, e no luxo, estão nos paços reais.
26 Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.
27 Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo adiante da tua face, o qual preparará diante de ti o teu caminho.
28 Porque eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há maior profeta do que João Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.
29 E todo o povo que o ouviu e os publicanos justificaram a Deus, tendo sido batizados com o batismo de João.
Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele.
31 E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes?
32 São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocamos flauta para vós, e não dançastes; cantamos lamentações para vós, e não chorastes,
33 Porque veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio;
34 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão, e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.
35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.
36 E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com eles; e entrando na casa do fariseu, assentou-se à mesa.
37 E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
38 E estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento.
39 E quando viu isso o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o tocou, porque é pecadora.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre.
41 Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos denários, e outro cinquenta.
42 E não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos a dívida. Dize, pois, qual deles o amará mais?
43 E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem.
44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e ainda os enxugou com os seus cabelos.
45 Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento.
47 Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa pouco ama.
48 E disse a ela: Os teus pecados te são perdoados.
49 E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados?
E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.
Jesus conta e interpreta a parábola do semeador — Ele acalma a tempestade; expulsa uma legião de demônios, que entram em porcos; cura uma mulher de um fluxo de sangue; e revive a filha de Jairo.
E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze andavam com ele,
2 E também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios,
3 E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens.
4 E ajuntando-se uma grande multidão, e vindo ter com ele de todas as cidades, disse por parábola:
5 Um semeador saiu a semear a sua semente, e quando semeava, caiu uma parte junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram;
6 E outra parte caiu sobre a pedra, e tendo germinado, secou-se, porquanto não tinha umidade;
7 E outra parte caiu entre espinhos, e tendo germinado com ela os espinhos, a sufocaram;
8 E outra parte caiu em boa terra, e tendo germinado, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
9 E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta?
E ele disse: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros, por parábolas, para que, vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.
11 Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus;
12 E os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que não se salvem, crendo;
13 E os que estão sobre a pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas estes não têm raiz, pois creem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam;
14 E a que caiu entre espinhos, estes são os que ouviram, e indo por diante, se sufocam com os cuidados, e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição;
15 E a que caiu em boa terra, estes são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança.
16 E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; porém põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz.
17 Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem coisa escondida que não haja de saber-se e vir à luz.
18 Vede, pois, como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece que tem lhe será tirado.
19 E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam chegar a ele, por causa da multidão.
E foi-lhe anunciado por alguns, dizendo: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te.
21 Porém, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam.
22 E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco, e com ele, os seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram.
23 E navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, e estavam em perigo.
24 E chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria das águas; e cessaram, e fez-se bonança.
25 E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?
26 E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia.
27 E quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que desde muito tempo era possesso de demônios, e não andava vestido, e não habitava em casa, mas nos sepulcros.
28 E vendo a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando, e dizendo com grande voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes.
29 Porque mandava ao espírito imundo que saísse daquele homem; porque já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos.
E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios.
31 E rogavam-lhe que não os mandasse ir para o abismo.
32 E andava ali pastando no monte uma manada de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho.
33 E tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos, e a manada arrojou-se de um despenhadeiro no lago, e afogaram-se.
34 E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e foram anunciá-lo na cidade e nos campos.
35 E saíram para ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus; e acharam o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido, e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram.
36 E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele endemoniado.
37 E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam tomados de grande temor. E entrando ele no barco, voltou.
38 E aquele homem, de quem haviam saído os demônios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele; porém Jesus o despediu, dizendo:
39 Retorna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito.
E aconteceu que, voltando Jesus, a multidão o recebeu, porque todos o estavam esperando.
41 E eis que chegou um homem, cujo nome era Jairo, e era principal da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa;
42 Porque tinha uma filha única, de quase doze anos, e ela estava à morte. E indo ele, apertava-o a multidão.
43 E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, e gastara com os médicos todo o seu sustento, e por nenhum pudera ser curada,
44 Chegando por detrás dele, tocou a orla da sua veste, e o fluxo do seu sangue logo estancou.
45 E disse Jesus: Quem é que me tocou? E negando todos, disseram Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e oprime, e dizes: Quem é que me tocou?
46 E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem percebi que de mim saiu poder.
47 Então a mulher, vendo que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo, e prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que havia tocado nele, e como logo sarara.
48 E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
49 Estando ele ainda falando, chegou alguém da casa do principal da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre.
Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva.
51 E entrando na casa, ninguém deixou entrar, senão Pedro, e Tiago, e João, e o pai e a mãe da menina.
52 E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme.
53 E riam-se dele, sabendo que estava morta.
54 Porém ele, pondo-os todos para fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina.
55 E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer.
56 E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.
Os Doze são enviados — Jesus alimenta cinco mil — Pedro testifica de Cristo — Jesus prediz Sua morte e ressurreição — Ele é transfigurado no monte — Ele cura e ensina.
E convocando os seus doze discípulos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermidades;
2 E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos.
3 E disse-lhes: Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas vestes.
4 E em qualquer casa em que entrardes, ficai ali, e de lá saireis.
5 E quanto àqueles que não vos receberem, saindo vós daquela cidade, sacudi até o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.
6 E saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e curando por toda parte os enfermos.
7 E o tetrarca Herodes ouvia todas as coisas que Jesus fazia, e estava em dúvida, porquanto diziam alguns que João ressuscitara dos mortos,
8 E outros que Elias tinha aparecido, e outros que um profeta dos antigos havia ressuscitado.
9 E disse Herodes: A João mandei eu decapitar; quem é, pois, esse de quem ouço dizer tais coisas? E procurava vê-lo.
E regressando os apóstolos, contaram a ele todas as coisas que tinham feito. E tomando-os consigo, retirou-se para um lugar deserto de uma cidade chamada Betsaida.
11 E sabendo-o a multidão, o seguiu; e ele os recebeu, e falava-lhes do reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura.
12 E já o dia começava a declinar, e chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos lugares e aldeias em redor, se agasalhem, e achem o que comer; porque aqui estamos em lugar deserto.
13 Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes, salvo se nós formos comprar comida para todo este povo.
14 Porque estavam ali quase cinco mil homens. Disse então aos seus discípulos: Fazei-os assentar, em grupos de cinquenta em cinquenta.
15 E assim o fizeram, fazendo-os assentar a todos.
16 E tomando os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou-os e partiu-os, e deu-os aos seus discípulos para os porem diante da multidão.
17 E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram, do que lhes sobejou, doze cestos de pedaços.
18 E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou?
19 E respondendo eles, disseram: Uns João Batista, outros Elias, e outros, que um dos antigos profetas ressuscitou.
E disse-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? E respondendo Pedro, disse: O Cristo de Deus.
21 E admoestando-os, mandou-lhes que a ninguém o dissessem,
22 Dizendo: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado pelos anciãos e pelos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.
23 E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
24 Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; porém qualquer que, por causa de mim, perder a sua vida, a salvará.
25 Porque, que aproveita ao homem ganhar o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?
26 Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos.
27 E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus.
28 E aconteceu que, quase oito dias depois dessas palavras, tomou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu ao monte para orar.
29 E estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua veste ficou branca e muito resplandecente.
E eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias,
31 Os quais apareceram com glória, e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém.
32 E Pedro e os que se achavam com ele estavam carregados de sono, e quando despertaram, viram a sua glória e aqueles dois homens que estavam com ele.
33 E aconteceu que, apartando-se eles dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias; não sabendo o que dizia.
34 E dizendo ele isso, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e entrando eles na nuvem, temeram.
35 E veio da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.
36 E tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
37 E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão;
38 E eis que um homem da multidão clamou, dizendo: Mestre, peço-te que olhes para o meu filho, porque é o único que eu tenho.
39 E eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o convulsiona até espumar; e apenas o larga depois de o ter quebrantado.
E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
41 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me aqui o teu filho.
42 E quando vinha chegando, o demônio o derrubou e o convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai.
43 E todos pasmavam da majestade de Deus. E maravilhando-se todos de todas as coisas que Jesus fazia, disse ele aos seus discípulos:
44 Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos, porque o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens.
45 Mas eles não entendiam essa palavra, e era-lhes encoberta, para que não a compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca dessa palavra.
46 E suscitou-se entre eles uma questão, a saber, qual deles seria o maior.
47 Mas, vendo Jesus o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si,
48 E disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse será grande.
49 E respondendo João, disse: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.
E Jesus lhes disse: Não lho proibais, porque quem não é contra nós é por nós.
51 E aconteceu que, completando-se os dias para a sua ascensão, voltou o seu rosto para ir a Jerusalém.
52 E mandou mensageiros adiante da sua face; e indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada,
53 Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.
54 E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?
55 Voltando-se, porém, ele, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
56 Porque o Filho do Homem não veio para destruir a alma dos homens, mas para salvá-la. E foram para outra aldeia.
57 E aconteceu que, indo eles pelo caminho, alguém lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
58 E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
59 E disse a outro: Segue-me. Porém ele disse: Senhor, deixa que primeiro eu vá, e enterre meu pai.
Mas Jesus lhe disse: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
61 Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
62 E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.
Jesus chama os Setenta, concede-lhes poder e os instrui — Eles pregam e curam — Aqueles que recebem os discípulos de Cristo, O recebem — O Pai é revelado pelo Filho — Jesus conta a parábola do bom samaritano.
E depois disso designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele haveria de ir.
2 E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.
3 Ide; eis que vos mando como cordeiros para o meio de lobos.
4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho.
5 E em qualquer casa aonde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.
6 E se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e se não, voltará para vós.
7 E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 E em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que puserem diante de vós.
9 E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.
Mas em qualquer cidade em que entrardes e não vos receberem, saindo por suas ruas, dizei:
11 Até o pó, que da vossa cidade se nos pegou, sacudimos sobre vós. Sabei, todavia, isto, que já o reino de Deus é chegado a vós.
12 E digo-vos que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade.
13 Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em pano de saco e cinza, se teriam arrependido.
14 Portanto, para Tiro e Sidom será mais tolerável no juízo do que para vós.
15 E tu, Cafarnaum, que estás levantada até o céu, até o inferno serás abatida.
16 Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou.
17 E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, em teu nome, até os demônios se nos sujeitam.
18 E disse-lhes: Eu vi Satanás, como raio, cair do céu.
19 Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.
Mas não vos alegreis por isso, que se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.
21 Naquela mesma hora se alegrou Jesus em espírito, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve.
22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém sabe quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
23 E voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que veem o que vós vedes;
24 Porque vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.
25 E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
27 E respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento; e ao teu próximo como a ti mesmo.
28 E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
29 Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 E, por acaso, descia pelo mesmo caminho um certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo.
32 E de igual modo também um levita, chegando-se ao lugar, e vendo-o, passou de largo.
33 Porém um certo samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
34 E aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
35 E partindo no outro dia, tirou dois denários, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.
36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou ele numa aldeia; e uma certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Porém Marta andava ocupada com muito serviço, e chegando, disse: Senhor, não te importa que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude.
41 E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, andas ansiosa e afadigada com muitas coisas,
42 Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
Jesus profere a oração do Pai Nosso — Ele fala sobre a expulsão de demônios — Ele Se proclama como maior do que Jonas e Salomão — Ele repreende os fariseus e diz que o sangue dos justos será requerido da geração deles.
E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.
2 E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
3 Dá-nos cada dia o nosso pão quotidiano.
4 E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal.
5 Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
6 Porquanto um amigo meu chegou à minha casa, vindo de caminho, e não tenho o que oferecer-lhe;
7 E ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar?
8 Digo-vos que, ainda que não se levante para dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que necessitar.
9 E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca, acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.
11 E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?
12 Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
13 Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o nosso Pai Celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
14 E ele estava expulsando um demônio, o qual era mudo. E aconteceu que, saindo o demônio, o mudo falou; e maravilhou-se a multidão.
15 Porém alguns deles diziam: Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios.
16 E outros, tentando-o, pediam-lhe um sinal do céu.
17 Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo será assolado; e a casa dividida contra si mesma cairá.
18 E se também Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu;
19 E se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Eles, pois, serão os vossos juízes.
Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus.
21 Quando o homem valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem.
22 Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.
23 Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
24 Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; e não o achando, diz: Retornarei para minha casa, de onde saí.
25 E chegando, acha-a varrida e adornada.
26 Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.
27 E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste.
28 Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.
29 E ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas;
Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será também para esta geração.
31 A rainha do sul se levantará no dia do juízo com os homens desta geração, e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis que aqui está quem é maior do que Salomão.
32 Os homens de Nínive se levantarão no dia do juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas, e eis que aqui está quem é maior do que Jonas.
33 E ninguém, acendendo a candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire; porém no velador, para que os que entrarem vejam a luz.
34 A candeia do corpo são os olhos. Sendo, pois, os teus olhos bons, também todo o teu corpo será luminoso, mas, se forem maus, também o teu corpo será tenebroso.
35 Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas.
36 Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, será todo luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor.
37 E estando ele ainda falando, rogou-lhe um fariseu que fosse jantar com ele; e entrando, assentou-se à mesa.
38 Mas o fariseu admirou-se, vendo que não se lavara antes de jantar.
39 E o Senhor lhe disse: Vós, fariseus, limpais agora o exterior do copo e do prato; porém o vosso interior está cheio de rapina e maldade.
Loucos! o que fez o exterior, não fez também o interior?
41 Antes, dai esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo.
42 Mas ai de vós, fariseus! que pagais o dízimo da hortelã, e da arruda, e de toda hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Devíeis fazer estas coisas, e não deixar as outras.
43 Ai de vós, fariseus, que amais os primeiros assentos nas sinagogas, e as saudações nas praças.
44 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que sois como as sepulturas que não aparecem, e os homens que sobre elas andam não o sabem.
45 E respondendo um dos doutores da lei, disse-lhe: Mestre, quando dizes isso, também nos afrontas a nós.
46 Porém ele disse: Ai de vós também, doutores da lei! que sobrecarregais os homens com cargas difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais nas ditas cargas.
47 Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, e vossos pais os mataram.
48 Bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros.
49 Portanto, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros;
Para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado,
51 Desde o sangue de Abel, até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração.
52 Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave do conhecimento; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam.
53 E dizendo-lhes essas coisas, os escribas e os fariseus começaram a apertá-lo fortemente, e a fazê-lo falar acerca de muitas coisas,
54 Armando-lhe ciladas, a fim de apanharem da sua boca alguma coisa para o acusarem.
Jesus ensina: Acautelai-vos contra a hipocrisia; ajuntai tesouros no céu, não na Terra; preparai-vos para a vinda do Senhor; a quem muito for dado, muito se lhe exigirá; a pregação do evangelho causa divisão.
Ajuntando-se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer primeiramente aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
2 Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.
3 Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no interior da casa, sobre os telhados será apregoado.
4 E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo, e depois não têm mais o que fazer.
5 Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.
6 Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus.
7 E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
8 E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus.
9 Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.
E a todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoada, mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo não lhe será perdoado.
11 E quando vos conduzirem às sinagogas, aos magistrados e autoridades, não estejais ansiosos quanto a como ou ao que haveis de responder, nem quanto ao que haveis de falar.
12 Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar.
13 E disse-lhe alguém da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.
14 Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?
15 E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância dos bens que possui.
16 E propôs-lhes uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância;
17 E arrazoava ele consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18 E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todo o meu produto e os meus bens;
19 E direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e alegra-te.
Porém Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?
21 Assim é o que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.
22 E disse aos seus discípulos: Portanto, vos digo: Não estejais ansiosos pela vossa vida, com o que comereis, nem pelo corpo, com o que vestireis.
23 Mais é a vida do que o sustento, e o corpo, mais do que o vestuário.
24 Considerai os corvos, que nem semeiam, nem ceifam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?
25 E qual de vós, por estar ansioso, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
26 Pois, se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos quanto às demais?
27 Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
28 E se Deus assim veste a erva que hoje está no campo, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
29 Vós, pois, não pergunteis o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis inquietos.
Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas.
31 Buscai antes o reino de Deus, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
32 Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.
33 Vendei o que tendes, e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói.
34 Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.
35 Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias.
36 E sede vós semelhantes aos homens que esperam seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe.
37 Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, os achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e chegando-se, os servirá.
38 E se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos.
39 Sabei, porém, isto: que se o pai de família soubesse a que hora haveria de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
Portanto, estai vós também preparados; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais.
41 E disse-lhe Pedro: Senhor, contas essa parábola a nós, ou também a todos?
42 E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?
43 Bem-aventurado aquele servo, o qual o senhor, quando vier, achar fazendo assim.
44 Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.
45 Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se,
46 Virá o senhor daquele servo no dia em que não o espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e porá a sua parte com os infiéis.
47 E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se preparou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;
48 Mas o que não a soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe exigirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
49 Vim lançar fogo na terra; e que mais quero, se já está aceso?
Tenho, porém, que ser batizado com um batismo; e como me angustio até que venha a cumprir-se!
51 Cuidais vós que vim dar paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;
52 Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três;
53 O pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai; a mãe, contra a filha, e a filha, contra a mãe; a sogra, contra sua nora, e a nora, contra sua sogra.
54 E dizia também à multidão: Quando vedes a nuvem que vem do ocidente, logo dizeis: Lá vem chuva, e assim sucede.
55 E quando sopra o vento sul, dizeis: Haverá calor; e assim sucede.
56 Hipócritas, sabeis distinguir a face da terra e do céu, e como não distinguis este tempo?
57 E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?
58 Quando, pois, vais com o teu adversário ao magistrado, procura livrar-te dele no caminho; para que não suceda que te conduza ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e o oficial de justiça te encerre na prisão.
59 Digo-te que não sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Jesus ensina: Arrependei-vos ou perecereis — Ele conta a parábola da figueira estéril, cura uma mulher no Sábado e compara o reino de Deus a um grão de mostarda — Ele discute se são muitos ou poucos os que serão salvos e pranteia sobre Jerusalém.
E naquele mesmo tempo estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios.
2 E respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem assim padecido?
3 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
4 Ou aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre em Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos os outros homens que habitam em Jerusalém?
5 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
6 E contou esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi buscar nela algum fruto, e não o achou;
7 E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho buscar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente?
8 E respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque;
9 E se der fruto, ficará, e se não, depois a mandarás cortar.
E ensinava no sábado, numa das sinagogas.
11 E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se.
12 E vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.
13 E pôs as mãos sobre ela, e logo ela se endireitou, e glorificava a Deus.
14 E tomando a palavra o principal da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia do sábado.
15 Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi ou jumento, e não o leva para beber?
16 E não convinha soltar desta prisão, no dia do sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?
17 E dizendo ele essas coisas, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele.
18 E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei?
19 É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu.
E disse outra vez: A que compararei o reino de Deus?
21 É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.
22 E percorria as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém.
23 E disse-lhe alguém: Senhor, são poucos os que se salvam? E ele lhe disse:
24 Esforçai-vos para entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.
25 Quando o pai de família se levantar e fechar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois;
26 Então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tens ensinado nas nossas ruas.
27 E ele dirá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniquidade.
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas, no reino de Deus, e vós, lançados fora.
29 E eles virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus.
E eis que últimos há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os últimos.
31 Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te.
32 E disse-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado.
33 Preciso, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém.
34 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das suas asas, e não quiseste?
35 Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.
Jesus cura novamente no Sábado — Ele ensina a humildade e conta a parábola da grande ceia — Aqueles que O seguem devem abandonar tudo.
Aconteceu num sábado que, entrando ele na casa de um dos principais dos fariseus para comer pão, eles o estavam observando.
2 E eis que estava ali diante dele um certo homem hidrópico.
3 E Jesus, tomando a palavra, falou aos doutores da lei, e aos fariseus, dizendo: É lícito curar no sábado?
4 Eles, porém, calaram-se. E tomando-o, ele o curou e despediu.
5 E respondendo-lhes, disse: Qual será de vós o que, caindo-lhe num poço, no dia do sábado, o jumento ou o boi, não o tire logo?
6 E nada lhe podiam replicar a essas coisas.
7 E contou aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes:
8 Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu;
9 E vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o último lugar.
Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.
11 Porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
12 E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado.
13 Mas, quando deres um banquete, chama os pobres, aleijados, coxos e cegos,
14 E serás bem-aventurado; porquanto não têm com que to recompensar; porque recompensado te será na ressurreição dos justos.
15 E ouvindo isso um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.
16 Porém ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou muitos.
17 E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado.
18 E todos, unânimes, começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado.
19 E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Casei, e, portanto, não posso ir.
21 E voltando aquele servo, anunciou essas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e coxos e cegos.
22 E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.
23 E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar para que a minha casa se encha.
24 Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.
25 Ora, iam com ele grandes multidões; e voltando-se, disse-lhes:
26 Se alguém vier a mim, e não odiar seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
29 Para que não aconteça que, depois de haver posto o alicerce, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
31 Ou qual é o rei que, indo à guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
32 De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores, e pede condições de paz.
33 Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
34 Bom é o sal; porém, se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar?
35 Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Jesus conta a parábola da ovelha perdida, a da moeda de prata e a do filho pródigo.
E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.
3 E ele lhes propôs esta parábola, dizendo:
4 Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?
5 E achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo;
6 E chegando à casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
7 Digo-vos que assim haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
8 Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, e não busca com diligência até a achar?
9 E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
11 E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele lhes repartiu os haveres.
13 E poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra muito distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E havendo ele já gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidade.
15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar os porcos.
16 E desejava saciar o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
17 E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu pereço de fome!
18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
E levantando-se, foi para seu pai; e quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor túnica, e vesti-o com ela, e ponde-lhe um anel na mão, e sandálias nos pés;
23 E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
24 Porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
26 E chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porquanto o recuperou são e salvo.
28 Indignou-se, porém, ele, e não queria entrar. E saindo o pai, o consolava.
29 Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, e nunca transgredi o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
32 Portanto, era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e foi achado.
Jesus conta a parábola do mordomo injusto — Ele ensina a respeito do serviço e condena o divórcio — Ele conta a parábola do homem rico e Lázaro.
E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.
2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás mais ser mordomo.
3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.
4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.
5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?
6 E ele disse: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta, e assentando-te já, escreve cinquenta.
7 Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele disse: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta, e escreve oitenta.
8 E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.
9 E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para quando estas vos faltarem, vos recebam nos tabernáculos eternos.
Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.
11 Pois, se na riqueza injusta não fostes fiéis, quem vos confiará a verdadeira?
12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
14 E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas, e zombavam dele.
15 E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração, porque, o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.
16 A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele.
17 E é mais fácil passarem o céu e a terra do que cair um til da lei.
18 Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido também adultera.
19 Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;
21 E desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e até vinham os cães, e lambiam-lhe as chagas.
22 E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
23 E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
24 E ele, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado, e tu, atormentado;
26 E além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
27 E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 Porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
29 Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se alguém dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
31 Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem Moisés e os profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
Jesus fala de ofensas, perdão e fé — Até os fiéis são servos inúteis — Dez leprosos são curados — Jesus discursa sobre a Segunda Vinda.
E disse aos discípulos: É impossível que não venham pedras de tropeço, mas ai daquele por quem vierem!
2 Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que escandalizar um destes pequeninos.
3 Acautelai-vos. E se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe.
4 E se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia retornar a ti, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.
5 Disseram então os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé.
6 E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e vos obedeceria.
7 E qual de vós terá um servo lavrando ou apascentando, e voltando ele do campo, lhe diga: Chega-te, e assenta-te à mesa?
8 E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que eu tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu?
9 Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não.
Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.
11 E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio da Samaria e da Galileia;
12 E entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe;
13 E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.
14 E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
15 E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz;
16 E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.
17 E respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?
18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?
19 E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.
E interrogado pelos fariseus sobre quando haveria de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.
21 Nem dirão: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.
22 E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem, e não o vereis.
23 E dir-vos-ão: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali; não vades, nem os sigais;
24 Porque, como o relâmpago, iluminando de uma parte debaixo do céu, resplandece até a outra debaixo do céu, assim será também o Filho do Homem no seu dia.
25 Mas primeiro convém que ele padeça muito, e seja rejeitado por esta geração.
26 E como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem.
27 Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.
28 Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam.
29 Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.
Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar.
31 Naquele dia, quem estiver no telhado, e os seus bens na casa, não desça para pegá-los; e da mesma forma, o que estiver no campo não volte para trás.
32 Lembrai-vos da mulher de Ló.
33 Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; e qualquer que a perder, salvá-la-á.
34 Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado.
35 Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada.
36 Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado.
37 E respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias.
Jesus conta a parábola do juiz injusto e a do fariseu e o publicano — Ele convida as crianças a se achegarem a Ele e ensina como alcançamos a vida eterna — Ele fala de Sua morte e ressurreição que se aproximam e concede visão a um homem cego.
E contou-lhes também uma parábola acerca do dever de orar sempre, e nunca desfalecer,
2 Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia nem respeitava homem algum.
3 Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva, e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4 E por algum tempo não quis; mas depois disse consigo mesmo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito homem algum,
5 Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não venha, e me importune muito.
6 E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
7 E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
8 Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Porém, quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?
9 E contou também esta parábola a alguns que de si mesmos confiavam que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo para orar: um fariseu, e o outro, publicano.
11 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
12 Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
13 O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia em seu peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
15 E traziam-lhe também pequeninos, para que ele os tocasse; e os discípulos, vendo isso, repreendiam-nos.
16 Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.
17 Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele.
18 E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
19 Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe.
21 E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.
22 Porém Jesus, ouvindo isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
23 E ele, ouvindo isso, ficou muito triste, porque era muito rico.
24 E vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
25 Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
26 E os que ouviram isso disseram: Logo, quem pode salvar-se?
27 E ele disse: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.
28 E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.
29 E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,
E não haja de receber muito mais neste tempo, e no mundo vindouro, a vida eterna.
31 E tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do Homem tudo o que pelos profetas está escrito;
32 Porque será entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido,
33 E havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.
34 E eles nada dessas coisas entendiam, e esta palavra lhes era encoberta; e não entendiam o que se lhes dizia.
35 E aconteceu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando;
36 E ouvindo passar a multidão, perguntou o que era aquilo;
37 E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava.
38 Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim.
39 E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; porém ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim.
Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e chegando ele, perguntou-lhe,
41 Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja.
42 E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.
43 E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isso, dava louvores a Deus.
Jesus veio para salvar almas — Ele conta a parábola das minas — Ele entra triunfantemente em Jerusalém, chora pela cidade e purifica o templo novamente.
E tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando.
2 E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e este era um dos principais dos publicanos, e era rico.
3 E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque ele era de pequena estatura.
4 E correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque ele havia de passar por ali.
5 E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém ficar em tua casa.
6 E apressando-se, desceu, e recebeu-o com alegria.
7 E vendo todos isso, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.
8 E levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e se nalguma coisa defraudei alguém, o restituo quadruplicado.
9 E disse-lhe Jesus: Hoje houve salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão;
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
11 E ouvindo eles essas coisas, ele prosseguiu, e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que o reino de Deus logo se haveria de manifestar.
12 Disse, pois: Um certo homem nobre partiu para um terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois.
13 E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha.
14 Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.
15 E aconteceu que, voltando ele, havendo tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.
16 E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas.
17 E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade.
18 E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina granjeou cinco minas.
19 E a esse disse também: Sê tu também sobre cinco cidades.
E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço;
21 Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e ceifas o que não semeaste.
22 Porém ele lhe disse: Servo mau, pela tua boca te julgarei; sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e ceifo o que não semeei;
23 Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, e vindo eu, o receberia com os juros?
24 E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tiver dez minas.
25 (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas).
26 Pois eu vos digo que a qualquer que tiver, ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado.
27 Porém trazei aqui aqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, e matai-os diante de mim.
28 E dito isso, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
29 E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda se assentou; soltai-o e trazei-o;
31 E se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor necessita dele.
32 E indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
33 E soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
34 E eles disseram: O Senhor necessita dele.
35 E trouxeram-no a Jesus; e lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
36 E indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
37 E quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
38 Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas!
39 E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
E respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, logo as pedras clamarão.
41 E quando já ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
42 Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! mas agora isso está encoberto aos teus olhos.
43 Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados;
44 E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porquanto não conheceste o tempo da tua visitação.
45 E entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam,
46 Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores.
47 E todos os dias ensinava no templo, e os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo.
48 E não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o.
Os principais dos sacerdotes se opõem a Jesus — Ele conta a parábola dos lavradores maus — Dar a César e a Deus o que é deles — Jesus ensina a lei do casamento.
E aconteceu num daqueles dias que, estando ele ensinando o povo no templo, e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos,
2 E falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou, quem é que te deu esta autoridade?
3 E respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: dizei-me, pois:
4 O batismo de João era do céu ou dos homens?
5 E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu; ele nos dirá: Então por que não crestes nele?
6 E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta.
7 E responderam que não sabiam de onde era.
8 E Jesus lhes disse: Nem tampouco eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.
9 E começou a contar ao povo esta parábola: Um certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo;
E a seu tempo mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no embora de mãos vazias.
11 E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este, e afrontando-o, mandaram-no embora de mãos vazias.
12 E tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram.
13 E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez, vendo-o, o respeitem.
14 Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herdade seja nossa.
15 E lançando-o para fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha?
16 Irá, e destruirá aqueles lavradores, e dará a outros a vinha. E ouvindo eles isso, disseram: Assim não seja!
17 Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi feita cabeça da esquina.
18 Qualquer que cair sobre aquela pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.
19 E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão dele naquela mesma hora; mas temeram o povo; porque entenderam que contra eles contara essa parábola.
E observando-o, mandaram espias, que se fingissem de justos, para o apanhar nalguma palavra, e entregá-lo à jurisdição e autoridade do governador.
21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não atentas para a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus;
22 É-nos lícito dar tributo a César ou não?
23 E entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?
24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E respondendo eles, disseram: De César.
25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus.
26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e maravilhados da sua resposta, calaram-se.
27 E chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe,
28 Dizendo: Mestre, Moisés escreveu-nos que, se o irmão de alguém falecer, tendo mulher, e não deixar filhos, o irmão dele tome a mulher, e suscite posteridade a seu irmão.
29 Houve, pois, sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem filhos;
E o segundo tomou-a, e também este morreu sem filhos;
31 E o terceiro tomou-a, e igualmente também os sete; e morreram, e não deixaram filhos.
32 E por último, depois de todos, morreu também a mulher.
33 Portanto, na ressurreição, de qual deles será a mulher, pois que os sete a tiveram por mulher?
34 E respondendo Jesus, disse-lhes: Os filhos deste mundo casam-se, e dão-se em casamento;
35 Mas os que forem considerados dignos de alcançar aquele mundo, e a ressurreição dos mortos, nem hão de casar, nem de ser dados em casamento;
36 Porque não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.
37 E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó.
38 Ora, Deus não é Deus de mortos, porém de vivos; porque para ele vivem todos.
39 E respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem.
E não ousavam perguntar-lhe mais coisa alguma.
41 E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é filho de Davi?
42 Dizendo o mesmo Davi no livro dos Salmos: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,
43 Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.
44 De sorte que Davi lhe chama Senhor; e como é seu filho?
45 E ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discípulos:
46 Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas; e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes;
47 Que devoram as casas das viúvas, fazendo, como pretexto, longas orações. Estes receberão maior condenação.
Jesus prediz a destruição do templo e de Jerusalém — Ele fala dos sinais que precederão Sua Segunda Vinda e conta a parábola da figueira.
E olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro;
2 E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas;
3 E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos essa pobre viúva;
4 Porque todos aqueles lançaram para as ofertas de Deus do que lhes sobejava; mas esta, da sua pobreza, lançou todo o sustento que tinha.
5 E falando alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse:
6 Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.
7 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, quando serão, pois, essas coisas? E que sinal haverá quando essas coisas estiverem para acontecer?
8 Disse então ele: Vede que não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e já o tempo está próximo; não vades, portanto, após eles.
9 E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessário que essas coisas aconteçam primeiro, mas o fim não será logo.
Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino;
11 E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.
12 Mas antes de todas essas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
13 E sobrevir-vos-á isso para testemunho.
14 Proponde, pois, em vosso coração não premeditar como haveis de responder,
15 Porque eu vos darei boca e sabedoria, às quais não poderão contradizer nem resistir todos quantos se vos opuserem.
16 E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós.
17 E por todos sereis odiados por causa do meu nome.
18 Mas não perecerá nem um cabelo da vossa cabeça.
19 Na vossa paciência possuí a vossa alma.
Porém, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que já é chegada a sua assolação.
21 Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; e os que estiverem no meio dela, saiam; e os que estiverem nos campos, não entrem nela.
22 Porque dias de vingança são esses, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas.
23 Mas ai das grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! porque haverá grande aflição na terra, e ira sobre este povo.
24 E eles cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios até que os tempos dos gentios se completem.
25 E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas; e na terra, angústia das nações em perplexidade, pelo bramido do mar e das ondas;
26 Homens desfalecendo de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; porque os poderes do céu serão abalados.
27 E então verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória.
28 Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima, e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima.
29 E contou-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
Quando já brotaram, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que já está perto o verão.
31 Assim também vós, quando virdes acontecer essas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.
32 Em verdade vos digo que esta geração não passará até que tudo aconteça.
33 Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.
34 E acautelai-vos, não aconteça que o vosso coração se sobrecarregue de glutonaria, embriaguez, e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós inesperadamente aquele dia.
35 Porque virá como um laço sobre todos os que habitam sobre a face de toda a terra.
36 Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que sejais considerados dignos de escapar de todas essas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do Homem.
37 E de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, ficava no monte chamado das Oliveiras.
38 E todo o povo ia ter com ele no templo, de manhã cedo, para o ouvir.
Jesus institui o sacramento — Ele sofre no Getsêmani e é traído e preso — Pedro nega conhecê-Lo — Jesus é ferido e escarnecido.
Estava, pois, perto a festa dos pães ázimos, chamada a páscoa.
2 E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam como o matariam; porque temiam o povo.
3 Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze;
4 E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria,
5 Os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro.
6 E ele prometeu; e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço.
7 Chegou, porém, o dia dos pães ázimos, em que se devia sacrificar a páscoa.
8 E mandou Pedro e João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos.
9 E eles lhe disseram: Onde queres que a preparemos?
E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, vos encontrará um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar.
11 E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?
12 Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; ali fazei preparativos.
13 E indo eles, acharam como lhes tinha dito; e prepararam a páscoa.
14 E chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele, os doze apóstolos.
15 E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça;
16 Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus.
17 E tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós;
18 Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus.
19 E tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
21 Porém eis que a mão do que me trai está comigo à mesa.
22 E, na verdade, o Filho do Homem vai segundo o que está determinado; porém ai daquele homem por quem é traído!
23 E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isso.
24 E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.
25 E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.
26 Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.
27 Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Porém eu entre vós sou como aquele que serve.
28 E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações.
29 E eu vos confio o reino, como meu Pai mo confiou;
Para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.
31 Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
32 Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos.
33 E ele lhe disse: Senhor, estou pronto para ir contigo até a prisão e a morte.
34 Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.
35 E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje, e sem sandálias, faltou-vos porventura alguma coisa? E disseram: Nada.
36 Disse-lhes, pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a;
37 Porque vos digo que é necessário que em mim se cumpra ainda aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim tem seu cumprimento.
38 E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta.
39 E saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram.
E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação.
41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava,
42 Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice, porém não se faça a minha vontade, senão a tua.
43 E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia.
44 E posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor fez-se como grandes gotas de sangue, que corriam até o chão.
45 E levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza.
46 E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.
47 E estando ele ainda a falar, eis que chegou a multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante deles, e chegou-se a Jesus para o beijar.
48 E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?
49 E os que estavam com ele, vendo o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada?
E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita.
51 E respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E tocando-lhe a orelha, o curou.
52 E disse Jesus aos principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido contra ele: Saístes, como contra um salteador, com espadas e varapaus?
53 Tendo estado todos os dias convosco no templo, não estendestes as mãos contra mim, porém esta é a vossa hora e o poder das trevas.
54 Então, prendendo-o, o conduziram, e o puseram na casa do sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe.
55 E havendo-se acendido fogo no meio do pátio, e assentando-se juntos, assentou-se Pedro entre eles.
56 E uma certa criada, vendo-o estar assentado ao fogo, e pondo os olhos nele, disse: Este também estava com ele.
57 Porém ele negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço.
58 E um pouco depois, vendo-o outro, disse: Tu és também deles. Porém Pedro disse: Homem, não sou.
59 E passada quase uma hora, um outro afirmava, dizendo: Também este verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu.
E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo.
61 E virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.
62 E saindo Pedro para fora, chorou amargamente.
63 E os homens que detinham Jesus zombavam dele, ferindo-o.
64 E vendando-o, feriam-no no rosto, e perguntavam-lhe, dizendo: Profetiza, quem é que te feriu?
65 E muitas outras coisas diziam contra ele, blasfemando.
66 E logo que amanheceu, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao Sinédrio,
67 Dizendo: És tu o Cristo? dize-no-lo. E disse-lhes: Se vo-lo disser, não o crereis;
68 E também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis.
69 Desde agora o Filho do Homem se assentará à direita do poder de Deus.
E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele lhes disse: Vós dizeis que eu sou.
71 E disseram eles: De que mais testemunho necessitamos? pois nós mesmos o ouvimos da sua boca.
Jesus é levado perante Pilatos, em seguida perante Herodes e depois novamente perante Pilatos — Barrabás é libertado — Jesus é crucificado entre dois ladrões — Ele é sepultado no sepulcro de José de Arimateia.
E levantando-se toda a multidão deles, o levaram a Pilatos.
2 E começaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este, que perverte a nação, e proíbe dar tributo a César, dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei.
3 E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.
4 E disse Pilatos aos principais do sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.
5 Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Ele alvoroça o povo, ensinando por toda a Judeia, começando desde a Galileia até aqui.
6 Então Pilatos, ouvindo falar da Galileia, perguntou se aquele homem era galileu.
7 E entendendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém.
8 E Herodes, quando viu Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava vê-lo fazer algum sinal;
9 E interrogava-o com muitas palavras, porém ele nada lhe respondia.
E estavam os principais dos sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência.
11 E Herodes, com os seus soldados, desprezando-o, e escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos.
12 E no mesmo dia Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; porque dantes andavam em inimizade um com o outro.
13 E convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, disse-lhes:
14 Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem.
15 Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não fez coisa alguma digna de morte.
16 Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.
17 E era-lhe necessário soltar-lhes um detento pela festa.
18 Porém toda a multidão clamou a uma voz, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás;
19 O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio.
Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar Jesus.
21 Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o!
22 Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Pois que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.
23 Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos e os dos principais dos sacerdotes redobravam.
24 Então Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam.
25 E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; porém entregou Jesus à vontade deles.
26 E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.
27 E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam no peito, e o lamentavam.
28 Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.
29 Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram!
Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos.
31 Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?
32 E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
33 E quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro, à esquerda.
34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E repartindo as vestes dele, lançaram sortes.
35 E o povo estava olhando; e juntamente com eles também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o eleito de Deus.
36 E também os soldados o escarneciam, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre,
37 E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo.
38 E também por cima dele estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: Este É o Rei dos Judeus.
39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.
44 E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona.
45 E o sol escureceu, e rasgou-se ao meio o véu do templo.
46 E clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isso, expirou.
47 E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.
48 E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo no peito.
49 E todos os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe vendo essas coisas.
E eis que um homem por nome José, membro do Sinédrio, homem de bem e justo,
51 Que não tinha consentido no desígnio deles, nem em seus atos, que era de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus,
52 Este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.
53 E havendo-o tirado, envolveu-o num lençol, e pô-lo num sepulcro lavrado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto.
54 E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado.
55 E também as mulheres, que tinham saído com ele da Galileia, o seguiram, e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo.
56 E voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.
Anjos anunciam a ressurreição de Cristo — Ele caminha pela estrada de Emaús — Ele aparece com um corpo de carne e ossos, ingere alimentos, testifica de Sua divindade e promete o Espírito Santo — Ele ascende ao céu.
E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas, e algumas outras com elas, ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.
2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro.
3 E entrando elas, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
4 E aconteceu que, estando elas perplexas por isso, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes.
5 E estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?
6 Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ele ainda na Galileia,
7 Dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.
8 E lembraram-se das suas palavras.
9 E voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e a todos os demais.
E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, que diziam essas coisas aos apóstolos.
11 E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não creram nelas.
12 Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando-se do que havia acontecido.
13 E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús;
14 E iam falando entre si de todas aquelas coisas que haviam sucedido.
15 E aconteceu que, indo eles falando entre si, e perguntando-se um ao outro, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles;
16 Mas os olhos deles estavam impedidos de o reconhecerem.
17 E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?
18 E respondendo um, cujo nome era Cleofas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?
19 E ele lhes disse: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
E como os principais dos sacerdotes, e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram;
21 E nós esperávamos que fosse ele o que redimisse Israel; mas agora, além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram;
22 Ainda que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro;
23 E não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive;
24 E alguns dos que estão conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém a ele não o viram.
25 E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram!
26 Porventura não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?
27 E começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes em todas as escrituras o que dele estava escrito.
28 E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.
29 E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.
E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou, e partiu-o, e deu-o a eles.
31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram, e ele desapareceu de diante deles.
32 E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho nos falava, e quando nos abria as escrituras?
33 E na mesma hora, levantando-se, retornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com eles,
34 Que diziam: Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão.
35 E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como por eles foi reconhecido no partir do pão.
36 E falando eles dessas coisas, o próprio Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco.
37 E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.
38 E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração?
39 Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
E dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 E não o crendo eles ainda por causa da alegria, e maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer?
42 Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel;
43 O que ele tomou, e comeu diante deles.
44 E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas, e nos salmos.
45 Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as escrituras.
46 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos;
47 E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48 E dessas coisas sois vós testemunhas.
49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, vós na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
E levou-os para fora, até Betânia; e levantando as suas mãos, os abençoou.
51 E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.
52 E adorando-o eles, retornaram com grande júbilo para Jerusalém.
53 E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém.
Cristo é a Palavra de Deus — Ele criou todas as coisas e se fez carne — João batiza Jesus e testifica que Ele é o Cordeiro de Deus — João, André, Simão, Filipe e Natanael creem em Cristo e O seguem.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por intermédio dele.
8 Não era ele a luz; mas veio para que testificasse da luz,
9 Que era a luz verdadeira, que alumia todo homem que vem ao mundo.
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;
13 Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João testificou dele; e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem depois de mim é antes de mim, porque era primeiro do que eu.
16 E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.
17 Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Deus nunca foi visto por ninguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, ele no-lo revelou.
19 E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
E confessou, e não negou; mas confessou: Eu não sou o Cristo.
21 E perguntaram-lhe: Quem és então? És tu Elias? E ele disse: Não sou. És tu profeta? E ele respondeu: Não.
22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?
23 Disse ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.
28 Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
29 No dia seguinte João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim; porque era primeiro do que eu.
31 E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, por isso vim eu, batizando com água.
32 E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousar sobre ele.
33 E eu não o conhecia, mas o que me enviou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e repousar sobre ele, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
34 E eu vi, e testifiquei que este é o Filho de Deus.
35 No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos;
36 E vendo Jesus andar por ali, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.
37 E os dois discípulos ouviram-no dizer isso, e seguiram Jesus.
38 E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles lhe disseram: Rabi, (que, traduzido, quer dizer mestre) onde moras?
39 Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima.
Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido.
41 Este achou primeiro seu irmão Simão, e disse-lhe: Já achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
42 E levou-o a Jesus. E olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que, por interpretação, quer dizer Pedro).
43 No dia seguinte quis Jesus ir à Galileia, e encontrou Filipe, e disse-lhe: Segue-me.
44 E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 Filipe encontrou Natanael, e disse-lhe: Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas, a saber: Jesus de Nazaré, filho de José.
46 Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.
47 Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
48 Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira.
49 Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira; crês? Coisas maiores do que essas verás.
51 E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem.
Jesus transforma água em vinho em Caná — Ele comparece à Páscoa, purifica o templo, prediz Sua morte e ressurreição, e faz milagres.
E ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus.
2 E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas.
3 E faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Sua mãe disse aos servos: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.
7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre de cerimônias. E levaram.
9 E logo que o mestre de cerimônias provou a água transformada em vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os servos que tinham tirado a água), o mestre de cerimônias chamou o noivo,
E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já beberam fartamente, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso, desceram a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias.
13 E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
14 E encontrou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambistas assentados.
15 E tendo feito um açoite de cordéis, lançou todos para fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambistas, e derrubou as mesas;
16 E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de comércio.
17 E os seus discípulos lembraram-se de que está escrito: O zelo da tua casa me consumiu.
18 Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas?
19 Jesus respondeu, e disse-lhes: Derrubai este templo, e em três dias o levantarei.
Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?
21 Porém ele falava do templo do seu corpo.
22 Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na escritura, e na palavra que Jesus tinha dito.
23 E estando ele em Jerusalém pela páscoa, no dia da festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.
24 Mas o próprio Jesus não confiava neles, porque conhecia a todos,
25 E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.
Jesus diz a Nicodemos que os homens devem nascer de novo — Deus amou o mundo de tal maneira que enviou Seu Filho Unigênito para salvar os homens — João Batista testifica que aquele que crê no Filho tem a vida eterna.
E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer esses sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.
4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus,
6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
8 O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; porém não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9 Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode suceder isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isso?
11 Na verdade, na verdade te digo que dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.
12 Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
13 E ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, a saber, o Filho do Homem, que está no céu.
14 E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado;
15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus.
19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
22 Depois disso foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judeia; e estava ali com eles, e batizava.
23 Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porquanto havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados.
24 Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão.
25 Houve então uma questão entre os discípulos de João e os judeus, acerca da purificação.
26 E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, eis que batiza, e todos vão ter com ele.
27 João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
28 Vós mesmos me sois testemunhas de que eu disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.
29 Aquele que tem a noiva é o noivo; mas o amigo do noivo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, esta minha alegria já se cumpriu.
A ele convém crescer, porém a mim, diminuir.
31 Aquele que vem de cima está sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu está sobre todos.
32 E aquilo que viu e ouviu, isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho.
33 Aquele que aceitou o seu testemunho, esse certifica que Deus é verdadeiro.
34 Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; porque não lhe dá Deus o Espírito por medida.
35 O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.
36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; porém aquele que não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre ele permanece.
Jesus ensina uma mulher de Samaria — Todos devem adorar o Pai em espírito e em verdade — Aqueles que colhem almas ganham a vida eterna — Muitos samaritanos acreditam — Jesus cura o filho de um nobre.
E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João
2 (Ainda que Jesus mesmo não batizasse, mas os seus discípulos),
3 Deixou a Judeia, e foi outra vez para a Galileia.
4 E era-lhe necessário passar por Samaria.
5 Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó dera a seu filho José.
6 E estava ali a fonte de Jacó; Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta.
7 Veio uma mulher de Samaria tirar água; disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8 Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
9 Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber; tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
12 És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, e ele mesmo dele bebeu, e os seus filhos, e o seu gado?
13 Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
14 Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.
15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.
16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido, e vem cá.
17 A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
18 Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, quando nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos, porque a salvação vem dos judeus.
23 Porém a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
25 A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
26 Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.
27 E nisso vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que falasse com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Que falas com ela?
28 Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:
29 Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura não é este o Cristo?
Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele.
31 E nesse ínterim os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come.
32 Porém ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não sabeis.
33 Então os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe alguém porventura algo de comer?
34 Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e consumar a sua obra.
35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.
36 E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia, como o que ceifa, ambos se regozijem.
37 Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro, o que ceifa.
38 Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
39 E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou, dizendo: Disse-me tudo quanto tenho feito.
Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias.
41 E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra.
42 E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos; porque nós mesmos o ouvimos, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.
43 E dois dias depois partiu dali, e foi para a Galileia.
44 Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.
45 Chegando, pois, à Galileia, os galileus o receberam, tendo visto todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da festa; porque também eles tinham ido à festa.
46 Jesus foi outra vez a Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum.
47 Ouvindo este que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com ele, e rogou-lhe que descesse, e curasse o seu filho, porque já estava à morte.
48 Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.
49 Disse-lhe o oficial do rei: Senhor, desce, antes que meu filho morra.
Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e foi-se.
51 E descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos, e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive.
52 Perguntou-lhes, pois, a que hora ele havia melhorado; e disseram-lhe: Ontem às sete horas a febre o deixou.
53 Entendeu, pois, o pai que aquela hora era a mesma em que Jesus lhe disse: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
54 Jesus fez esse segundo milagre, quando ia da Judeia para a Galileia.
Jesus cura um inválido no Sábado — Ele explica por que os homens devem honrar o Filho — Jesus promete levar o evangelho aos mortos — O homem é ressuscitado e julgado e recebe sua glória pelo Filho — Jesus obedece à lei divina de testemunhas.
Depois disso havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
2 Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres.
3 Neste jazia grande multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento da água.
4 Porque um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
5 E estava ali um certo homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
6 E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava nesse estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro adiante de mim.
8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma a tua cama, e anda.
9 Logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado.
Depois os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a cama.
11 Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, esse disse: Toma a tua cama, e anda.
12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama, e anda?
13 E o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, porquanto naquele lugar havia grande multidão.
14 Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.
15 E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara.
16 E por isso os judeus perseguiram Jesus, e procuravam matá-lo; porque fazia essas coisas no sábado.
17 E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.
19 Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se não o vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.
Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe todas as coisas que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis.
21 Porque, como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.
22 Porque também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;
23 Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.
24 Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.
26 Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim concedeu também ao Filho ter a vida em si mesmo.
27 E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem.
28 Não vos maravilheis disso; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.
29 E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.
Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.
31 Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro.
32 Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.
33 Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.
34 Eu, porém, não recebo testemunho de homem; mas digo isso para que vos salveis.
35 Ele era a candeia ardente e resplandecente; e vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz.
36 Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para que eu consumasse, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me enviou.
37 E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma;
38 E a sua palavra não permanece em vós; porque naquele que ele enviou não credes vós.
39 Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.
E não quereis vir a mim para terdes vida.
41 Eu não recebo a honra dos homens;
42 Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus.
43 Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.
44 Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?
45 Não penseis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem pusestes a vossa esperança.
46 Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele.
47 Porém, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?
Jesus alimenta cinco mil — Ele caminha sobre o mar — Ele é o maná vivo enviado de Deus — A salvação é alcançada comendo-se o pão da vida — Jesus explica como os homens comem Sua carne e bebem Seu sangue — Pedro testifica que Jesus é o Messias.
Depois disso Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades.
2 E uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.
3 E Jesus subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discípulos.
4 E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.
5 Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: De onde compraremos pão, para estes comerem?
6 Mas dizia isso para o experimentar, porque ele bem sabia o que havia de fazer.
7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastarão, para que cada um deles receba um pouco.
8 E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
9 Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?
E disse Jesus: Fazei assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.
11 E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também dos peixes, quanto queriam.
12 E quando já estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
13 Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
14 Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.
15 Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.
16 E quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar.
17 E entrando no barco, passaram ao outro lado do mar, para Cafarnaum, e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado até eles.
18 E o mar se levantou, porquanto um grande vento soprava.
19 E tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e temeram.
Porém ele lhes disse: Sou eu, não temais.
21 Então eles de bom grado o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.
22 No dia seguinte, a multidão, que estava do outro lado do mar, vendo que não havia ali mais do que um barquinho, e que Jesus não entrara com seus discípulos naquele barquinho, mas que os seus discípulos tinham ido sós
23 (Contudo, outros barquinhos vieram de Tiberíades, perto do lugar onde comeram o pão, havendo o Senhor dado graças);
24 Vendo, pois, a multidão que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos, e foram a Cafarnaum, em busca de Jesus.
25 E achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?
26 Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.
27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque a este selou o Pai, Deus.
28 Disseram-lhe, pois: Que faremos, para realizarmos as obras de Deus?
29 Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.
Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que obra fazes?
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu.
32 Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.
33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu, e que dá vida ao mundo.
34 Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.
35 E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.
36 Mas já vos disse que também vós me vistes, e não credes.
37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39 E a vontade do Pai que me enviou é esta: que de todos quantos me deu nenhum se perca, mas que o ressuscite no último dia.
E a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
41 Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu.
42 E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?
43 Respondeu, pois, Jesus, e disse-lhes: Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Assim que todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.
46 Não que alguém visse o Pai, senão aquele que é de Deus; este viu o Pai.
47 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram.
Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra.
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.
52 Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne para comer?
53 Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida;
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.
57 Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta também viverá por mim.
58 Este é o pão que desceu do céu; não como vossos pais, que comeram o maná, e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.
59 Ele disse essas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum.
Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
61 Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disso, disse-lhes: Isto escandaliza-vos?
62 Que seria, pois, se vísseis o Filho do Homem subir para onde primeiro estava?
63 O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida.
64 Mas há alguns de vós que não creem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.
65 E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.
66 Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.
67 Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
68 Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.
69 E nós cremos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze? E um de vós é um diabo.
71 E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.
Os parentes de Jesus não acreditam — Ele ensina a doutrina de Seu Pai e proclama Sua filiação divina — A verdade pode ser conhecida por intermédio da obediência — Jesus oferece água viva a todas as pessoas — As pessoas têm diferentes opiniões a respeito Dele.
E depois disso Jesus andava pela Galileia, e já não queria andar pela Judeia, porquanto os judeus procuravam matá-lo.
2 E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos.
3 Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.
4 Porque ninguém, que procura ser conhecido, faz coisa alguma em oculto. Se fazes essas coisas, manifesta-te ao mundo.
5 Porque nem ainda seus irmãos criam nele.
6 Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto.
7 O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.
8 Subi vós a essa festa; eu não subo ainda a essa festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido.
9 E havendo-lhes dito essas coisas, ficou na Galileia.
Mas, tendo seus irmãos já subido à festa, então subiu ele também, não manifestamente, mas como em oculto.
11 Ora, os judeus buscavam-no na festa, e diziam: Onde está ele?
12 E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não, antes engana o povo.
13 Todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus.
14 Porém, no meio da festa, subiu Jesus ao templo, e ensinava.
15 E os judeus maravilhavam-se, dizendo: Como sabe este letras, não as tendo aprendido?
16 Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.
17 Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.
18 Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.
19 Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?
A multidão respondeu, e disse: Tens demônio; quem procura matar-te?
21 Respondeu Jesus, e disse-lhes: Fiz uma obra, e todos vos maravilhais.
22 Por isso Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), e no sábado circuncidais um homem.
23 Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem?
24 Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.
25 Então alguns dos de Jerusalém diziam: Não é este o que procuram matar?
26 E ei-lo aí falando livremente, e nada lhe dizem. Porventura sabem verdadeiramente os príncipes que este é o Cristo?
27 Mas bem sabemos de onde este é; porém, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é.
28 Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando, e dizendo: Vós me conheceis, e sabeis de onde sou, e eu não vim por mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis.
29 Porém eu o conheço, porque dele sou, e ele me enviou.
Procuravam, pois, prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora.
31 E muitos da multidão creram nele, e diziam: Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito?
32 Os fariseus ouviram que a multidão murmurava dele essas coisas; e os fariseus e os principais dos sacerdotes mandaram guardas para prendê-lo.
33 Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda por um pouco de tempo estou convosco, e vou para aquele que me enviou.
34 Vós me buscareis, e não me achareis; e aonde eu estou vós não podeis vir.
35 Disseram, pois, os judeus uns para os outros: Para onde irá este, que não o acharemos? Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos?
36 Que palavra é esta que disse: Buscar-me-eis, e não me achareis; e: Aonde eu estou vós não podeis vir?
37 E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
38 Quem crê em mim, como diz a escritura, rios de água viva manarão do seu ventre.
39 E isso disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque ainda Jesus não tinha sido glorificado.
Então muitos da multidão, ouvindo essa palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta.
41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia?
42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi?
43 Assim, entre o povo havia dissensão por causa dele.
44 E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele.
45 E os guardas foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus; e eles lhes disseram: Por que não o trouxestes?
46 Responderam os guardas: Nunca homem algum falou assim como este homem.
47 Responderam-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados?
48 Creu nele porventura algum dos chefes ou dos fariseus?
49 Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita.
Nicodemos (que era um deles, o que de noite fora ter com Jesus) disse-lhes:
51 Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?
52 Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és também da Galileia? Examina, e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.
53 E cada um foi para sua casa.
Uma mulher apanhada em adultério é levada perante Cristo — Cristo é a Luz do mundo — Ele novamente proclama ser o Messias — Os verdadeiros filhos de Abraão creem em Cristo — Jesus diz: Antes de Abraão existia Eu, Jeová.
Porém Jesus foi para o Monte das Oliveiras;
2 E pela manhã cedo voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e assentando-se, os ensinava.
3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
4 E pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
5 E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6 Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7 E como insistissem em perguntar-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
8 E tornando a inclinar-se, escreveu na terra.
9 Porém, ouvindo eles isso, e acusados pela consciência, saíram um a um, começando pelos mais velhos até os últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio.
E endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
12 Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
13 Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.
14 Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; porém vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou.
15 Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo.
16 E se eu também julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou.
17 E também na vossa lei está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.
18 Eu sou o que testifico de mim mesmo, e o Pai que me enviou também dá testemunho de mim.
19 Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Nem me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
Essas palavras disse Jesus no lugar do tesouro, ensinando no templo, e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora.
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou não podeis vós ir.
22 Diziam, pois, os judeus: Porventura há de matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vós ir?
23 E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.
24 Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.
25 Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: O mesmo que também já desde o princípio vos disse.
26 Muitas coisas tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro, e eu o que dele ouvi, isso falo ao mundo.
27 Mas não entenderam que ele lhes falava do Pai.
28 Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então sabereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo assim como o Pai me ensinou.
29 E aquele que me enviou está comigo; o Pai não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.
Falando ele essas coisas, muitos creram nele.
31 Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;
32 E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
33 Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?
34 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.
35 Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre.
36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
37 Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não cabe em vós.
38 Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.
39 Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
Porém agora procurais matar-me, a mim, um homem que vos tenho falado a verdade que de Deus ouvi; Abraão não fez isso.
41 Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos da fornicação; temos um Pai, que é Deus.
42 Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; porque não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.
43 Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.
44 Vós tendes por pai o diabo, e quereis realizar os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade, porque não há verdade nele; quando fala mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
45 Mas, porque vos digo a verdade, não credes em mim.
46 Quem dentre vós me declara culpado de pecado? E se digo a verdade, por que não credes em mim?
47 Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.
48 Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio?
49 Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.
Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue.
51 Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.
52 Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora sabemos que tens demônio. Abraão morreu, e também os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte.
53 És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem, pois, te fazes ser?
54 Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória é nada; quem me glorifica é o meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.
55 E vós não o conheceis, mas eu o conheço; e se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas eu o conheço e guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se.
57 Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?
58 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.
59 Então pegaram pedras para lhe atirarem; porém Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.
Jesus, no Sábado, cura um homem cego de nascença — Os judeus O acusam de violar o Sábado — Ele prega a eles sobre a cegueira espiritual.
E passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
2 E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3 Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.
4 Convém que eu faça as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
6 Tendo dito isso, cuspiu na terra, e com o cuspe fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
7 E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
8 Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
9 Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu.
Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos?
11 Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. E fui, e lavei-me, e vi.
12 Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Ele disse: Não sei.
13 Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego.
14 E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
15 Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo.
16 Por isso alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.
17 Tornaram, pois, a dizer ao cego: Tu, que dizes daquele que te abriu os olhos? E ele disse: Que é profeta.
18 Os judeus, porém, não creram que ele tivesse sido cego, e que agora visse, enquanto não chamaram os pais do que agora via.
19 E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?
Seus pais lhes responderam, e disseram: Sabemos que este é nosso filho, e que nasceu cego;
21 Mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos; tem idade, perguntai-lho a ele mesmo; e ele falará por si mesmo.
22 Seus pais disseram isso porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
23 Por isso é que seus pais disseram: Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo.
24 Chamaram, pois, uma segunda vez o homem que tinha sido cego, e disseram-lhe: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.
25 Respondeu ele, pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.
26 E tornaram a dizer-lhe: Que te fez ele? Como te abriu os olhos?
27 Respondeu-lhes: Já vo-lo disse, e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos?
28 Então o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.
29 Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
O homem respondeu, e disse-lhes: Nisto, pois, está a maravilha, que vós não saibais de onde ele é, e me abrisse os olhos;
31 Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.
32 Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um que nasceu cego.
33 Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.
34 Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és nascido todo em pecados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-no.
35 Jesus ouviu que o tinham expulsado, e encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus?
36 Ele respondeu, e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia?
37 E Jesus lhe disse: Tu já o viste, e é aquele que fala contigo.
38 Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.
39 E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos.
Aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isso, disseram-lhe: Também nós somos cegos?
41 Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.
Jesus é o Bom Pastor — Ele recebeu de Seu Pai poder sobre a morte — Ele promete visitar Suas outras ovelhas — Ele proclama: Eu sou o Filho de Deus.
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2 Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome as suas ovelhas, e as traz para fora.
4 E quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz;
5 Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6 Jesus contou-lhes essa parábola; porém eles não entenderam o que era que lhes dizia.
7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.
9 Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pasto.
O ladrão não vem senão para roubar, para matar, e para destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.
11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12 Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
13 Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
15 Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.
16 Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém conduzir estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor.
17 Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida, para tornar a tomá-la.
18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
19 Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa dessas palavras.
E muitos deles diziam: Tem demônio, e está fora de si; por que o ouvis?
21 Diziam outros: Estas palavras não são de endemoniado; pode porventura um demônio abrir os olhos aos cegos?
22 E em Jerusalém era a festa da dedicação, e era inverno.
23 E Jesus andava passeando no templo, no pórtico de Salomão.
24 Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim.
26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo disse.
27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem;
28 E dou-lhes a vida eterna, e nunca perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
Eu e o Pai somos um.
31 Os judeus pegaram então outra vez pedras para o apedrejar.
32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais?
33 Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34 Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?
35 Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a escritura não pode ser anulada),
36 A mim, a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas; porque disse: Sou Filho de Deus?
37 Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis em mim.
38 Porém, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que saibais e acrediteis que o Pai está em mim, e eu, nele.
39 Procuravam, pois, prendê-lo outra vez, mas ele escapou de suas mãos,
E retirou-se outra vez para além do Jordão, para o lugar onde João tinha primeiramente batizado; e ali ficou.
41 E muitos iam ter com ele, e diziam: Na verdade João não fez milagre algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade.
42 E muitos ali creram nele.
Jesus testifica que Ele é a Ressurreição e a Vida — Maria e Marta prestam testemunho Dele — Ele levanta Lázaro dos mortos — Caifás fala profeticamente da morte de Jesus.
Estava então enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de Marta, sua irmã.
2 E Maria era a que ungiu o Senhor com unguento, e lhe enxugou os pés com os seus cabelos; cujo irmão Lázaro estava enfermo.
3 Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
4 E Jesus, ouvindo isso, disse: Essa enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.
5 Ora, Jesus amava Marta, e sua irmã, e Lázaro.
6 Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.
7 Depois disso, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judeia.
8 Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá?
9 Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo;
Mas, se alguém andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.
11 Isso falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.
12 Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.
13 Mas Jesus dizia isso da sua morte; eles, porém, supunham que falava do repouso do dormir.
14 Então, pois, Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto.
15 E alegro-me, por causa de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; porém vamos ter com ele.
16 Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele.
17 Chegando, pois, Jesus, soube que já havia quatro dias que ele estava na sepultura
18 (Ora, Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios).
19 E muitos dos judeus tinham ido consolar Marta e Maria, acerca de seu irmão.
Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa.
21 Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
22 Mas também sei, mesmo agora, que tudo quanto pedires a Deus, Deus to dará.
23 Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
24 Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.
25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
26 E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu nisto?
27 Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
28 E dito isso, partiu, e chamou Maria, sua irmã, em segredo, dizendo: O Mestre está aqui, e chama-te.
29 Ela, ouvindo isso, levantou-se logo, e foi ter com ele.
Porque ainda Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.
31 Vendo, pois, os judeus que estavam com ela em casa, e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali.
32 Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
33 Jesus, pois, vendo-a chorar, e os judeus que com ela vinham também chorando, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se.
34 E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.
35 Jesus chorou.
36 Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava!
37 E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?
38 Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela.
39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do morto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.
Disse-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?
41 Tiraram, pois, a pedra de onde o morto jazia. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou por me haveres ouvido.
42 Pois eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste.
43 E tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora!
44 E o que estava morto saiu, tendo as mãos e os pés atados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desatai-o, e deixai-o ir.
45 Muitos, pois, dentre os judeus, que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele.
46 Mas alguns deles foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito.
47 Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porque este homem faz muitos sinais.
48 Se o deixamos assim, todos crerão nele, e os romanos virão, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação.
49 E um deles, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis,
Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.
51 Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.
52 E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus, que andavam dispersos.
53 Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.
54 Jesus, pois, já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali andava com os seus discípulos.
55 E estava próxima a páscoa dos judeus, e muitos daquela terra subiram a Jerusalém antes da páscoa para se purificarem.
56 Buscavam, pois, a Jesus, e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá à festa?
57 Ora, os principais dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para o prenderem.
Maria unge os pés de Jesus — Narra-se Sua entrada triunfal em Jerusalém — Ele prediz Sua morte — Receber Cristo é receber o Pai.
Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dos mortos.
2 Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3 Então Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
4 Então um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos denários e não se deu aos pobres?
6 Ora, ele disse isso, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que nela se lançava.
7 Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto;
8 Porque os pobres sempre os tendes convosco; porém a mim nem sempre me tendes.
9 E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem ressuscitara dentre os mortos.
E os principais dos sacerdotes deliberaram matar também Lázaro;
11 Porque muitos dos judeus, por causa dele, iam, e criam em Jesus.
12 No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão, que viera à festa, que Jesus ia a Jerusalém,
13 Tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o rei de Israel que vem em nome do Senhor!
14 E achou Jesus um jumentinho, e assentou-se sobre ele, como está escrito:
15 Não temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta.
16 Os seus discípulos, porém, não entenderam isso no princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isso estava escrito dele, e que isso lhe fizeram.
17 A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura, testificava que ele o ressuscitara dos mortos.
18 Pelo que a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que ele fizera esse milagre.
19 Disseram, pois, os fariseus entre si: Vedes que nada aproveitais? Eis que o mundo vai após ele.
E havia alguns gregos, entre os que tinham subido para adorar no dia da festa.
21 Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida na Galileia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver Jesus.
22 Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus.
23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado.
24 Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; porém, se morrer, dá muito fruto.
25 Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida guardá-la-á para a vida eterna.
26 Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém me servir, meu Pai o honrará.
27 Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora, mas para isto vim a esta hora.
28 Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu, que dizia: Já o glorifiquei, e outra vez o glorificarei.
29 Ora, a multidão que ali estava, e que a tinha ouvido, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.
Respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por causa de mim, mas por causa de vós.
31 Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo.
32 E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.
33 E dizia isso, significando de que morte haveria de morrer.
34 Respondeu-lhe a multidão: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre; e como dizes tu que convém que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?
35 Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem. E quem anda nas trevas não sabe para onde vai.
36 Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Essas coisas disse Jesus; e retirando-se, escondeu-se deles.
37 E ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele;
38 Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?
39 Por isso não podiam crer, porquanto Isaías disse mais:
Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e não compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
41 Isaías disse isso quando viu a sua glória e falou dele.
42 Contudo, até muitos dos chefes creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.
43 Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.
44 E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou.
45 E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
46 Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47 E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.
48 Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que falei, essa o há de julgar no último dia.
49 Porque eu não tenho falado de mim mesmo; porém o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar.
E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Assim que, o que eu falo, falo-o como o Pai o disse a mim.
Jesus lava os pés dos Doze — Ele identifica Judas como o Seu traidor — Ele lhes dá o mandamento de amarem-se uns aos outros.
Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2 E acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
3 Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
4 Levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima, e tomando uma toalha, cingiu-se.
5 Depois pôs água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6 Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e ele lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
7 Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
8 Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.
9 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.
11 Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos.
12 Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, tornou a assentar-se à mesa, e disse-lhes: Entendeis o que vos fiz?
13 Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou;
14 Pois se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros.
15 Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
16 Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.
17 Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.
18 Não falo de todos vós; eu bem conheço os que escolhi; mas para que se cumpra a escritura, que diz: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar.
19 Já agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou.
Na verdade, na verdade vos digo que, se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me enviou.
21 Tendo Jesus dito isso, perturbou-se em espírito, e testificou, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair.
22 Então os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem ele falava.
23 Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no peito de Jesus.
24 Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava.
25 E inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é?
26 Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.
27 E após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que vais fazer, faze-o depressa.
28 E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isso;
29 Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres.
E tendo tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.
31 Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.
32 Se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar.
33 Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e como disse aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; assim vo-lo digo eu também agora.
34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei a vós, que também vós uns a outros vos ameis.
35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
36 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, porém depois me seguirás.
37 Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida.
38 Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo: não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes.
Jesus fala de muitas mansões — Ele diz ser o caminho, a verdade e a vida e que vê-Lo é ver o Pai — Ele promete o primeiro e o segundo Consolador.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.
3 E se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
4 E já sabeis para onde vou, e sabeis o caminho.
5 Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.
7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pai.
13 E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
14 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
15 Se me amais, guardai os meus mandamentos.
16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre:
17 O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, porém vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
Naquele dia sabereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.
21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
22 Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?
23 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.
24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.
25 Tenho-vos dito essas coisas, estando ainda convosco.
26 Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
28 Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.
29 Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim.
31 Mas para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e como o Pai me mandou, assim eu faço, levantai-vos, vamo-nos daqui.
Jesus é a videira; Seus discípulos são os ramos — Ele discursa sobre a lei perfeita do amor — Seus servos foram escolhidos e ordenados por Ele — O mundo odeia e combate a verdadeira religião — Ele promete o Consolador, o Espírito da Verdade.
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
2 Todo ramo que está em mim, que não dá fruto, ele o tira; e limpa todo ramo que dá fruto, para que dê mais fruto.
3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.
4 Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim nem vós, se não estiverdes em mim.
5 Eu sou a videira, vós, os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6 Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; e os colhem, e os lançam no fogo, e ardem.
7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
8 Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.
9 Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei neste meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.
11 Tenho-vos dito essas coisas, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa.
12 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
14 Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
15 Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
16 Não me escolhestes vós a mim, porém eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; para que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.
17 Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.
18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.
19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
21 Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome; porque não conhecem aquele que me enviou.
22 Se eu não tivesse vindo, nem lhes houvesse falado, não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado.
23 Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai.
24 Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai.
25 Mas isso é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa.
26 Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, a saber, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.
27 E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.
Jesus discursa sobre a missão do Espírito Santo — Ele fala de Sua morte e ressurreição, anuncia que Ele é o Filho de Deus e diz que venceu o mundo.
Tenho-vos dito essas coisas, para que não vos escandalizeis.
2 Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar suporá fazer um serviço a Deus.
3 E essas coisas vos farão, porquanto não conheceram ao Pai nem a mim.
4 Mas tenho-vos dito isso, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos lembreis de que já vo-lo tinha dito; mas eu não vos disse isso desde o princípio, porquanto estava convosco.
5 E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?
6 Antes, porque vos tenho dito essas coisas, o vosso coração se encheu de tristeza.
7 Porém digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei.
8 E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
9 Do pecado, porque não creem em mim;
Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;
11 E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
12 Ainda tenho muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora,
13 Porém, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas falará tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir.
14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
16 Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai.
17 Então alguns dos seus discípulos disseram uns para os outros: Que é isto que nos diz: Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai?
18 Diziam, pois: Que quer dizer isto: um pouco? Não sabemos o que diz.
19 Percebeu, pois, Jesus que lho queriam interrogar, e disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que eu disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis?
Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria.
21 A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pela alegria de haver nascido um homem no mundo.
22 Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vô-la tirará.
23 E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.
24 Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.
25 Disse-vos essas coisas por parábolas; chega, porém, a hora em que não vos falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai.
26 Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai,
27 Pois o próprio Pai vos ama; porque vós me amastes, e crestes que saí de Deus.
28 Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.
29 Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas abertamente, e não contas parábola alguma.
Agora vemos que sabes todas as coisas, e não necessitas que alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus.
31 Respondeu-lhes Jesus: Credes agora?
32 Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo.
33 Tenho-vos dito essas coisas para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
Jesus profere a grande Oração Intercessória — Ele é glorificado por alcançar a vida eterna — Ele ora por Seus Apóstolos e por todos os santos — Ele explica como o Pai e o Filho são um.
Jesus disse essas coisas, e levantou seus olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti;
2 Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
3 E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste para fazer.
5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.
7 Agora já reconheceram que tudo quanto me deste vem de ti,
8 Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e verdadeiramente reconheceram que saí de ti, e creram que me enviaste.
9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado.
11 E eu já não estou mais no mundo; porém eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
12 Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Guardei aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a escritura se cumprisse.
13 Mas agora vou para ti, e digo isso no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
15 Não rogo que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.
E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim.
21 Para que todos sejam um como tu, ó Pai, és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um;
23 Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste a mim, e que os amaste a eles como tu me amaste a mim.
24 Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes reconheceram que tu me enviaste a mim.
26 E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me amaste neles esteja, e eu, neles.
Jesus é traído e preso — Ele é interrogado e maltratado perante Anás, depois perante Caifás — Pedro nega conhecer Jesus — Jesus é levado perante Pilatos.
Tendo Jesus dito essas coisas, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou, e seus discípulos.
2 E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunia ali com os seus discípulos.
3 Tendo, pois, Judas tomado uma companhia de soldados e alguns guardas dos principais dos sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas.
4 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?
5 Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava também com eles.
6 Quando, pois, lhes disse: Sou eu; recuaram, e caíram por terra.
7 Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.
8 Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes.
9 Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi.
Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco.
11 Porém Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?
12 Então a coorte, e o tribuno, e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o manietaram.
13 E conduziram-no primeiramente a Anás, por ser sogro de Caifás, o qual era o sumo sacerdote daquele ano.
14 Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo.
15 E Simão Pedro e outro discípulo seguiam Jesus. E esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus na sala do sumo sacerdote.
16 E Pedro estava fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e falou à encarregada da porta, e levou Pedro para dentro.
17 Então a encarregada da porta disse a Pedro: Não és tu também dos discípulos deste homem? Disse ele: Não sou.
18 Ora, estavam ali os servos e os criados, que tinham feito brasas, e se aquentavam, porquanto fazia frio; e com eles estava Pedro, aquentando-se também.
19 E o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto;
21 Para que me perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que é que lhes tenho falado; eis que eles sabem o que eu lhes disse.
22 E tendo ele dito isso, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote?
23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e se bem, por que me feres?
24 E Anás mandou-o, manietado, ao sumo sacerdote Caifás.
25 E Simão Pedro estava ali, e aquentava-se. Disseram-lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos? Ele negou, e disse: Não sou.
26 E um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te vi eu no horto com ele?
27 E Pedro negou outra vez, e logo o galo cantou.
28 Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o Pretório. E era pela manhã. E não entraram no Pretório, para não se contaminarem, mas para poderem comer a páscoa.
29 Então Pilatos saiu para fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem?
Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos.
31 Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe, pois, os judeus: A nós não nos é lícito matar alguém.
32 (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.)
33 Tornou, pois, a entrar Pilatos no Pretório, e chamou Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus?
34 Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim?
35 Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste?
36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; porém agora o meu reino não é daqui.
37 Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
38 Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dizendo isso, tornou a sair para os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum;
39 Mas vós tendes por costume que eu vos solte um por ocasião da páscoa. Quereis, pois, que vos solte o Rei dos Judeus?
Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabás. E Barrabás era um salteador.
Jesus é flagelado e crucificado — Ele coloca Sua mãe aos cuidados de João — Ele morre, e Seu lado é perfurado com uma lança — Ele é sepultado no sepulcro de José de Arimateia.
Pilatos, pois, tomou então Jesus, e o açoitou;
2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, e vestiram-no com um manto de púrpura.
3 E diziam: Salve, Rei dos Judeus. E davam-lhe bofetadas.
4 Então Pilatos saiu outra vez para fora, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago para fora, para que saibais que não acho nele crime algum.
5 Saiu, pois, Jesus para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.
6 Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os guardas clamaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.
7 Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.
8 E Pilatos, quando ouviu essa palavra, mais atemorizado ficou.
9 E entrou outra vez no Pretório, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?
11 Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; porém aquele que me entregou a ti maior pecado tem.
12 Desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei fala contra César.
13 Ouvindo, pois, Pilatos essa palavra, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico, Gábata.
14 E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei.
15 Mas eles bradaram: Fora, fora, crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César.
16 Então entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram Jesus, e o levaram.
17 E levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota,
18 Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
19 E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.
E muitos dos judeus leram esse título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim.
21 Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, Rei dos judeus; mas que ele disse: Sou Rei dos Judeus.
22 Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.
23 Tendo, pois, os soldados crucificado Jesus, tomaram as suas vestes, e fizeram quatro partes, para cada soldado, uma parte; também a túnica. Porém a túnica, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura.
24 Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Para que se cumprisse a escritura que diz: Dividiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha vestidura lançaram sortes. E os soldados, pois, fizeram essas coisas.
25 E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena.
26 Ora, Jesus, vendo ali a sua mãe, e o discípulo a quem ele amava estando presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
27 Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
28 Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.
29 Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca.
E quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, porque era a preparação (pois aquele sábado era um grande dia), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.
32 Foram, pois, os soldados, e quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que com ele fora crucificado;
33 Mas, chegando a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.
34 Porém um dos soldados lhe perfurou o lado com uma lança, e logo saíram sangue e água.
35 E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.
36 Porque essas coisas aconteceram para que se cumprisse a escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.
37 E outra vez diz a escritura: Verão aquele que transpassaram.
38 Depois disso, José de Arimateia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.
39 E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem libras de um composto de mirra e aloés.
Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus têm por costume preparar para o sepulcro.
41 E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto, um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.
42 Ali, pois, (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram Jesus.
Maria Madalena, Pedro e João encontram o sepulcro vazio — O Cristo ressuscitado aparece a Maria Madalena no jardim — Ele aparece aos discípulos e mostra Seu corpo ressuscitado — Tomé toca as feridas nas mãos, pés e lado de Jesus — Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.
E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra já tirada do sepulcro.
2 Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
3 Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.
4 E estes dois corriam juntos, porém o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
5 E abaixando-se, viu ali os lençóis; todavia não entrou.
6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu ali os lençóis,
7 E que o lenço, que tinha sido posto sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro e viu, e creu.
9 Porque ainda não tinham compreendido a escritura, que era necessário que ele ressuscitasse dos mortos.
Retornaram, pois, os discípulos para casa.
11 E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o interior do sepulcro.
12 E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um, à cabeceira e outro, aos pés.
13 E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
14 E tendo dito isso, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, porém não sabia que era Jesus.
15 Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni! (que quer dizer Mestre).
17 Disse-lhe Jesus: Não me toques, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus.
18 Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera essas coisas.
19 Chegando, pois, o entardecer daquele dia, o primeiro da semana, e fechadas as portas onde, com medo dos judeus, se achavam os discípulos, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
E dizendo isso, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram vendo o Senhor.
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22 E havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos.
24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus chegou.
25 Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Porém ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
26 E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco.
27 Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
28 Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram, e creram.
Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.
31 Porém estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Jesus aparece aos discípulos junto do mar de Tiberíades — Ele diz: Apascenta as minhas ovelhas — Ele prediz o martírio de Pedro e declara que João não vai morrer.
Depois disso manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim:
2 Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, o de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.
3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.
4 E sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, porém os discípulos não reconheceram que era Jesus.
5 Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.
6 E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.
7 Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. E quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.
8 E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede dos peixes.
9 Logo que desceram para terra, viram ali umas brasas, e um peixe posto em cima, e pão.
Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes.
11 Simão Pedro subiu, puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes, e mesmo sendo tantos, não se rompeu a rede.
12 Disse-lhes Jesus: Vinde, jantai. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.
13 Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lho, e semelhantemente, o peixe.
14 E já esta era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
15 E depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe ele: Apascenta os meus cordeiros.
16 Tornou a dizer-lhe uma segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe ele: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe ele: Apascenta as minhas ovelhas.
17 Disse-lhe uma terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito uma terceira vez: Amas-me? e disse-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
18 Na verdade, na verdade, te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
19 E disse isso, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E tendo falado isso, disse-lhe: Segue-me.
E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também ao seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?
21 Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e que será deste?
22 Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.
23 Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?
24 Este é o discípulo que testifica destas coisas, e estas coisas escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; se cada uma das quais fosse escrita, suponho que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.
Jesus ministra por quarenta dias após Sua ressurreição — O reino será posteriormente restaurado a Israel — Os Doze devem testificar em Jerusalém, na Judeia, em Samaria e até os confins da terra — Jesus ascende aos céus — Matias é escolhido para preencher a vaga deixada nos Doze.
Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de todas as coisas que Jesus começou a fazer, e a ensinar,
2 Até o dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;
3 Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles pelo espaço de quarenta dias, e falando do que diz respeito ao reino de Deus.
4 E estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai que (disse ele) de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade, João batizou com água, porém vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7 E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu por sua própria autoridade.
8 Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.
9 E havendo dito essas coisas, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.
E estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco.
11 Os quais então disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
12 Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância da jornada de um sábado.
13 E entrando, subiram ao cenáculo, onde ficavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago.
14 Todos estes perseveravam unanimemente em orações e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.
15 E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos, disse (ora, a multidão reunida era de quase cento e vinte pessoas):
16 Homens irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus;
17 Porque foi contado conosco e teve parte neste ministério.
18 Ora, este adquiriu um campo com o salário da iniquidade; e precipitando-se, arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.
19 E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.
Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite, e tome outro o seu bispado.
21 É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,
22 Começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
23 E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.
24 E orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois escolheste,
25 Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.
26 E lançaram-lhes sortes, e caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos.
O Espírito é derramado no dia de Pentecostes — Pedro testifica da ressurreição de Jesus — Ele explica como alcançar a salvação e fala do dom do Espírito Santo — Muitos acreditam e são batizados.
E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente reunidos.
2 E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, e pousaram sobre cada um deles.
4 E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 E quando ocorreu aquele som, reuniu-se a multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Vede! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8 Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que nascemos?
9 Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, Ponto e Ásia,
E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
11 Cretenses e árabes, ouvimos todos em nossa própria língua falar das grandezas de Deus.
12 E todos se maravilhavam e estavam perplexos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
13 E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.
14 Porém Pedro, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto conhecido, e escutai as minhas palavras;
15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.
16 Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17 E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens verão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
18 E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão;
19 E farei aparecer prodígios nas alturas, no céu; e sinais embaixo, na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça;
O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor;
21 E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
22 Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;
23 A este, sendo entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;
24 Ao qual Deus ressuscitou, libertando-o das dores da morte, pois não era possível que fosse retido por ela;
25 Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado.
26 Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança;
27 Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.
28 Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com a tua face me encherás de júbilo.
29 Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.
Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono,
31 Prevendo isso, falou da ressurreição de Cristo, dizendo que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção.
32 Deus ressuscitou este Jesus, do que todos nós somos testemunhas.
33 De sorte que, já pela destra de Deus exaltado, e recebendo do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.
34 Porque Davi não subiu aos céus, mas diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,
35 Até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.
36 Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.
37 E ouvindo eles essas coisas, compungiram-se em seu coração, e disseram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
39 Porque a promessa vos pertence, a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
E com muitas outras palavras testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se à igreja quase três mil almas;
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações.
43 E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
45 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 E perseverando unânimes todos os dias no templo, e repartindo o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47 Louvando a Deus, e tendo graça para com todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Pedro e João curam um coxo de nascença — Pedro prega arrependimento — Ele também fala da época de restauração que precederá a Segunda Vinda — Ele identifica Cristo como o profeta de quem falou Moisés.
E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.
2 E foi trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual cada dia punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam no templo;
3 O qual, vendo Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.
4 E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós.
5 E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa.
6 E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
7 E tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram.
8 E saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus;
9 E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;
E conheciam-no, que era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do templo, e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera.
11 E apegando-se o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles, ao pórtico chamado de Salomão.
12 E Pedro, vendo isso, disse ao povo: Homens israelitas, por que vos maravilhais disso? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nosso próprio poder ou santidade o fizéssemos andar?
13 O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, quando ele julgava que devia ser solto.
14 Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homicida.
15 E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.
16 E pela fé no seu nome, o seu nome fortaleceu a este que vedes e conheceis; e a fé que vem por ele deu a este perfeita saúde na presença de todos vós.
17 E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes.
18 Mas Deus assim cumpriu o que já dantes havia anunciado pela boca de todos os seus profetas, que o Cristo havia de padecer.
19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, quando vierem os tempos de refrigério pela presença do Senhor;
E ele enviar Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado;
21 O qual convém que o céu contenha até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio do mundo.
22 Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser.
23 E acontecerá que toda alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo.
24 E também todos os profetas, desde Samuel, e todos quantos depois têm falado, já dantes anunciaram esses dias.
25 Vós sois os filhos dos profetas, e do convênio que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: E na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.
26 Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades.
Pedro e João são presos e levados perante o Sinédrio — Pedro testifica que a salvação vem por causa de Cristo — Os saduceus esforçam-se para silenciar Pedro e João — Os santos gloriam-se no testemunho de Jesus — Eles têm todas as coisas em comum.
E estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
2 Muito contrariados de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos.
3 E lançaram mão deles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte, pois era já tarde.
4 Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
5 E aconteceu que, no dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os seus chefes, e anciãos e escribas,
6 E Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote.
7 E pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder fizestes isso, ou em nome de quem?
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Chefes do povo, e vós, anciãos de Israel:
9 Visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo, do modo como foi curado,
Seja conhecido a vós todos, e a todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós.
11 Esta é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.
12 E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
13 Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens iletrados e ignorantes, se maravilharam; e reconheciam que eles haviam estado com Jesus.
14 Mas, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário.
15 E mandando-os sair do Sinédrio, conferenciaram entre si,
16 Dizendo: Que havemos de fazer a estes homens? porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um milagre notório, e não o podemos negar;
17 Mas, para que não se divulgue mais entre o povo, ameacemo-los para que não falem mais nesse nome a homem algum.
18 E chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus.
19 Porém Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus;
Porque não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos.
21 Mas eles ainda os ameaçaram mais, e não achando motivo para os castigar, deixaram-nos ir, por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus acerca do que acontecera;
22 Pois tinha mais de quarenta anos o homem em quem se operara aquele milagre de cura.
23 E soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos.
24 E ouvindo eles isso, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e todas as coisas que neles há;
25 Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as nações, e os povos pensaram coisas vãs?
26 Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se juntaram unânimes, contra o Senhor e contra o seu Ungido.
27 Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se juntaram Herodes e Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;
28 Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.
29 Agora, pois, ó Senhor, põe os olhos nas suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra;
Estendendo a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus.
31 E tendo orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos ficaram cheios do Espírito Santo, e falavam com ousadia a palavra de Deus.
32 E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.
33 E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
34 Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o valor do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos.
35 E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
36 Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é filho da consolação), levita, natural de Chipre,
37 Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o valor, e o apresentou aos pés dos apóstolos.
Ananias e Safira mentem ao Senhor e perdem a vida — Os Apóstolos continuam a realizar os milagres de Jesus — Pedro e João são presos, um anjo livra-os da prisão, e eles testificam de Cristo — Gamaliel aconselha moderação.
E um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade;
2 E reteve parte do valor, sabendo-o também sua mulher; e trazendo uma parte dele, a depositou aos pés dos apóstolos.
3 Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do valor da herdade?
4 Guardando-a, não ficava para ti? E vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 E Ananias, ouvindo essas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isso ouviram.
6 E levantando-se os jovens, pegaram-no, e transportando-o para fora, o sepultaram.
7 E passado um intervalo de quase três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.
8 E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tal preço aquela herdade? E ela disse: Sim, por tal preço.
9 Porém Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos pusestes de acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram teu marido, e também te levarão a ti.
E ela logo caiu aos seus pés, e expirou. E entrando os jovens, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido.
11 E veio um grande temor a toda a igreja, e a todos os que ouviram essas coisas.
12 E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unânimes no pórtico de Salomão.
13 E dos outros, ninguém ousava juntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima.
14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia mais e mais.
15 De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camas para que a sombra de Pedro, quando passasse, cobrisse alguns deles.
16 E até das cidades circunvizinhas afluía a multidão a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.
17 E levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (que era a seita dos saduceus), encheram-se de inveja,
18 E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública.
19 Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão, e tirando-os para fora, disse:
Ide apresentar-vos no templo, e dizei ao povo todas as palavras desta vida.
21 E ouvindo eles isso, entraram de manhã cedo no templo, e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o Sinédrio, e todos os anciãos dos filhos de Israel, e enviaram servidores ao cárcere, para que de lá os trouxessem.
22 Mas, tendo lá chegado os servidores, não os acharam na prisão, e voltando, lho anunciaram,
23 Dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro.
24 Então o capitão do templo e os principais dos sacerdotes, ouvindo essas palavras, estavam perplexos acerca do que viria a ser aquilo.
25 E chegando alguém, anunciou-lhes, dizendo: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam o povo.
26 Então foram o capitão com os servidores, e os trouxeram, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo).
27 E trazendo-os, os apresentaram ao Sinédrio. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo:
28 Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que já enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis trazer sobre nós o sangue desse homem.
29 Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro.
31 Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
32 E nós somos testemunhas acerca dessas palavras, e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.
33 E ouvindo eles isso, se enfureceram, e deliberaram matá-los.
34 Mas, levantando-se no Sinédrio um certo fariseu chamado Gamaliel, mestre da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos;
35 E disse-lhes: Homens israelitas, acautelai-vos quanto ao que haveis de fazer acerca desses homens.
36 Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; deste se acercou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.
37 Depois desse levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; e também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
38 E agora digo-vos: Afastai-vos desses homens, e deixai-os, porque, se esse desígnio, ou essa obra, é de homens, se desfará,
39 Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.
E concordaram com ele. E chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.
41 Retiraram-se, pois, da presença do Sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.
42 E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar Jesus Cristo.
Os Apóstolos escolhem sete homens para ajudá-los — Estevão é julgado perante o conselho.
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério quotidiano.
2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre essa importante tarefa.
4 Porém nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 E este parecer contentou toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6 E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande multidão dos sacerdotes obedecia à fé.
8 E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 E levantaram-se alguns que eram da sinagoga, chamada dos libertos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava.
11 Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
12 E incitaram o povo, os anciãos e os escribas; e arremetendo contra ele, o arrebataram e o levaram ao Sinédrio.
13 E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e contra a lei;
14 Pois nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.
15 Então todos os que estavam assentados no Sinédrio, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.
Estevão conta a história de Israel e cita Moisés como um protótipo de Cristo — Ele testifica a respeito da apostasia em Israel — Ele vê Jesus à mão direita de Deus — O testemunho de Estevão é rejeitado, e ele é apedrejado até a morte.
E disse o sumo sacerdote: Porventura é isto assim?
2 E ele disse: Homens irmãos, e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando este na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,
3 E disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrarei.
4 Então saiu da terra dos caldeus, e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o fez passar para esta terra em que agora habitais.
5 E não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lha daria em possessão, e depois dele, à sua descendência, não tendo ele ainda filho.
6 E falou Deus assim: Que a sua descendência seria peregrina em terra alheia, e a sujeitariam à escravidão, e a maltratariam por quatrocentos anos.
7 E eu julgarei a nação a quem servirem, disse Deus. E depois disso sairão, e me servirão neste lugar.
8 E deu-lhe o convênio da circuncisão; e assim Abraão gerou Isaque, e o circuncidou ao oitavo dia; e Isaque gerou Jacó; e Jacó gerou os doze patriarcas.
9 E os patriarcas, movidos de inveja, venderam José para o Egito; e Deus era com ele,
E livrou-o de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.
11 E a todo o país do Egito e de Canaã sobrevieram fome e grande tribulação; e nossos pais não achavam alimentos.
12 Porém Jacó, ouvindo que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais, a primeira vez.
13 E na segunda vez foi José reconhecido por seus irmãos, e a linhagem de José foi manifesta a Faraó.
14 E José mandou chamar seu pai Jacó, e toda a sua parentela, que era de setenta e cinco almas.
15 E Jacó desceu ao Egito; e morreram ele e nossos pais;
16 E foram transportados para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão comprara por certa soma de dinheiro aos filhos de Emor, pai de Siquém.
17 Aproximando-se, porém, o tempo da promessa que Deus tinha jurado a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito;
18 Até que se levantou outro rei, que não conhecia José.
19 Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, ao ponto de lhes fazer enjeitar as suas crianças, para que não sobrevivessem.
Nesse tempo nasceu Moisés, e era muito formoso, e foi criado por três meses na casa de seu pai.
21 E sendo enjeitado, tomou-o a filha de Faraó, e o criou como seu filho.
22 E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras.
23 E quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel.
24 E vendo um deles maltratado, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio.
25 E ele supunha que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; porém eles não entenderam.
26 E no dia seguinte, enquanto alguns pelejavam, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos maltratais um ao outro?
27 E o que maltratava o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?
28 Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?
29 E ao ouvir isso, fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos.
E completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, na chama de uma sarça ardente.
31 Então Moisés, vendo-o, se maravilhou da visão; e aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor,
32 Dizendo: Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar.
33 E disse-lhe o Senhor: Descalça as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa.
34 Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito.
35 Este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça.
36 Este os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos.
37 Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: O Senhor vosso Deus vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis.
38 Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.
39 Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seu coração voltaram para o Egito,
Dizendo a Aarão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.
41 E naqueles dias fizeram um bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos.
42 E Deus se afastou, e os abandonou para que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?
43 Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, e a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além de Babilônia.
44 Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto.
45 O qual nossos pais, recebendo-o também, o levaram com Josué quando entraram na possessão das nações que Deus expulsou da face de nossos pais, até os dias de Davi;
46 Que achou graça diante de Deus, e pediu para achar tabernáculo para o Deus de Jacó.
47 E Salomão lhe edificou uma casa;
48 Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta:
49 O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor; ou qual é o lugar do meu repouso?
Porventura não fez a minha mão todas essas coisas?
51 Duros de cerviz, e incircuncisos de coração e ouvidos; vós sempre resistis ao Espírito Santo; também vós sois como vossos pais.
52 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas;
53 Vós, que recebestes a lei por disposição dos anjos, e não a guardastes.
54 E ouvindo essas coisas, enfureciam-se em seu coração, e rangiam os dentes contra ele.
55 Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus;
56 E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus.
57 Eles, porém, clamando com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele.
58 E expulsando-o da cidade, o apedrejaram. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.
59 E apedrejaram Estêvão, que invocava ao Senhor, dizendo: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.
E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E tendo dito isso, adormeceu.
Saulo persegue a Igreja — Descreve-se o ministério de Filipe em Samaria — Filipe realiza milagres e batiza homens e mulheres — Pedro e João chegam a Samaria e conferem o dom do Espírito Santo pela imposição de mãos — Simão procura comprar esse dom, e é repreendido por Pedro — Filipe prega a respeito de Cristo e batiza um eunuco etíope.
E Saulo consentia na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
2 E alguns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto.
3 E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
4 Mas os que andavam dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra.
5 E descendo Filipe à cidade de Samaria, proclamava-lhes Cristo.
6 E as multidões estavam atentas unanimemente às coisas que Filipe dizia, porquanto ouviam e viam os milagres que ele fazia;
7 Pois os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
8 E havia grande alegria naquela cidade.
9 E havia um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era um grande personagem;
Ao qual todos davam ouvidos, desde o menor até o maior, dizendo: Este é o grande poder de Deus.
11 E davam ouvidos a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.
12 Mas, como creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, eram batizados, tanto homens como mulheres.
13 E creu até o próprio Simão; e sendo batizado, estava continuamente com Filipe; e vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João.
15 Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo.
16 (Porque sobre nenhum deles tinha ele ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.)
17 Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.
18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro,
19 Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que qualquer sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo.
Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois supuseste que o dom de Deus se adquire por dinheiro.
21 Tu não tens parte nem sorte neste assunto, porque o teu coração não é reto diante de Deus;
22 Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração;
23 Pois vejo que estás no fel da amargura, e no laço da iniquidade.
24 Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim.
25 Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém, e em muitas aldeias dos samaritanos anunciaram o evangelho.
26 E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta.
27 E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adorar,
28 Regressava, e assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.
29 E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e aproxima-te desse carro.
E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?
31 E ele disse: Como o poderei eu, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.
32 E o lugar da escritura que lia era este: Ele foi levado como ovelha para o matadouro, e como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.
33 Na sua humilhação foi tirada a sua sentença; e quem contará a sua geração? porque a sua vida é tirada da terra.
34 E respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?
35 Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta escritura, anunciou-lhe Jesus.
36 E indo eles pelo caminho, chegaram a um certo lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?
37 E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.
38 E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco; e ele o batizou.
39 E quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe, e não o viu mais o eunuco; e jubiloso, continuou o seu caminho.
Porém Filipe achou-se em Azoto, e passando, anunciou o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesareia.
Jesus aparece a Saulo — Saulo é um vaso escolhido — Ananias restaura a visão de Saulo — Saulo é batizado e inicia seu ministério — Pedro cura Eneias e levanta Dorcas da morte.
E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote,
2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, para que, se encontrasse alguém daquele Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
3 E indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
4 E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e ali te será dito o que te convém fazer.
7 E os homens que iam com ele, pararam atônitos, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
8 E Saulo levantou-se da terra, e abrindo os olhos, não via ninguém. E guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.
9 E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.
E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor.
11 E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta na casa de Judas por alguém chamado Saulo, de Tarso; pois eis que ele ora;
12 E viu em visão que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver.
13 E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
14 E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome.
15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
16 Porque eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
17 E Ananias foi, e entrou na casa, e impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou de imediato a vista; e levantando-se, foi batizado.
19 E tendo comido, ficou fortalecido. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.
E logo nas sinagogas pregava acerca de Cristo, que este era o Filho de Deus.
21 E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este aquele que em Jerusalém assolava os que invocavam esse nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?
22 Porém Saulo se fortalecia muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.
23 E tendo passado muitos dias, os judeus aconselharam-se entre si para o matar.
24 Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem matá-lo.
25 Porém, tomando-o de noite os discípulos, o arriaram, dentro de um cesto, pelo muro.
26 E quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava juntar-se aos discípulos, porém todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.
27 Mas Barnabé, tomando-o consigo, o levou aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira o Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus.
28 E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo.
29 E falou ousadamente no nome de Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo.
Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesareia, e o enviaram a Tarso.
31 Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.
32 E aconteceu que, passando Pedro por todas as partes, foi também aos santos que habitavam em Lida.
33 E achou ali um certo homem, chamado Eneias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era paralítico.
34 E disse-lhe Pedro: Eneias, Jesus Cristo te cura; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou.
35 E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor.
36 E havia em Jope uma certa discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.
37 E aconteceu naqueles dias, que, adoecendo ela, morreu; e tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto.
38 E como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois homens, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles.
39 E levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com elas.
Porém Pedro, fazendo sair a todos, pôs-se de joelhos e orou; e voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e vendo Pedro, assentou-se.
41 E ele dando-lhe a mão a levantou, e chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
42 E foi isso notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.
43 E aconteceu que ele ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão, curtidor.
Um anjo ministra a Cornélio — Pedro, em uma visão, recebe o mandamento de levar o evangelho aos gentios — O evangelho é ensinado por testemunhas — O Espírito Santo desce sobre os gentios.
E havia em Cesareia um certo homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana,
2 Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e continuamente orava a Deus.
3 Este, quase à hora nona do dia, viu claramente em visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio!
4 E este, fixando os olhos nele, e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E disse-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus;
5 Agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro.
6 Este está hospedado na casa de um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer.
7 E quando o anjo que lhe falava partiu, chamou dois dos seus criados, e um piedoso soldado dos que estavam a seu serviço.
8 E havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope.
9 E no dia seguinte, seguindo eles seu caminho, e chegando perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta.
E tendo fome, quis comer; e enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos;
11 E viu o céu aberto, e que para ele descia um certo vaso, como um grande lençol atado pelas quatro pontas, e que era baixado para a terra,
12 No qual havia de todos os animais quadrúpedes da terra, e feras, e répteis, e aves do céu.
13 E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro; mata e come.
14 Porém Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum nem imunda.
15 E uma segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou.
16 E aconteceu isso por três vezes; e o vaso foi recolhido para o céu.
17 E enquanto Pedro estava perplexo consigo mesmo sobre o que seria aquela visão que tinha visto, eis que os homens que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão.
18 E chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, estava hospedado ali.
19 E pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam.
Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei.
21 E Pedro, descendo para junto dos homens que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Eis que sou eu a quem procurais; qual é a causa porque estais aqui?
22 E eles disseram: Cornélio, o centurião, homem justo e temente a Deus, e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que mandasse chamar-te à sua casa, e ouvisse as tuas palavras.
23 Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. Porém no dia seguinte foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope.
24 E no dia seguinte chegaram a Cesareia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado seus parentes e amigos mais íntimos.
25 E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio para recebê-lo, e prostrando-se a seus pés, o adorou.
26 Porém Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, eu mesmo também sou homem.
27 E falando com ele, entrou, e achou muitos que ali se haviam reunido.
28 E disse-lhes: Vós bem sabeis como não é lícito a um homem judeu juntar-se ou achegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo;
29 Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: Por que razão mandastes chamar-me?
E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora; e orava em minha casa à hora nona, e eis que diante de mim se apresentou um homem com vestes resplandecentes,
31 E disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus.
32 Envia, pois, alguém a Jope, e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este está hospedado na casa de Simão, o curtidor, junto do mar; e ele, vindo, te falará.
33 Assim que logo mandei chamar-te; e bem fizeste em vir. Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado.
34 E Pedro, abrindo a boca, disse: Reconheço, em verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;
35 Mas que é aceito por ele aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.
36 A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos),
37 Essa palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judeia, começando desde a Galileia, depois do batismo que João pregou,
38 Acerca de Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou fazendo o bem, e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
39 E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judeia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro.
A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que fosse manifesto,
41 Não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos.
42 E mandou-nos pregar ao povo, e testificar que ele é aquele que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.
43 Dele dão testemunho todos os profetas, de que pelo seu nome todos os que nele crerem receberão o perdão dos pecados.
44 E dizendo Pedro ainda essas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
45 E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que sobre os gentios se derramasse também o dom do Espírito Santo.
46 Porque os ouviam falar em línguas, e magnificar a Deus.
47 Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?
48 E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.
Deus concede o dom do arrependimento aos gentios — Em Antioquia os discípulos são chamados de cristãos pela primeira vez — A Igreja é guiada por revelação.
E ouviram os apóstolos, e os irmãos que estavam na Judeia, que também os gentios receberam a palavra de Deus.
2 E subindo Pedro a Jerusalém, os que eram da circuncisão disputavam com ele,
3 Dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles.
4 Mas Pedro começou a contar-lhes tudo por ordem, dizendo:
5 Estando eu orando na cidade de Jope, vi, num arrebatamento dos sentidos, uma visão: um certo vaso que descia como um grande lençol, baixado do céu pelas quatro pontas, e vinha até junto de mim;
6 No qual, pondo eu os olhos, considerei, e vi animais quadrúpedes da terra, e feras, e répteis, e aves do céu.
7 E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro; mata e come.
8 Porém eu disse: De maneira nenhuma, Senhor; pois nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda.
9 Mas a voz respondeu-me do céu uma segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou.
E sucedeu isso por três vezes; e tudo foi recolhido ao céu.
11 E eis que, na mesma hora, pararam junto da casa em que eu estava três homens que me foram enviados de Cesareia.
12 E disse-me o Espírito que fosse com eles, não duvidando; e também estes seis irmãos foram comigo, e entramos na casa daquele homem;
13 E contou-nos como vira um anjo em pé em sua casa, e lhe dissera: Envia homens a Jope, e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro,
14 O qual te dirá palavras com que serás salvo, tu e toda a tua casa.
15 E quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.
16 E lembrei-me da palavra do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo.
17 Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse opor resistência a Deus?
18 E ouvindo essas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: De maneira que até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.
19 E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.
E havia entre eles alguns homens cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
21 E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.
22 E chegou a notícia disso aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia.
23 O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou todos a que permanecessem no Senhor com propósito de coração.
24 Porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.
25 E partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo; e achando-o, o conduziu para Antioquia.
26 E sucedeu que por todo um ano se congregaram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
27 E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
28 E levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, a qual aconteceu no tempo de Cláudio César.
29 E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro para os irmãos que habitavam na Judeia.
O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.
Descreve-se o martírio de Tiago — Um anjo liberta Pedro da prisão — O Senhor mata Herodes com uma doença — A Igreja cresce.
E por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar;
2 E matou à espada Tiago, irmão de João.
3 E vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também Pedro. E eram os dias dos pães ázimos.
4 E havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa.
5 Pedro, pois, era guardado na prisão; porém a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
6 E quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
7 E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e tocando o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias.
8 E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas sandálias. E ele o fez assim. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa, e segue-me.
9 E saindo, o seguia. E não sabia que fosse verdade o que era feito pelo anjo, mas supunha que via alguma visão.
E quando passaram a primeira e a segunda guardas, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e tendo saído, andaram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.
11 E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava.
12 E considerando ele isso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.
13 E batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu para escutar;
14 E reconhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta do pátio, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta do pátio.
15 E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo.
16 Porém Pedro perseverava em bater, e quando abriram, viram-no, e se espantaram.
17 E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E saindo, partiu para outro lugar.
18 E sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro.
19 E quando Herodes o buscou e não o achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E partindo da Judeia para Cesareia, ficou ali.
E Herodes estava irritado com os de Tiro e de Sidom; porém eles, vindo de comum acordo ter com ele, e persuadindo Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz; porquanto o seu país abastecia-se do país do rei.
21 E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, e assentado no tribunal, dirigiu-lhes a palavra.
22 E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem.
23 E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porquanto não deu glória a Deus, e comido de bichos, expirou.
24 E a palavra de Deus crescia e se multiplicava.
25 E Barnabé e Saulo, havendo cumprido aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo João, que tinha por sobrenome Marcos.
Saulo e Barnabé são chamados para o serviço missionário — Saulo, que passou a se chamar Paulo, amaldiçoa um feiticeiro — Cristo é descendente de Davi — Paulo oferece o evangelho a Israel e depois aos gentios.
E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e mestres, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2 E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os chamei.
3 Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.
4 Estes então, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia, e dali navegaram para Chipre.
5 E tendo chegado a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também João por ministro.
6 E havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu feiticeiro, falso profeta, chamado Barjesus,
7 O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus.
8 Mas resistia-lhes Elimas, o feiticeiro (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul.
9 Porém Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, disse:
Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?
11 Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e andando em redor, buscava quem o guiasse pela mão.
12 Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor.
13 E partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, cidade da Panfília. Porém João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.
14 E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se;
15 E depois da lição da lei e dos profetas, mandaram-lhes dizer os principais da sinagoga: Homens irmãos, se vós tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai.
16 E levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Homens israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi:
17 O Deus deste povo de Israel escolheu nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso os tirou dela;
18 E suportou os seus costumes no deserto pelo espaço de quase quarenta anos.
19 E destruindo sete nações na terra de Canaã, lhes deu por herança a terra deles.
E depois disso, por quase quatrocentos e cinquenta anos, lhes deu juízes, até o profeta Samuel.
21 E depois pediram um rei, e Deus por quarenta anos lhes deu Saul, filho de Quis, homem da tribo de Benjamim.
22 E tendo tirado este, lhes levantou Davi como rei, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.
23 Da descendência deste, conforme a promessa, Deus levantou Jesus para Salvador de Israel;
24 Tendo primeiramente João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento.
25 Mas, quando João completava a sua carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo; mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as sandálias dos pés.
26 Homens irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação.
27 Porque, não conhecendo a este os que habitavam em Jerusalém, nem os seus príncipes, condenando-o, cumpriram assim as vozes dos profetas que se leem todos os sábados.
28 E não achando nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.
29 E havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura;
Porém Deus o ressuscitou dos mortos.
31 E ele por muitos dias foi visto pelos que subiram com ele da Galileia a Jerusalém, e são suas testemunhas para com o povo.
32 E nós vos anunciamos a promessa que foi feita aos pais, a qual já Deus nos cumpriu, a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus;
33 Como também está escrito no salmo segundo: Meu Filho és tu, hoje te gerei.
34 E que o ressuscitaria dos mortos, para nunca mais retornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei.
35 Pelo que também em outro salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção.
36 Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, e foi posto junto de seus pais e viu a corrupção,
37 Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu.
38 Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.
39 E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, neste é justificado todo aquele que crê.
Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas:
41 Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis, se alguém vo-la contar.
42 E ao saírem os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte se lhes falassem as mesmas coisas.
43 E despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé; os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus.
44 E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.
45 Porém os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja; contradiziam o que Paulo dizia, contradizendo e blasfemando.
46 Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era necessário que a vós se vos falasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios;
47 Porque o Senhor assim no-lo mandou, dizendo: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.
48 E os gentios, ouvindo isso, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.
49 E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela província.
Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram para fora dos seus termos.
51 Sacudindo, porém, contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio.
52 E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
A propagação do evangelho é acompanhada de perseguição — Paulo cura um homem paralítico; Paulo e Barnabé são tidos como deuses — Paulo é apedrejado, sobrevive e prega — Ordenam-se anciãos (élderes).
E aconteceu que em Icônio entraram juntos na sinagoga dos judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão, não só de judeus mas de gregos.
2 Porém os judeus incrédulos incitaram e acirraram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios.
3 Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios.
4 E dividiu-se a multidão da cidade; e uns eram pelos judeus, e outros, pelos apóstolos.
5 E havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios, com os seus chefes, para os insultarem e apedrejarem,
6 Sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades de Licaônia, e para a província circunvizinha;
7 E ali pregavam o evangelho.
8 E estava assentado em Listra um certo homem aleijado dos pés, coxo desde o ventre de sua mãe, o qual nunca tinha andado.
9 Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado,
Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou.
11 E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens, e desceram até nós.
12 E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio, a Paulo; porque este era o que falava.
13 E o sacerdote de Júpiter, que estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão sacrificar-lhes.
14 Ouvindo, porém, isso os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando,
15 E dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos pregamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles;
16 O qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos.
17 Ainda que, apesar disso, nunca se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando lá do céu, dando-nos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria o nosso coração.
18 E dizendo isso, com dificuldade impediram que as multidões lhes sacrificassem.
19 Sobrevieram, porém, alguns judeus de Antioquia e de Icônio, e persuadindo a multidão, apedrejaram Paulo, e o arrastaram para fora da cidade, pensando que estava morto.
Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe.
21 E tendo anunciado o evangelho àquela cidade, e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia,
22 Fortalecendo os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, e dizendo que é preciso passar por muitas tribulações para entrar no reino de Deus.
23 E havendo-lhes, por comum consentimento, designado anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
24 Passando depois por Pisídia, dirigiram-se a Panfília.
25 E tendo anunciado a palavra em Perge, desceram a Atália.
26 E dali navegaram para Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido.
27 E quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.
28 E ficaram ali não pouco tempo com os discípulos.
Uma grande desavença surge em Antioquia concernente à circuncisão — Os Apóstolos que estão em Jerusalém decidem a questão — Paulo escolhe Silas como seu companheiro.
Então alguns que tinham descido da Judeia ensinavam os irmãos, dizendo: Se não vos circuncidardes, conforme o costume de Moisés, não podeis salvar-vos.
2 Feita, pois, por Paulo e Barnabé não pequena dissensão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.
3 De sorte que eles, acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos.
4 E quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciavam quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.
5 Porém alguns da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era necessário circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
6 Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para examinar esse assunto.
7 E havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.
8 E Deus, que conhece os corações, deu-lhes testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós;
9 E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé.
Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar?
11 Antes cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.
12 Então toda a multidão se calou, e escutava Barnabé e Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.
13 E havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:
14 Simão relatou como Deus primeiramente visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.
15 E com isso concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
16 Depois disso voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, e reedificarei as suas ruínas, e tornarei a levantá-lo.
17 Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas.
18 São conhecidas a Deus desde o princípio todas as suas obras.
19 Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus,
Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, e da fornicação, e das carnes de animais sufocados, e do sangue.
21 Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e a cada sábado é lido nas sinagogas.
22 Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, escolher deles alguns homens, e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos.
23 E por eles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saudações.
24 Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram a vossa alma, dizendo que devíeis circuncidar-vos e guardar a lei, aos quais nada mandamos;
25 Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, escolher alguns homens, e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26 Homens que já expuseram a sua vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27 Enviamos, pois, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo.
28 Porque pareceu bem ao Espírito Santo, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne de animais sufocados, e da fornicação; das quais fazeis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
Tendo-se eles, pois, despedido, partiram para Antioquia, e reunindo a multidão, entregaram a carta.
31 E lendo-a, alegraram-se, pela consolação que lhes trazia.
32 Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e fortaleceram os irmãos com muitas palavras.
33 E detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
34 Mas pareceu bem a Silas ficar ali.
35 E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
36 E alguns dias depois disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.
37 E Barnabé aconselhava que tomassem consigo João, chamado Marcos.
38 Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde Panfília se tinha apartado deles, e não tinha ido com eles àquela obra.
39 E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre.
E Paulo, tendo escolhido Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.
41 E foi passando por Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas.
Paulo é instruído em uma visão a pregar na Macedônia — Ele expulsa um espírito maligno de uma mulher — Ele e Silas são presos e convertem o carcereiro — Eles admoestam todos a acreditar no Senhor Jesus e a ser salvos.
E ele chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma mulher judia fiel, mas de pai grego,
2 Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.
3 Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.
4 E quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
5 De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia aumentavam em número.
6 E passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.
7 E quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, porém o Espírito não lho permitiu.
8 E passando por Mísia, desceram a Trôade.
9 E Paulo viu de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos.
E logo que viu a visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho.
11 E navegando de Trôade, fomos diretamente para Samotrácia, e no dia seguinte para Neápolis;
12 E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia; e estivemos alguns dias naquela cidade.
13 E no dia do sábado saímos da cidade, para junto do rio, onde se costumava fazer oração; e assentando-nos, falamos às mulheres que ali se reuniram.
14 E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
15 E depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.
16 E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma moça que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
17 Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
18 E ela fazia isso por muitos dias. Porém, descontentando isso a Paulo, voltou-se, e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
19 E vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, pegaram Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados.
E apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade,
21 E pregam costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.
22 E a multidão se levantou juntamente contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas;
23 E havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança,
24 O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere mais interior, e lhes segurou os pés no tronco.
25 E perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
26 E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e se soltaram as prisões de todos.
27 E acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, puxou da espada, quis matar-se, supondo que os presos já tinham fugido.
28 Porém Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos.
29 E pedindo luz, saltou para dentro e, todo trêmulo, se prostrou aos pés de Paulo e Silas.
E tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?
31 E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa.
32 E lhe falavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa.
33 E tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os açoites; e logo foi batizado, ele e todos os seus.
34 E levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e crendo em Deus, alegrou-se com toda a sua casa.
35 E sendo já dia, os magistrados mandaram oficiais de justiça, dizendo: Soltai aqueles homens.
36 E o carcereiro anunciou a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados mandaram que vos soltasse; agora, pois, saí, e ide em paz.
37 Porém Paulo disse-lhes: Açoitaram-nos publicamente e, sem sermos sentenciados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? Não será assim; mas venham eles mesmos e tirem-nos para fora.
38 E os oficiais de justiça foram dizer aos magistrados essas palavras; e eles temeram, ouvindo que eram romanos.
39 E vindo, lhes rogaram; e tirando-os para fora, lhes pediram que saíssem da cidade.
E saindo da prisão, entraram na casa de Lídia, e vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram.
Paulo e Silas pregam e são perseguidos em Tessalônica e Bereia — Em Atenas, Paulo prega na Colina de Marte acerca do deus desconhecido — Ele diz: “Somos geração de Deus.”
E passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus.
2 E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as escrituras,
3 Declarando-as, e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo.
4 E alguns deles creram, e reuniram-se com Paulo e Silas uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres distintas.
5 Porém os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens malignos, dentre os vadios, e reunindo o povo, alvoroçaram a cidade, e acometendo a casa de Jasom, procuravam tirá-los para junto do povo.
6 E não os achando, trouxeram com violência Jasom, e alguns irmãos, aos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui;
7 Os quais Jasom acolheu; e todos estes procedem contra os mandados de César, dizendo que há outro rei, a saber, Jesus.
8 E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram essas coisas.
9 Tendo, porém, recebido de Jasom, e dos demais, a fiança estipulada, os soltaram.
E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia, os quais, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
11 E estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas escrituras se estas coisas eram assim.
12 De sorte que creram muitos deles, e mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.
13 Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Bereia, foram também para lá, e agitaram as multidões.
14 Porém no mesmo instante os irmãos fizeram Paulo partir como se fosse para o mar, mas Silas e Timóteo ficaram ali.
15 E os que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas, e recebendo ordem para que Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram.
16 E enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em si mesmo, vendo a cidade tão dada à idolatria.
17 De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça, com os que se apresentavam.
18 E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava Jesus e a ressurreição.
19 E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Podemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isso.
21 (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma coisa nova).
22 E estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;
23 Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: Ao Deus Desconhecido. Aquele, pois, que vós honrais, não o conhecendo, vos anuncio.
24 O Deus que fez o mundo e todas as coisas que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
25 Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois é ele mesmo quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
26 E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
27 Para que buscassem ao Senhor, se porventura tateando o pudessem encontrar; ainda que não está longe de cada um de nós;
28 Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Porque somos também sua geração.
29 Sendo, pois, geração de Deus, não havemos de pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
De sorte que Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
31 Porquanto determinou um dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio daquele homem que designou, dando certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos.
32 Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
33 E assim Paulo saiu do meio deles.
34 Porém, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais estavam Dionísio, areopagita, e uma mulher por nome Damaris, e com eles, outros.
Sendo rejeitado pelos judeus, Paulo volta-se para os gentios — Ele prega, ministra e viaja — Apolo também prega com poder.
E depois disso partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto.
2 E achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (porquanto Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), foi ter com eles,
3 E porque era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.
4 E a cada sábado disputava na sinagoga, e persuadia judeus e gregos.
5 E quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo constrangido pelo Espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
6 Porém, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios.
7 E partindo dali, entrou na casa de um, por nome Justo, que servia a Deus, cuja casa estava junto da sinagoga.
8 E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados.
9 E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales;
Porque eu estou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, porque tenho muito povo nesta cidade.
11 E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
12 Porém, sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo, e o levaram ao tribunal,
13 Dizendo: Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei.
14 E querendo Paulo abrir a boca, disse Gálio aos judeus: Se houvesse, ó judeus, algum agravo ou crime enorme, com razão vos suportaria,
15 Mas se a questão é de palavras, e de nomes, e da lei que entre vós há, vede-o vós mesmos; porque eu não quero ser juiz dessas coisas.
16 E expulsou-os do tribunal.
17 Porém, todos os gregos agarraram Sóstenes, principal da sinagoga, e o espancavam diante do tribunal; e a Gálio nada dessas coisas o incomodava.
18 E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos e dali navegou para a Síria, e com ele, Priscila e Áquila, tendo rapado a cabeça em Cencreia, porque tinha voto.
19 E chegou a Éfeso, e deixou-os ali; porém ele, entrando na sinagoga, disputava com os judeus.
E rogando-lhe que ficasse com eles por mais algum tempo, não conveio nisso.
21 Antes se despediu deles, dizendo: É-me necessário em todo o caso guardar em Jerusalém a festa que se aproxima; mas, querendo Deus, outra vez voltarei para vós. E partiu de Éfeso.
22 E chegando a Cesareia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia.
23 E estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos os discípulos.
24 E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso nas escrituras.
25 Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João.
26 E este começou a falar ousadamente na sinagoga; e ouvindo-o Priscila e Áquila, o levaram consigo, e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus.
27 E querendo ele passar a Acaia, exortando-o os irmãos, escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, foi de muito proveito aos que pela graça criam,
28 Porque com grande veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo.
Paulo confere o dom do Espírito Santo pela imposição de mãos — Ele prega e opera muitos milagres — Os filhos de Ceva não conseguem expulsar demônios por exorcismo — Os adoradores de Diana (Ártemis) geram um tumulto contra Paulo.
E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
2 Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
3 E disse-lhes: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
4 Porém Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele haveria de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5 E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam diversas línguas, e profetizavam.
7 E estes eram, ao todo, quase doze homens.
8 E entrando na sinagoga, falou ousadamente pelo espaço de três meses, disputando e persuadindo acerca do reino de Deus.
9 Mas, endurecendo-se alguns, e não obedecendo, e falando mal do caminho do Senhor perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano.
E durou isso pelo espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia, ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos.
11 E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.
12 De tal maneira que até os lenços e aventais do seu corpo eram levados aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.
13 E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuramos-vos por Jesus a quem Paulo prega.
14 E os que faziam isso eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.
15 Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço Jesus, e bem sei quem é Paulo; porém vós quem sois?
16 E saltando neles o homem em que estava o espírito maligno, e assenhoreando-se deles, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.
17 E foi isso notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.
18 E muitos dos que criam vinham, confessando e publicando os seus feitos.
19 Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.
Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.
21 E cumpridas essas coisas, Paulo propôs-se, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, é-me necessário ver também Roma.
22 E enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele por algum tempo na Ásia.
23 Porém, naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do caminho do Senhor.
24 Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices,
25 Aos quais, havendo-os reunido com outros de ofício semelhante, disse: Homens, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade;
26 E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos.
27 E não somente há o perigo de que isso venha a servir-nos de desprezo, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, e de que a sua majestade, a qual toda a Ásia e o mundo inteiro veneram, venha a ser destruída.
28 E ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.
29 E encheu-se de confusão toda a cidade; e unânimes arremeteram ao teatro, arrebatando consigo Gaio e Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem.
E querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lho permitiram os discípulos.
31 E também alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, mandaram rogar-lhe que não fosse ao teatro.
32 Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros, de outra, porque a assembleia estava em confusão; e a maioria deles não sabia por que causa se tinham reunido.
33 Então tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus para diante; e Alexandre, acenando com a mão, queria apresentar uma defesa ao povo.
34 Porém, quando souberam que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando pelo espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!
35 Então o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Homens efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que desceu de Júpiter?
36 De sorte que, não podendo isso ser contradito, convém que vos aplaqueis, e nada façais temerariamente;
37 Porque estes homens que aqui trouxestes nem são sacrílegos nem blasfemam da vossa deusa;
38 Porém, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, há audiências e há procônsules; que se acusem uns aos outros;
39 E se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítima assembleia.
Porque corremos perigo de que, por hoje, sejamos acusados de sedição, não havendo causa alguma com que possamos justificar esta aglomeração.
41 E tendo dito isso, despediu a multidão.
Paulo levanta Êutico da morte — Paulo está livre do sangue de todos os homens — Ele prevê apostasia dentre os da Igreja — Ele revela um ensinamento de Jesus: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
E depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou para si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia.
2 E havendo andado por aquelas partes, e exortando-os com muitas palavras, foi à Grécia.
3 E passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus armada uma cilada, havendo de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia.
4 E acompanhou-o até a Ásia, Sópatro, de Bereia; e dos de Tessalônica, Aristarco, e Secundo; e Gaio de Derbe, e Timóteo; e dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.
5 Estes, indo adiante, nos esperaram em Trôade.
6 E depois dos dias dos pães ázimos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles em Trôade, onde estivemos sete dias.
7 E no primeiro dia da semana, reunindo-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles; e prolongou suas palavras até a meia noite.
8 E havia muitas luzes no cenáculo onde estavam reunidos.
9 E estando um certo jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu desde o terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto.
Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele, e abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está.
11 E subindo, e partindo o pão, e comendo, e falando-lhes por muito tempo até a alvorada, assim partiu.
12 E levaram vivo o jovem, e ficaram não pouco consolados.
13 Nós, porém, subindo ao navio, navegamos até Assôs, onde devíamos receber Paulo, porque assim o ordenara, indo ele por terra.
14 E logo que se reuniu conosco em Assôs, tomamo-lo, e fomos a Mitilene.
15 E navegando dali, chegamos no dia seguinte defronte de Quios, e no outro aportamos em Samos, e ficando em Trogílio, chegamos no dia seguinte a Mileto.
16 Porque Paulo tinha determinado passar adiante de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para, se lhe fosse possível, estar em Jerusalém no dia de Pentecostes.
17 E de Mileto mandou chamar os anciãos da igreja de Éfeso.
18 E logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, o modo como em todo esse tempo me portei no meio de vós,
19 Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me têm sobrevindo.
Como nada que útil vos fosse deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas,
21 Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
22 E agora, eis que, constrangido eu pelo Espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer.
23 Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me testifica, dizendo que me esperam prisões e tribulações.
24 Mas de nenhuma coisa faço caso, e nem a minha vida tenho por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
25 E agora, eis que bem sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto.
26 Portanto, no dia de hoje, vos atesto que estou limpo do sangue de todos.
27 Porque nunca deixei de anunciar-vos todo o conselho de Deus.
28 Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual adquiriu com seu próprio sangue.
29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho.
E que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.
31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, de noite e de dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.
32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os santificados.
33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem as vestes.
34 Vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram.
35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário socorrer os enfermos, e lembrar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
36 E havendo dito isso, pondo-se de joelhos, orou com todos eles.
37 E levantou-se um grande pranto entre todos, e lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam,
38 Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até o navio.
Paulo viaja para Jerusalém — Ele é perseguido, preso e acorrentado.
E aconteceu que, separando-nos deles, navegamos em linha reta, e chegamos a Cós, e no dia seguinte a Rodes, de onde passamos a Pátara.
2 E achando um navio que ia para a Fenícia, embarcamos nele, e partimos.
3 E estando já à vista de Chipre, deixando-a à esquerda, navegamos para a Síria, e chegamos a Tiro; porque o navio havia de ser descarregado ali.
4 E achando os discípulos, ficamos nós ali sete dias, e eles pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.
5 E havendo passado ali aqueles dias, saímos, e seguimos nosso caminho, acompanhando-nos todos, com suas mulheres e filhos, até fora da cidade; e postos de joelhos na praia, oramos.
6 E saudando-nos uns aos outros, subimos ao navio; e eles voltaram para suas casas.
7 E nós, concluída a viagem de Tiro, chegamos a Ptolemaida; e havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia.
8 E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos chegamos a Cesareia; e entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
9 E tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.
E demorando-nos ali por muitos dias, desceu da Judeia um profeta, por nome Ágabo;
11 E vindo ele a nós, e tomando a cinta de Paulo, e atando-se os pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim atarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
12 E ouvindo nós isso, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém.
13 Porém Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? porque eu estou pronto, não só para ser atado, mas ainda para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.
14 E como não podíamos persuadi-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor.
15 E depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém.
16 E foram também conosco alguns discípulos de Cesareia, levando consigo um certo Mnasom, cíprio, discípulo antigo, com o qual havíamos de hospedar-nos.
17 E logo que chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam de muito boa vontade.
18 E no dia seguinte, Paulo entrou conosco na casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali.
19 E havendo-os saudado, contou-lhes minuciosamente o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios.
E ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que creem, e todos são zelosos da lei.
21 E já acerca de ti foram informados que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei.
22 Que faremos, pois? Em todo caso é necessário que a multidão se junte; porque ouvirão que já chegaste.
23 Faze, pois, isto que te dizemos: Temos quatro homens que fizeram voto.
24 Toma contigo estes, e santifica-te com eles, e paga por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos saibam que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas retamente, guardando a lei.
25 Porém, quanto aos que creem dos gentios, nós escrevemos, e achamos por bem que nada disso observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e da carne de animais sufocados, e da fornicação.
26 Então Paulo, tomando consigo aqueles homens, tendo-se purificado com eles, entrou no dia seguinte no templo, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação, ficando ali até se fazer em favor de cada um deles a oferta.
27 E quando já estavam por findar os sete dias, os judeus da Ásia, vendo-o no templo, alvoroçaram todo o povo e lançaram mão dele,
28 Clamando: Homens israelitas, acudi! Este é o homem que por todas as partes ensina a todos contra o povo, e contra a lei, e contra este lugar; e além disso, introduziu também no templo os gregos, e profanou este santo lugar.
29 Porque dantes tinham visto Trófimo de Éfeso com ele na cidade, ao qual pensavam que Paulo introduzira no templo.
E alvoroçou-se toda a cidade, e fez-se uma aglomeração de povo; e pegando Paulo, o arrastaram para fora do templo, e logo as portas se fecharam.
31 E procurando eles matá-lo, chegou ao tribuno da coorte a nova de que Jerusalém estava toda em confusão.
32 O qual, tomando logo consigo soldados e centuriões, correu para eles. E vendo eles o tribuno e os soldados, cessaram de espancar Paulo.
33 Então, chegando o tribuno, o prendeu e o mandou acorrentar com duas cadeias, e lhe perguntou quem era e o que tinha feito.
34 E na multidão uns clamavam de uma maneira, outros, de outra; porém, como nada podia saber ao certo, por causa do alvoroço, mandou conduzi-lo para a fortaleza.
35 E sucedeu que, chegando às escadas, os soldados tiveram de carregá-lo por causa da violência da multidão.
36 Porque a multidão do povo o seguia, clamando: Mata-o!
37 E quando iam introduzir Paulo na fortaleza, disse Paulo ao tribuno: É-me permitido dizer-te alguma coisa? E ele disse: Sabes o grego?
38 Não és tu porventura aquele egípcio que antes destes dias levantou uma sedição, e levou ao deserto quatro mil dos sicários?
39 Porém Paulo lhe disse: Na verdade, sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo.
E havendo-lho permitido, Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao povo; e feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica, dizendo:
Paulo conta a história de sua conversão e também declara ter visto Jesus em uma visão — A ele são concedidos alguns privilégios por ser cidadão romano.
Homens irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós.
2 (E quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram.) E disse:
3 Quanto a mim, sou homem judeu, nascido em Tarso de Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois.
4 Persegui este caminho até a morte, prendendo, e pondo em prisões, tanto homens como mulheres.
5 Como também o sumo sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; dos quais ainda, levando cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, para que fossem castigados.
6 Porém aconteceu que, indo eu já de caminho, e chegando perto de Damasco, quase ao meio dia, de repente me rodeou uma grande luz do céu.
7 E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
8 E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues.
9 E os que estavam comigo viram em verdade a luz, e se atemorizaram muito; mas não ouviram a voz daquele que falava comigo.
Então disse eu: Senhor, que farei? E o Senhor disse-me: Levanta-te, e vai a Damasco, e ali se te dirá tudo o que te é ordenado fazer.
11 E como eu não via, por causa do esplendor daquela luz, fui levado pela mão dos que estavam comigo, e cheguei a Damasco.
12 E um certo Ananias, homem piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam,
13 Vindo ter comigo, e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. E naquela mesma hora o vi.
14 E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te ordenou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca.
15 Porque lhe hás de ser testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido.
16 E agora por que te deténs? Levanta-te, e sê batizado, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor.
17 E aconteceu-me, retornando eu para Jerusalém, que, orando eu no templo, fui arrebatado para fora de mim.
18 E vi o que me dizia: Apressa-te, e sai logo de Jerusalém; porque não receberão o teu testemunho acerca de mim.
19 E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti.
E quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava as vestes dos que o matavam.
21 E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.
22 E ouviram-no até essa palavra, e levantaram a voz, dizendo: Tira tal homem da terra, porque não convém que viva.
23 E clamando eles, e lançando de si as vestes, e jogando pó para o ar,
24 O tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o interrogassem com açoites, para saber por que causa assim clamavam contra ele.
25 E quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um homem romano, sem ser condenado?
26 E ouvindo isso, o centurião foi, e anunciou ao tribuno, dizendo: Olha o que vais fazer, porque este homem é romano.
27 E vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim.
28 E respondeu o tribuno: Eu, com grande soma de dinheiro, alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento.
29 De sorte que logo dele se apartaram os que o haviam de interrogar; e até o tribuno teve temor, quando soube que ele era romano, porque o tinha acorrentado.
E no dia seguinte, querendo saber ao certo a causa por que era acusado pelos judeus, soltou-o das cadeias, e mandou vir os principais dos sacerdotes, e todo o seu conselho; e trazendo Paulo, o apresentou diante deles.
Paulo é ferido por ordem de Ananias — O Senhor aparece novamente a Paulo — Quarenta judeus tramam sua morte — Ele é entregue a Félix.
E pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até o dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência.
2 Porém o sumo sacerdote Ananias mandou então aos que estavam junto dele que o ferissem na boca.
3 Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir?
4 E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus?
5 E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não falarás mal do príncipe do teu povo.
6 E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus, e outra, de fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado.
7 E havendo dito isso, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu.
8 Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus professam ambas as coisas.
9 E originou-se um grande clamor; e levantando-se os escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus.
E havendo grande dissensão, o tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a guarda, e arrebatá-lo do meio deles, e levá-lo para a fortaleza.
11 E na noite seguinte, o Senhor, apresentando-se-lhe, disse: Paulo, tem bom ânimo; porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim te é necessário testificar também em Roma.
12 E amanhecendo o dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração, e se conjuraram, dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo.
13 E eram mais de quarenta os que fizeram essa conjuração.
14 Os quais foram aos principais dos sacerdotes e aos anciãos, e disseram: Conjuramo-nos, sob pena de maldição, que nada comeremos, até que matemos Paulo.
15 Agora, pois, vós, com o conselho, fazei saber ao tribuno que vo-lo traga amanhã, como que querendo saber mais alguma coisa a seu respeito, e antes que chegue, estaremos prontos para o matar.
16 E o filho da irmã de Paulo, ouvindo acerca dessa cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo.
17 E Paulo, chamando a si um dos centuriões, disse: Leva este jovem ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe comunicar.
18 Tomando-o ele, pois, o levou ao tribuno, e disse: O preso Paulo, chamando-me a si, me rogou que te trouxesse este jovem, que tem alguma coisa que dizer-te.
19 E o tribuno, tomando-o pela mão, e pondo-se à parte perguntou-lhe em particular: Que tens que me comunicar?
E disse ele: Os judeus combinaram rogar-te que amanhã leves Paulo ao conselho, como que tendo a inquirir dele alguma coisa mais acuradamente.
21 Porém tu não os creias; porque mais de quarenta homens dentre eles lhe andam armando ciladas, os quais juraram, sob pena de maldição, não comerem nem beberem até que o tenham matado; e já estão preparados, esperando a tua promessa.
22 Então o tribuno despediu o jovem, mandando-lhe que a ninguém dissesse que lhe havia manifestado aquilo.
23 E chamando a si dois centuriões, lhes disse: Aprontai para a terceira hora da noite duzentos soldados, e setenta cavaleiros, e duzentos arqueiros para irem até Cesareia;
24 E aparelhai cavalgaduras, para que fazendo Paulo nelas montar, o levem a salvo ao governador Félix.
25 Escreveu ele uma carta, que continha isto:
26 Cláudio Lisias, a Félix, excelentíssimo governador, saudações.
27 Este homem foi preso pelos judeus; e estando já a ponto de ser morto por eles, sobrevim eu com a guarda, e o livrei, informado de que era romano.
28 E querendo saber a causa por que o acusavam, o levei ao seu conselho.
29 E descobri que o acusavam de algumas questões da sua lei, mas que nenhum crime havia nele digno de morte ou de prisão.
E sendo-me notificado que os judeus haviam de armar ciladas a esse homem, logo to enviei, mandando também aos acusadores que perante ti digam o que tiverem contra ele. Passa bem.
31 Tomando, pois, os soldados a Paulo, como lhe fora mandado, o levaram de noite a Antipátride.
32 E no dia seguinte, deixando os cavaleiros irem com ele, retornaram à fortaleza.
33 Os quais, logo que chegaram a Cesareia, e entregaram a carta ao governador, lhe apresentaram Paulo.
34 E o governador, tendo lido a carta, perguntou de que província ele era; e entendendo que ele era da Cilícia,
35 Disse: Ouvir-te-ei, quando também aqui vierem os teus acusadores. E mandou que o guardassem no Pretório de Herodes.
Paulo é acusado de sedição — Ele responde em defesa de sua vida e da doutrina — Ele ensina Félix sobre a retidão, a temperança e o juízo vindouro.
E cinco dias depois o sumo sacerdote Ananias desceu com os anciãos, e com um certo orador, chamado Tértulo, os quais compareceram perante o governador com acusações contra Paulo.
2 E sendo chamado, Tértulo começou a acusá-lo, dizendo:
3 Que por ti tenhamos tanta paz e que, por tua prudência, a este povo se façam muitos e louváveis serviços, sempre e em todo o lugar, ó excelentíssimo Félix, com todo o agradecimento o reconhecemos.
4 Porém, para que não te detenha muito, rogo-te que por um momento, conforme a tua equidade, nos ouças.
5 Porque verificamos que este homem é uma peste, e levantador de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e o principal defensor da seita dos nazarenos;
6 O qual intentou também profanar o templo; ao qual também prendemos, e conforme a nossa lei o quisemos julgar.
7 Porém, sobrevindo o tribuno Lísias, no-lo tirou dentre as mãos com grande violência,
8 Mandando aos seus acusadores que viessem a ti; e tu mesmo, examinando-o, poderás entender tudo aquilo de que o acusamos.
9 E também os judeus consentiram, dizendo serem essas coisas assim.
Porém Paulo, fazendo-lhe o governador sinal para que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, com tanto melhor ânimo faço minha defesa.
11 Pois bem podes entender que não há mais de doze dias que subi a Jerusalém para adorar;
12 E não me acharam no templo discutindo com alguém, nem amotinando o povo nas sinagogas, nem na cidade.
13 Nem tampouco podem provar as coisas de que agora me acusam.
14 Porém confesso-te isto: que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo em tudo quanto está escrito na lei e nos profetas;
15 Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição, tanto dos justos como dos injustos.
16 E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.
17 Porém, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas.
18 Nisto me acharam já purificado no templo, não com multidão, nem com alvoroços, uns certos judeus da Ásia,
19 Os quais convinha que estivessem presentes perante ti, e me acusassem, se alguma coisa contra mim tivessem.
Ou digam estes mesmos aqui, se acharam em mim alguma iniquidade, quando compareci perante o conselho.
21 A não ser estas palavras, que estando entre eles, clamei: Hoje sou julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.
22 Então Félix, havendo ouvido essas coisas, lhes adiou a causa, dizendo: Havendo-me informado melhor deste caminho, quando o tribuno Lísias tiver descido, então tomarei inteiro conhecimento do vosso caso.
23 E mandou ao centurião que guardassem Paulo, e ele tivesse alguma liberdade, e que a ninguém dos seus proibisse servi-lo ou vir ter com ele.
24 E alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo.
25 E tratando ele da justiça, e da temperança, e do juízo vindouro, Félix, espavorido, respondeu: Por agora vai-te, e em tendo oportunidade, te chamarei;
26 Esperando também juntamente que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse; pelo que também muitas vezes o mandava chamar, e falava com ele.
27 Porém, cumpridos dois anos, Félix teve por sucessor Pórcio Festo; e querendo Félix comprazer aos judeus, deixou Paulo preso.
Paulo, perante Festo, apela a César — Agripa deseja ouvir Paulo.
Entrando, pois, Festo na província, subiu dali a três dias de Cesareia a Jerusalém.
2 E o sumo sacerdote e os principais dos judeus compareceram perante ele com acusações contra Paulo, e lhe rogaram,
3 Pedindo favor contra ele, para que o fizesse vir a Jerusalém, armando-lhe ciladas para o matarem no caminho.
4 Porém Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesareia, e que ele brevemente partiria para lá.
5 Portanto, disse ele, os que dentre vós têm poder, desçam juntamente comigo, e se neste homem houver algum crime, acusem-no.
6 E não se havendo entre eles detido mais de dez dias, desceu a Cesareia; e no dia seguinte, assentando-se no tribunal, mandou que trouxessem Paulo.
7 E chegando ele, o rodearam os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo contra Paulo muitas e graves acusações, que não podiam provar.
8 Pelo que, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.
9 Porém Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém, e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
E Paulo disse: Estou perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado; não fiz agravo algum aos judeus, como tu muito bem sabes;
11 Porque, se fiz algum agravo, ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; porém, se nada há das coisas de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César.
12 Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César? para César irás.
13 E passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice vieram a Cesareia, para saudar Festo.
14 E, como ali se detiveram muitos dias, Festo contou ao rei o caso de Paulo, dizendo: Um certo homem foi deixado por Félix aqui preso,
15 A respeito de quem os principais dos sacerdotes e os anciãos dos judeus, estando eu em Jerusalém, compareceram perante mim, pedindo sentença contra ele.
16 Aos quais respondi não ser costume dos romanos entregar algum homem à morte, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores, e tenha oportunidade de defender-se da acusação.
17 De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem adiamento algum, assentado no tribunal, mandei trazer o homem,
18 Acerca do qual, estando presentes os acusadores, nenhuma coisa apontaram daquelas que eu suspeitava.
19 Tinham, porém, contra ele algumas questões acerca da sua superstição, e de um certo Jesus, já morto, que Paulo afirmava viver.
E estando eu perplexo acerca da inquirição desta causa, perguntei se queria ir a Jerusalém, e lá ser julgado acerca dessas coisas.
21 E apelando Paulo para ser mantido em custódia até o julgamento de Augusto, mandei que o guardassem até que o enviasse a César.
22 Então Agripa disse a Festo: Bem quisera eu também ouvir esse homem. E ele disse: Amanhã o ouvirás.
23 De sorte que, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com muito aparato, e entrando no auditório com os tribunos e homens eminentes da cidade, trouxeram Paulo por mandado de Festo.
24 E Festo disse: Rei Agripa, e todos os homens que estais presentes conosco, aqui vedes aquele de quem toda a multidão dos judeus me tem falado, tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não convém que ele viva mais.
25 Porém, achando eu que nenhuma coisa digna de morte fizera, e apelando ele mesmo também para Augusto, determinei enviá-lo.
26 Do qual não tenho coisa alguma certa que escreva ao meu senhor, pelo que perante vós o trouxe, e mormente perante ti, ó rei Agripa, para que, feito o interrogatório, tenha alguma coisa que escrever.
27 Porque me parece contra a razão enviar um preso, e não notificar contra ele as acusações.
Paulo relata que havia perseguido os santos quando era fariseu — Ele testifica a respeito da aparição de Jesus na estrada de Damasco — Paulo presta seu testemunho ao rei Agripa.
Depois Agripa disse a Paulo: Permite-se-te falar por ti mesmo. Então Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu:
2 Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que perante ti me haja hoje de defender de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus;
3 Mormente sabendo eu que és versado em todos os costumes e questões que há entre os judeus; pelo que te rogo que me ouças com paciência.
4 A minha vida, pois, desde a mocidade, a qual transcorreu, desde o princípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeus a sabem;
5 Conhecendo-me já desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.
6 E agora, pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais, estou aqui e sou julgado.
7 A qual as nossas doze tribos esperam alcançar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por essa esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus.
8 Por que se julga coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?
9 Eu verdadeiramente achava que contra o nome de Jesus Nazareno devia praticar muitos atos;
O que também fiz em Jerusalém. E havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto.
11 E castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os forcei a blasfemar. E enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estrangeiras os persegui.
12 Pelo que, indo então a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes,
13 Ao meio dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, a qual me rodeou a mim e aos que iam comigo com sua claridade.
14 E caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.
15 E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
16 Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci para isto: para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei;
17 Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio,
18 Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás, a Deus; para que recebam a remissão dos pecados, e herança entre os santificados pela fé em mim.
19 Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
Antes, anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judeia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
21 Por causa disso os judeus lançaram mão de mim no templo, e procuraram matar-me.
22 Porém, alcançando socorro de Deus, ainda até o dia de hoje permaneço, testificando tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,
23 Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.
24 E dizendo ele isso em sua defesa, disse Festo em alta voz: Deliras, Paulo; as muitas letras te fazem delirar.
25 Porém ele disse: Não deliro, ó excelentíssimo Festo; antes falo palavras de verdade e de perfeito juízo.
26 Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe essas coisas, pois não creio que nada disso se lhe oculte; porque isso não se fez em qualquer canto.
27 Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.
28 E disse Agripa a Paulo: Por pouco não me persuades a que me faça cristão.
29 E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.
E dizendo ele isso, levantaram-se o rei, e o governador, e Berenice, e os que com eles estavam assentados.
31 E apartando-se a um lado, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno de morte ou de prisões.
32 E Agripa disse a Festo: Bem podia soltar-se este homem, se não houvesse apelado para César.
Paulo, em uma viagem perigosa, segue em direção a Roma — Um anjo o conforta — Ele usa o dom da vidência — Ele naufraga.
E como se determinou que havíamos de navegar para a Itália, entregaram Paulo, e alguns outros presos, a um centurião por nome Júlio, da coorte augusta.
2 E embarcando nós em um navio adramitino, partimos navegando pelos lugares da Ásia, estando conosco Aristarco, macedônio, de Tessalônica.
3 E chegamos no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu ir ver os amigos, para que cuidassem dele.
4 E partindo dali, fomos navegando abaixo de Chipre, porquanto os ventos eram contrários.
5 E tendo atravessado o mar, ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia.
6 E achando ali o centurião um navio de Alexandria, que navegava para a Itália, nos fez embarcar nele.
7 E indo já por muitos dias navegando vagarosamente, e havendo chegado apenas defronte de Cnido, não nos permitindo o vento ir mais adiante, navegamos abaixo de Creta, junto de Salmone.
8 E costeando-a com dificuldade, chegamos a um certo lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laseia.
9 E passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, porquanto já também o jejum tinha passado, Paulo os admoestava,
Dizendo-lhes: Homens, vejo que a navegação há de ser com dano, e com muita perda, não só para o navio e a carga, mas também para a nossa vida.
11 Porém o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo.
12 E não sendo aquele porto cômodo para invernar, a maioria deles era de parecer que se partisse dali para ver se podiam chegar a Fênice, que é um porto de Creta que olha para o lado do vento da África e do Coro, e invernar ali.
13 E soprando o vento sul brandamente, lhes pareceu terem já o que desejavam, e alçando vela, foram de muito perto costeando Creta.
14 Porém não muito depois desencadeou-se um pé de vento, chamado Euro-Aquilão.
15 E sendo o navio arrebatado por ele, e não podendo navegar contra o vento, nos deixamos ir à deriva.
16 E correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Clauda, apenas pudemos recolher o bote;
17 Levado este para cima, usaram de todos os meios, cingindo o navio; e temendo darem à costa na Sirte, arriadas as velas, assim foram à deriva.
18 E sendo nós violentamente açoitados por uma tempestade, no dia seguinte aliviaram o navio.
19 E ao terceiro dia nós mesmos, com as nossas próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.
E não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e oprimindo-nos uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos.
21 E havendo já muito que não se comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Teria sido, na verdade, razoável, ó homens, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e evitar assim este dano e esta perda.
22 Porém agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio.
23 Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo,
24 Dizendo: Paulo, não temas; é necessário que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.
25 Portanto, ó homens, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito.
26 Porém é necessário irmos dar numa ilha.
27 E quando chegou a décima quarta noite, sendo impelidos de um e de outro lado no mar Adriático, lá pela meia noite suspeitaram os marinheiros de que estavam próximos de alguma terra.
28 E lançando o prumo, acharam vinte braças; e passando um pouco mais adiante, tornando a lançar o prumo, acharam quinze braças.
29 E temendo ir dar em alguns rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, desejando que viesse o dia.
Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e arriando o bote ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa,
31 Disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
32 Então os soldados cortaram os cabos do bote, e o deixaram cair.
33 E quando amanhecia o dia, Paulo exortava todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada.
34 Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é necessário para a vossa saúde; porque nem um cabelo da cabeça de qualquer de vós cairá.
35 E havendo dito isso, tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos; e partindo-o, começou a comer.
36 E tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer.
37 E éramos ao todo no navio duzentas e setenta e seis almas.
38 E já saciados com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.
39 E sendo já dia, não reconheceram a terra; porém enxergaram uma enseada que tinha praia, e consultaram-se sobre se deveriam encalhar nela o navio.
E levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e alçando a vela maior ao vento, dirigiram-se para a praia.
41 Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam ali o navio; e fixa a proa, ficou imóvel, porém a popa abria-se com a força das ondas.
42 Então o conselho dos soldados foi que matassem os presos, para que nenhum fugisse escapando a nado.
43 Porém o centurião, querendo salvar Paulo, lhes impediu esse intento; e mandou que os que pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar, e se salvassem em terra;
44 E os demais, uns em tábuas, e outros, em coisas do navio. E assim aconteceu que todos se salvaram em terra.
Paulo escapa ileso da picada de uma víbora — Ele cura os enfermos em Malta — Ele prega em Roma, primeiro aos judeus e depois aos gentios.
E havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Malta.
2 E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo um grande fogo, nos recolheram a todos por causa da chuva que sobrevinha, e por causa do frio.
3 E havendo Paulo ajuntado um feixe de gravetos, e pondo-os no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão.
4 E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, a quem, escapando do mar, a Justiça não deixa viver.
5 Porém, sacudindo ele a víbora no fogo, não padeceu nenhum mal.
6 E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; porém, tendo esperado já muito, e vendo que nenhum mal lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus.
7 E ali, próximo daquele mesmo lugar, havia umas herdades que pertenciam ao chefe da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias.
8 E aconteceu que o pai de Públio estava de cama enfermo de febres e disenteria, ao qual Paulo foi ver; e havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o curou.
9 Feito, pois, isso, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam;
Os quais nos honraram também com muitas honras; e quando estávamos para partir, nos proveram das coisas necessárias.
11 E três meses depois partimos num navio de Alexandria que invernara na ilha, o qual tinha por insígnia Castor e Pólux.
12 E chegando a Siracusa, ficamos ali três dias.
13 De onde, costeando, chegamos a Régio; e um dia depois, soprando um vento do sul, chegamos no segundo dia a Putéoli,
14 Onde, achando alguns irmãos, nos rogaram que por sete dias ficássemos com eles; e assim fomos a Roma.
15 E de lá, ouvindo os irmãos notícias nossas, nos saíram ao encontro à praça de Ápio e às Três Vendas; e Paulo, vendo-os, deu graças a Deus, e tomou ânimo.
16 E logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao general dos exércitos; porém a Paulo se lhe permitiu morar à parte, com o soldado que o guardava.
17 E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os que eram principais dos judeus, e reunidos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim todavia preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos;
18 Os quais, havendo-me interrogado, queriam soltar-me, por não haver em mim crime algum de morte.
19 Porém, opondo-se os judeus, foi-me forçoso apelar para César, não tendo eu, contudo, nada de que acusar a minha nação.
Assim que por causa disso vos chamei, para vos ver e falar; porque pela esperança de Israel estou com esta cadeia.
21 Porém eles lhe disseram: Nós não recebemos acerca de ti carta alguma da Judeia, nem veio aqui qualquer dos irmãos que nos anunciasse ou falasse de ti mal algum.
22 Porém bem quiséramos ouvir de ti o que sentes; porque, quanto a esta seita, notório nos é que em toda a parte se fala contra ela.
23 E havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava e testificava o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até o entardecer.
24 E alguns criam no que se dizia; porém outros não criam.
25 E como ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías,
26 Dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis.
27 Porque o coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam, e eu os cure.
28 Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão.
29 E havendo ele dito isso, partiram os judeus, tendo entre si grande contenda.
E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo;
31 Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a ousadia as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.
O evangelho é o poder de Deus para a salvação por intermédio de Jesus Cristo — A ira de Deus recai sobre os que são culpados de assassinato, de práticas homossexuais, de fornicação e de outros pecados, se os culpados não se arrependem.
Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2 Que ele antes havia prometido pelos seus profetas nas santas escrituras,
3 Acerca de seu Filho, que foi gerado da descendência de Davi segundo a carne,
4 Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,
5 Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as nações por causa do seu nome,
6 Entre as quais sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo.
7 A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
8 Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé.
9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós,
Rogando sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.
11 Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados;
12 Isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, tanto vossa como minha.
13 Porém, irmãos, não quero que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
14 Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.
15 Assim que, quanto a mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma.
16 Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação a todo aquele que crê; primeiro ao judeu, e também ao grego.
17 Porque nele se revela a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles está manifesto, porque Deus lhes manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança de imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Pelo que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundície, para desonrarem seus corpos entre si;
25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 E semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
28 E como eles não se importaram de reconhecer a Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
29 Estando cheios de toda iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
Murmuradores, detratores, inimigos de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31 Néscios, infiéis nos convênios, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32 Os quais, conhecendo a sentença de Deus (de que são dignos de morte os que praticam tais coisas), não somente as fazem, mas também aprovam os que as fazem.
Deus retribuirá a cada pessoa de acordo com seus atos — Tanto os judeus quanto os gentios serão julgados pelas leis do evangelho.
Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas o outro; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas.
2 E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, supões que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?
5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para o dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras;
7 A saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção;
8 Mas a indignação e a ira, aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade e obedientes à injustiça.
9 Tribulação e angústia, sobre a alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu e também do grego;
Glória, porém, e honra e paz, a qualquer que pratica o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego;
11 Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
12 Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados.
13 Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo estes lei, para si mesmos são lei;
15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seu coração, testificando juntamente a sua consciência, e seus pensamentos, ora acusando-se, ora defendendo-se;
16 No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
17 Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18 E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei;
19 E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
Mestre dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21 Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22 Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23 Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24 Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
25 Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; porém, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26 Pois, se a incircuncisão guarda os preceitos da lei, porventura a sua incircuncisão não será reputada como circuncisão?
27 E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29 Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão é a do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
O homem não é justificado pela lei de Moisés — Ele é justificado pela retidão, que vem pela fé em Cristo, o que se tornou possível graças ao sacrifício expiatório de Cristo.
Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?
2 Muita, em todos os aspectos, porque, quanto ao primeiro, as palavras de Deus lhe foram confiadas.
3 E se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?
4 De maneira nenhuma; antes seja Deus verdadeiro, e todo homem, mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.
5 E se a nossa injustiça recomendar a justiça de Deus, que diremos? Porventura será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem)
6 De maneira nenhuma; de outro modo, como julgará Deus o mundo?
7 Porque, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou ainda julgado também como pecador?
8 E por que não dizemos (como somos caluniados, e como alguns afirmam que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa.
9 E então? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
Como está escrito: Não há justo, nem sequer um;
11 Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.
12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
13 A sua garganta é um sepulcro aberto; com a sua língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura;
15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue;
16 Em seus caminhos há destruição e miséria;
17 E não conheceram o caminho da paz;
18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.
19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca se feche e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Por isso pelas obras da lei nenhuma carne será justificada diante dele, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.
23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus;
25 Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstração da sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
27 Onde está, pois, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.
28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
29 Deus é porventura somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.
Porque há um só Deus que justificará pela fé a circuncisão, e pela fé a incircuncisão.
31 Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes, estabelecemos a lei.
A fé exercida por Abraão lhe foi imputada por retidão — O homem é justificado pela fé, pelos atos de retidão e pela graça.
Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
2 Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, ele tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
3 Pois, o que diz a escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
4 Ora, àquele que faz qualquer obra o galardão não lhe é imputado segundo a graça, mas segundo a dívida.
5 Porém àquele que não faz nenhuma obra, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
6 Como também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
7 Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.
8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
9 Vem, pois, esta bem-aventurança somente sobre a circuncisão, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.
Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.
11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé que teve na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada;
12 E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas da fé que teve nosso pai Abraão, quando ainda incircunciso.
13 Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.
14 Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã, e a promessa é aniquilada.
15 Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei, também não há transgressão.
16 Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,
17 (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.
18 O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;
21 E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
22 Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.
23 Ora, não só por ele está escrito que lhe fosse imputado,
24 Mas também por nós, a quem será imputado, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;
25 O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.
O homem é justificado pelo sangue de Cristo — Adão caiu, e Cristo realizou a Expiação para que o homem pudesse ser salvo.
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2 Pelo qual também temos acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 E a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
5 E a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 Porque dificilmente alguém morreria por um justo; pois, poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 Mas Deus prova o seu amor para conosco, pelo fato de que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
12 Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
13 Porque antes da lei estava o pecado no mundo, porém o pecado não é imputado não havendo lei.
14 Mas a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por meio desse um, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, que é Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 Porque, como pela desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
Entrou, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.
21 Para que, assim como o pecado reinou para a morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
O batismo é à semelhança da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo — O salário do pecado é a morte — Cristo traz a vida eterna.
Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?
2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
6 Sabendo isto: que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
7 Porque o que está morto está justificado do pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 Sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
Pois, quanto a morrer, de uma vez por todas ele morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor.
12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
13 Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
15 E então? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.
16 Não sabeis vós que, a quem vos apresentardes como servos para obedecer, sois servos desse a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?
17 Porém, graças a Deus que vós fostes servos do pecado, mas obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.
18 E libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundície, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.
Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.
21 Pois que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.
22 Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim, a vida eterna.
23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.
A lei de Moisés se cumpre em Cristo — Paulo se deleita na lei de Deus segundo o homem interior.
Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; porém, morto o marido, está livre da lei do marido.
3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera, se for de outro marido; porém, morto o marido, livre está da lei, de maneira que não será adúltera, se for de outro marido.
4 Assim que, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.
5 Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
6 Mas agora estamos livres da lei, estando mortos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Não, eu não teria conhecido o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda sorte de concupiscência, porque sem a lei estava morto o pecado.
9 Porque eu, em algum tempo, vivia sem lei; mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri;
E o mandamento que era para vida, esse achei que me era para morte.
11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
12 Assim que a lei é santa, e o mandamento é santo, justo, e bom.
13 Logo, tornou-se-me o que é bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que, pelo mandamento, o pecado se fizesse excessivamente pecaminoso.
14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
15 Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero, isso não faço; mas o que odeio, isso faço.
16 E se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
17 De maneira que agora já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; porque o querer está em mim, mas não consigo efetuar o bem.
19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já não o faço eu, mas o pecado que habita em mim.
21 De sorte que acho esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei da minha mente, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com a mente, sirvo à lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado.
A lei de Cristo traz vida e paz — Aqueles que são adotados como filhos de Deus tornam-se co-herdeiros com Cristo — Os eleitos de Deus são preordenados para a vida eterna — Cristo intercede pelo homem.
Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porque o que era impossível à lei, porquanto estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, condenou o pecado na carne;
4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.
6 Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser.
8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Porém vós não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
E se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11 E se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.
12 De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne.
13 Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14 Porque todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, porém recebestes o Espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai!
16 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
17 E se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se porventura com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
19 Porque a ardente expectativa da criação espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação está sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
21 Na esperança de que também a própria criação será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
22 Porque sabemos que toda a criação juntamente geme e está com dores de parto até agora.
23 E não só ela, porém nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
24 Porque em esperança somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará?
25 Mas, se esperamos o que não vemos, esperamo-lo com paciência.
26 E da mesma maneira, também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
27 E aquele que examina os corações, sabe qual é a intenção do Espírito; porquanto ele, segundo Deus, intercede pelos santos.
28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, para que seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?
33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os condenará? É Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como está escrito: Por causa de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem os poderes, nem o presente, nem o porvir,
39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Paulo explica como opera a lei da eleição (preordenação) — O povo de Israel é escolhido (preordenado) para receber a adoção, os convênios, as promessas e as bênçãos do evangelho; contudo, nem todos de Israel são Israel — Eles devem buscar suas bênçãos pela fé — Os gentios também alcançam a retidão e a salvação pela fé.
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho juntamente a minha consciência no Espírito Santo):
2 Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3 Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por causa de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4 Que são israelitas, dos quais é a adoção, e a glória, e os convênios, e a lei, e o culto sagrado, e as promessas;
5 Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é Deus sobre todos, bendito eternamente. Amém.
6 Não, porém, que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
7 Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 Isto é: não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11 Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chamava),
12 Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei Jacó, e odiei Esaú.
14 Que diremos, pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
15 Pois ele diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
16 De sorte que não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17 Porque diz a escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18 De sorte que ele se compadece de quem quer, e endurece a quem quer.
19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste à sua vontade?
Mas antes, ó homem, quem és tu, que replicas a Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
22 E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, que se prepararam para a perdição;
23 Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
24 Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
25 Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada.
26 E sucederá que, no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo.
27 Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente será salvo.
28 Porque o Senhor consumará e abreviará a sua palavra em justiça; pois fará breve a sua palavra sobre a terra.
29 E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, teríamos nos tornado como Sodoma, e seríamos semelhantes a Gomorra.
Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, porém a justiça que é pela fé.
31 Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça.
32 Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; porque tropeçaram na pedra de tropeço;
33 Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será envergonhado.
A salvação vem pela retidão para os que acreditam em Cristo — A fé vem pelo ouvir o evangelho ensinado por ministros autorizados enviados por Deus.
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2 Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento.
3 Porque, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
5 Porque Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
6 Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu (isto é, para trazer do alto a Cristo)?
7 Ou, quem descerá ao abismo (isto é, para tornar a trazer dos mortos a Cristo)?
8 Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
9 A saber: Se com a tua boca confessares o Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
11 Porque a escritura diz: Todo aquele que nele crer não será envergonhado.
12 Porque não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.
13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam o evangelho da paz, dos que anunciam alegres novas de coisas boas!
16 Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; porque Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17 De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus.
18 Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras, até os confins do mundo.
19 Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos enciumarei com aqueles que não são povo, com gente insensata vos provocarei à ira.
E Isaías se atreve, e diz: Fui achado pelos que não me buscavam, fui manifestado aos que por mim não perguntavam.
21 Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente.
Israel foi escolhida (preordenada) de acordo com a eleição da graça — Contudo, alguns endurecem o coração contra isso — Os gentios são adotados na casa de Israel — O evangelho vai preferencialmente para os gentios até chegar a plenitude dos gentios.
Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 Deus não rejeitou o seu povo, o qual antes conheceu. Ou não sabeis o que a escritura diz de Elias? Como ele fala a Deus contra Israel, dizendo:
3 Senhor, mataram os teus profetas, e derrubaram os teus altares; e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida.
4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.
6 E se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. E se é pelas obras, já não é graça; de outra maneira, a obra já não é obra.
7 E então? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos.
8 Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono; olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até o dia de hoje.
9 E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, e em sua retribuição;
Escureçam-se-lhes os olhos para não verem, e encurvem-se-lhes continuamente as costas.
11 Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação.
12 E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude?
13 Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, glorificarei o meu ministério;
14 Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne, e salvar alguns deles.
15 Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?
16 E se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são.
17 E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 Não te glories contra os ramos; e se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.
19 Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
Bem! Por incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; não te ensoberbeças, mas teme.
21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também.
22 Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; porém para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado.
23 Porém também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.
24 Porque, se tu foste cortado da oliveira brava natural, e contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira?
25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não sejais sábios em vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.
26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.
27 E este será o meu convênio com eles, quando eu tirar os seus pecados.
28 Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
29 Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.
Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, porém agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles,
31 Assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela vossa misericórdia.
32 Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.
33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
34 Porque, quem compreendeu o intento do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?
35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, e lhe será recompensado?
36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Paulo aconselha os santos a apresentarem seu corpo como sacrifício vivo, a usarem seus próprios dons concedidos pela graça e a viverem como devem viver os santos.
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
3 Porque pela graça, que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função,
5 Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas membros uns dos outros.
6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 Se ministério, seja em ministrar; ou o que ensina, em ensinar;
8 Ou o que exorta, em exortar; o que reparte, em simplicidade; o que preside, com zelo; o que exercita misericórdia, com alegria.
9 O amor seja não fingido. Odiai o mal e apegai-vos ao bem.
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, dando preferência em honra uns aos outros.
11 Não sejais vagarosos no zelo; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor:
12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
13 Compartilhai com os santos nas suas necessidades, procurai exercer a hospitalidade;
14 Abençoai os que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis;
15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram.
16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
17 A ninguém pagueis o mal com o mal; procurai as coisas honradas perante todos os homens.
18 Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.
19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isso, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
21 Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.
Paulo aconselha: Sujeitai-vos aos ministros de Deus; guardai os mandamentos; amai-vos uns aos outros; a retidão conduz à salvação.
Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade senão de Deus; e as autoridades que há são ordenadas por Deus.
2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 Porque os magistrados não são temor para as boas obras, senão para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela.
4 Porque ele é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois ele não traz em vão a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal.
5 Portanto, é necessário estar sujeito, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 Porque por isso também pagais tributos; porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isso mesmo.
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
8 A ninguém devais coisa alguma, senão o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
9 Pois isto: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não darás falso testemunho; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.
11 E isto, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando cremos.
12 A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.
13 Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em impudícias, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.
14 Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.
Abstende-vos de contendas de opiniões e de julgar injustamente uns aos outros — Todo joelho se dobrará diante de Cristo — O reino de Deus engloba a retidão, a paz e a alegria no Espírito Santo.
Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas de opiniões.
2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 O que come não despreze ao que não come; e o que não come não julgue ao que come; porque Deus o recebeu por seu.
4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor está em pé ou cai; porém estará firme; porque poderoso é Deus para o firmar.
5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio entendimento.
6 Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz; e o que não faz caso do dia, para o Senhor não o faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.
7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
9 Porque para isto também morreu Cristo, e ressuscitou, e tornou a viver; para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
11 Porque está escrito: Vivo eu, diz o Senhor, que todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus.
12 De maneira que cada um de nós prestará conta de si mesmo a Deus.
13 Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; mas, antes julgai isto, não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.
14 Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesmo imunda senão para aquele que a tem por imunda, para esse é imunda.
15 Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas com a tua comida aquele por quem Cristo morreu.
16 Não seja, pois, censurado o vosso bem;
17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
18 Porque quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito pelos homens.
19 Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.
Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que todas as coisas são limpas; mas é mau para o homem o comer com escândalo.
21 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.
22 Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo no que aprova.
23 Mas aquele que duvida, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo que não é da fé é pecado.
Os santos verdadeiros confraternizam uns com os outros — Paulo relata sua diligência em pregar o evangelho — Os dons do Espírito são derramados sobre os gentios.
Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.
2 Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
3 Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.
4 Porque todas as coisas que dantes foram escritas, para nosso ensino foram escritas, para que pela paciência e consolação das escrituras tenhamos esperança.
5 Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda ter o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Jesus Cristo.
6 Para que concordemente, a uma voz, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
7 Portanto, recebei uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.
8 Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos pais;
9 E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto, eu te confessarei entre os gentios, e cantarei ao teu nome.
E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo.
11 E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, e celebrai-o, todos os povos.
12 E outra vez diz Isaías: Uma raiz de Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios esperarão os gentios.
13 Ora, o Deus de esperança vos encha de toda a alegria e paz na fé, para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo.
14 Porém, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, de que também vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo também vos admoestardes uns aos outros.
15 Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como trazendo-vos outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada;
16 Para que eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, administrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.
17 De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus.
18 Porque não ousaria dizer coisa alguma que Cristo por mim não tenha feito, para tornar os gentios obedientes, por palavra e por obras;
19 Pelo poder dos sinais e prodígios, no poder do Espírito de Deus, de maneira que desde Jerusalém, e pelos arredores, até o Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo.
E assim me esforcei em pregar o evangelho, não onde o nome de Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio,
21 Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado hão de vê-lo, e os que não ouviram o entenderão.
22 Pelo que também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco.
23 Mas agora, que não tenho mais demora nestas partes, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco,
24 Quando partir para a Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei e para lá serei encaminhado por vós, depois de ter desfrutado em parte da vossa presença.
25 Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos.
26 Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.
27 Porque lhes pareceu bem, e são-lhes devedores. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais.
28 Assim que, concluído isso, e havendo-lhes consignado esse fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha.
29 E bem sei que, indo a vós, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo.
E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo em orações por mim a Deus;
31 Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judeia, e que este meu serviço, que em Jerusalém faço, seja aceito pelos santos;
32 Para que eu, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, e possa reanimar-me convosco.
33 E o Deus de paz seja com todos vós. Amém.
Paulo saúda vários santos — Ele aconselha os santos a evitar os que causam dissensão — Os santos devem ser sábios no tocante ao bem, e inocentes no tocante ao mal.
Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia,
2 Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.
3 Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
4 Que pela minha vida arriscaram o seu próprio pescoço; aos quais não só eu agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios.
5 Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acaia em Cristo.
6 Saudai Maria, que trabalhou muito por nós.
7 Saudai Andrônico e Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguem entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo.
8 Saudai Amplíato, meu amado no Senhor.
9 Saudai Urbano, nosso cooperador em Cristo, e Estáquis, meu amado.
Saudai Apeles, aprovado em Cristo. Saudai os da família de Aristóbulo.
11 Saudai Herodião, meu parente. Saudai os da família de Narciso, os que estão no Senhor.
12 Saudai Trifena e Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai a amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor.
13 Saudai Rufo, eleito no Senhor, e sua mãe, que também é minha.
14 Saudai Asíncrito, Flegonte, Hermas, Pátrobas, Hermes, e os irmãos que estão com eles.
15 Saudai Filólogo e Júlia, Nereu e sua irmã, e Olimpas, e todos os santos que com eles estão.
16 Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos saúdam.
17 E rogo-vos, irmãos, que vos acauteleis dos que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.
18 Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam o coração dos inocentes.
19 Porque a vossa obediência é conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, porém inocentes no mal.
E o Deus de paz esmagará logo a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.
21 Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jasom, e Sosípatro, meus parentes.
22 Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor.
23 Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto.
24 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho, e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde os tempos dos séculos esteve encoberto,
26 Mas agora se manifestou, e se deu a conhecer entre todas as nações pelas escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, para obediência da fé,
27 Ao único Deus, sábio, seja glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.
Escrita de Corinto aos romanos, e enviada por Febe, serva da igreja em Cencreia.
Os verdadeiros santos são perfeitamente unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer — Pregai o evangelho e salvai almas — O evangelho é pregado pelos fracos e simples.
Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes,
2 À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
3 Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4 Sempre dou graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.
5 Porque em todas as coisas sois enriquecidos nele, em toda palavra, e em todo o conhecimento
6 (Como o testemunho de Cristo foi confirmado entre vós).
7 De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo,
8 O qual vos confirmará também até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.
11 Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi notificado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós.
12 E digo isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.
13 Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
14 Dou graças a Deus, porque nenhum de vós batizei, senão Crispo e Gaio.
15 Para que ninguém diga que eu tenho batizado em meu nome.
16 E batizei também a família de Estéfanas; além deles, não sei se batizei algum outro.
17 Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo não se torne vã.
18 Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
19 Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.
Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
21 Porque, como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.
22 Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;
23 Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.
24 Porém para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
26 Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres são chamados.
27 Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
28 E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;
29 Para que nenhuma carne se glorie perante ele.
Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual nos foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
31 Para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
O evangelho é pregado pelo poder do Espírito — O Espírito revela todas as coisas aos santos — O homem natural que não se arrepende não pode receber as coisas do Espírito de Deus.
E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.
2 Porque não me propus saber coisa alguma entre vós, senão a Jesus Cristo, e este, crucificado.
3 E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.
4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;
5 Para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
6 Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam;
7 Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;
8 A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da glória.
9 Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.
Porém Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus.
11 Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
12 Porém nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus; para que saibamos as coisas que nos são dadas gratuitamente por Deus.
13 As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
14 Mas o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porquanto se discernem espiritualmente.
15 Porém o espiritual discerne bem todas as coisas, mas ele por ninguém é discernido.
16 Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
O leite vem antes do alimento sólido na Igreja — As obras dos homens serão postas à prova pelo fogo — Os santos são o templo de Deus e, se forem fiéis, herdarão todas as coisas.
E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo.
2 Com leite vos criei, e não com alimento sólido, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis;
3 Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura não sois carnais?
5 Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?
6 Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
7 Pelo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
8 E o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.
9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
11 Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
12 E se alguém sobre este fundamento edificar ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13 A obra de cada um se manifestará; porque o dia a declarará, porquanto pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14 Se a obra que alguém edificou permanecer, esse receberá galardão.
15 Se a obra de alguém se queimar, ele sofrerá detrimento; porém o tal será salvo, todavia como que pelo fogo.
16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?
17 Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
18 Ninguém se engane a si mesmo; se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.
19 Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porque está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.
E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos.
21 Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;
22 Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso,
23 E vós, de Cristo; e Cristo, de Deus.
Os ministros de Cristo devem ser fiéis — Os apóstolos sofrem, ministram e mantêm a fé — O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e administradores dos mistérios de Deus.
2 Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um seja encontrado fiel.
3 Porém a mim muito pouco me importa ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo.
4 Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso estou justificado; pois quem me julga é o Senhor.
5 De sorte que nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.
6 E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por causa de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, para que não vos ensoberbeçais a favor de um contra outro.
7 Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te glorias, como se não o houvesses recebido?
8 Já estais fartos! já estais ricos! sem nós reinais! e quem dera reineis para que também nós reinemos convosco!
9 Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos designou últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.
Nós somos loucos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, ilustres, e nós, vis.
11 Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa,
12 E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos;
13 Somos caluniados, e consolamos; até o presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos.
14 Não escrevo essas coisas para vos envergonhar, mas como meus filhos amados admoesto-vos.
15 Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis contudo muitos pais; porque em Jesus Cristo vos gerei eu pelo evangelho.
16 Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
17 Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por todas as partes ensino em cada igreja.
18 Mas alguns andam ensoberbecidos, como se eu não houvesse de ir ter convosco.
19 Porém em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam ensoberbecidos, mas o poder.
Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
21 Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?
A Igreja não pode se associar com pecadores — Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.
Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios se menciona, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.
2 E estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.
3 Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal assim cometeu,
4 Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, com o poder de nosso Senhor Jesus Cristo,
5 Seja esse tal entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.
6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?
7 Limpai, pois, o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois, sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.
8 Pelo que façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade.
9 Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os fornicadores;
Mas não absolutamente com os fornicadores deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.
11 Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for fornicador, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem mesmo comais.
12 Porque, que tenho eu em julgar também os que estão fora? Não julgais vós os que estão dentro?
13 Mas Deus julga os que estão fora. Tirai, pois, dentre vós esse iníquo.
Os membros da Igreja não devem contender uns com os outros em tribunais — Os iníquos não serão salvos — Os verdadeiros santos são o templo do Espírito Santo.
Ousa algum de vós, tendo alguma questão contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos?
2 Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?
3 Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?
4 Assim que, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, ponde na cadeira de juiz os que são de menos estima na igreja.
5 Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?
6 Mas o irmão vai a juízo contra o irmão, e isto perante infiéis.
7 Assim que é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? por que não sofreis antes o dano?
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano; e isto aos irmãos.
9 Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,
Nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
11 E é o que fostes, alguns de vós, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, porém eu não me deixarei dominar por nenhuma.
13 Os alimentos são para o ventre, e o ventre, para os alimentos; porém Deus aniquilará tanto um como os outros. Porém o corpo não é para a fornicação, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.
14 Ora, Deus, que também ressuscitou ao Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 Ou não sabeis que o que se une com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse ele, dois uma só carne.
17 Mas o que se une com o Senhor é um mesmo espírito.
18 Fugi da fornicação. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo.
19 Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por um preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
Paulo responde a perguntas específicas sobre o casamento entre aqueles que são chamados para servir missão — Paulo louva a autodisciplina.
Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse mulher;
2 Mas, por causa da fornicação, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
3 O marido conceda à mulher o que lhe é devido, e da mesma sorte a mulher, ao marido.
4 A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.
5 Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento de ambos por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.
6 Digo isso, porém, por permissão e não por mandamento.
7 Porque quisera que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro, de outra.
8 Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu.
9 Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar-se do que abrasar-se.
Porém aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
12 Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
13 E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.
14 Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; doutra sorte os vossos filhos seriam imundos; porém agora são santos.
15 Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso não está sujeito o irmão, ou a irmã, à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
16 Porque, como sabes tu, ó mulher, se salvarás o marido? ou, como sabes tu, ó marido, se salvarás a mulher?
17 Porém cada um ande assim como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. E assim ordeno em todas as igrejas.
18 É alguém chamado estando já circuncidado? Fique circuncidado. É alguém chamado estando incircuncidado? Não se circuncide.
19 A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.
Cada um fique na vocação em que foi chamado.
21 Foste chamado sendo servo? Não te preocupes com isso; e se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião.
22 Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre, servo é de Cristo.
23 Fostes comprados por preço; não vos façais servos dos homens.
24 Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado.
25 Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel.
26 Tenho, pois, isto por bom, por causa da presente necessidade, que é bom para o homem o estar assim.
27 Estás ligado a mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher.
28 Mas, se casares, não pecas; e se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne; porém eu vos poupo.
29 Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem;
E os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se não possuíssem;
31 E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa.
32 E bem quisera eu que estivésseis sem preocupações. O solteiro cuida das coisas do Senhor, de como há de agradar ao Senhor;
33 Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, de como há de agradar à mulher.
34 Há diferença entre a mulher casada e a virgem: a solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, assim do corpo como do espírito; porém a casada cuida das coisas do mundo, de como há de agradar ao marido.
35 Porém digo isso para proveito vosso, não para vos enredar, mas para vos guiar ao que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.
36 Mas, se alguém julga que trata sem decoro a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e assim convier que se case, faça o tal o que quiser; não peca; que se casem.
37 Porém o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas tem poder sobre a sua própria vontade, e isto resolveu no seu coração, guardar a sua virgem, faz bem.
38 De sorte que, o que a dá em casamento faz bem; mas o que não a dá em casamento faz melhor.
39 A mulher casada está ligada pela lei por todo o tempo que o seu marido viver; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
Porém será mais bem-aventurada se ficar assim, segundo o meu parecer, e também eu penso que tenho o Espírito de Deus.
Há muitos deuses e muitos senhores — Para nós, há um só Deus (o Pai) e um só Senhor, que é Cristo.
Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos conhecimento. O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica.
2 E se alguém julga saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele.
4 Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há nenhum outro Deus, senão um só.
5 Porque, ainda que haja também alguns que são chamados deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),
6 Todavia para nós há um só Deus, o Pai, do qual são todas as coisas, e nós, para ele; e um só Senhor Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós, por ele.
7 Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, com consciência do ídolo, coisas sacrificadas aos ídolos; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.
8 Ora, o alimento não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais; e se não comemos, nada nos falta,
9 Mas vede que essa vossa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos.
Porque, se alguém te vir a ti, que tens conhecimento, assentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?
11 E pelo teu conhecimento perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu?
12 Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.
13 Pelo que, se o alimento escandalizar meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.
Paulo se regozija em sua liberdade cristã — Ele prega gratuitamente o evangelho a todos — Ele se tornou tudo para todos os homens a fim de conseguir conversos.
Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo, Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?
2 Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.
3 Esta é a minha defesa para com os que me condenam.
4 Não temos nós o direito de comer e de beber?
5 Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?
6 Ou só eu e Barnabé não temos o direito de não trabalhar?
7 Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?
8 Digo eu isso segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo?
9 Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?
Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que trilha deve trilhar com esperança de ser participante.
11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
12 Se outros participam desse direito sobre vós, por que não mais justamente nós? Mas nós não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
13 Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que continuamente estão junto ao altar participam do altar?
14 Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
15 Porém eu de nenhuma destas coisas usei, e não escrevi isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.
16 Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!
17 Porque, se o faço de bom grado, terei prêmio; mas, se de má vontade, de uma dispensação estou encarregado.
18 Logo, que prêmio tenho? Que, pregando o evangelho, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu direito no evangelho.
19 Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.
E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.
21 Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.
22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.
23 E eu faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele.
24 Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
25 E todo aquele que compete, de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível.
26 Pois, eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar.
27 Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
Cristo é o Deus de Israel e a Rocha espiritual que os guiou — A antiga Israel rebelou-se contra Cristo — Paulo contrasta os sacramentos verdadeiros e os falsos.
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
2 E todos foram batizados por Moisés na nuvem e no mar,
3 E todos comeram de um mesmo manjar espiritual,
4 E todos beberam de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
5 Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto.
6 E essas coisas foram exemplos para nós, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
7 Não vos façais, pois, idólatras como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se para comer e para beber, e levantou-se para divertir-se.
8 E não forniquemos, como alguns deles fornicaram; e caíram mortos num dia vinte e três mil.
9 E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.
E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor.
11 Ora, todas essas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
12 Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia.
13 Não vos sobreveio tentação, senão humana; porém fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também meio de saída, para que a possais suportar.
14 Portanto, meus amados, fugi da idolatria.
15 Falo como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que digo.
16 Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?
17 Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.
18 Vede a Israel segundo a carne: os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar?
19 Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.
21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
22 Ou irritaremos ao Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?
23 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.
24 Ninguém busque o proveito próprio; antes, cada um, o que é de outrem.
25 Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência.
26 Porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude.
27 E se algum dos infiéis vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem perguntar nada por causa da consciência.
28 Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude.
29 Digo, porém, a consciência, não a tua, mas a do outro. Pois, por que há de a minha liberdade ser julgada pela consciência de outrem?
E se eu com gratidão participo, por que sou censurado naquilo por que dou graças?
31 De sorte que, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
32 Portai-vos de modo que não sejais causa de tropeço nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.
33 Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar.
Paulo fala a respeito de certos costumes referentes ao cabelo — Surgirão heresias para testar e pôr à prova os fiéis — Os emblemas do sacramento são partilhados em lembrança da carne e do sangue de Cristo — Acautelai-vos de partilhar do sacramento indignamente.
Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.
2 E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.
3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem; e o homem é a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo.
4 Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.
5 Mas toda mulher que ora, ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é o mesmo que se estivesse rapada.
6 Portanto, se a mulher não se cobre, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, cubra-se.
7 O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem.
8 Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher, do homem.
9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher, por causa do homem.
Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de autoridade, por causa dos anjos.
11 Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher, sem o homem, no Senhor.
12 Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo, de Deus.
13 Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?
15 Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.
16 Porém, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.
17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos congregais, não para melhor, senão para pior.
18 Porque primeiramente ouço que, quando vos congregais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.
19 Porque é necessário que até haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
De sorte que, quando vos congregais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia, de sorte que um tem fome e outro embriaga-se.
22 Não tendes porventura casas onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.
27 Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.
29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
33 Portanto, meus irmãos, quando vos congregais para comer, esperai uns pelos outros.
34 Porém, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos congregueis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.
O Espírito Santo revela que Jesus é o Cristo — Os dons espirituais estão presentes entre os santos — Apóstolos, profetas e milagres são encontrados na Igreja verdadeira.
Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema; e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 Ora, há diversidade de dons, porém o Espírito é o mesmo.
5 E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 E há diversidade de operações, porém é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
8 Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra do conhecimento;
9 E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
E a outro, a operação de milagres; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação de línguas.
11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13 Porque todos nós fomos também batizados em um só Espírito para um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e a todos nos foi dado beber de um só Espírito.
14 Porque também o corpo não é um só membro, senão muitos.
15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16 E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18 Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19 E se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
Agora, pois, há muitos membros, porém um só corpo.
21 E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós.
22 Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;
23 E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos honrosos damos muito mais honra.
24 Porque os que em nós são mais honrosos não têm necessidade disso; mas Deus ordenou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;
25 Para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros.
26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
27 Ora, vós sois o corpo de Cristo, e membros em particular.
28 E a uns pôs Deus na igreja; primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro, mestres; depois, milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres?
Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?
31 Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.
Paulo fala da excelência da caridade — A caridade, um amor puro, excede e supera quase todas as outras coisas.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
4 A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece,
5 Não trata com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não se alegra com a injustiça, porém se alegra com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 A caridade nunca falha; porém, ainda que haja profecias, desaparecerão; ainda que haja línguas, cessarão; ainda que haja ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte desaparecerá.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem estas três: a fé, a esperança e a caridade; porém a maior destas é a caridade.
As pessoas devem desejar dons espirituais — Compara-se o dom de línguas com o de profecia — O dom da profecia é maior — Paulo diz: Todos podereis profetizar; procurai, com zelo, profetizar.
Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.
2 Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios.
3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.
4 O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.
6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que emitem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se saberá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar.
Há, por exemplo, tantos gêneros de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Porém, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.
12 Assim também vós, pois, que desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.
13 Pelo que, o que fala língua estranha ore para que possa interpretar.
14 Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
16 Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de ignorante o Amém sobre a tua bênção, visto que não sabe o que dizes?
17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.
18 Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.
19 Porém eu antes quero falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua estranha.
Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos, no entendimento.
21 Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim não me ouvirão, diz o Senhor.
22 De sorte que as línguas estranhas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia, não para os infiéis, mas para os fiéis.
23 Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem ignorantes ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?
24 Mas, se todos profetizarem, e algum ignorante ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
25 E assim os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós.
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem outra língua, tem revelação, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27 E se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois, ou quando muito, três, e um por vez; e que um interprete.
28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja; porém, fale consigo mesmo, e com Deus.
29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
Porém, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
34 As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar, mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.
35 E se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa seu próprio marido; porque é indecente que as mulheres falem na igreja.
36 Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?
37 Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.
38 Se alguém, porém, ignora isso, que ignore.
39 Portanto, irmãos, procurai com zelo profetizar, e não proibais falar línguas.
Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
Cristo morreu por nossos pecados — Ele ressuscitou dos mortos e foi visto por muitos — Todos os homens serão ressuscitados — Paulo fala do batismo pelos mortos — Descrevem-se os três graus de glória — A vitória sobre a morte vem por meio de Cristo.
Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos anunciei, o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.
2 Pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão.
3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as escrituras,
4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as escrituras,
5 E que foi visto por Cefas, e depois, pelos doze.
6 Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.
7 Depois foi visto por Tiago; depois, por todos os apóstolos.
8 E por último de todos, foi visto também por mim, como por um abortivo.
9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
11 Assim que seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes.
12 Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?
13 E se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.
14 E se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
15 E assim somos também considerados falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.
16 Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17 E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
18 E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.
19 Se só nesta vida esperamos em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.
21 Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
22 Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo todos serão vivificados.
23 Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.
24 Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo principado, e toda autoridade e poder.
25 Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés.
26 Ora, o último inimigo que será aniquilado é a morte.
27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Porém, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.
28 E quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.
29 Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?
Por que estamos nós também a toda hora em perigo?
31 Cada dia morro pela vossa glória, a qual tenho em Cristo Jesus, nosso Senhor.
32 Se, como homem, combati em Éfeso contra as feras, que me aproveita, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.
33 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
34 Despertai para a justiça, e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.
35 Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?
36 Insensato! O que tu semeias não vivificará, se primeiro não morrer.
37 E quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra semente qualquer.
38 Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente, o seu próprio corpo.
39 Nem toda carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne dos animais, e outra, a dos peixes, e outra, a das aves.
E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e outra a dos terrestres.
41 Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.
42 Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção.
43 Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.
44 Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Há corpo natural, e há corpo espiritual.
45 Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, espírito vivificante.
46 Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois, o espiritual.
47 O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu.
48 Qual o terreno, tais são também os terrenos; e qual o celestial, tais também os celestiais.
49 E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.
Porém digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
51 Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,
52 Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 Porque convém que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade.
54 E quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, e este corpo mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
55 Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
56 Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.
58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.
Paulo aconselha: Permanecei firmes na fé; que todas as coisas sejam feitas com caridade.
Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia.
2 No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha à parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.
3 E quando eu tiver chegado, enviarei os que por cartas aprovardes para que levem a vossa dádiva a Jerusalém.
4 E se valer a pena que eu também vá, irão comigo.
5 Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia (porque tenho de passar pela Macedônia).
6 E bem pode ser que fique convosco, e passe também o inverno, para que me acompanheis aonde quer que eu for.
7 Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir.
8 Ficarei, porém, em Éfeso até o Pentecostes;
9 Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários.
E se Timóteo for, vede que esteja sem temor convosco; porque trabalha na obra do Senhor, como eu também.
11 Portanto, ninguém o despreze, mas acompanhai-o em paz, para que venha ter comigo, porque o espero com os irmãos.
12 E acerca do irmão Apolo, roguei-lhe muito que fosse ter convosco com os irmãos, mas, na verdade, não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe ofereça boa ocasião.
13 Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.
14 Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade.
15 Rogo-vos, porém, irmãos, pois sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos,
16 Que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha.
17 Alegro-me, porém, com a vinda de Estéfanas, e de Fortunato, e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava.
18 Porque reanimaram o meu espírito e o vosso. Reconhecei, pois, aos tais.
19 As igrejas da Ásia vos saúdam. Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa, saúdam-vos afetuosamente no Senhor.
Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
21 Saudação da minha própria mão, de Paulo.
22 Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata!
23 A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco.
24 O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus. Amém.
A primeira espístola aos coríntios foi escrita de Filipos por Estéfanas, Fortunato, Acaico e Timóteo.
Deus consola Seus santos e cuida deles — Os santos são selados e recebem a confirmação do Espírito em seu coração.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia:
2 Graça e paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, e o Deus de toda a consolação;
4 Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
5 Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação é abundante por Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, é para vossa consolação e salvação, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.
8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida estivemos em grande dúvida.
9 De modo que já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
O qual nos livrou de tão grande morte, e livra ainda, no qual esperamos que ainda também nos livrará.
11 Ajudando-nos também vós com oração por nós, para que pelo benefício, que por muitas pessoas nos foi concedido, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito.
12 Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas com graça de Deus, temos vivido no mundo, e especialmente convosco.
13 Porque nenhuma outra coisa vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até o fim as reconhecereis.
14 Como também já em parte nos reconhecestes, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus.
15 E com essa confiança quis primeiro ir ter convosco, para que tivésseis uma segunda graça;
16 E por vós passar à Macedônia, e da Macedônia ir outra vez ter convosco, e ser guiado por vós à Judeia.
17 Assim que, deliberando isso, usei porventura de leviandade? Ou o que delibero, o delibero porventura segundo a carne, para que haja em mim sim, sim, e não, não?
18 Antes, Deus é fiel, e sabe que a nossa palavra para convosco não foi sim e não.
19 Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que por nós foi anunciado entre vós, a saber, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim.
Porque todas as promessas, quantas há de Deus, são nele sim, e nele Amém, para glória de Deus por nós.
21 Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus;
22 O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nosso coração.
23 Porém invoco a Deus por testemunha sobre a minha alma, que para vos poupar não tenho até agora ido a Corinto;
24 Não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria; porque pela fé estais em pé.
Os santos devem amar e perdoar uns aos outros — Eles sempre triunfam em Cristo.
Porém deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza.
2 Porque, se eu vos entristeço, quem é que me alegrará, senão aquele que por mim foi contristado?
3 E isso mesmo vos escrevi, para que, quando eu for, não tenha tristeza da parte dos que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos vós.
4 Porque em muita tribulação e angústia do coração vos escrevi com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho.
5 Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para não vos sobrecarregar a vós todos.
6 Basta-lhe ao tal essa repreensão feita por muitos;
7 De maneira que antes pelo contrário deveis perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado por demasiada tristeza.
8 Pelo que rogo-vos que confirmeis para com ele o vosso amor.
9 Porque para isso vos escrevi também, para por esta prova saber se sois obedientes em tudo.
E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, se eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo;
11 Para que não sejamos vencidos por Satanás; porque não ignoramos os seus ardis.
12 No demais, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor,
13 Não tive repouso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.
14 E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por nós manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.
15 Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem;
16 Para estes, certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles, cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?
17 Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.
O evangelho supera a lei de Moisés — Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Porventura começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de recomendação de vós?
2 Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens.
3 Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.
4 E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;
5 Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus;
6 O qual nos fez também capazes de ser ministros do novo testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.
7 E se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, foi para glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,
8 Como não será de maior glória o ministério do Espírito?
9 Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.
Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória.
11 Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.
12 Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar.
13 E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não fitassem os olhos no fim do que era transitório.
14 Porém os seus sentidos foram endurecidos; porque até o dia de hoje o mesmo véu permanece sem ser retirado na leitura do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;
15 Mas até o dia de hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
16 Porém, quando se converterem ao Senhor, então o véu será retirado.
17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
A luz do evangelho brilha sobre os santos — As provações terrenas nada são quando comparadas à glória eterna.
Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos,
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus, mas pela manifestação da verdade recomendando-nos à consciência de todo homem na presença de Deus.
3 Porém, se também o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto;
4 Nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por causa de Jesus.
6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desesperados;
9 Perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não perdidos;
Trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nosso corpo;
11 Porque nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.
12 De maneira que em nós opera a morte, porém em vós, a vida.
13 E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Eu cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos.
14 Sabendo que o que ressuscitou ao Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus; e nos apresentará convosco.
15 Porque todas essas coisas são por causa de vós, para que a graça, que é abundante pela ação de graças de muitos, seja abundante para glória de Deus.
16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia,
17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz-nos um peso eterno de glória muito excelente;
18 Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que não se veem; porque as que se veem são temporais, e as que não se veem são eternas.
Os santos andam pela fé e buscam um tabernáculo de glória imortal — O evangelho reconcilia o homem com Deus — Os ministros de Deus levam a palavra de reconciliação ao mundo.
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus.
2 E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu;
3 Se todavia formos achados vestidos, e não nus.
4 Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos; porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
5 Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito.
6 Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor.
7 (Porque andamos por fé, e não por vista.)
8 Porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo, e habitar com o Senhor.
9 Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito no corpo, ou o bem, ou o mal.
11 Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, e somos manifestos a Deus; mas espero que na vossa consciência estejamos também manifestos.
12 Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes por causa de nós, para que tenhais o que responder aos que se gloriam na aparência, e não no coração.
13 Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e se conservamos o juízo, é para vós.
14 Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: que se um morreu por todos, logo todos morreram.
15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, senão para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
16 Assim que, daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, todavia agora já não o conhecemos desse modo.
17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
18 E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.
19 Porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.
21 Àquele que não conheceu pecado, fê-lo pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Hoje é o dia da salvação — Os ministros de Deus devem andar em retidão e suportar todas as coisas — Os santos não devem ter um jugo desigual com os infiéis.
E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão;
2 (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.)
3 Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado;
4 Antes, como ministros de Deus, fazendo-nos agradáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias,
5 Nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,
6 Na pureza, no saber, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido,
7 Na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda,
8 Por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros;
9 Como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos;
Como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.
11 Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado.
12 Não estais restringidos em nós; mas estais restringidos nos vossos próprios afetos.
13 Ora, em recompensa disso, (falo como a filhos) dilatai também vós o coração.
14 Não vos prendais em jugo desigual com os infiéis; porque, que participação tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?
15 E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
16 E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
17 Portanto, retirai-vos do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei;
18 E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.
A tristeza segundo Deus pelo pecado leva ao arrependimento — A tristeza do mundo conduz à morte.
Ora, amados, sendo que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
2 Recebei-nos; a ninguém agravamos, a ninguém corrompemos, de ninguém tiramos proveito.
3 Não digo isso para vossa condenação; pois já dantes tinha dito que estais em nosso coração para juntamente morrer e viver.
4 Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de alegria em todas as nossas tribulações.
5 Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.
6 Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito.
7 E não somente com a sua vinda, senão também pela consolação com que foi consolado por vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei.
8 Porque, ainda que vos contristei com a carta, não me arrependo, embora me arrependesse por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo.
9 Agora, alegro-me, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; porque fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.
Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.
11 Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós, que segundo Deus fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros nesse assunto.
12 Portanto, ainda que vos escrevi, não foi por causa do que fez o agravo, nem por causa do que sofreu o agravo, mas para que a nossa diligência por vós fosse manifesta diante de Deus.
13 Por isso fomos consolados pela vossa consolação, e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espírito foi reanimado por vós todos.
14 Porque, se nalguma coisa me gloriei de vós para com ele, não fiquei envergonhado; antes, como vos dissemos tudo com verdade, assim também o nosso enaltecimento perante Tito se achou verdadeiro.
15 E o seu entranhável afeto para convosco é mais abundante, lembrando-se da obediência de vós todos, e de como o recebestes com temor e tremor.
16 Regozijo-me de em tudo poder confiar em vós.
Os verdadeiros santos compartilham seus bens com os pobres — Cristo, de sua pobreza, trouxe riquezas eternas.
Também, irmãos, vos fazemos saber a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;
2 Como em muita prova de tribulação houve abundância de alegria, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas de sua generosidade.
3 Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico), e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,
4 Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunhão desse serviço, que se fazia para com os santos.
5 E fizeram não somente como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.
6 De maneira que exortamos Tito que, assim como dantes começou, assim também acabe essa graça entre vós.
7 Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em saber, e em toda a diligência, e na vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça.
8 Não digo isso como quem manda, senão também para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade.
9 Porque já conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por causa de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.
E nisto dou o meu parecer; pois que isto vos convém a vós, que desde o ano passado começastes não só o praticar, mas também o desejar.
11 Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes.
12 Porque, se primeiro houver prontidão de vontade, será aceita segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem.
13 Porém, não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão,
14 Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a abundância deles supra a vossa falta, para que haja igualdade;
15 Como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco colheu não teve de menos.
16 Porém, graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito;
17 Pois aceitou a exortação, e muito diligente, partiu voluntariamente para vós.
18 E com ele enviamos aquele irmão, cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas.
19 E não só isso, mas foi também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nessa graça, que por nós é ministrada para glória do mesmo Senhor, e prontidão do vosso ânimo;
Evitando isto: que alguém nos censure nesta abundância, que por nós é ministrada;
21 Pois zelamos pelo que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.
22 Com eles enviamos também outro nosso irmão, o qual muitas vezes, e em muitas coisas já experimentamos que é diligente, e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem.
23 Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo.
24 Portanto, mostrai para com eles, perante a face das igrejas, a prova da vossa caridade, e do nosso enaltecimento acerca de vós.
Deus ama e recompensa o que doa com alegria — Graças a Deus pelo Seu dom inefável.
Quanto à assistência que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos;
2 Porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós para com os macedônios; que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos.
3 Porém enviei estes irmãos, para que o nosso enaltecimento acerca de vós não seja vão nesta parte; para que (como já disse) possais estar prontos;
4 Para que, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonhemos nós (para não dizermos vós) dessa confiança.
5 Portanto, tive por coisa necessária exortar esses irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem primeiro a vossa dádiva generosa, já dantes anunciada, para que esteja pronta como dádiva generosa, e não como avareza.
6 E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.
7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
8 E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, para que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra;
9 Conforme está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia também dará pão para comer, e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça;
11 Para que em tudo enriqueçais para toda generosidade, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
12 Porque a administração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças que se dão a Deus.
13 Portanto, na prova dessa administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela generosidade da vossa contribuição para com eles, e para com todos;
14 E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus em vós.
15 Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.
Sujeitai todo pensamento à obediência — Paulo se gloria no Senhor.
Além disso, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, ausente, ousado para convosco;
2 Rogo-vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que se me atribui ter com alguns, que nos julgam como se andássemos segundo a carne.
3 Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.
4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;
5 Derrubando os argumentos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.
6 E estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.
7 Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós somos de Cristo.
8 Porque, ainda que eu me glorie um pouco demais da nossa autoridade, a qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me envergonharei,
9 Para que não pareça como se quisesse intimidar-vos por cartas.
Porque as cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra, desprezível.
11 Pense o tal isto, que, quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também em obras, estando presentes.
12 Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; porém estes que por si mesmos se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento.
13 Porém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a medida da regra, medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós;
14 Porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo;
15 Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra;
16 Para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós, e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado.
17 Porém aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
18 Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas sim aquele a quem o Senhor louva.
Mantende a simplicidade que há em Cristo — Satanás envia falsos apóstolos — Paulo se gloria em seus sofrimentos por Cristo.
Quem dera me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda.
2 Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
3 Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
4 Porque, se alguém viesse pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou recebêsseis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de bom grado o suportaríeis.
5 Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.
6 E se também sou rude na palavra, não o sou contudo no conhecimento; mas já em tudo nos temos feito conhecer totalmente entre vós.
7 Pequei porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis enaltecidos, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus?
8 Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado.
9 Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado, e ainda me guardarei.
Como a verdade de Cristo está em mim, esse enaltecimento não me será impedido nas regiões da Acaia.
11 Por quê? Porque não vos amo? Deus o sabe.
12 Mas eu o faço, e o farei, para cortar ocasião aos que buscam ocasião, para que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós.
13 Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.
14 E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.
15 Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça, o fim dos quais será conforme as suas obras.
16 Outra vez digo: ninguém me julgue insensato, ou então recebei-me como insensato, para que também me glorie um pouco.
17 O que digo, não o digo segundo o Senhor, mas como por loucura nesta confiança de gloriar-me.
18 Visto que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei.
19 Porque, sendo sensatos, de bom grado tolerais os insensatos.
Pois o tolerais, se alguém vos põe em servidão, se alguém vos devora, se alguém vos apanha, se alguém se exalta, se alguém vos fere no rosto.
21 Para afronta o digo, como se nós fôssemos fracos, mas naquilo em que qualquer tem ousadia (com insensatez falo) também eu tenho ousadia.
22 São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendência de Abraão? Também eu;
23 São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) Eu ainda mais; em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes.
24 Recebi cinco vezes dos judeus uma quarentena de açoites menos um.
25 Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo.
26 Em viagens, muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos.
27 Em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez.
28 Além das coisas exteriores, me sobrevém cada dia o cuidado de todas as igrejas.
29 Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase?
Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.
31 O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto.
32 Em Damasco, o governador sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem.
33 E fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos.
Paulo é arrebatado ao terceiro céu — O Senhor dá fraquezas aos homens para que eles possam triunfar sobre elas — Paulo manifesta os sinais de um Apóstolo.
Em verdade, não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor.
2 Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.
3 E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe)
4 Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.
5 De um tal me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas.
6 Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; porém deixo isso, para que ninguém pense de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve.
7 E para que não me enaltecesse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, para que não me enalteça.
8 Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Porque quando estou fraco, então sou forte.
11 Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes, porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou.
12 Os sinais de um apóstolo foram efetuados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
13 Porque, em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas, a não ser que eu mesmo não vos fui pesado? Perdoai-me este agravo.
14 Eis aqui estou pronto para uma terceira vez ir ter convosco, e não vos serei pesado, pois que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós; porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.
15 E eu de muito bom grado gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado.
16 Porém seja assim; eu não vos fui pesado, mas, sendo astuto, vos tomei com dolo.
17 Porventura aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei?
18 Roguei a Tito, e enviei com ele um irmão. Porventura Tito se aproveitou de vós? Não andamos porventura no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas?
19 Supondes que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isso, ó amados, para vossa edificação.
Porque temo que, quando chegar, não vos ache tais quais eu quisera, e que eu seja achado de vós tal qual vós não quiséreis; que de alguma maneira haja contendas, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos,
21 Que, quando eu for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e eu chore por muitos daqueles que dantes pecaram, e não se arrependeram da imundície, e fornicação, e desonestidade que cometeram.
Os santos devem pôr a si mesmos à prova no tocante à retidão — Sede perfeitos e de uma só mente; vivei em paz.
É esta a terceira vez que vou ter convosco. Pela boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda palavra.
2 Já anteriormente o disse, e uma segunda vez o digo como se estivesse presente; agora, pois, estando ausente, o digo aos que dantes pecaram e a todos os demais, que, se eu for outra vez, não os pouparei;
3 Visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim, o qual não é fraco para convosco, antes é poderoso entre vós.
4 Porque, ainda que foi crucificado por fraqueza, todavia vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, porém viveremos com ele pelo poder de Deus para convosco.
5 Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; ponde-vos à prova vós mesmos. Ou não vos conheceis a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.
6 Mas espero que entendais que nós não somos reprovados.
7 Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum, não para que sejamos achados aprovados, mas para que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados.
8 Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.
9 Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição.
Portanto, escrevo essas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo a autoridade que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição.
11 Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus do amor e da paz será convosco.
12 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam.
13 A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém.
A segunda epístola aos coríntios foi escrita de Filipos, cidade da Macedônia, por Tito e Lucas.
Aqueles que pregam falsos evangelhos são amaldiçoados — Paulo recebeu o evangelho por revelação — Ele acreditou, foi ensinado e pregou aos gentios.
Paulo, apóstolo, (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos)
2 E todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia:
3 Graça e paz de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo,
4 O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente mundo perverso, segundo a vontade de Deus, nosso Pai.
5 Ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.
6 Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho,
7 Que não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem distorcer o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos anunciamos, seja anátema.
9 Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda aos homens, não seria servo de Cristo.
11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.
13 Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como eu sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.
14 E como na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.
15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,
16 Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,
17 Nem subi a Jerusalém, para ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver Pedro, e fiquei com ele quinze dias.
19 E não vi nenhum outro dos apóstolos, senão Tiago, irmão do Senhor.
Ora, acerca das coisas que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto.
21 Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia.
22 E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo;
23 Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que dantes nos perseguia anuncia agora a fé que dantes destruía.
24 E glorificavam a Deus a respeito de mim.
Paulo vai a Jerusalém — Ele contende pelo evangelho verdadeiro — A salvação vem por meio de Cristo.
Depois, passados quatorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito.
2 E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho, que prego entre os gentios, e particularmente aos que eram considerados importantes, para que de maneira alguma não corresse ou houvesse corrido em vão.
3 Porém nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se;
4 E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham intrometido, e secretamente entraram para espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão;
5 Aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.
6 E quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não me importa; Deus não atenta para a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me acrescentaram;
7 Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro, o da circuncisão
8 (Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios),
9 E Tiago, Cefas e João, que eram considerados como colunas, reconhecendo a graça que se me havia dado, deram-me a destra da comunhão, e a Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles, aos da circuncisão;
Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.
11 E chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti face a face, porque era repreensível.
12 Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se retirou, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão.
13 E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.
14 Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?
15 Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios.
16 Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, cremos também em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
17 Pois, se nós que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo servo do pecado? De maneira nenhuma.
18 Porque, se torno a edificar as coisas que já destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.
19 Porque eu pela lei estou morto para a lei, para viver para Deus.
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
21 Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu em vão.
Deus deu o evangelho a Abraão — A lei mosaica foi acrescentada por causa de transgressões — A lei foi um aio até Cristo — Os santos são filhos de Deus pela fé — Todos os que são da fé e são batizados em Cristo se tornam a semente de Abraão.
Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, — vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já exposto entre vós como crucificado?
2 Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
3 Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?
4 Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que também foi em vão.
5 Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?
6 Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
7 Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
8 Ora, tendo a escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9 De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
11 E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
12 Ora, a lei não é da fé; mas o homem que fizer essas coisas por elas viverá.
13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
14 Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.
15 Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula nem lhe acrescenta.
16 Ora, a Abraão e à sua posteridade foram feitas as promessas. Ele não diz: E às posteridades; como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade; a qual é Cristo.
17 Mas digo isto: Que o convênio, anteriormente confirmado por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa.
18 Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; porém Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão.
19 Logo, para que é a lei? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um mediador.
Ora, o mediador não o é de um só, mas Deus é um só.
21 Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De maneira nenhuma; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, seria pela lei.
22 Mas a escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
23 Porém, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
24 De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.
25 Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio.
26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.
27 Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
28 Nisso não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E se sois de Cristo, logo sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.
Os santos são filhos de Deus por adoção — Paulo exorta os gálatas a voltar a Cristo — Ele compara os dois convênios.
Digo, pois, que por todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;
2 Mas está debaixo de tutores e curadores até o tempo determinado pelo pai.
3 Assim também nós, quando éramos crianças, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.
4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5 Para redimir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção.
6 E porque sois filhos, Deus enviou ao vosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
8 Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.
9 Porém agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11 Temo por vós que haja trabalhado em vão para convosco.
12 Irmãos, rogo-vos que sejais como eu, porque também eu sou como vós; nenhum mal me fizestes.
13 E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho com fraqueza da carne;
14 E não rejeitastes, nem desprezastes a tentação que tinha na minha carne, antes me recebestes como um anjo de Deus, como o próprio Jesus Cristo.
15 Qual era, logo, a vossa bem-aventurança? Porque vos dou testemunho de que, se possível fosse, arrancaríeis os vossos olhos, e mos daríeis.
16 Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?
17 Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles.
18 É bom ser zeloso, mas sempre do bem, e não somente quando estou presente convosco.
19 Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós,
Eu bem quisera agora estar presente convosco, e mudar o tom da minha voz; porque estou em dúvida a vosso respeito.
21 Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei?
22 Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um, da escrava, e outro, da livre.
23 Mas o que era da escrava nasceu segundo a carne, porém o que era da livre, por promessa.
24 O que se entende por alegoria; porque estes são os dois convênios; um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.
25 Ora, Agar é Sinai, um monte da Arábia, e corresponde à Jerusalém que agora existe, que é escrava com seus filhos.
26 Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós.
27 Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; exulta e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são muitos mais do que os da que tem marido.
28 Porém nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque.
29 Mas, como então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que era gerado segundo o Espírito, assim é também agora.
Mas que diz a escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre.
31 De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre.
Estai firmes na liberdade do evangelho — Buscai a fé, o amor, Cristo e o Espírito — Enumeram-se as obras da carne e os frutos do Espírito.
Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
2 Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
3 E de novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar a lei.
4 Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça caístes.
5 Porque pelo Espírito aguardamos a esperança da justiça pela fé.
6 Porque a circuncisão e a incircuncisão não têm valor algum em Cristo Jesus; mas sim a fé que opera pela caridade.
7 Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?
8 Essa persuasão não vem daquele que vos chamou.
9 Um pouco de fermento leveda toda a massa.
Confio de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação.
11 Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que serei, pois, perseguido? Logo, o escândalo da cruz está aniquilado.
12 Quem dera que aqueles que vos andam inquietando fossem também cortados.
13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis da liberdade só para dar ocasião à carne, porém servi-vos uns aos outros pela caridade.
14 Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
15 Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não vos consumais também uns aos outros.
16 Digo, porém: Andai no Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
18 Porém, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, imundície, dissolução,
Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a essas, acerca das quais vos declaro, como já dantes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
22 Mas o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 Contra essas coisas não há lei.
24 Porém os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
26 Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
Levai as cargas uns dos outros — Como semeardes, assim colhereis — Não vos canseis de fazer o bem.
Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido em alguma ofensa, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão; guarda-te, para que não sejas também tentado.
2 Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
3 Porque, se alguém supõe ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4 Mas prove cada um a sua própria obra, e terá glória só em si mesmo, e não em outrem.
5 Porque cada qual levará a sua própria carga.
6 E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.
7 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8 Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
De sorte que, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
11 Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão.
12 Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.
13 Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.
14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
15 Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum, mas, sim, o ser uma nova criatura.
16 E a todos quantos andarem conforme essa regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.
17 Quanto ao mais, ninguém me perturbe, porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.
18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém.
Escrita de Roma aos gálatas.
Os santos são preordenados para receber o evangelho — O evangelho será restaurado nos últimos dias — Os santos são selados pelo Santo Espírito da Promessa — Eles conhecem Deus e Cristo por revelação.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus:
2 A vós graça, e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4 Como nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade;
5 E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 Para louvor da glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
8 Que ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência;
9 Dando-nos a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
Para, na dispensação da plenitude dos tempos, tornar a congregar em Cristo todas as coisas tanto as que estão nos céus como as que estão na terra,
11 Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;
12 Para que fôssemos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo,
13 Em quem também vós esperais, depois que ouvistes a palavra da verdade, a saber, o evangelho da vossa salvação, no qual também, havendo crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
14 O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida de Deus, para louvor da sua glória.
15 Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e a caridade para com todos os santos,
16 Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações;
17 Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;
18 Iluminados os olhos de vosso entendimento, para que saibais qual é a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;
19 E qual a suprema grandeza do seu poder em nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
A qual ele operou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e o colocou à sua direita nos lugares celestiais,
21 Sobre todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e todo nome que se profere, não só neste mundo, mas também no vindouro;
22 E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu por cabeça da igreja,
23 Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.
Somos salvos pela graça mediante a fé — O sangue de Cristo salva tanto judeus quanto gentios — A Igreja é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas.
E vos vivificou, estando vós mortos pelas ofensas e pecados,
2 Em que dantes andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da autoridade do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência,
3 Entre os quais todos nós também dantes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 Porque Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 E nos ressuscitou juntamente, e nos fez assentar juntamente nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
11 Portanto, lembrai-vos de que vós dantes éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos convênios da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
13 Mas agora em Cristo Jesus, vós, que dantes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e derrubando a parede de separação que estava no meio,
15 Na sua carne desfez a inimizade, a saber, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo os dois em um novo homem, fazendo a paz,
16 E pela cruz reconciliar com Deus a ambos em um corpo, matando nela as inimizades.
17 E vindo, ele pregou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;
18 Porque por ele ambos temos acesso em um mesmo Espírito ao Pai.
19 Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus;
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
21 No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
22 No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
Os gentios são co-herdeiros com Israel — O amor de Cristo excede todo o entendimento.
Por essa causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios;
2 Se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;
3 Como me foi este mistério manifestado pela revelação (como acima em poucas palavras vos escrevi;
4 Pelo que, lendo, podeis entender a minha compreensão do mistério de Cristo),
5 O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora é revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas;
6 A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da sua promessa em Cristo pelo evangelho;
7 Do qual sou feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.
8 A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar entre os gentios as riquezas incompreensíveis de Cristo,
9 E mostrar a todos qual é a comunhão do mistério, que desde o princípio esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas por Cristo Jesus;
Para que agora a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada pela igreja aos principados e potestades nos lugares celestiais,
11 Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor;
12 No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela fé nele.
13 Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória.
14 Por causa disso me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
15 Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
16 Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 Para que Cristo habite pela fé no vosso coração; para que, estando arraigados e fundados em amor,
18 Possais perfeitamente compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19 E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21 A ele seja glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.
Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo — Os apóstolos e profetas são essenciais para a Igreja — Os santos são exortados a viver retamente — Eles são selados para o dia da redenção.
Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que sois chamados,
2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 Procurando guardar a unidade de Espírito pelo vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.
7 Porém a graça é dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 Ora, isto — que subiu — o que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,
12 Para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo;
13 Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
14 Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engodo dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 Do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
17 De sorte que digo isso, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu pensamento,
18 Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19 Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda impureza.
Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
21 Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como a verdade está em Jesus;
22 Que, quanto à conduta passada, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências enganosas;
23 E vos renoveis no espírito da vossa mente;
24 E vos vistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
25 Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros.
26 Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
27 Não deis lugar ao diabo.
28 Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com suas mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.
29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para utilidade da edificação, para que dê graça aos que a ouvem.
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.
31 Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias e toda a malícia sejam tiradas de entre vós.
32 Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Os santos são exortados a evitar a impureza e a andar retamente — Marido e mulher devem amar um ao outro.
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
2 E andai em amor, como também Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
3 Mas a fornicação, e toda a imundície ou avareza, nem sequer se mencione entre vós, como convém a santos;
4 Nem torpezas, nem conversas tolas, nem gracejos indecentes, que não convêm; mas antes, ações de graças.
5 Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou imundo, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 Portanto, não sejais participantes com eles.
8 Porque dantes éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
9 (Porque o fruto do Espírito consiste em toda a bondade, e justiça, e verdade);
Aprovando o que é agradável ao Senhor.
11 E não vos associeis às obras infrutíferas das trevas; mas antes, condenai-as.
12 Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é coisa torpe.
13 Mas todas as coisas expostas pela luz se tornam visíveis, porque tudo o que ilumina é luz.
14 Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.
15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 Remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.
18 E não vos embriagueis com vinho, em que há dissolução, mas enchei-vos do Espírito;
19 Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;
Dando sempre graças por todas as coisas a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;
21 Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
22 Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso próprio marido, como ao Senhor;
23 Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo, a cabeça da igreja; e ele é o salvador do corpo.
24 De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seu próprio marido.
25 Vós, maridos, amai a vossa própria mulher, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, que não tivesse mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas que fosse santa e irrepreensível.
28 Assim devem os maridos amar a sua própria mulher, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua própria mulher, ama-se a si mesmo.
29 Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor, à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
31 Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher; e serão os dois uma só carne.
32 Grande é esse mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
33 Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Os filhos devem honrar os pais — Os servos e os senhores são julgados pela mesma lei — Os santos devem vestir toda a armadura de Deus.
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isso é justo.
2 Honra teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3 Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
5 Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo;
6 Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus,
7 Servindo de boa vontade ao Senhor, e não aos homens,
8 Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.
9 E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste mundo, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e havendo feito tudo, ficar firmes.
14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestindo-vos com a couraça da justiça;
15 E calçados os pés com a preparação do evangelho da paz;
16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
18 Orando em todo o tempo com toda oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos,
19 E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer conhecido o mistério do evangelho,
Pelo qual sou embaixador em cadeias, para que possa falar dele livremente, como me convém falar.
21 Ora, para que vós também possais saber a meu respeito, e o que eu faço, Tíquico, irmão amado, e fiel ministro do Senhor, vos informará de tudo.
22 O qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais a nosso respeito, e ele console o vosso coração.
23 Paz seja com os irmãos, e caridade com fé, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
24 A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém.
Escrita de Roma aos efésios por Tíquico.
Tudo o que aconteceu com Paulo promoveu a causa do evangelho — Nossa conduta deve ser digna do evangelho.
Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:
2 Graça a vós, e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
3 Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,
4 Fazendo sempre com alegria súplica por vós em todas as minhas orações,
5 Pela vossa comunhão no evangelho desde o primeiro dia até agora.
6 Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo;
7 Como tenho por justo sentir isso por vós todos, porquanto retenho em meu coração que todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
8 Porque Deus me é testemunha das muitas saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.
9 E peço isto: que a vossa caridade seja mais e mais abundante em ciência e em todo o conhecimento.
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e irrepreensíveis até o dia de Cristo;
11 Cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
12 E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho.
13 De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas em toda a guarda pretoriana, e em todos os demais lugares;
14 E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiantemente, sem temor.
15 Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros, também de bom grado.
16 Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenda, não sinceramente, supondo acrescentar aflição às minhas prisões.
17 Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
18 Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda.
19 Porque sei que disso me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
Segundo a minha intensa expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida seja pela morte.
21 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
22 Mas, se o viver na carne traz fruto para a minha obra, não sei então o que deva escolher.
23 Porque de ambos os lados estou em aperto, tendo o desejo de partir, e de estar com Cristo, porque isso é ainda muito melhor.
24 Mas julgo mais necessário, por causa de vós, ficar na carne.
25 E confio nisso, e sei que ficarei, e permanecerei com todos vós, para proveito vosso e alegria da fé.
26 Para que a vossa glória seja abundante por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.
27 Somente portai-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, ou quer esteja ausente, ouça acerca de vós, que estais num mesmo espírito, com o mesmo ânimo combatendo juntamente pela fé do evangelho.
28 E em nada vos espanteis dos que resistem, o que é para eles, na verdade, indício de perdição, mas para vós, de salvação, e isso, de Deus.
29 Porque a vós vos foi gratuitamente concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
Tendo o mesmo combate que já em mim vistes, e agora ouvis de mim.
Os santos devem ter uma só mente e um só espírito — Todo joelho se dobrará diante de Cristo — Os santos devem trabalhar por sua salvação — Paulo enfrenta o martírio com alegria.
Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão de Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
2 Completai a minha alegria, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
3 Nada façais por contenda ou por vanglória; mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo.
4 Não atente cada um para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 O qual, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11 E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
12 De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor,
13 Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
14 Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas;
15 Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, no meio da qual resplandeceis como luminares no mundo.
16 Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.
17 E ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e regozijo-me com todos vós.
18 E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isso mesmo.
19 E espero no Senhor Jesus em breve vos mandar Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo a vosso respeito.
Porque a ninguém tenho de tão igual ânimo, que sinceramente cuide do que vos diz respeito.
21 Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.
22 Mas bem sabeis a sua experiência, que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.
23 De sorte que espero enviar-vo-lo logo que tenha eu visto a minha situação.
24 Porém confio no Senhor, que também eu mesmo em breve irei ter convosco.
25 Mas julguei necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado, e ministrador nas minhas necessidades.
26 Porquanto tinha muitas saudades de vós todos, e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente.
27 E de fato esteve doente, e quase à morte; porém Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
28 Por isso vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza.
29 Recebei-o, pois, no Senhor com toda a alegria, e tende em honra homens tais como ele.
Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida, para suprir para comigo a falta do vosso serviço.
Paulo sacrifica todas as coisas por Cristo — Os verdadeiros ministros dão um exemplo de retidão.
Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me é penoso escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.
2 Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão;
3 Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e que nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne,
4 Ainda que também tenha por que confiar na carne; se algum outro supõe que tenha por que confiar na carne, ainda mais, eu;
5 Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fariseu;
6 Segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
7 Mas o que para mim era ganho, tive-o por perda por causa de Cristo.
8 E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas essas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.
9 E seja achado nele, não tendo a minha justiça, que vem da lei, mas a que vem da fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
Para conhecê-lo, e ao poder da sua ressurreição, e à comunhão de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte;
11 Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dos mortos.
12 Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito, mas prossigo para conquistar aquilo para o que fui também conquistado por Cristo Jesus.
13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado;
14 Porém uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, ao prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
15 Pelo que todos quantos já somos perfeitos, sintamos isso mesmo; e se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará.
16 Porém, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.
17 Sede também meus imitadores, irmãos, e atentai para aqueles que andam segundo o exemplo que tendes em nós.
18 Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo chorando, que andam como inimigos da cruz de Cristo,
19 Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para a vergonha deles, que só pensam nas coisas terrenas.
Mas a nossa cidadania está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
21 O qual transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.
Permanecei firmes no Senhor — Cremos em ser honestos, verdadeiros e castos.
Portanto, meus amados e muito queridos irmãos, minha alegria e coroa, assim estai firmes no Senhor, amados.
2 Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor.
3 E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
4 Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5 Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Por nada estejais ansiosos; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.
Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim, visto que vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 Não o digo como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
14 Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15 E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e receber, senão vós somente;
16 Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica.
17 Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
18 Mas tudo tenho recebido, e tenho abundância; estou suprido, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19 Porém o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas em glória, por Cristo Jesus.
Ora, ao nosso Deus e Pai seja glória para todo o sempre. Amém.
21 Saudai todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22 Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém.
Foi escrita de Roma aos filipenses por Epafrodito.
A redenção vem por meio de Cristo — Ele criou todas as coisas, é à imagem de Deus e é o Primogênito do Pai.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo,
2 Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
3 Graças damos ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós;
4 Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e da caridade que tendes para com todos os santos;
5 Pela esperança que vos está reservada nos céus, da qual já dantes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho;
6 O qual já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade;
7 Como também o aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo,
8 O qual nos declarou também a vossa caridade no Espírito.
9 Portanto, também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;
11 Corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com alegria;
12 Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz,
13 O qual nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado;
14 No qual temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
15 O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura.
16 Porque por ele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam domínios, sejam principados, sejam poderes; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que entre todos tenha a preeminência.
19 Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse;
E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por ele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.
21 A vós também, que dantes éreis estranhos, e inimigos no entendimento, em obras más, agora todavia vos reconciliou,
22 No corpo da sua carne, pela morte, para perante si vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,
23 Se, todavia, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que ouvistes, o qual é pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui feito ministro.
24 Regozijo-me agora no que padeço por vós, e cumpro na minha carne o restante das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;
25 Da qual eu fui feito ministro, segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus;
26 O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;
27 Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;
28 O qual anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo;
29 No que também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.
A plenitude da Divindade habita em Cristo — Acautelai-vos para não ser enganados pelas tradições dos homens — O escrito que havia contra nós foi pregado na cruz de Cristo.
Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e por quantos não viram o meu rosto na carne;
2 Para que o seu coração seja consolado, e estejam unidos em caridade, e em todas as riquezas da plenitude do entendimento, para conhecimento do mistério do Deus e Pai, e de Cristo,
3 No qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
4 E digo isso, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas.
5 Porque ainda que esteja ausente quanto ao corpo, todavia em espírito estou convosco, regozijando-me, e vendo a vossa ordem, e a firmeza da vossa fé em Cristo.
6 Pois, como recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,
7 Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças.
8 Vede que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
9 Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
E nele estais completos, o qual é a cabeça de todo principado e poder,
11 No qual também estais circuncidados com uma circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, na circuncisão de Cristo;
12 Sepultados com ele no batismo, no qual também ressuscitastes com ele pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 E quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,
14 Havendo cancelado o escrito dos decretos que contra nós havia, o qual de alguma maneira nos era contrário, e o tirou do meio de nós, encravando-o na cruz.
15 E despojando os principados e potestades, os expôs publicamente à vergonha, e nela triunfou sobre eles.
16 Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
17 Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
18 Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que nunca viu, estando inchado inutilmente pelo seu entendimento carnal;
19 E não estando ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligamentos, vai crescendo em aumento de Deus.
Portanto, se estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais ainda a decretos
21 (Tais como: não toques, não proves, não manuseies,
22 Os quais todos perecem pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens?
23 Tais coisas têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e mau tratamento do corpo, mas não são de valor algum, porque levam à satisfação da carne.
Algumas vidas estão escondidas com Deus em Cristo — Os santos são exortados a santificar-se e a servir ao Senhor Jesus Cristo.
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
2 Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
3 Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
5 Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a fornicação, a imundície, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;
6 Coisas pelas quais vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7 Nas quais também dantes andastes, quando vivíeis nelas.
8 Mas, agora, despojai-vos também de todas estas coisas, a saber: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
9 Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo, ou livre; mas Cristo é tudo em todos.
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
13 Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei-o vós também.
14 E sobre tudo isso, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição.
15 E a paz de Deus domine em vosso coração, para a qual também fostes chamados em um corpo, e sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros com palavras, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
17 E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças ao Deus e Pai.
18 Vós, mulheres, estai sujeitas ao vosso marido, como convém no Senhor.
19 Vós, maridos, amai vossa mulher, e não vos irriteis contra ela.
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isso é agradável ao Senhor.
21 Vós, pais, não irriteis vossos filhos, para que não percam o ânimo.
22 Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, temendo a Deus.
23 E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens;
24 Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.
25 Porém quem fizer agravo receberá o agravo que fizer, pois não há acepção de pessoas.
Os santos são exortados a ser sábios em todas as coisas — Lucas e outros saúdam os colossenses.
Vós, senhores, fazei o que for de justiça e equidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus.
2 Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;
3 Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, para falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;
4 Para que o manifeste, como me convém falar.
5 Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.
6 A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.
7 Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado;
8 O qual vos enviei para o mesmo fim, para que saiba do vosso estado e console o vosso coração;
9 Juntamente com Onésimo, amado e fiel irmão, que é dos vossos; eles vos farão saber tudo o que por aqui se passa.
Aristarco, que está preso comigo, vos saúda; e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se for ter convosco, recebei-o;
11 E Jesus, chamado Justo, os quais são da circuncisão; são estes só os meus cooperadores no reino de Deus; e para mim têm sido consolação.
12 Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que fiqueis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus.
13 Pois eu dou testemunho em favor dele, de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis.
14 Saúdam-vos Lucas, o médico amado, e Demas.
15 Saudai os irmãos que estão em Laodiceia, e Ninfa, e a igreja que está em sua casa.
16 E quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também seja lida na igreja dos laodicenses; e a que veio de Laodiceia, lede-a vós também.
17 E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras.
18 Saudação de minha mão, de Paulo. Lembrai-vos das minhas prisões. A graça seja convosco. Amém.
Escrita de Roma aos colossenses por Tíquico e Onésimo.
O evangelho vem tanto pela palavra quanto pelo poder.
Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
2 Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações,
3 Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, e do trabalho de caridade, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai;
4 Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus;
5 Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza; bem sabeis como fomos entre vós, por causa de vós.
6 E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com alegria do Espírito Santo.
7 De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.
8 Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também a vossa fé para com Deus se espalhou por todos os lugares, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma;
9 Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro,
E para esperar dos céus seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.
Os verdadeiros ministros pregam de maneira piedosa — Os conversos são a glória e a alegria dos missionários.
Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã;
2 Antes, havendo primeiro padecido, e sido agravados em Filipos, como sabeis, tivemos ousadia em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate.
3 Porque a nossa exortação não procede de erro, nem de imundície, nem de fraudulência;
4 Mas, como fomos aprovados por Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para comprazer aos homens, mas a Deus, que põe à prova o nosso coração.
5 Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem de pretexto de avareza; Deus é testemunha;
6 Não buscando a glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que pudéssemos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados;
7 Antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos.
8 Assim nós, estando-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos.
9 Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, vos pregamos o evangelho de Deus, para não sermos pesados a cada um de vós.
Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, e justa, e irrepreensívelmente nos houvemos para convosco, os que crestes.
11 Assim como bem sabeis que exortávamos e consolávamos a cada um de vós, como o pai a seus filhos,
12 Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
13 Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, porque havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.
14 Porque vós, irmãos, fostes feitos imitadores das igrejas de Deus que estão na Judeia, em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos as mesmas coisas, como eles também, dos judeus;
15 Os quais também mataram o Senhor Jesus e seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens;
16 E nos impedem de falar aos gentios para que possam salvar-se, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; porque a ira de Deus caiu sobre eles até o fim.
17 Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto.
18 Pelo que bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.
19 Porque, qual é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?
Porque vós sois a nossa glória e alegria.
Os santos são exortados a aperfeiçoar o que lhes falta em sua fé.
Pelo que, não podendo esperar mais, de bom grado quisemos deixar-nos ficar sós em Atenas;
2 E enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé;
3 Para que ninguém se comova por essas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isso fomos ordenados.
4 Pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que haveríamos de ser afligidos, como também sucedeu, e vós o sabeis.
5 Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil.
6 Vindo, porém, agora Timóteo de vós para nós, e trazendo-nos boas novas acerca da vossa fé e caridade, e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também, a vós;
7 Pelo que, irmãos, nós ficamos consolados acerca de vós em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé,
8 Porque agora vivemos, se estais firmes no Senhor.
9 Porque, que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por toda a alegria com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus,
Orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto, e supramos o que falta à vossa fé?
11 Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhem a nossa viagem para vós.
12 E o Senhor vos aumente, e faça crescer em caridade uns para com os outros, e para com todos, como também nós, para convosco;
13 Para confortar o vosso coração, para que sejais irrepreensíveis em santificação diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos.
Os santos são exortados a ser santos, a santificar-se e a amar uns aos outros — O Senhor virá, e os mortos ressuscitarão.
Assim que, irmãos, no demais vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, como vos convenha andar e agradar a Deus, assim nisso possais progredir cada vez mais.
2 Porque vós bem sabeis quais mandamentos nós vos temos dado pelo Senhor Jesus.
3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da fornicação;
4 Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra;
5 Não em paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.
6 Ninguém oprima nem engane seu irmão em assunto algum, porque o Senhor é vingador de todas essas coisas, como também já dantes vo-lo dissemos e testificamos.
7 Porque não nos chamou Deus para a imundície, senão para a santificação.
8 Porque quem despreza isso não despreza o homem, mas sim a Deus, o qual nos deu também o seu Espírito Santo.
9 Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.
Porque também já assim o fazeis, para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, irmãos, a que ainda nisso possais progredir cada vez mais,
11 E que procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo mandamos;
12 Para que andeis honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma.
13 Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como também os demais, que não têm esperança.
14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.
15 Dizemo-vos, portanto, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com um brado, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
17 Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com essas palavras.
Os santos saberão a época da Segunda Vinda de Cristo — Vivei como devem viver os santos — Regozijai-vos sempre — Não desprezeis as profecias.
Porém, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
2 Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite;
3 Pois, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo algum escaparão.
4 Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão.
5 Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.
7 Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite.
8 Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade, e tendo por capacete a esperança da salvação.
9 Porque Deus não nos designou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
O qual morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11 Pelo que exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.
12 E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que vos presidem no Senhor, e vos admoestam;
13 E tende-os em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós.
14 Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.
15 Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, assim uns para com os outros, como para com todos.
16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 Não apagueis o Espírito.
Não desprezeis as profecias.
21 Examinai todas as coisas; retende o bem.
22 Abstende-vos de toda a aparência do mal.
23 E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso sincero espírito, e alma, e corpo sejam conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
24 Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.
25 Irmãos, orai por nós.
26 Saudai todos os irmãos com ósculo santo.
27 Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola se leia a todos os santos irmãos.
28 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.
A primeira epístola aos tessalonicenses foi escrita de Atenas.*
Em Sua Segunda Vinda, o Senhor Jesus se vingará dos ímpios.
Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo:
2 Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
3 Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é de razão, porquanto a vossa fé cresce muitíssimo e a caridade de cada um de vós é abundante de uns para com os outros;
4 De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, em todas as vossas perseguições e aflições que suportais;
5 Prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais tidos por dignos do reino de Deus, pelo qual também padeceis;
6 Pois é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,
7 E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder,
8 Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
9 Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição ante a face do Senhor e a glória do seu poder,
Quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para fazer-se admirável naquele dia em todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi acreditado entre vós).
11 Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra todo o desejo da sua bondade, e a obra da fé com poder;
12 Para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.
A apostasia precederá a Segunda Vinda — O evangelho prepara os homens para a glória eterna.
Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele,
2 Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, e não vos perturbeis, nem por espírito, nem por palavra, nem por epístola, como escrita por nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.
3 Ninguém de maneira alguma vos engane; porque aquele dia não virá sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição;
4 O qual se opõe, e se levanta sobre tudo o que se chama Deus, ou se adora; a ponto de assentar-se, como Deus, no templo de Deus, fazendo-se parecer Deus.
5 Não vos lembrais de que essas coisas vos dizia eu quando ainda estava convosco?
6 E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.
7 Porque já o mistério da iniquidade opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja ele tirado;
8 E então será manifestado o iníquo, o qual o Senhor desfará pelo espírito da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;
9 Aquele cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,
E com todo engano da injustiça para os que perecem, porquanto não receberam o amor da verdade para se salvarem.
11 E, portanto, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira;
12 Para que sejam condenados todos os que não creram na verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade.
13 Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus escolhido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;
14 Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Pelo que, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.
16 E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou, e nos deu uma eterna consolação e boa esperança pela graça,
17 Consolem o vosso coração, e vos confortem em toda boa palavra e obra.
Orai pelo triunfo da causa do evangelho — Paulo prega o evangelho do trabalho — Não vos canseis de fazer o bem.
No demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós;
2 E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus, porque a fé não é de todos.
3 Mas fiel é o Senhor, que vos confortará, e guardará do maligno.
4 E confiamos quanto a vós no Senhor, que também fazeis e fareis o que vos mandamos.
5 Ora, o Senhor encaminhe o vosso coração na caridade de Deus, e na paciência de Cristo.
6 Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu.
7 Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós;
8 Nem de graça comemos o pão de ninguém, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós.
9 Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
11 Porque ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando; antes, fazendo coisas vãs.
12 Aos tais, porém, mandamos, e admoestamos por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão.
13 E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.
14 Porém, se alguém não obedecer à nossa palavra escrita nesta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe.
15 Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.
16 Ora, o próprio Senhor da paz vos dê sempre paz em toda maneira. O Senhor seja com todos vós.
17 Saudação da minha própria mão, de mim, Paulo, que é o sinal em todas as epístolas; assim escrevo.
18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
A segunda epístola aos tessalonicenses foi escrita de Atenas.*
Aconselha-se que somente a doutrina verdadeira seja ensinada — Cristo veio para salvar os pecadores arrependidos.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa,
2 A Timóteo meu verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
3 Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina,
4 Nem se deem a fábulas nem a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé, assim o faço agora.
5 Ora, o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
6 Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas;
7 Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.
8 Porém bem sabemos que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente;
9 Sabendo isto, que a lei não foi feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas,
Para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para qualquer outra coisa contrária à sã doutrina,
11 Conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado.
12 E dou graças ao que me fortaleceu, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério;
13 A mim, que dantes fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; porém foi-me concedida misericórdia, porquanto o fiz ignorantemente, na incredulidade.
14 Mas a graça de nosso Senhor transbordou com a fé e amor que há em Jesus Cristo.
15 Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
16 Mas por isso foi-me concedida misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.
17 Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém.
18 Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que dantes houve acerca de ti, milites por elas boa milícia;
19 Retendo a fé, e a boa consciência, rejeitando a qual, alguns naufragaram na fé.
Dentre esses estavam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.
Devemos orar por todas as pessoas — Cristo é nosso Mediador — As mulheres devem se vestir com recato — As mulheres são abençoadas ao ter filhos, e admoesta-se que elas permaneçam na fé, caridade e santidade.
Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens;
2 Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade.
3 Porque isso é bom, e agradável diante de Deus, nosso Salvador;
4 O qual quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.
5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
6 O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.
7 Para o que fui constituído pregador, e apóstolo (digo a verdade em Cristo, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade.
8 Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.
9 Que do mesmo modo as mulheres também se adornem com traje recatado, com pudor e modéstia, não com os cabelos trançados, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,
Mas (como é decente para mulheres que professam servir a Deus) com boas obras.
11 A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
12 Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.
13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
14 E Adão não foi enganado; mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.
15 Ela salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer na fé, na caridade, e na santificação, com modéstia.
Enumeram-se as qualificações dos bispos e diáconos — Grande é o mistério da piedade.
Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
4 Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia;
5 (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da igreja de Deus?)
6 Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
7 Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.
8 Da mesma sorte, os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;
9 Tendo o mistério da fé em uma consciência pura.
E também estes sejam primeiro postos à prova; depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11 Da mesma sorte as suas mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em todas as coisas.
12 Os diáconos sejam maridos de uma mulher, e governem bem seus filhos e sua própria casa.
13 Porque os que servirem bem, adquirirão para si um bom grau, e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.
14 Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa;
15 Mas, se eu tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.
16 E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus foi manifestado na carne, foi justificado no Espírito, visto por anjos, pregado aos gentios, acreditado no mundo, e recebido acima na glória.
Paulo descreve a apostasia dos últimos dias — Cristo é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem.
Porém o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
2 Que falarão mentiras em hipocrisia, tendo cauterizada a sua própria consciência;
3 Proibindo o casamento, e mandando que se abstenham dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conheceram a verdade, para deles usarem com ações de graças;
4 Porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, tomando-se com ações de graças.
5 Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.
6 Propondo essas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que seguiste.
7 Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade.
8 Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.
9 Essa palavra é fiel e digna de toda a aceitação.
Porque também para isso trabalhamos e somos injuriados, porquanto esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis.
11 Ordena essas coisas e ensina-as.
12 Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza.
13 Persiste no ler, exortar e ensinar, até que eu vá.
14 Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do conselho dos anciãos.
15 Medita essas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nessas coisas; porque, fazendo isso, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
Os santos devem cuidar de seus pobres que são dignos — Determinam-se normas referentes aos idosos.
Não repreendas asperamente os homens idosos, mas admoesta-os como a pais; aos jovens, como a irmãos.
2 Às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, em toda a pureza.
3 Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.
4 Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam estes primeiro a exercer piedade para com a sua própria familia, e a recompensar seus pais, porque isso é bom e agradável diante de Deus.
5 Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações;
6 Mas a que vive em deleites, vivendo, está morta.
7 Ordena, pois, essas coisas, para que sejam irrepreensíveis.
8 Porém, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua familia, negou a fé, e é pior do que o infiel.
9 Nunca seja inscrita viúva de menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um único marido;
Tendo testemunho de boas obras: se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se socorreu os aflitos, se seguiu toda boa obra.
11 Mas não admitas as viúvas moças, porque, quando se tornam lascivas contra Cristo, querem casar-se;
12 Tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé.
13 E além disso, também aprendem a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e intrigantes, falando o que não convém.
14 Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não deem ocasião alguma ao adversário de maldizer.
15 Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás.
16 Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que possa sustentar as que deveras são viúvas.
17 Os anciãos que governam bem sejam estimados como dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.
18 Porque diz a escritura: Não amordaçarás o boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.
19 Não aceites acusação contra o ancião, senão com duas ou três testemunhas.
Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.
21 Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prejuízo algum guardes essas coisas, nada fazendo com parcialidade.
22 A ninguém imponhas apressadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.
23 Não bebas mais água somente, mas usa também de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.
24 Os pecados de alguns homens são manifestos antes, e se adiantam para a sua condenação; e em alguns, manifestam-se ainda depois.
25 Assim mesmo também as suas boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não podem ocultar-se.
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males — Combatei o bom combate da fé — Não confiai nas riquezas mundanas.
Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem seus senhores como dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados.
2 E os que têm senhores fiéis não os desprezem, por serem irmãos; antes, os sirvam melhor, porquanto são fiéis e amados, como também participantes deste benefício. Isto ensina e exorta.
3 Se alguém ensina alguma outra doutrina, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é conforme a piedade,
4 É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,
5 Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, supondo que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.
6 Grande ganho é, porém, a piedade com contentamento.
7 Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína,
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; o que apetecendo alguns, se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores.
11 Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão.
12 Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
13 Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos testificou boa confissão,
14 Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo;
15 A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores;
16 Aquele que é o único que tem a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu, nem pode ver, ao qual sejam honra e poder sempiterno. Amém.
17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas no Deus vivo, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas desfrutarmos;
18 Que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de bom grado, e sejam comunicáveis;
19 Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
Ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, e às oposições da falsamente chamada ciência;
21 A qual professando alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém.
A primeira epístola a Timóteo foi escrita de Laodiceia, que é a principal cidade da Frígia Pacaciana.
Cristo proporciona a imortalidade e a vida eterna por meio do evangelho — Sede fortes na fé.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
2 A Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e de Cristo Jesus, Senhor nosso.
3 Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia;
4 Desejando muito ver-te, lembrando-me de tuas lágrimas, para me encher de alegria;
5 Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.
6 Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos.
7 Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.
8 Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele; antes, participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus,
9 O qual nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;
Mas agora é manifesta pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho;
11 Para o qual fui constituído pregador, e apóstolo, e mestre dos gentios.
12 Por cuja causa padeço também essas coisas, porém não me envergonho; porque eu sei em quem acreditei, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.
13 Conserva o modelo das sãs palavras que de mim ouviste, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus.
14 Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.
15 Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim, entre os quais estavam Figelo e Hermógenes.
16 O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me reanimou, e não se envergonhou das minhas cadeias.
17 Antes, vindo ele a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou.
18 O Senhor lhe conceda que naquele dia ache misericórdia diante do Senhor. E o quanto me ajudou em Éfeso, bem o sabes tu.
Cristo concede glória eterna aos eleitos — Evitai contendas e buscai a santidade.
Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
2 E o que de mim, dentre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.
3 Tu, pois, suporta as aflições como bom soldado de Jesus Cristo.
4 Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, para agradar àquele que o alistou para a guerra.
5 E se alguém também compete, não é coroado se não competir legitimamente.
6 O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a partilhar dos frutos.
7 Considera o que digo; o Senhor, porém, te dê entendimento em tudo.
8 Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho;
9 Pelo que suporto aflições e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa.
Portanto, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.
11 Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;
12 Se perseverarmos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;
13 Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.
14 Traze estas coisas à memória, exortando-os diante do Senhor a que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam, senão para perversão dos ouvintes.
15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
16 Mas opõe-te aos clamores vãos e profanos, porque produzirão maior impiedade.
17 E a palavra deles roerá como cancro, entre os quais estão Himeneu e Fileto,
18 Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já passada, e perverteram a fé a alguns.
19 Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.
Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro, e uns para honra, outros, porém, para desonra.
21 De sorte que, se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda boa obra.
22 Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.
23 E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.
24 E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, paciente;
25 Instruindo com mansidão os que resistem, se porventura Deus lhes der arrependimento para conhecerem a verdade,
26 E tornarem a despertar, e se desprenderem dos laços do diabo, em que pela vontade dele estão presos.
Paulo descreve a apostasia e os tempos trabalhosos dos últimos dias — As escrituras conduzem o homem à salvação.
Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
2 Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 Traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amantes dos deleites do que amantes de Deus,
5 Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
6 Porque entre estes estão os que entram pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas por várias concupiscências;
7 Que sempre aprendem, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
8 E como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
9 Porém não irão mais avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.
Tu, porém, tens seguido minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência,
11 Perseguições, aflições, tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;
12 E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
13 Porém os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
14 Tu, porém, permanece nas coisas que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem as aprendeste;
15 E que desde a tua meninice sabes as sagradas escrituras, as quais podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
17 Para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Paulo dá um solene encargo de pregar o evangelho numa época de apostasia — A exaltação é assegurada a Paulo e a todos os santos.
Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, conforme as suas próprias concupiscências amontoarão para si mestres;
4 E desviarão os ouvidos da verdade, e se tornarão às fábulas.
5 Porém tu vigia em todas as coisas, suporta as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
6 Porque eu já estou sendo oferecido como libação, e o tempo da minha partida está próximo.
7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 Desde agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
9 Procura vir ter comigo depressa.
Porque Demas me desamparou, amando o mundo presente, e foi para Tessalônica; Crescente, para Galácia; Tito, para Dalmácia.
11 Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.
12 Também enviei Tíquico a Éfeso.
13 Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.
14 Alexandre, o latoeiro, ocasionou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras.
15 Tu guarda-te também dele; porque resistiu muito às nossas palavras.
16 Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes, todos me desampararam. Quem dera isso não lhes seja imputado.
17 Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.
18 E o Senhor me livrará de toda má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.
19 Saúda Prisca e Áquila, e a casa de Onesíforo.
Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.
21 Procura vir antes do inverno. Êubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam.
22 O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém.
A segunda epístola a Timóteo, que foi o primeiro bispo da igreja ordenado em Éfeso, foi escrita de Roma, quando Paulo foi levado perante Nero pela segunda vez.
A vida eterna foi prometida antes do princípio do mundo — Enumeram-se as qualificações dos bispos — Para os puros, todas as coisas são puras.
Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,
2 Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos;
3 Mas a seu tempo manifestou a sua palavra pela pregação que me é confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador;
4 A Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
5 Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei:
6 Aquele que for irrepreensível, marido de uma única mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução ou desobedientes.
7 Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como administrador da casa de Deus, não soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8 Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, continente;
9 Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
Porque também há muitos insubordinados, faladores de vaidades, e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11 Aos quais convém tapar a boca; os que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
12 Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
13 Esse testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé;
14 Não dando ouvidos às fábulas judaicas, e aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.
15 Para os puros, todas as coisas são puras, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes, o seu entendimento e consciência estão contaminados.
16 Confessam que conhecem a Deus, porém com as obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra.
Os santos devem viver retamente, renunciar à impiedade e buscar ao Senhor.
Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina:
2 Aos homens idosos, que sejam sóbrios, respeitáveis, prudentes, sãos na fé, na caridade, e na paciência;
3 Às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem;
4 Para que ensinem as moças a serem prudentes, a amarem seu marido, a amarem seus filhos,
5 A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido; para que a palavra de Deus não seja blasfemada.
6 Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados.
7 Em tudo mostra-te exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, respeitabilidade, sinceridade,
8 Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de vós.
9 Exorta os servos a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo,
Não defraudando, antes, mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo adornem a doutrina de Deus, nosso Salvador.
11 Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens,
12 Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente mundo sóbria, e justa, e piamente,
13 Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;
14 O qual se deu a si mesmo por nós para nos redimir de toda a iniquidade, e purificar para si mesmo um povo particular, zeloso de boas obras.
15 Fala disso, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze.
Os santos devem viver retamente depois do batismo.
Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda boa obra;
2 Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, porém afáveis, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.
3 Porque também nós dantes éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando uns aos outros.
4 Mas quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
5 Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo;
6 O qual abundantemente derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador;
7 Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.
8 Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; essas coisas são boas e proveitosas aos homens.
9 Mas resiste às questões loucas, e às genealogias e contendas, e aos debates acerca da lei, porque são inúteis e vãos.
Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, rejeita-o,
11 Sabendo que o tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.
12 Quando te enviar Artemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis, porque deliberei invernar ali.
13 Acompanha com muito cuidado Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte.
14 E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, para os usos necessários, para que não sejam infrutíferos.
15 Saúdam-te todos os que estão comigo. Saúda tu os que nos amam na fé. A graça seja com todos vós. Amém.
Foi escrita de Nicópolis, na Macedônia, a Tito, que foi o primeiro bispo da igreja ordenado em Creta.
O evangelho transforma um servo em um irmão.
Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,
2 E à amada Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa:
3 Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4 Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações;
5 Ouvindo da tua caridade e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os santos;
6 Para que a comunhão da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus.
7 Porque tive grande alegria e consolação na tua caridade, porque por ti, ó irmão, o coração dos santos foi reanimado.
8 Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar fazer o que convém,
9 Todavia peço-te antes por caridade, sendo eu tal como sou, Paulo, o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;
11 O qual dantes te era inútil, mas agora a ti e a mim, muito útil; eu to tornei a enviar;
12 E tu, recebe-o, ele que é o meu próprio coração.
13 Eu bem o quisera reter comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
14 Porém nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas voluntário.
15 Porque bem pode ser que ele se tenha por isso apartado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre,
16 Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente para mim; e quanto mais para ti, assim na carne como no Senhor?
17 Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
18 E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe-no na minha conta.
19 Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi: Eu o pagarei; para não te dizer que tu me deves até a ti mesmo.
Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; reanima o meu coração no Senhor.
21 Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo.
22 E ao mesmo tempo prepara-me também pousada, porque espero que pelas vossas orações vos hei de ser concedido.
23 Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus,
24 Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.
25 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.
Escrita de Roma a Filemom, por Onésimo, um servo.
O Filho é a expressa imagem da pessoa do Pai — Cristo é o Filho Unigênito e está, portanto, acima dos anjos.
Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
2 A nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, por quem fez também os mundos.
3 O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;
4 Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
5 Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?
6 E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
7 E quanto aos anjos, diz: O que faz dos seus anjos espíritos, e de seus ministros, labareda de fogo.
8 Mas, quanto ao Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino.
9 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.
E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos;
11 Eles perecerão, porém tu permanecerás; e todos eles, como roupa, se envelhecerão,
12 E como um manto os enrolarás, e serão mudados, porém tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.
13 E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra até que ponha teus inimigos por escabelo de teus pés?
14 Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
Jesus veio para sofrer a morte e salvar os homens — Ele veio para expiar os pecados do povo.
Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já ouvimos, para que em tempo algum nos venhamos a esquecer.
2 Porque, se a palavra pronunciada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
3 Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram,
4 Testificando também Deus com sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua vontade?
5 Porque não sujeitou aos anjos o mundo futuro, de que agora falamos.
6 Porém em certo lugar testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? ou o filho do homem, para que o visites?
7 Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos; o coroaste de glória e de honra, e o constituiste sobre as obras de tuas mãos;
8 Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Porque, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que não lhe fosse sujeito. Porém agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas;
9 Porém vemos coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa do sofrimento da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
Porque convinha que aquele, por cuja causa são todas as coisas, e mediante o qual todas as coisas existem, trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelas aflições o autor da salvação deles.
11 Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, todos são de um, por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos,
12 Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis aqui a mim e aos filhos que Deus me deu.
14 E porquanto os filhos participam de carne e sangue, também ele participou dos mesmos, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;
15 E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
16 Porque, na verdade, não auxilia os anjos, mas auxilia a descendência de Abraão.
17 Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas concernentes a Deus, para expiar os pecados do povo.
18 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer os que são tentados.
Cristo é o Apóstolo e Sumo Sacerdote da fé que professamos — Jesus, sendo o Filho, é mais do que um servo — Agora é a hora e o dia de nossa salvação.
Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai atentamente Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da fé que professamos,
2 Sendo fiel ao que o constituiu, como também Moisés, em toda a sua casa.
3 Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés; quanto mais honra do que a casa tem aquele que a edificou.
4 Porque toda casa é edificada por alguém, porém o que edificou todas as coisas é Deus.
5 E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de dizer;
6 Mas Cristo, como Filho sobre a sua própria casa, a qual casa somos nós, se tão somente retivermos firme a confiança e a glória da esperança até o fim.
7 Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,
8 Não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto,
9 Onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram por quarenta anos as minhas obras.
Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos;
11 Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu repouso.
12 Vede, irmãos, que nunca haja em nenhum de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
13 Antes, exortai-vos uns aos outros cada dia, durante o tempo que se chama hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
14 Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até o fim;
15 Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação.
16 Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; porém não todos os que saíram por meio de Moisés do Egito.
17 Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?
18 E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
19 E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
O evangelho foi oferecido à antiga Israel — Os santos entram no repouso do Senhor — Embora tentado em todos os aspectos, Jesus permaneceu sem pecado.
Temamos, pois, que, porventura sendo-nos deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás.
2 Porque também a nós foi pregado o evangelho como a eles, mas a palavra da pregação de nada lhes aproveitou, porquanto não estava acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.
3 Porque nós, os que cremos, entramos no repouso, como ele disse: Portanto, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso, embora as obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
4 Porque em certo lugar ele disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
5 E outra vez nesse lugar: Não entrarão no meu repouso.
6 Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência,
7 Ele determina outra vez um certo dia, que se chama hoje, dizendo por meio de Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.
8 Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, depois disso não falaria de outro dia.
9 Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
Porque, aquele que entrou no seu repouso, também ele mesmo repousou de suas obras, como Deus, das suas.
11 Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
12 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem tratamos.
14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; mas um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e encontrar graça, para sermos ajudados em tempo oportuno.
Para um homem ter o sacerdócio, ele precisa ser chamado por Deus, assim como Aarão — Cristo foi um sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque — Jesus Cristo é o Autor da salvação eterna.
Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dádivas e sacrifícios pelos pecados;
2 O qual se possa compadecer ternamente dos ignorantes e dos que erram; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 E por esta causa deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer ofertas pelos pecados.
4 E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Aarão.
5 Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque,
7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 Ainda que era Filho, todavia aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu.
9 E tendo ele sido aperfeiçoado, veio a ser o autor da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;
Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 Do qual muito temos a dizer que é difícil de explicar; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 Porque, devendo já ser mestres, em razão do tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais são os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de alimento sólido.
13 Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é criança.
14 Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, já pelo costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
Prossigamos para a perfeição — Os filhos de perdição crucificam Cristo novamente — Deus faz um juramento de que os fiéis serão salvos.
Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento das obras mortas, e da fé em Deus,
2 Da doutrina dos batismos, e da imposição de mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isso faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 E provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo futuro,
6 E vieram a cair, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que eles de novo crucificam para si mesmos o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus;
8 Mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada, e perto está da maldição, cujo fim é ser queimada.
9 Porém de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falemos.
Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do vosso trabalho de amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto ministrastes aos santos, e ainda ministrais.
11 Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até o fim, para completa certeza da esperança;
12 Para que não vos façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.
13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo,
14 Dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei, e multiplicando, te multiplicarei.
15 E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
16 Porque os homens certamente juram por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda.
17 Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade de seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento;
18 Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
19 A qual temos como uma âncora da alma, segura e firme, e que entra até o interior do véu,
Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, tendo-se tornado eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
O Sacerdócio de Melquisedeque traz a exaltação e administra o evangelho — Ele é recebido com um juramento e convênio — Explica-se a superioridade do Sacerdócio de Melquisedeque em relação ao Sacerdócio Aarônico — A salvação vem por meio da intercessão de Cristo.
Porque este Melquisedeque era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, o qual saiu ao encontro de Abraão, quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
2 Ao qual também Abraão deu o dízimo de tudo; e primeiramente interpreta-se rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz,
3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de receber o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
6 Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles recebeu dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8 E aqui certamente recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, os recebe aquele de quem se testifica que vive.
9 E para assim dizer, também Levi, que recebe os dízimos, pagou dízimos por meio de Abraão.
Porque ainda ele estava nos lombos do pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque debaixo dele o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Aarão?
12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente faz-se também mudança da lei.
13 Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu no altar,
14 Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, sobre cuja tribo Moisés nada falou acerca do sacerdócio.
15 E muito mais manifesto é ainda se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote,
16 O qual não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo o poder da vida indissolúvel.
17 Porque assim testifica dele: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
18 Porque o precedente mandamento é revogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
19 (Porque a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), sendo introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
E porquanto não foi feito sem juramento (porque certamente aqueles foram feitos sacerdotes sem juramento,
21 Mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque),
22 De tanto melhor convênio Jesus foi feito fiador.
23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porquanto pela morte foram impedidos de permanecer,
24 Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
27 Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isso fez ele uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo.
28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, que para sempre foi aperfeiçoado.
Cristo ofereceu a Si mesmo como sacrifício pelo pecado — Deus prometeu fazer um novo convênio com Israel.
Ora, o resumo do que dissemos é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus, à destra do trono da majestade,
2 Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
3 Porque todo sumo sacerdote é constituído para oferecer dádivas e sacrifícios; pelo que era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.
4 Porque, se ainda estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecessem dádivas segundo a lei,
5 As quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque disse: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou.
6 Mas agora alcançou ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor convênio, o qual está firmado sobre melhores promessas.
7 Porque, se aquele primeiro fosse irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.
8 Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo convênio,
9 Não segundo o convênio que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque não permaneceram naquele meu convênio, e eu para eles não atentei, diz o Senhor.
Porque este é o convênio que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis em sua mente, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo;
11 E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior.
12 Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.
13 Dizendo: Novo convênio; ele tornou velho o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e envelhece, perto está de se esvaecer.
As ordenanças mosaicas prefiguravam o ministério de Cristo — Cristo é o Mediador do novo convênio.
Ora, também o primeiro tinha ordenanças de serviço divino, e um santuário terrestre.
2 Porque o tabernáculo foi preparado, o primeiro, em que estava o candelabro, e a mesa e os pães da proposição, o que se chama o santuário.
3 Mas após o segundo véu estava o tabernáculo, que se chama o Santo dos Santos,
4 Que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, toda coberta de ouro em redor, em que estava a talha de ouro que continha o maná, e a vara de Aarão, que tinha florescido, e as tábuas do convênio;
5 E sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.
6 Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, para cumprir os serviços sagrados;
7 Mas no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, o qual oferecia por si mesmo e pelos pecados do povo cometidos por ignorância;
8 Dando nisso a entender o Espírito Santo que o caminho do santuário ainda não fora manifestado, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo;
9 O qual era símbolo para o tempo de então, em que se ofereciam dádivas e sacrifícios, que, quanto à consciência, não podiam aperfeiçoar aquele que fazia o serviço.
Pois consistiam somente em alimentos, e bebidas, e várias abluções e ordenanças da carne, impostas até o tempo da reforma.
11 Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta feitura,
12 Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, uma vez por todas entrou no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
13 Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza da novilha espargida sobre os imundos os santificam, quanto à purificação da carne,
14 Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?
15 E por isso é Mediador do novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os que são chamados recebam a promessa da herança eterna.
16 Porque onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador.
17 Porque um testamento é confirmado em caso de morte; porquanto não é válido enquanto vive o testador.
18 Pelo que também o primeiro testamento não foi consagrado sem sangue;
19 Porque, havendo Moisés relatado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã escarlate, e hissopo, e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo,
Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos ordenou.
21 E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo, e todos os vasos do ministério.
22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não se faz remissão.
23 De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu se purificassem com essas coisas; porém as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que esses.
24 Porque Cristo não entrou no santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
25 Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio;
26 Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
27 E como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo,
28 Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez por todas para tirar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Somos santificados pelo derramamento do sangue de Cristo — Explica-se a superioridade de Seu sacrifício — Aqueles que caem da graça por pecado intencional são condenados — O justo viverá pela fé.
Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
2 Doutra maneira, não cessariam de se oferecer, porquanto, purificados uma vez por todas os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.
3 Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz recordação dos pecados.
4 Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.
5 Pelo que, entrando ele no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste;
6 Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.
7 Então eu disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade.
8 Dizendo acima: Sacrifício, e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).
9 Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Ele tira o primeiro, para estabelecer o segundo.
Nessa vontade somos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas.
11 E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados.
12 Mas este, havendo oferecido um sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus;
13 Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.
14 Porque com uma oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
15 E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:
16 Este é o convênio que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração, e as escreverei em sua mente; então diz:
17 E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades.
18 Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.
19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,
Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, através do véu, isto é, pela sua carne,
21 E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,
22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa.
23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.
24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras;
25 Não deixando de congregar-nos, como é o costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quando virdes que se vai chegando aquele dia.
26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.
28 Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
29 De quanto maior castigo supondes vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?
Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições;
33 Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.
34 Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.
35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande galardão.
36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.
37 Porque ainda em bem pouco tempo o que há de vir virá, e não tardará.
38 Mas o justo viverá pela fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
39 Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.
Pela fé entendemos a palavra e a obra de Deus — A fé que tinham os antigos estava centralizada em Cristo — Pela fé, os homens subjugaram reinos, praticaram a retidão e realizaram milagres.
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.
2 Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho.
3 Pela fé, entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que aquilo que se vê não foi feito daquilo que é visível.
4 Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, porquanto Deus deu testemunho de suas dádivas, e depois de morto, ainda fala por meio dela.
5 Pela fé, Enoque foi transladado para não ver a morte, e não foi achado, porquanto Deus o transladara; porque antes da sua transladação alcançou testemunho de que agradava a Deus.
6 Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.
7 Pela fé, Noé, divinamente advertido das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, construiu a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
8 Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para o lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
9 Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.
Porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual o arquiteto e construtor é Deus.
11 Pela fé, também a própria Sara recebeu o poder de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.
12 Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam em tão grande multidão como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.
13 Todos esses morreram na fé, sem terem recebido as promessas; porém, vendo-as de longe, e crendo nelas e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
14 Porque os que isso dizem claramente mostram que buscam outra pátria.
15 E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam tempo de retornar para ela.
16 Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
17 Pela fé, Abraão ofereceu Isaque, quando foi posto à prova; e aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito,
18 Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência;
19 Considerando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; de onde também figuradamente o tornou a recobrar.
Pela fé, Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras.
21 Pela fé, Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou apoiado na ponta do seu bordão.
22 Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos.
23 Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um formoso menino; e não temeram o mandamento do rei.
24 Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25 Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o prazer do pecado;
26 Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito, porque tinha em vista a recompensa.
27 Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque esteve firme, como que vendo o invisível.
28 Pela fé, celebrou a páscoa e a aspersão de sangue, para que o destruidor dos primogênitos não os tocasse.
29 Pela fé, passaram o Mar Vermelho, como por terra seca, o que intentando os egípcios, se afogaram.
Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo sitiados durante sete dias.
31 Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.
32 E que mais direi? Faltar-me-ia tempo para contar a respeito de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas,
33 Os quais, pela fé, venceram reinos, exercitaram justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões,
34 Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha fizeram-se poderosos, puseram em fuga os exércitos dos estrangeiros.
35 As mulheres tornaram a receber pela ressurreição os seus mortos, e outros foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição.
36 E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões;
37 Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados
38 (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e covas e cavernas da terra.
39 E todos esses, tendo testemunho pela fé, não alcançaram a promessa;
Deus provendo alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.
Quem o Senhor ama, Ele castiga — Deus é o Pai dos espíritos — Para ver Deus, devemos seguir a paz e a santidade — Os santos exaltados pertencem à Igreja do Primogênito.
Portanto, nós também, visto que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo impedimento, e o pecado que tão facilmente nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pela alegria que lhe estava proposta suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
3 Considerai, pois, aquele que contra si mesmo suportou tal contradição dos pecadores, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vosso ânimo.
4 Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
5 E já vos esquecestes da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desanimes quando por ele fores repreendido;
6 Porque o Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.
7 Se suportais a correção, Deus vos trata como a filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?
8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, logo sois bastardos, e não filhos.
9 Também, na verdade, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigir, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; porém este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
11 E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser causa de alegria, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça aos exercitados por ela.
12 Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos enfraquecidos,
13 E fazei retas veredas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente; antes, seja sarado.
14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;
15 Cuidando para que ninguém se prive da graça de Deus, para que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.
16 Que ninguém seja fornicador, ou profano, como Esaú, que por um prato de comida vendeu o seu direito de primogenitura.
17 Porque bem sabeis que, querendo ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.
18 Porque não chegastes ao monte que se podia tocar, e ao fogo ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,
19 E ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que não se lhes falasse mais;
Porque não podiam suportar o que se lhes mandava: se até um animal tocar o monte, será apedrejado ou transpassado com uma flecha.
21 E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo.
22 Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos;
23 À assembleia geral e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;
24 E a Jesus, o Mediador do novo testamento, e ao sangue da aspersão, que fala melhores coisas do que o de Abel.
25 Vede que não rejeiteis o que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra dava respostas divinas, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus,
26 A voz do qual abalou então a terra, porém agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez farei tremer, não só a terra, senão também o céu.
27 E esta palavra: Ainda uma vez, mostra a remoção das coisas abaladas, como coisas feitas, para que as que não são abaladas permaneçam.
28 Pelo que, recebendo o reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade;
29 Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.
O casamento é honroso — Cristo é o mesmo eternamente — Paulo explica como os santos devem oferecer sacrifícios aceitáveis.
Permaneça a caridade fraternal.
2 Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.
3 Lembrai-vos dos presos, como se juntamente estivésseis presos, e dos maltratados, como o sendo vós mesmos também no corpo.
4 Honrados sejam entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos fornicadores e adúlteros, Deus os julgará.
5 Seja a vossa vida sem avareza, contentando-vos com o presente; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
6 De maneira que com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que o homem me possa fazer.
7 Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a maneira de viver deles.
8 Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.
9 Não vos deixeis levar ao redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique pela graça, e não com manjares, os quais de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram.
Temos um altar, do qual não têm direito de comer os que servem no tabernáculo.
11 Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do acampamento.
12 Portanto, também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta.
13 Saiamos, pois, a ele fora do acampamento, levando o seu vitupério.
14 Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.
15 Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
16 E não vos esqueçais da prática do bem e da mútua cooperação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada.
17 Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de prestar conta; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
18 Rogai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente.
19 E rogo-vos com instância que assim o façais, para que eu mais depressa vos seja restituído.
Ora, o Deus de paz, que tornou a trazer dos mortos o nosso Senhor Jesus Cristo, o grande pastor das ovelhas, pelo sangue do convênio eterno,
21 Vos aperfeiçoe em toda boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.
22 Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação, porque abreviadamente vos escrevi.
23 Sabei que já está solto o irmão Timóteo, com o qual (se ele vier depressa) vos verei.
24 Saudai todos os vossos chefes e todos os santos. Os da Itália vos saúdam.
25 A graça seja com todos vós. Amém.
Escrita da Itália aos hebreus por Timóteo.
Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus — Devemos resistir à tentação — Sede cumpridores da palavra — Tiago explica como reconhecer a religião pura.
Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas: Saudações.
2 Meus irmãos, tende por grande alegria quando passardes por várias provações,
3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.
4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
5 E se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada.
6 Porém peça-a com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.
8 O homem de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos.
9 Porém o irmão de condição humilde glorie-se na sua exaltação,
E o rico, na sua humilhação, porque ele passará como a flor da erva.
11 Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosura do seu aspecto perece; assim murchará também o rico em seus caminhos.
12 Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for posto à prova, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
13 Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
14 Porém cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
16 Não erreis, meus amados irmãos.
17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são do alto, e desce do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
18 Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.
19 Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
21 Pelo que, rejeitando toda imundície e superfluidade de maldade, recebei com mansidão a palavra enxertada em vós, a qual pode salvar a vossa alma.
22 E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
24 Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
25 Porém aquele que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse será bem-aventurado no seu feito.
26 Se alguém entre vós supõe ser religioso, e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a religião desse é vã.
27 A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se imaculado do mundo.
Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé — A salvação é adquirida guardando-se toda a lei — A fé sem obras é morta.
Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2 Porque, se na vossa congregação entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com veste sórdida,
3 E atentardes para o que traz as vestes preciosas, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado;
4 Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5 Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que promete aos que o amam?
6 Porém vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?
7 Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
8 Todavia, se cumprirdes, conforme a escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo; bem fazeis.
9 Porém, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois condenados pela lei como transgressores.
Porque qualquer que guardar toda a lei, e deslizar em um só ponto, é culpado de todos.
11 Porque aquele que disse: Não cometerás adultério; também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, porém matares, tornas-te transgressor da lei.
12 Assim falai, e assim procedei, como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.
13 Porque o juízo virá sem misericórdia sobre aquele que não usou de misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.
14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
15 E se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de alimento quotidiano,
16 E algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 Assim também a fé, se não tiver as obras, está morta em si mesma.
18 Porém dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19 Tu crês que há um só Deus; fazes bem; também os demônios o creem, e estremecem.
Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
22 Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que a fé foi aperfeiçoada pelas obras.
23 E cumpriu-se a escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus.
24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
25 E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta.
Governando a língua, adquirimos perfeição — A sabedoria celestial é pura, pacífica e cheia de misericórdia.
Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que receberemos maior condenação.
2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal homem é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.
3 Ora, nós pomos freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam; e governamos todo o seu corpo.
4 Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas por impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quiser a vontade daquele que as governa.
5 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6 A língua também é fogo, mundo de iniquidade; assim, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
7 Porque toda a natureza, tanto de feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
8 Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear, está cheia de peçonha mortal.
9 Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela maldizemos os homens, feitos à semelhança de Deus.
De uma mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isso se faça assim.
11 Porventura alguma fonte faz jorrar de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? Assim também nenhuma fonte pode produzir água salgada e água doce.
13 Quem dentre vós é sábio e instruído? Mostre por seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.
14 Porém, se tendes amarga inveja, e contenda em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade;
15 Essa sabedoria não é sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 Porque onde há inveja e contenda, aí há perturbação e toda obra perversa.
17 Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente, pura; depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
18 Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
As guerras se originam das concupiscências — Os amigos do mundo são inimigos de Deus — O pecado consiste em não andar na luz que recebemos.
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2 Cobiçais, e nada tendes; matais e sois cobiçosos, e não podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou supondes vós que em vão diz a escritura: O espírito que em nós habita tem desejo de inveja?
6 Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, porém dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e vós de ânimo dobre, purificai o coração.
9 Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.
Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e se tu julgas a lei, já não és cumpridor da lei, mas juiz.
12 Há só um legislador, que pode salvar e destruir. Porém tu quem és, que julgas outrem?
13 Vede, pois, agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros;
14 Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, o que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.
15 Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
16 Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda vanglória tal como essa é maligna.
17 Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.
A miséria aguarda os ricos devassos — Aguardai a vinda do Senhor com paciência — Os anciãos devem ungir e curar os enfermos.
Vede, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas pela traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e o qual por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
5 Regaladamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes o vosso coração, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
7 Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e a serôdia.
8 Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está próxima.
9 Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.
Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
11 Eis que temos por bem-aventurados os que suportaram aflições. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
12 Porém, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.
13 Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Entoe salmos.
14 Está alguém entre vós doente? Chame os anciãos da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
16 Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros para que sareis; a oração eficaz do justo pode muito.
17 Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orando, pediu que não chovesse; e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra.
18 E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.
19 Irmãos, se alguém dentre vós se desviou da verdade, e alguém o converter,
Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.
A prova de nossa fé precede a salvação — Cristo foi preordenado para ser o Redentor.
Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia;
2 Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 Para herança incorruptível, incontaminável, e que não pode murchar, guardada nos céus para vós,
5 Que estais guardados pelo poder de Deus pela fé para a salvação já preparada para se revelar no último tempo,
6 Em que vós vos alegrais, mesmo estando agora, se necessário, por pouco tempo contristados com várias tentações.
7 Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é posto à prova pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;
8 Ao qual, não havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, porém crendo, exultais com alegria inefável e gloriosa;
9 Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das almas.
Da qual salvação inquiriram e indagaram os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada;
11 Indagando que tempo ou que maneira de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
12 Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, ministravam essas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.
13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sendo sóbrios, esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;
14 Como filhos obedientes, não vos amoldando às concupiscências que dantes havia em vossa ignorância;
15 Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;
16 Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
17 E se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação;
18 Sabendo que não com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais,
19 Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
O qual, na verdade, já dantes foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, porém manifestado nestes últimos tempos por causa de vós,
21 Que por ele credes em Deus, o qual o ressuscitou dos mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus;
22 Purificando a vossa alma na obediência da verdade, pelo Espírito, para caridade fraternal, não fingida; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro;
23 Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.
24 Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Seca-se a erva, e cai a sua flor;
25 Mas a palavra do Senhor permanece para sempre; e essa é a palavra que entre vós foi pregada.
Os conversos são bebês recém-nascidos em Cristo — Ele é a principal pedra da esquina — Os santos possuem um sacerdócio real e são um povo adquirido — Estamos sujeitos às leis dos homens.
Deixando, pois, toda maldade, e todo dolo, e fingimentos, e invejas, e todas as maledicências,
2 Desejai afetuosamente, como crianças recém-nascidas, o puro leite espiritual, para que por ele vades crescendo;
3 Se é que já provastes que o Senhor é benigno;
4 E chegando-vos a ele como a uma pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
5 Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
6 Pelo que também está contido na escritura: Eis que ponho em Sião a principal pedra da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.
7 Assim que para vós, os que credes, é preciosa; mas para os rebeldes, a pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi feita a cabeça da esquina;
8 E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Vós, que dantes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.
11 Amados, admoesto-vos, como peregrinos e forasteiros, a que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma;
12 Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós virem.
13 Sujeitai-vos, pois, a toda instituição humana por causa do Senhor, seja ao rei, como ao superior;
14 Seja aos governadores, como aos que por ele são enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.
15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos;
16 Como libertos, e não como tendo a liberdade por cobertura da maldade, mas como servos de Deus.
17 Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei.
18 Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos perversos.
19 Porque é coisa agradável, se alguém, por causa da consciência para com Deus, suporta agravos, padecendo injustamente.
Porque, que glória há, se, pecando, sois esbofeteados e suportais? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, e o suportais, isso é agradável a Deus.
21 Porque para isso sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais os seus passos.
22 O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou dolo.
23 O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente;
24 O qual levou ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas feridas fostes sarados.
25 Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora retornastes ao Pastor e Bispo da vossa alma.
Marido e mulher devem honrar um ao outro — Os santos devem viver pelos padrões do evangelho — Cristo pregou aos espíritos em prisão.
Semelhantemente vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pela conduta das mulheres sejam ganhos sem palavra;
2 Considerando a vossa conduta casta, em temor.
3 O enfeite delas não seja o exterior, no encrespamento dos cabelos, ou no uso de joias de ouro, ou na compostura dos vestidos;
4 Mas o homem interior do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
5 Porque assim se enfeitavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas ao seu próprio marido;
6 Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhuma perturbação.
7 Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como a vaso mais fraco; como aqueles que juntamente com elas sois herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.
8 E finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, misericordiosos e afáveis.
9 Não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isso sois chamados, para que por herança alcanceis a bênção.
Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios para que não falem dolosamente.
11 Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.
12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
13 E quem é aquele que vos fará mal, se fordes imitadores do bem?
14 Mas também, se padecerdes por causa da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
15 Antes, santificai o Senhor Deus em vosso coração; e estai sempre preparados para responder a qualquer que vos perguntar a razão da esperança que há em vós, com mansidão e temor;
16 Tendo uma boa consciência, para que, naquilo que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem envergonhados os que blasfemam da vossa boa conduta em Cristo.
17 Porque melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo o mal.
18 Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado na verdade, na carne, porém vivificado pelo Espírito;
19 No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
Os quais antigamente foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é oito) almas se salvaram pela água,
21 A qual também, simbolizando o batismo, agora nos salva, não a remoção da imundície do corpo, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo;
22 O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e os poderes.
Pedro explica por que o evangelho é pregado aos mortos — Os santos devem falar como os oráculos de Deus — Os justos serão postos à prova e testados em todas as coisas.
Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento: que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado,
2 Para, no tempo que lhe resta na carne, não viver mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
3 Porque basta-nos que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borracheiras, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias,
4 O que estranham, por não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.
5 Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos.
6 Porque para isso foi o evangelho pregado também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, porém vivessem segundo Deus em espírito;
7 E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em orações.
8 Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá uma multidão de pecados.
9 Sede hospitaleiros uns para com aos outros, sem murmurações.
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
11 Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.
12 Amados, não estranheis a ardente prova que vos sobrevém para vos testar, como se coisa estranha vos acontecesse;
13 Mas alegrai-vos de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
14 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus, o qual, quanto a eles, é blasfemado, mas, quanto a vós, glorificado.
15 Porém nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios;
16 Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.
17 Porque já é tempo que comece o juízo pela casa de Deus; e se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?
18 E se apenas o justo se salva, onde aparecerão o ímpio e o pecador?
19 Portanto, também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe a sua alma, como a um fiel Criador, fazendo o bem.
Os anciãos devem apascentar o rebanho de Deus — A humildade e as graças divinas levam à perfeição.
Aos anciãos, que estão entre vós, admoesto eu, que sou juntamente com eles ancião, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2 Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de bom ânimo,
3 Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 E quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
5 Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
6 Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;
7 Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8 Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;
9 Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.
Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, o mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça.
11 A ele sejam a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.
12 Por Silvano, vosso fiel irmão, como suponho, escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais.
13 Saúda-vos a igreja co-eleita, que está em Babilônia, e meu filho Marcos.
14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. Paz seja com todos vós que estais em Cristo Jesus. Amém.
Pedro exorta os santos a assegurarem seu chamado e eleição — A profecia vem pelo poder do Espírito Santo.
Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:
2 Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus, nosso Senhor;
3 Como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude;
4 Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
5 E vós também, pondo nisso mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, o conhecimento,
6 E ao conhecimento, temperança; e à temperança, paciência; e à paciência, piedade;
7 E à piedade, amor fraternal; e ao amor fraternal, caridade.
8 Porque se em vós houver e abundarem essas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Pois aquele em quem não há essas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firmes a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isso, nunca jamais tropeçareis.
11 Porque assim vos será abundantemente concedida a entrada no eterno reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
12 Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre acerca dessas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.
13 E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações.
14 Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já me revelou.
15 Mas também eu procurarei em toda ocasião que depois da minha morte tenhais lembrança dessas coisas.
16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade.
17 Porque recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
18 E ouvimos essa voz enviada do céu, estando nós com ele no monte santo;
19 E temos muito firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia clareie, e a estrela da alva surja em vosso coração.
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação.
21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
Os falsos mestres entre os santos são condenados — Os santos concupiscentes perecerão em sua própria corrupção.
E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, que introduzirão encobertamente heresias destruidoras, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas, sobre os quais já de largo tempo não está ocioso o juízo, e a sua destruição não dorme.
4 Porque, se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;
5 E não poupou o mundo antigo, mas preservou Noé, o oitavo na arca, pregador da justiça, trazendo o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;
6 E condenou à ruína as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente;
7 E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis
8 (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo suas obras iníquas);
9 Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;
E principalmente aos que segundo a carne andam em concupiscências de imundície, e desprezam a autoridade; atrevidos, agradando-se a si mesmos, não receando blasfemar das glórias celestes;
11 Ao passo que os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.
12 Mas esses, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,
13 Recebendo o galardão da injustiça, tendo por prazer os deleites quotidianos, sendo nódoas e máculas, deleitando-se em seus engodos, quando se banqueteiam convosco;
14 Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição,
15 Os quais, deixando o caminho reto, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o galardão da injustiça;
16 Porém teve a repreensão da sua transgressão; o mudo animal do jugo, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta.
17 Esses são fontes sem água, nuvens levadas pelo redemoinho do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva.
18 Porque, falando coisas muito arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, os que se estavam afastando daqueles que andam no erro,
19 Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque aquele que é vencido por alguém, do tal faz-se também servo.
Porque se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro.
21 Porque melhor lhes teria sido não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;
22 Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada, ao espojadouro de lama.
Nos últimos dias, alguns duvidarão da Segunda Vinda — Os elementos derreterão na vinda do Senhor.
Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero;
2 Para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante vossos apóstolos.
3 Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências,
4 E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 Porque voluntariamente ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste.
6 Pela qual pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio.
7 Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.
8 Porém, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há se queimarão.
11 Havendo, pois, de perecer todas essas coisas, que tipo de pessoas vos convém a vós ser em santa conduta e piedade,
12 Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, incendiados, se desfarão, e os elementos, ardendo, se derreterão?
13 Porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça.
14 Pelo que, amados, aguardando essas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.
15 E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
16 Como também em todas as suas epístolas, falando nelas dessas coisas, entre as quais há algumas difíceis de entender, que os ignorantes e inconstantes distorcem, como também as outras escrituras, para sua própria perdição.
17 Vós, portanto, amados, sabendo isso de antemão, guardai-vos de que, pelo erro dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais de vossa firmeza;
18 Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.
Os santos alcançam a comunhão com Deus pela obediência — Devemos confessar nossos pecados para obter o perdão.
O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida
2 (Porque a vida já foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada);
3 O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão está com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.
4 Estas coisas vos escrevemos, para que a vossa alegria seja completa.
5 E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.
6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.
7 Porém, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar-nos de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
Cristo é nosso Advogado junto ao Pai — Conhecemos a Deus pela obediência — Não ameis o mundo — Surgirão anticristos nos últimos dias.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisso conhecemos que estamos nele.
6 Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou.
7 Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas são passadas, e já a verdadeira luz alumia.
9 Aquele que diz que está na luz, e odeia seu irmão, até agora está em trevas.
Aquele que ama seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
11 Mas aquele que odeia seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.
12 Eu vos escrevo, filhinhos, porque vos são perdoados os pecados pelo seu nome.
13 Pais, eu vos escrevo, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Filhos, escrevo-vos, porque conhecestes o Pai.
14 Pais, eu vos escrevi, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.
15 Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não é do Pai, mas é do mundo.
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
18 Filhinhos, já é a última hora; e como já ouvistes que vem o anticristo, também já agora muitos se têm feito anticristos; pelo que sabemos que já é a última hora.
19 Saíram de nós, porém não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.
Mas vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.
21 Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.
22 Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo, que nega o Pai e o Filho.
23 Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.
24 Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai.
25 E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
26 Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam.
27 E a unção que vós recebestes dele permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a mesma unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, e como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.
28 E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda.
29 Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.
Os filhos de Deus se tornarão como Cristo — O amor pelo irmão é necessário para se alcançar a vida eterna — A obediência nos assegura uma resposta a nossas orações.
Vede quão grande amor nos concedeu o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não conhece a ele.
2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Porém sabemos que, quando se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
3 E qualquer que nele tem essa esperança, purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.
4 Qualquer que comete pecado também comete iniquidade, porque o pecado é iniquidade.
5 E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.
6 Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu.
7 Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.
8 Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
9 Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.
Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.
11 Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
12 Não como Caim, que era do maligno, e matou seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
13 Meus irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama seu irmão permanece na morte.
15 Qualquer que odeia seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.
16 Nisto conhecemos o amor de Deus: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
17 Quem, pois, tiver bens do mundo, e vir o seu irmão necessitado e lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?
18 Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.
19 E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nosso coração:
Que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.
21 Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;
22 E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos as coisas agradáveis perante ele.
23 E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como nos deu mandamento.
24 E aquele que guarda os seus mandamentos nele permanece, e ele nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.
Ponde à prova os espíritos — Deus é amor e habita naqueles que O amam.
Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
2 Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
3 E todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; e tal é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e já agora está no mundo.
4 Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.
5 Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.
6 Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisso conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.
7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8 Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho Unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos.
Nisto está o amor: não que nós tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
11 Amados, se Deus assim nos amou, também nos devemos amar uns aos outros.
12 Ninguém jamais viu a Deus; e se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.
13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós, porquanto nos deu do seu Espírito.
14 E vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.
15 Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele, em Deus.
16 E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.
17 Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque qual ele é somos nós também neste mundo.
18 Não há temor no amor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem o castigo, e o que teme não está perfeito em amor.
19 Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?
21 E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus ame também seu irmão.
Os santos nascem de Deus por meio da fé em Cristo — A água, o sangue e o Espírito testificam a respeito de Cristo — A crença em Cristo é necessária para se alcançar a vida eterna.
Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama o que o gerou também ama o que dele é nascido.
2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
3 Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.
4 Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
5 Quem é aquele que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?
6 Este é aquele que veio por água e sangue, Jesus, o Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade.
7 Porque três são os que testificam no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo; e estes três são um.
8 E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam em um.
9 Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior, porque é este o testemunho de Deus, que de seu Filho testificou.
Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem em Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus deu de seu Filho.
11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e essa vida está em seu Filho.
12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.
13 Estas coisas vos escrevi, a vós, que crêdes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.
14 E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.
15 E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.
16 Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, pelo qual não digo que ore.
17 Toda iniquidade é pecado; e há pecado que não é para morte.
18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno nele não toca.
19 Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno.
Porém sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.
João se regozija porque os filhos da senhora eleita são leais e fiéis.
O ancião à senhora eleita, e a seus filhos, os quais eu amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade,
2 Por causa da verdade que está em nós e para sempre estará conosco:
3 Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai, e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco em verdade e amor.
4 Muito me alegrei por ter encontrado dentre teus filhos alguns que andam na verdade, assim como recebemos o mandamento do Pai.
5 E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.
6 E isto é amor: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que nele andeis.
7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Esse tal é o enganador e o anticristo.
8 Acautelai-vos, para que não percamos aquilo pelo qual trabalhamos, antes recebamos o inteiro galardão.
9 Todo aquele que transgride, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho.
Se alguém vem ter convosco, e não traz essa doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis.
11 Porque quem o saúda participa nas suas más obras.
12 Muitas coisas tenho que vos escrever, porém não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar face a face, para que a nossa alegria seja completa.
13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém.
João elogia Gaio por ajudar os que amam a verdade.
O ancião ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo.
2 Amado, em tudo desejo que prosperes, e que tenhas saúde, assim como prospera a tua alma.
3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da verdade que há em ti, e de como andas na verdade.
4 Não tenho maior alegria do que esta: de ouvir que os meus filhos andam na verdade.
5 Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os estranhos,
6 Que em presença da igreja testificaram do teu amor, aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás;
7 Porque pelo seu nome saíram, nada recebendo dos gentios.
8 Portanto, aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade.
9 Tenho escrito à igreja; porém Diótrefes, que procura ter entre eles primazia, não nos recebe.
Pelo que, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e não contente com isso, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja.
11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal nunca viu Deus.
12 Todos dão testemunho de Demétrio, até a própria verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro.
13 Tinha muito que escrever, porém não quero escrever-te com tinta e pena.
14 Mas espero ver-te brevemente, e falaremos face a face.
15 Paz seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos por nome.
Batalhai pela fé — Alguns anjos não guardaram seu primeiro estado — Miguel disputou a respeito do corpo de Moisés — Enoque profetizou a Segunda Vinda — Aparecerão escarnecedores nos últimos dias.
Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados pelo Deus Pai, e preservados por Jesus Cristo:
2 Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados.
3 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos.
4 Porque se introduziram alguns, que já dantes estavam marcados para esta mesma condenação, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único Soberano e Senhor nosso, Jesus Cristo.
5 Porém quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;
6 E aos anjos que não guardaram o seu estado original, mas deixaram a sua própria habitação, reservou debaixo da escuridão, e em prisões eternas até o juízo daquele grande dia;
7 Como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo fornicado como aqueles, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
8 E contudo também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.
9 Porém Miguel, o arcanjo, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; porém disse: O Senhor te repreenda.
Estes, porém, falam mal do que não sabem; e o que naturalmente conhecem, como animais irracionais, nisso se corrompem.
11 Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo erro do galardão de Balaão, e pereceram pela contradição de Coré.
12 Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas dos ventos de uma a outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;
13 Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas próprias abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a escuridão das trevas.
14 E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que vem o Senhor com milhares de seus santos;
15 Para executar juízo contra todos e castigar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que os ímpios pecadores disseram contra ele.
16 Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca fala coisas muito arrogantes, admirando as pessoas por causa do proveito.
17 Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;
18 Como vos diziam que haveria escarnecedores nos últimos tempos que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.
19 Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,
21 Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
22 E apiedai-vos de alguns que estão na dúvida;
23 Mas salvai os outros por temor, e arrebatai-os do fogo, odiando até a roupa manchada da carne.
24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,
25 Ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.
Cristo escolhe alguns como reis e sacerdotes para Deus — Cristo virá novamente — João vê o Senhor Ressuscitado.
Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João, seu servo;
2 O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que viu.
3 Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo.
4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz sejam convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono;
5 E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
6 E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.
7 Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o transpassaram, e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
8 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9 Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.
Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
11 Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia.
12 E virei-me para ver quem falara comigo. E virando-me, vi sete castiçais de ouro;
13 E no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até os pés de uma roupa comprida, e cingido, à altura do peito, com um cinto de ouro.
14 E a sua cabeça e cabelos eram brancos como a branca lã, como a neve, e os seus olhos, como chama de fogo;
15 E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz, como a voz de muitas águas.
16 E tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma afiada espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o primeiro e o último;
18 E o que vivo e fui morto; e eis que vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.
19 Escreve as coisas que viste e as que são, e as que depois destas hão de acontecer;
O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.
Aquele que vencer ganhará a vida eterna, evitará a segunda morte, herdará o reino celestial e governará muitos reinos.
Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:
2 Eu conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes suportar os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e não o são, e tu os achaste mentirosos.
3 E perseveraste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.
4 Porém tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e senão, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
6 Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.
8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu:
9 Eu conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (porém tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão para que sejais tentados; e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
12 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo, escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois fios:
13 Eu conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Porém umas poucas coisas tenho contra ti: que tens lá os que retêm a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria e fornicassem.
15 Assim tens também os que retêm a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.
16 Arrepende-te, pois; senão, em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e um novo nome escrito na pedra, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
18 E ao anjo da igreja em Tiatira, escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés, semelhantes ao latão reluzente:
19 Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e as tuas últimas obras, e que as últimas são mais do que as primeiras.
Porém umas poucas coisas tenho contra ti: que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria.
21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação, e não se arrependeu.
22 Eis que a lanço na cama, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das suas obras.
23 E ferirei de morte os seus filhos; e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha mentes e corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras.
24 Mas eu vos digo a vós, e aos demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga não vos porei.
25 Porém o que tendes, retende-o até que eu venha.
26 E ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações,
27 E com vara de ferro as regerá; serão quebradas como vasos de oleiro, assim como recebi de meu Pai.
28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã.
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Aquele que vencer manterá seu nome no livro da vida, alcançará a divindade e estará com Jesus assim como Ele está com o Pai.
E ao anjo da igreja que está em Sardes, escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
2 Sê vigilante, e fortalece o restante que estava para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E se não velares, virei sobre ti como o ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco, porquanto são dignos disso.
5 O que vencer será vestido de roupas brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
7 E ao anjo da igreja que está em Filadélfia, escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
8 Eu conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar, porque tens pouca força, e guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.
9 Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, dos que se dizem judeus, e não são, mas mentem, eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Porque guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para por à prova os que habitam na terra.
11 Eis que venho logo; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, o da nova Jerusalém, que desce do céu do meu Deus, e o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 E ao anjo da igreja que está em Laodiceia, escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Eu conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera fosses frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e nem és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Porque dizes: Rico sou, eu estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.
18 Aconselho-te a que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas;
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso, e arrepende-te.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele, comigo.
21 Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
João vê a terra celestial, o trono de Deus e toda a criação adorando ao Senhor.
Depois dessas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de uma trombeta eu ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
2 E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.
3 E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco-íris estava ao redor do trono, na aparência, semelhante à esmeralda.
4 E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de roupas brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.
5 E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.
6 E havia diante do trono um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás.
7 E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.
8 E os quatro animais tinham, cada um deles, seis asas ao redor, e por dentro estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.
9 E quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre,
Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:
11 Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.
João vê o livro selado com sete selos, e ele vê as pessoas redimidas de todas as nações — Ele ouve todas as criaturas louvando a Deus e ao Cordeiro.
E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
2 E vi um anjo forte, apregoando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?
3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.
4 E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele.
5 E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.
6 E olhei, e eis que no meio dos anciãos estava um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres, e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.
7 E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.
8 E havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue para Deus nos compraste de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra.
11 E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares,
12 Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.
13 E ouvi toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e todas as coisas que neles há, dizendo: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
14 E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre.
Cristo abre os seis selos, e João vê os acontecimentos de cada um — No quinto selo, ele vê os mártires cristãos; e no sexto, ele vê os sinais dos tempos.
E havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como com voz de trovão: Vem, e vê.
2 E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, para que vencesse.
3 E havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê.
4 E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
5 E havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na sua mão.
6 E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.
7 E havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê.
8 E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguiu; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com mortandade, e com as feras da terra.
9 E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.
E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11 E deram-se-lhes a cada um vestes brancas compridas, e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles.
12 E havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue.
13 E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
14 E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas se moveram dos seus lugares.
15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo homem livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
16 E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
17 Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?
João também vê no sexto selo a Restauração do evangelho, o selamento dos 144.000 e as hostes dos exaltados de todas as nações.
E depois dessas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, que retinham os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.
2 E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,
3 Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos selado na testa os servos do nosso Deus.
4 E ouvi o número dos selados, e foram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.
5 Da tribo de Judá, doze mil selados; da tribo de Rúben, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados;
6 Da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados;
7 Da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados;
8 Da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados.
9 Depois dessas coisas olhei, e eis uma grande multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.
11 E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se sobre seu rosto diante do trono, e adoraram a Deus,
12 Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.
13 E um dos anciãos respondeu, dizendo-me: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?
14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro;
15 Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles.
16 Não mais terão fome, nem mais terão sede; nem sol nem calor algum cairá sobre eles.
17 Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus enxugará de seus olhos toda lágrima.
João vê derramarem-se fogo e desolação durante o sétimo selo, precedendo a Segunda Vinda.
E havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por quase meia hora.
2 E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.
3 E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.
4 E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.
5 E o anjo tomou o incensário, e encheu-o de fogo do altar, e lançou-o sobre a terra; e houve vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos.
6 E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.
7 E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra; e queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.
8 E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
9 E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.
E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu na terça parte dos rios, e nas fontes das águas.
11 E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.
12 E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente, a da noite.
13 E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que ainda hão de tocar.
João também vê as guerras e pragas derramadas durante o sétimo selo, antes da vinda do Senhor.
E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.
3 E da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.
4 E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a coisa verde alguma, nem a árvore alguma, senão somente aos homens que não têm na sua testa o selo de Deus.
5 E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.
6 E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
7 E a aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem.
8 E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões.
9 E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate.
E tinham cauda semelhante à dos escorpiões, e aguilhão na sua cauda; e o seu poder era de danificar os homens por cinco meses.
11 E tinham sobre si um rei, o anjo do abismo; em hebraico era o seu nome Abadom, e em grego tinha por nome Apoliom.
12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.
13 E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz dos quatro chifres do altar de ouro, que estava diante de Deus,
14 A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates.
15 E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, para matar a terça parte dos homens.
16 E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles.
17 E vi assim os cavalos nessa visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo e fumaça e enxofre.
18 Por esses três foi morta a terça parte dos homens: pelo fogo, pela fumaça, e pelo enxofre, que saíam da sua boca.
19 Porque o seu poder está na sua boca e nas suas caudas. Porque as suas caudas são semelhantes a serpentes, e têm cabeças, e com elas danificam.
E os outros homens, que não foram mortos por essas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.
21 E não se arrependeram de seus homicídios, nem de suas feitiçarias, nem de sua fornicação, nem de seus furtos.
João sela muitas coisas referentes aos últimos dias — Ele é encarregado de participar da restauração de todas as coisas.
E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco-íris, e o seu rosto era como o sol, e os seus pés, como colunas de fogo;
2 E tinha na sua mão um livrinho aberto, e pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo, sobre a terra;
3 E clamou com grande voz, como quando brama o leão; e havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes.
4 E havendo os sete trovões feito soar as suas vozes, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela as coisas que os sete trovões falaram, e não as escrevas.
5 E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão ao céu,
6 E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e as coisas que nele há, e a terra e as coisas que nela há, e o mar e as coisas que nele há, que não haveria mais tempo;
7 Porém nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o mistério de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.
8 E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está sobre o mar e sobre a terra.
9 E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o, e come-o; e ele fará amargo o teu ventre, porém na tua boca será doce como mel.
E tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; e na minha boca era doce como mel; e havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo.
11 E ele disse-me: É necessário que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.
Nos últimos dias, dois profetas serão mortos em Jerusalém — Após três dias e meio, eles serão ressuscitados — Cristo reinará em toda a Terra.
E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
2 Porém deixa de fora o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a santa cidade por quarenta e dois meses.
3 E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra.
5 E se alguém lhes quiser causar dano, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e se alguém lhes quiser causar dano, cumpre que assim seja morto.
6 Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de praga, tantas vezes quantas quiserem.
7 E quando tiverem acabado o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará.
8 E os seus corpos mortos jazerão na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde nosso Senhor também foi crucificado.
9 E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão os corpos mortos deles por três dias e meio, e não permitirão que esses corpos mortos sejam postos em sepulcros.
E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto esses dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.
11 E depois daqueles três dias e meio o espírito da vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.
12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.
13 E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.
14 É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai vem sem demora.
15 E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo tornaram-se de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.
16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto, e adoraram a Deus,
17 Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que assumiste o teu grande poder, e reinaste.
18 E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e para dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e para destruir os que destroem a terra.
19 E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.
João vê a iminente apostasia da Igreja — Ele também vê a Guerra nos Céus, no princípio, quando Satanás foi expulso — Ele vê a continuação dessa guerra na Terra.
E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, e a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
2 E estava grávida, e gritava, com dores de parto, e com ânsias de dar à luz.
3 E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças, sete diademas.
4 E a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
5 E ela deu à luz um filho homem, que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que lá fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
7 E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam;
8 Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.
9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi lançado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos foi expulso, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.
11 E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até a morte.
12 Pelo que alegrai-vos, ó céus, e os que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, já sabendo ele que tem pouco tempo.
13 E quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem.
14 E foram dadas à mulher duas asas de uma grande águia, para que voasse ao deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
15 E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pelo rio a fizesse arrebatar.
16 E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra os remanescentes da sua semente, que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.
João vê bestas de aparência feroz que representam reinos terrenos degenerados, controlados por Satanás — O diabo realiza milagres e engana os homens.
E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas, e sobre as suas cabeças, um nome de blasfêmia.
2 E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como de urso, e a sua boca, como de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.
3 E vi uma de suas cabeças como que ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta.
4 E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?
5 E deu-se-lhe boca para falar grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para assim o fazer durante quarenta e dois meses.
6 E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.
7 E deu-se-lhe poder para fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação.
8 E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro morto desde a fundação do mundo.
9 Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui estão a paciência e a fé dos santos.
11 E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de cordeiro; e falava como o dragão.
12 E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada.
13 E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, diante dos homens.
14 E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia.
15 E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.
16 E faz que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos ponham um sinal na sua mão direita, ou na sua testa;
17 E que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.
18 Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento, conte o número da besta, porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.
O Cordeiro estará sobre o Monte Sião — O evangelho será restaurado nos últimos dias pelo ministério angélico — O Filho do Homem ceifará a Terra.
E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome de seu Pai.
2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
3 E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4 Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.
5 E na sua boca não se achou dolo, porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.
6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para proclamá-lo aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, porque a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação.
9 E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,
Também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se verteu puro no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.
12 Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.
14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão, uma foice afiada.
15 E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e ceifa; pois já é vinda a hora de ceifar, porquanto já a seara da terra está madura.
16 E aquele que estava assentado sobre a nuvem lançou a sua foice à terra, e a terra foi ceifada.
17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice afiada.
18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
19 E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.
E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.
Os santos exaltados louvam a Deus na glória celestial para sempre.
E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus.
2 E vi como que um mar de vidro misturado com fogo; e os vencedores da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus.
3 E cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!
4 Quem não te temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e adorarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.
5 E depois disso olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.
6 E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro ao redor do peito.
7 E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre.
8 E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos.
Deus derrama pragas sobre os iníquos — As nações se reúnem para o Armagedom — Cristo vem, as ilhas fogem, e as montanhas desaparecem.
E ouvi do templo uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.
2 E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.
3 E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, e este tornou-se em sangue como que de um morto, e morreu no mar toda alma vivente.
4 E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e tornaram-se em sangue.
5 E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e que serás santo, porque julgaste estas coisas.
6 Porque derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque disso são merecedores.
7 E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
8 E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.
9 E os homens foram abrasados com intenso calor, e blasfemaram do nome de Deus, que tem o poder sobre essas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.
E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e mordiam a língua de dor.
11 E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras.
12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente.
13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
14 Porque são espíritos de demônios, que fazem sinais, os quais vão aos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.
15 Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.
16 E congregaram-nos no lugar que em hebraico se chama Armagedom.
17 E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu uma grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito.
18 E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, qual nunca houve desde que há homens sobre a terra, tal foi este tão grande terremoto.
19 E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e a grande Babilônia veio em memória diante de Deus, para ele lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.
E toda ilha fugiu; e os montes não foram achados.
21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de cerca de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era muito grande.
Mostra-se a João que a grande Babilônia, a mãe das meretrizes e abominações, foi estabelecida por toda a Terra.
E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;
2 Com a qual fornicaram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua fornicação.
3 E o anjo levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.
4 E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundície da sua fornicação;
5 E na sua testa escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das meretrizes e abominações da terra.
6 E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.
7 E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.
8 A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e ir-se à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que será.
9 Aqui está o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada;
E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não veio; e quando vier, convém que dure um pouco de tempo.
11 E a besta que era e já não é, esta é também o oitavo, e é dos sete, e vai-se à perdição.
12 E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, porém receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.
13 Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.
14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá (porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis), e os que estão com ele são os chamados, e eleitos, e fiéis.
15 E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.
16 E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a farão assolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão com fogo.
17 Porque Deus lhes pôs no coração que cumpram o seu intento, e que tenham um mesmo intento, e que deem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.
18 E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.
Os santos são chamados para fora da Babilônia, para que não participem de seus pecados — Ela cai e seus seguidores lamentam por ela.
E depois dessas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com sua glória.
2 E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de toda ave imunda e detestável.
3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram da abundância de sua luxúria.
4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não recebas das suas pragas.
5 Porque já os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela.
6 Tornai a dar-lhe como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.
7 Quanto ela se glorificou, e em luxúria esteve, tanto lhe dai de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto.
8 Portanto, num dia virão as suas pragas: a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada com fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.
9 E os reis da terra, que fornicaram com ela, e viveram em luxúria, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio;
Estando de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! pois em uma só hora veio o teu juízo.
11 E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra as suas mercadorias:
12 Mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todo vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore;
13 E canela, e especiaria, e incenso, e mirra, e olíbano, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e cavalos, e carros, e corpos, e almas de homens.
14 E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti; e todas as coisas suntuosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás.
15 Os mercadores dessas coisas, que por elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando,
16 E dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade que estava vestida de linho fino, e púrpura, e escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas!
17 Porque em uma só hora foram assoladas tantas riquezas. E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que vivem do mar se puseram de longe;
18 E vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?
19 E lançaram pó sobre a sua cabeça, e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade! na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram da sua opulência; porque em uma só hora foi assolada.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
21 E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada.
22 E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, e de músicos, e de flautistas, e de trombeteiros, e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e ruído de mó em ti não mais se ouvirá;
23 E luz de candeia não mais alumiará em ti, e voz de noivo e de noiva não mais em ti se ouvirão; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias.
24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.
A ceia das bodas do Cordeiro é preparada — O testemunho de Jesus é o espírito de profecia — Cristo é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
E depois dessas coisas, ouvi como que uma grande voz de uma grande multidão no céu, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus;
2 Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua fornicação, e da mão dela vingou o sangue dos seus servos.
3 E outra vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe para todo o sempre.
4 E os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais, prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!
5 E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes.
6 E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.
7 Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
8 E foi-lhe permitido que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as obras justas dos santos.
9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
E eu lancei-me a seus pés para o adorar; porém ele disse-me: Olha, não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.
11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja em justiça.
12 E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia, senão ele mesmo.
13 E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o seu nome chama-se O Verbo de Deus.
14 E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.
15 E da sua boca saía uma afiada espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.
16 E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
17 E vi um anjo, que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus;
18 Para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos, e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os livres e servos, e pequenos e grandes.
19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército.
E a besta foi presa, e com ela, o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo e que arde com enxofre.
21 E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.
Satanás é amarrado durante o Milênio — Os santos então viverão e reinarão com Cristo — Os mortos se apresentam perante Deus e são julgados de acordo com os livros, segundo suas obras.
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.
2 E prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
3 E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois é necessário que seja solto por um pouco de tempo.
4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em sua testa nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo, durante mil anos.
5 Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; porém serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.
7 E acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,
8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, para as reunir em batalha, cujo número é como a areia do mar.
9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo do céu, e os devorou.
E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
11 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.
12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus; e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
13 E o mar deu os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
14 E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
15 E aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
Aqueles que vencerem serão filhos de Deus — A Terra alcança sua glória celestial.
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2 E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, preparada como a esposa adornada para o seu marido.
3 E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, e com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.
4 E Deus enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
5 E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
6 E disse-me: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.
7 Quem vencer herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
8 Mas quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.
9 E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.
E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que da parte de Deus descia do céu.
11 E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.
12 E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel.
13 Do lado do leste tinha três portas; do lado do norte, três portas; do lado do sul, três portas; do lado do oeste, três portas.
14 E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
15 E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro.
16 E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto quanto a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais.
17 E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, que era a do anjo.
18 E o seu muro era construído de jaspe; e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro.
19 E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda;
O quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista.
21 E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade, de ouro puro, como vidro transparente.
22 E nela não vi templo, porque o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo.
23 E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
24 E as nações que se salvarem andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.
25 E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.
26 E a ela trarão a glória e a honra das nações.
27 E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Os santos reinarão em celeste esplendor — Cristo virá, e os homens serão julgados — Bem-aventurados os que guardam os Seus mandamentos.
E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.
2 No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.
3 E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.
4 E verão o seu rosto, e na testa deles estará o seu nome.
5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.
6 E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.
7 Eis que venho sem demora: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
8 E eu, João, sou aquele que vi e ouvi essas coisas. E havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava essas coisas, para o adorar.
9 E ele me disse: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.
E disse-me: Não seles as palavras deste livro, porque perto está o tempo.
11 Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.
12 E eis que sem demora venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.
13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o último.
14 Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.
15 Porém estarão de fora os cães, e os feiticeiros, e os fornicadores, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar essas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.
17 E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem o ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
18 Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
19 E se alguém tirar das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.
Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente sem demora venho. Amém. Ora, vem, Senhor Jesus.
21 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
Fim